Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 162 – O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 136). Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 89). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 11/06/2025.
INTRODUÇÃO
O evangelho constrói pontes entre as culturas. Há, por exemplo, uma ponte entre Atenas e Jerusalém (Paulo), entre Atenas e Florença (Dante). O paralelo entre a pregação do apóstolo Paulo no Areópago de Atenas (relatada em Atos dos Apóstolos, capítulo 17) e o uso da filosofia grega por Dante Alighieri na “Divina Comédia” é um dos exemplos mais fascinantes de como o Cristianismo dialogou com a herança clássica. Ambos, em épocas e contextos radicalmente diferentes, empregaram uma estratégia semelhante: utilizar a própria sabedoria pagã como uma ponte para apresentar a verdade da revelação cristã.
Tanto Paulo quanto Dante não descartaram a filosofia grega como um erro completo, mas a viram como a mais alta expressão da razão humana, uma preparação ou um alicerce sobre o qual a estrutura da fé poderia ser edificada. Eles agiram como “tradutores culturais”, validando o conhecimento de sua audiência para, então, conduzi-la a um patamar superior de entendimento. Ao chegar a Atenas, o epicentro intelectual do mundo antigo, Paulo não inicia seu discurso com uma condenação direta aos inúmeros ídolos e às correntes filosóficas dos epicuristas e estoicos. Em vez disso, ele demonstra uma inteligência estratégica notável: ele percorre a cidade e encontra um altar com a inscrição “AO DEUS DESCONHECIDO”. Paulo utiliza essa expressão da religiosidade pagã como seu ponto de partida. Paulo não diz inicialmente: “vocês estão errados”, mas sim: “Pois bem, esse Deus que vocês adoram sem conhecer é precisamente aquele que eu lhes anuncio”.
Em seu discurso, Paulo cita poetas gregos, como Arato, para sustentar seu argumento: “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos; como, aliás, já disseram alguns dos vossos poetas: ‘Porque dele também somos descendência’”. Ao fazer isso, ele legitima parte da cultura local e demonstra que não é um estrangeiro ignorante, mas alguém que compreende o pensamento deles. Após estabelecer essa base comum, Paulo introduz os conceitos radicalmente novos da teologia cristã: um Deus único, criador, que não habita em templos feitos por homens; o chamado ao arrependimento; o juízo final; e, o mais chocante para a mentalidade grega, a ressurreição dos mortos. É neste ponto que a filosofia se mostra insuficiente e a fé se torna necessária, causando zombaria em alguns e curiosidade em outros.
A estratégia de Paulo foi a de levar a razão grega ao seu limite e mostrar que ela apontava para algo além de si mesma. Algo que só poderia ser plenamente compreendido através da revelação. Séculos depois, em um contexto cristão já consolidado, Dante enfrenta um desafio semelhante. Ele vai estruturar a jornada da alma pelo além-túmulo de uma forma racionalmente compreensível e teologicamente profunda, usando a filosofia clássica para melhor compreensão dos leitores. O elo que une a pregação de Paulo e a obra de Dante é o princípio medieval da “philosophia ancilla theologiae” (a filosofia é serva da teologia). |
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Ambos, Paulo e Dante, em contextos históricos muito diferentes, enfrentaram o mesmo desafio: como comunicar as verdades da fé cristã a um mundo moldado pelo pensamento greco-romano? A solução não foi a rejeição total, mas uma “batização” da filosofia, utilizando suas ferramentas e conceitos para construir um argumento em favor do cristianismo.Eles nos mostram que a fé cristã não exige a anulação do intelecto, mas sim sua elevação. A graça não destrói a natureza (ou a razão), mas a aperfeiçoa e a completa. Esse princípio se tornou central no pensamento cristão e foi magistralmente dramatizado tanto no discurso de um apóstolo em Atenas quanto na jornada de um poeta pelo além-túmulo.
- A arquitetura da condenação no inferno de Dante.
Assim, ao passar pela antessala do inferno, somos apresentados àqueles condenados por sua covardia e indecisão de tomar uma decisão firme de crer no evangelho de Jesus Cristo. Esses não são dignos nem de serem mencionados, “não falemos deles, mas olha e passa”, esse foi o conselho de seu guia Virgílio, que representa a razão humana. Logo em seguida, Dante e Virgílio, alcançam o inferno propriamente dito, um poço de nove círculos, cada um fornecendo um local de desembarque, de um lado do qual está a parede de terra sólida, do outro o abismo.
Na Divina Comédia, Dante divide o inferno em nove círculos concêntricos[1] e à proporção que desce eles vão afunilando-se. Essa divisão é uma profunda imersão na teologia cristã, filosofia e simbolismo numerológico. Esse fato revela que a divisão do Inferno em nove círculos na “A Divina Comédia” de Dante Alighieri é uma escolha deliberada e multifacetada, refletindo uma complexa síntese do pensamento medieval. Longe de ser uma mera organização arbitrária, a estrutura nonária do primeiro reino[2] do além-túmulo é a espinha dorsal de uma grandiosa alegoria sobre a natureza do pecado, a justiça divina e a jornada da alma em busca da redenção.
A descida de Dante pelos nove círculos representa uma progressão na gravidade do pecado, uma hierarquia moral meticulosamente construída. Essa arquitetura do castigo foi criada numa visão de mundo da idade média, onde a teologia era considerava a mãe da filosofia. Os eruditos cristãos usavam a filosofia para entender as Escrituras e aplicavam o evangelho para a sua geração, usando a filosofia clássica. Então, temos aqui uma fusão magistral da teologia cristã com a filosofia clássica, onde Dante vai usar a “Ética a Nicômaco[3]” de Aristóteles, que foi muito usada por Tomás de Aquino.
- A ética Aristotélica: Incontinência, Violência e Fraude
Dante, guiado por Virgílio – que simboliza a razão humana –, aprende que a estrutura do Inferno se baseia em uma classificação aristotélica dos pecados, que se opõe a toda virtude. Esses pecados são paixões da natureza pecaminosa, representada pelo Loba (incontinência), leão (violência ou malícia) e o leopardo (fraude ou bestialidade).
No Canto XI, Virgílio explica que os pecados se dividem em três grandes categorias, com gravidade crescente:
- a) Os pecados de incontinência: a falta de autocontrole: Os pecados cometidos por falta domínio próprio, pela incapacidade de refrear os apetites vorazes da natureza pecaminosa. Estes pecadores ocupam os círculos superiores do Inferno (do segundo ao quinto), onde os castigos, embora terríveis, são menos severos. Aqui se encontram:
- os luxuriosos, dominados pelos desejos sexuais;
- os gulosos, dominados apetite desordenado;
- os avarentos, dominados pelo amor ao dinheiro;
- e os iracundos, dominados pelo sentimento de fúria.
A lógica é que esses pecados nascem de um impulso desordenado, não necessariamente do uso deliberado da razão para o mal.
No conceito Aristotélico, a incontinência (akrasia em grego) é a condição daquele que sabe o que é bom, mas cede à paixão ou ao desejo. É uma falha da vontade, não uma escolha deliberada pelo mal. A razão é subjugada pelo apetite.Em Dante, os pecados punidos no Alto Inferno (fora dos muros de Dite[4]) são os de incontinência. Os pecadores aqui foram dominados por suas paixões devido a sua natureza pecaminosa. Os pecadores por sua fraqueza não conseguem conter esses impulsos pecaminosos, embora deveriam resistir a esses pecados, mas a sua vontade é escrava do pecado. Nas Escrituras, esses pecados são classificados como a concupiscência (desejos, paixões) da carne.
- b) Os pecados de violência ou malicia: Os pecados que lesam o próximo, a si mesmo ou a Deus. O sétimo círculo é dedicado a essa categoria e se subdivide em três anéis (ou “gironi”):
- os violentos contra o próximo (homicidas e tiranos);
- os violentos contra si mesmos (suicidas e esbanjadores(pródigos));
- e os violentos contra Deus (blasfemadores, sodomitas e usurários).
Estes pecados são considerados mais graves que a incontinência porque envolvem uma vontade mais ativa na perpetração do mal. Nas Escrituras, esses pecados são chamados de concupiscência dos olhos.
- c) Os pecados de fraude ou bestialidade louca: considerada a forma mais grave de malícia, pois corrompe o intelecto (razão), a faculdade que mais aproxima o homem de Deus, e a usa para enganar o próximo. A fraude é punida nos dois últimos e mais profundos círculos do Inferno. No Conceito Aristotélico, a bestialidade (theriotes) é a depravação total, uma corrupção que vai além do vício humano comum, rebaixando o homem a um estado subumano, bestial. Eles estão no oitavo círculo, conhecido como Malebolge (“fossos malignos[5]“), que é dividido em dez fossos onde são punidos diversos tipos de fraudulentos (bandidos, sedutores, aduladores, simoníacos, etc.). Esses pecados nas Escrituras são o resultado da soberba da vida. Uma vida que se opõe e despreza a Deus e os absolutos da sua Palavra.
O nono e último círculo, o gelado lago Cocito, é reservado aos traidores, o ápice da fraude, pois quebra um laço de confiança. Este círculo também é subdivido em quatro zonas, de acordo com a natureza da traição:
- a Caina (traidores dos parentes),
- a Antenora (traidores da pátria),
- a Ptolomeia (traidores dos hóspedes)
- e a Judeca (traidores de seus benfeitores), onde o próprio Lúcifer se encontra, mastigando Judas, Brutus e Cássio.
Essa estrutura tripartite (Incontinência, Violência e Fraude) é uma adaptação direta da ética aristotélica, que Dante cristianiza, integrando-a com os pecados capitais e outros conceitos da teologia cristã. Ao usar a “Ética a Nicômaco”, Dante não está abandonando a teologia cristã. Pelo contrário, ele está realizando uma grande síntese, característica do pensamento medieval. Ele demonstra que a razão humana (representada por Aristóteles e Virgílio) pode compreender a natureza do pecado e sua gravidade.
No entanto, a razão sozinha não é suficiente para a salvação. Para tanto, é necessário a graça divina (representada por Beatriz). Em suma, Dante utilizou a estrutura ética de Aristóteles para dar ao seu Inferno uma ordem lógica e filosófica, argumentando que a gravidade de um pecado é medida pelo grau em que ele se opõe à razão e ao amor, culminando na traição como o ato mais irracional e odioso de todos.
- O simbolismo da estrutura nonária do inferno de Dante.
A escolha do número nove não é acidental e está carregada de um profundo simbolismo, recorrente em toda a obra de Dante.
- a) Múltiplo da Trindade: A chave para o simbolismo do nove reside em sua relação com o número três, que para Dante e toda a Idade Média cristã, era o número sagrado por excelência, o símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). O número três é central em toda a sua obra a “Divina Comédia”, simbolizando a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). O número nove, sendo o quadrado de três (3 x 3), representa a Trindade multiplicada por si mesma, elevando o conceito a uma esfera de perfeição absoluta e milagre. Assim como o Paraíso terá sua estrutura celestial baseada em múltiplos de três, o Inferno reflete essa mesma lógica de forma invertida e pervertida. O inferno é um lugar criado pelo Deus Trino para que a justiça divina possa punir os pecadores por todos os seus pecados.
- b) A estrutura do além e a perfeição divina
A influência do nove é mais visível na própria arquitetura dos três reinos do além que Dante percorre:
O Inferno: É composto por nove círculos concêntricos de punição, que mergulham até o centro da Terra onde Lúcifer está aprisionado. Essa estrutura nonária não é casual, mas uma inversão perversa da ordem divina. Se o nove celestial representa a perfeição, o nove infernal simboliza a totalidade e a complexidade do pecado.
O Purgatório: Embora dividido em sete terraços (correspondentes aos sete pecados capitais), ele também possui uma estrutura que remete ao nove, incluindo o Ante-Purgatório e o Paraíso Terrestre no cume.
O Paraíso: É formado por nove céus ou esferas celestes que giram em torno de um ponto central, o Empíreo, a morada de Deus. Cada céu representa um grau ascendente de beatitude e perfeição.
A jornada de Dante através dos nove céus é uma ascensão em direção à visão de Deus, reforçando a ideia do nove como um caminho para a perfeição divina.
- c) A revelação nonária da graça divina: Na obra “Vita Nuova”, Dante associa explicitamente o número nove à sua amada Beatriz, que ele viu pela primeira vez aos nove anos de idade e que lhe apareceu novamente nove anos depois. Para Dante, Beatriz é um “nove”, um milagre cuja raiz é a própria Trindade. O nove, portanto, está ligado à revelação divina e ao amor salvífico da graça.
No Inferno, o nove simboliza a totalidade do pecado que a alma humana deve reconhecer seu estado caído e condenado, para encontrar o verdadeiro arrependimento, para poder ser guiado por esse amor (graça divina) até aos portões do Paraíso.
- d) O número nove representa a finalidade e completude: Na numerologia medieval, o nove, por ser o último dos algarismos simples, também simbolizava a finalidade e a completude. A descida pelos nove círculos representa, assim, uma jornada completa pelo espectro do pecado humano. É uma análise exaustiva da natureza depravada e maligna do pecado, antes que a purificação possa começar no Purgatório, que representa o arrependimento na conversão da alma.
CONCLUSÃO:
A pregação do Apóstolo Paulo, feita no areópago, mostra-nos as mesmas verdades que Dante, expressa em sua obra magistral, “A Divina comédia”. O Areópago era um dos lugares mais importantes e prestigiosos para a discussão de filosofia, religião e novas ideias em Atenas. Lucas registra esse relato em Atos 17:16-34:
¹⁶ E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se agitava em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
¹⁷ De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
¹⁸ E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este tagarela? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.
¹⁹ E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
²⁰ Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos, pois, saber o que vem a ser isto
²¹ (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).
²² E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo como sendo um tanto supersticiosos;
²³ Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: ao deus desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
²⁴ O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
²⁵ Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
²⁶ E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
²⁷ Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;
²⁸ Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
²⁹ Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a Divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
³⁰ Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, ordena agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
³¹ Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
³² E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
³³ E assim Paulo saiu do meio deles.
³⁴ Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.
Embora aquele fosse um espaço para elevados discursos filosóficos, os ouvintes não puderam entender o evangelho, pois a razão sozinha não compreende a Fé. Somente o Espírito Santo pode ensinar as verdades eternas ao pecador. Isso garante que a salvação não seja resultado da capacidade racional da mente humana, mas sim que toda a glória seja atribuída a Deus.
[1] Um círculo concêntrico é um conjunto de dois ou mais círculos que compartilham o mesmo centro, mas com raios diferentes. Ou seja, todos os círculos no conjunto têm o mesmo ponto central, mas suas bordas se estendem a diferentes distâncias do centro.
[2] Dante divide o a vida além-túmulo em três reinos, O inferno, O purgatório, O Paraiso.
[3] A Ética a Nicômaco em grego: Ἠθικὰ Νικομάχεια transl. Ēthicà Nicomáche latim: Ethica Nicomachea) é a principal obra de Aristóteles sobre Ética. Nela é exposta a sua concepção teleológica e eudaimonista de racionalidade prática, a sua concepção da virtude como mediania e as suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência.
Em Aristóteles, toda racionalidade prática é teleológica, quer dizer, orientada para um fim (ou um bem, como está no texto). À Ética cabe determinar a finalidade suprema (o summum bonum), que preside e justifica todas as demais, e qual a maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade (eudaimonia), que não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa.[1] A virtude, por sua vez, se encontra no justo meio entre os extremos, e será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício.
[4] Na “Divina Comédia” de Dante Alighieri, a cidade de Dite, com seus muros incandescentes, representa uma das divisões mais importantes do Inferno. Ela não é apenas um local, mas uma fronteira simbólica e física que separa os pecados mais “brandos” dos mais graves.
Dite é o nome que os romanos davam a Plutão, o deus do submundo. Dante utiliza esse nome para batizar a capital do seu Inferno, que começa a partir do Sexto Círculo
[5] Malebolge: “A Divina Comédia”, a palavra Malebolge designa o oitavo círculo do Inferno, um vasto e complexo abismo rochoso onde são punidos os pecadores culpados de fraude simples. O termo, cunhado pelo próprio Dante, é uma junção de duas palavras italianas: male, que significa “más”, e bolge, que é o plural de bolgia, uma palavra que pode ser traduzida como “vala”, “fosso” ou “bolsa”. Portanto, o significado literal de Malebolge é “más valas” ou “fossos malignos”.