Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 72– O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 49). Gn 1:27: a Bíblia X o racismo – parte 10. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 01/03/2023.
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INTRODUÇÃO:
O CÉU: O SEXTO DIA – A CRIAÇÃO DO HOMEM: Parte 50
O racismo versus a bíblia – X
Referência: Genesis 1.27
INTRODUÇÃO: O racismo é um mal próprio do coração do homem caído. Os horrores do ódio racial e étnico são indestrutíveis.
Por todo o mundo, ao longo da história, o massacre de vidas humanas em decorrência de hostilidades, étnicas, tribais, raciais e teológicas é algo que vai além da imaginação.
Se pudéssemos imaginar em cores vividas, não seriamos capaz de suportar a visão desses massacres racistas.
Seja o genocídio Armênio na Turquia em 1915 que levou a aniquilação física de quase 2 milhões de pessoas do povo armênio a maioria era cristã[1] de gregos, assírios, armênios e judeus, que vivia no Império Otomano onde 91% da população era mulçumana.
Um dos intelectuais, médicos e políticos que fizeram parte do comitê para a aniquilação disse:
O Dr. Nazim Bei escreveu[2]:
“Se não existissem os armênios, com uma só indicação do Comitê de União e Progresso poderíamos colocar a Turquia no caminho requerido. O Comitê decidiu liberar a pátria desta raça maldita e assumir ante a história otomana a responsabilidade que este fato implica. Resolver exterminar todos os armênios residentes na Turquia, sem deixar um só deles vivo; nesse sentido, foram outorgados amplos poderes ao governo.
Tudo isso por causa da ideia da superioridade raça. A ideia da sobrevivência do mais apto.
Seja o racismo darwinista do holocausto na Alemanha em 1933, onde cerca de 12 milhões de pessoas foram exterminadas, dentre judeus, eslavos, ciganos e negros.
O racismo darwinista do socialismo (Gulag); campos de concentração socialistas soviéticos mataram, mas de 20 milhões de pessoas e a causa socialista matou mais de 300 milhões (alguns dizem que foi o dobro) de pessoas no mundo, tudo motivado por uma ideologia de ódio e revolução ensinada na universidade.
Em 1994 o genocídio de Ruanda onde quase 1 milhão de negros Tutsis, foram violentamente mortos. O genocídio do povo Tutsis foi devido a influência do racismo evolucionista onde os próprios negros Hutus, consideram os negros Tutsis inferiores devido a sua estrutura óssea diferente dos Hutus.
A ONU e outras nações tinham forças em Ruanda e não fizeram nada, e ainda tiraram suas forças e deixou o massacre acontecer sem qualquer intervenção.
O historiador Chalmers Johnson fala do holocausto asiático em 1945.
Foi um massacre[3] racista-evolucionista de 30 milhões de indonésios, coreanos, filipinos malaios, vietnamitas, cambojanos e burmeses[4], e 23 milhões de indochineses considera pelos japoneses, como raças inferiores.
os japoneses estavam lutando baseado na crença darwinista que a raça yamato [isto é, os japoneses] eram superiores, a mesma crença que motivou Hitler.
Todos esses massacres mostram que o ódio étnico é interminável e que o racismo ainda está longe de terminar.
Se não bastasse a guerra o racismo ainda é um problema vergonhoso na história, como no caso do casamento interracial[5]. Até 1958, somente 4% dos americanos brancos aprovava o casamento interracial.
O casamento interracial era proibido por lei em 16 estados americanos em 1967. Somente em 1998 a Carolina do sul, retirou da sua lei o texto que proibia o casamento de uma pessoa branca com uma negra e 22% era contra essa remoção.
O estado Alabama até o ano 2000 não havia retirado de sua lei a proibição do casamento racial.
Embora também muitos afro-africanos acreditavam que o casamento negro corrói a solidariedade entre a comunidade negra e muitos negros são contrários ao casamento com brancos.
Mesmo depois da revogação o número de casamentos interraciais é uma porcentagem de muito pequena de 2,2% da população casada.
Essas leis refletem convicções racistas de uma nação que foi criada por cristãos, chamada de “novo mundo”, que de novo nunca teve nada.
No Brasil o casamento interracial foi motivo de debate e proposta de leis. A sociedade de eugenia[6] constituída dos principais intelectuais[7], poetas, escritores, políticos e homens da ciência daquela época repudiava o casamento interracial[8].
Somente as Escrituras pode acabar com o racismo. A criação do homem no sexto dia, destrói o racismo na sua raiz. Onde Deus criou o homem e a mulher a sua imagem. Esse homem pecou e ai começou o ódio e a segregação entre as pessoas.
A cruz de Cristo cumpriu a missão de dar fim ao etnocentrismo. Pelo sangue de Jesus aqueles que estavam longe, agora vieram para perto (Efesios 2.13) essa proximidade só possível por causa do evangelho, que faz a paz entre os homens pelo sangue de Cristo.
Fomos comprados para Deus de toda tribo, língua e nação (Apocalipse 5.9). A palavra grega para nação é ethnos, isso abrange toda a diversidade étnica que existe no mundo.
Todos os grupos étnicos, pele vermelha, amarela, marrom, negra e branca ou de qualquer cor.
“E eles foram constituídos reis e sacerdotes”, todos foram unidos em amor e verdade no evangelho. O custo da diversidade foi pago pelo sangue de Jesus.
Todos os homens vieram de um só sangue (atos 17), agora um só sangue redime toda a diversidade. A bíblia condena o racismo de fato.
- O ANTIGO TESTAMENTO E O RACISMO.
O povo Hebreu foi escravizado no Egito por 450 anos, mais tempo que os negros nos tempos modernos de 1600 a 1900. Mesmo sendo um povo escravo, Deus nunca deixou seu povo discriminar nenhum povo.
A separação que Deus pedia do seu povo era por causa de sua fé. Para que não se misturasse com os falsos deuses das nações. Deus nunca aceitou a segregação racial e ele a punir com severidade no meio do seu povo.
- Um caso de racismo no Antigo Testamento.
A Bíblia deixa claro que o que importa é a crença de alguém em Deus, não qualquer aspecto da aparência de uma pessoa. Alguns incidentes raciais nas Escrituras ilustram isso muito bem.
A segunda esposa de Moisés era uma cuxita (descendente do filho de Cam, Cush), e provavelmente tinha a pele mais escura do que a dos israelitas, que deviam ter a pele morena.
Jeremias diz: 13:23 Pode o kushita mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas?”
Cuxita, significa uma mulher vinda de cuxe. Região ao sul do Egito, onde vivia um povo conhecido por sua pela escura, esse povo africano vivia há mais de 2000 anos. Moisés se casou com uma negra africana[9].
Em Números 12, quando Miriam e Arão falaram contra Moisés por causa de sua esposa ‘negra’, Miriam é punida tornando-se ‘branca’ – com lepra.
Na mesma passagem, Deus afirma que Moisés é Seu servo e, como tal, tem uma posição especial perante Ele.
Em nenhum lugar há qualquer indicação de que o casamento de Moisés com a etíope seja condenado. Deus não se irou com o casamento de Moises com uma mulher africana.
Deus fica irado com o racismo de Miriam. Primeiramente Deus defende moisés das acusações racistas e depois atinge Miriam com uma enfermidade terrível que a deixa com uma pele branca como a neve; a lepra, que era considerada a pior maldição sobre alguém.
Há algo mais que a punição de Miriam aqui. Deus retribui o castigo ao pecado da pele. Deus viu a ira racista de Miriam, por causa de um casamento de uma pessoa de pele clara com uma de pele escura.
Considerando que o texto diz que a pele de Miriam ficou branca como a neve por causa da terrível lepra, Deus estava dizendo já que você considera tanto assim a pele branca, vou torná-la branca de um jeito que você jamais teve.
Já que ela menosprezava alguém pela cor de pele, o castigo pelo pecado de racismo foi severo; a lepra branca; a pior de todos os tipos de lepras.
Deus não diz uma única palavra sobre o fato de grande libertador, Moisés, se casar com uma negra. Mas se irrita profundamente com o racismo de Miriam e Arão.
A pele branca neste texto é símbolo de impureza e não a pele escura. Pois Miriam se tornou impura e foi afastada por 7 dias do arraial por sua pele está branca como a neve, com lepra.
A esposa de Moisés era do povo Kush (também traduzido como Etiópia ou Núbia) e os kushitas são geralmente retratados como guerreiros e pessoas ricas, com associações positivas ou neutras[10].
Kush é o pai de Nimrod, um “poderoso guerreiro” (Gn 10:8; 1 Crônicas 1:10). [16]
Um kushita (negro) está entre os guerreiros de confiança de Davi e traz a ele a notícia da morte de Absalão (2 Sam 18:21–32).
O rei kushita (negro) Tirhakah (=Taharka, um faraó da 25ª dinastia), ostensivamente aliado ao rei Ezequias de Judá, marcha contra os assírios (2 Rs 19:9 // Is 37:9). Vários faraós foram negros.
A bíblia retrata muitos do povo Kushita como guerreiros poderosos que possuíam carros e escudos (Jr 46:9). A bíblia fala deles como pessoas preciosas, assim como são as Joias e a riqueza (Is 43:3, 45:14; Jó 28:19).
Ebed-Melech, o eunuco que salva Jeremias da morte na cisterna, é identificado como um kushita (negro africano) (Jr 38:6-14).
Nenhuma dessas passagens reflete uma visão negativa de Kush e dos kushitas. Além disso, nenhum deles exibe uma consciência de cor. Os kushitas parecem ser apenas mais uma nação entre as muitas que aparecem na Bíblia.
- Uma mulher negra na genealogia de Jesus
Tamar aparece pela primeira vez na Bíblia depois que Judá vai para Canaã. Canaã foi a terra que moravam os filhos de Cam.
Então Tamar, a mulher Cananeia (Negra) fica grávida de Judá, e dá à luz aos gêmeos Zerá e Perez, formando a Tribo de Judá, antepassados do rei Davi e de José e Maria, os pais terreno de Jesus Gênesis 38.
Três das mulheres que aparecem na genealogia de Jesus, são mestiças, Tamar, Raabe a cananita, Rute a moabita ( uma prosélita, isto é, uma não-israelita que se converteu à fé de Israel).
Raabe era uma cananeia, que foi poupada porque expressou fé no verdadeiro Deus e escondeu os espias israelitas. Ela se casou com Salmon e foi ancestral de Cristo (Mateus 3).
Ambas as mulheres faziam parte de grupos étnicos desprezados por causa de sua idolatria, mas quando expressaram fé em Deus, foram aceitas em igualdade de condições na comunidade e se casaram com homens judeus (com casamentos inter-raciais!)
- A rainha negra que veio visitar Salomão.
A rainha de sabá era uma negra africana que veio visitar o reino de Salomão para aprender de sua sabedoria, ela vem da Etiópia um pais do norte da África (1 Reis 10: 1-13) e (2 Crônicas 9: 1-12). Em Genesis 10.7 Sabá era neto de Kushi.
A tradição etíope afirma que o nome da rainha era Makeda, mas as Escrituras se refere a ela como a Rainha de Sabá, ou a Rainha do Sul, e sua fama era tal que 2.000 anos depois, Jesus Cristo conhecia seus feitos.
Jesus se referiu a ela dizendo que tinha vindo dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão (Mt 12.42), e que ela se levantará no último dia para condenar aqueles que não creram no messias.
Ela veio a Jerusalém “com uma comitiva muito grande, com camelos carregando especiarias, e muito ouro e pedras preciosas” ( I Reis 10:2). “Nunca mais houve tamanha abundância de especiarias” (10:10; II Crônicas 9:1–9) como as que ela deu a Salomão.
Ela veio “para prová-lo com perguntas difíceis”, que Salomão respondeu para sua satisfação e a recebeu com muita alegria empatia.
Ele a encheu de presentes e ela voltou para sua terra convertida ao Deus de Israel, cheia de admiração e encantamento por tudo o que ela viu e como ela foi recebida com tanta honra e majestade.
Ela não foi alvo de racismo ela foi amada, admirada e honrada como uma rainha. A cor de sua pele nunca é mencionada, pois isso nunca foi importante. A sabedoria divina dada a Salomão nunca foi preconceituosa.
- O NOVO TESTAMENTO E O RACISMO.
Aparentemente algumas das declarações de Jesus nos Evangelhos são racialmente orientadas. Jesus disse que foi enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel e proibiu seus discípulos de irem aos gentios.
Ele fez declarações referindo-se à cegueira espiritual estereotipada e à depravação dos gentios, advertindo os judeus a não seguirem suas práticas.
Ninguém pode tirar esses episódios do seu contexto e dizer que Jesus tolerasse o racismo.
Jesus elogiou a fé do centurião e da mulher cananeia – ele disse que a fé do primeiro era maior do que qualquer outra que Ele havia encontrado em Israel.
Mesmo em uma época em que ministrava quase exclusivamente aos judeus, Ele imaginou um tempo em que a salvação viria para os gentios.
E Ele explicitamente ordenou a Seus discípulos que fossem a todas as nações e as evangelizassem.
Nosso próprio Senhor Jesus provavelmente tinha uma pele mais escura do que imaginamos, não muito diferente da pele morena comum entre os habitantes do Oriente Médio hoje.
O estudioso bíblico de Princeton, James Charlesworth, chega a dizer que Jesus era “provavelmente marrom escuro e bronzeado pelo sol”.
As primeiras representações de um Jesus adulto o mostravam com um “elemento oriental” e pele morena[11].
Mas por volta do século VI, alguns artistas bizantinos começaram a retratar Jesus com pele branca, barba e cabelo repartido ao meio. Essa imagem se tornou o padrão
Alguns cristãos do século 18, ansiosos para justificar as crueldades da escravidão, fizeram de tudo para apresentar Jesus como branco.
Ao negar sua verdadeira identidade como uma minoria oprimida de pele escura, os senhores de escravos foram mais capazes de justificar a hierarquia senhor-escravo e esquecer o ministério de Jesus para libertar os oprimidos (Lucas 4.18,19)
- Um negro ajudou Jesus a carregar a cruz.
Os três evangelhos sinópticos são unânimes em afirmar que um certo Simão de Cirene ajudou Jesus a carregar a cruz, a caminho do Calvário (Mt 27.32; Mc 15.21; Lc 23. 26).
Cirene fica no norte da África, na Líbia, eles são africanos de pele escura. Então um negro ajudou a Jesus carregar sua Cruz.
O evangelho de Marcos diz: “E constrangeram um certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz (Marcos 15:21).
O apostolo Paulo mais tarde menciona eles na igreja de Roma. Saúdem Rufo, eleito no Senhor, e sua mãe, que tem sido mãe também para mim.
Romanos 16:13. Paulo diz que tinha a mãe de Rufo, uma negra em grande estima. E diz que ela tem sido uma mãe para ele.
- Um negro foi o primeiro gentio a se converter.
O livro de Atos é em grande parte a história dos esforços da igreja primitiva para obedecer à Grande Comissão. A princípio, o Evangelho foi principalmente para os judeus e tementes a Deus, e depois para os samaritanos.
Em atos 8 o primeiro gentio que se converter ao cristianismo depois dos samaritanos foi um filho de Cam, do mesmo reino da rainha de Sabá, na Etiópia.
Mesmo antes da conversão do Apostolo Paulo um semita, um filho de Cam é salvo e ele terá um grande impacto, como veremos com mais detalhes, e provavelmente será o responsável pelo estabelecimento ou expansão da igreja copta em grande parte da África.
Enquanto, segundo a tradição, Marcos, o Evangelista, foi um dos primeiros a levar o evangelho a Alexandria, no Egito, onde o ramo copta do cristianismo começou a se desenvolver e se espalhar, o eunuco etíope levou a semente do cristianismo para a África Oriental.
Esse homem talentoso revelou o alto grau de responsabilidade organizacional e administrativa que existia nos escalões superiores da cultura etíope.
A Bíblia o descreve como um eunuco de grande autoridade sob “Candace, a rainha dos etíopes, e ele era responsável por todo o seu tesouro” (Atos 8:27).
De acordo com os estudos lexicais gregos padrão, a palavra etíope é de origem grega. Literalmente significa “cara queimada”. O termo eunuco não denota necessariamente emasculação; pode referir-se a altos funcionários militares e políticos.
O relato bíblico do oficial etíope é significativo por dois motivos. Primeiro, reconhece a existência de um reino de povos de pele escura na época do cristianismo do primeiro século.
Em segundo lugar, registra a continuação do cristianismo na África depois de ter sido iniciado pelos primeiros prosélitos judeus africanos que se converteram no Pentecostes (Atos 2:10).
Este relato do encontro de Filipe com o oficial etíope confirma a promessa de Deus em Sofonias 3:9–10:
“Pois então darei aos povos lábios purificados, para que todos invoquem o nome do Senhor, para servi-lo ombro a ombro. Do além dos rios da Etiópia, meus adoradores, Meus dispersos, trarão Minhas oferendas.”
Esses versículos mostram o desejo de Deus: Ele deseja chamar a Si os povos do continente africano, não à servidão e ao desdém, como alguns fizeram incorretamente, mas à fraternidade com todos os homens para servi-Lo “ombro a ombro”.
Como vemos na história, a influência do eunuco etíope alcançou gerações e transformou toda uma cultura para Cristo. Segundo a tradição, a atual Etiópia já foi o poderoso reino de Axum.
Seu rei, Ezaha, tornou-se um dos primeiros governantes mundiais a tornar o cristianismo a religião oficial de seu reino, que se tornou um importante centro de fé.
Quando Marco Polo (1254-1324) visitou a Etiópia, referiu-se a ela como uma magnífica terra cristã. Em 1173, os etíopes foram recebidos por uma reunião de líderes da igreja em Constantinopla.
Entre 1200–1500, a dinastia Zagwe governou a terra e liderou uma expansão da igreja. Um deles, Zara Yaqob, trabalhou para expurgar a Etiópia da religião tradicional africana.
Na década de 1480, a Igreja de Santo Stefano degli Abissini foi construída em Roma especificamente para uso dos visitantes e colonos etíopes. A etiópia tem a fé mais antiga da África.
Uma vez que a igreja etíope não foi produto de influências europeias, ela desenvolveu seus próprios costumes religiosos distintos e um cânon ligeiramente diferente das Escrituras. Até hoje, a igreja etíope leva adiante esses distintivos.
- Negros doutores e profetas na igreja.
A igreja em Antioquia rapidamente se torna um centro importante para a liderança da atividade missionária e o Espirito Santo enche e capacita um grupo de 5 homens com Dons Espirituais.
Em Atos 13:1 é citado 5 “doutores e profetas” e dentre eles, dois eram negros, o primeiro era Simeão, chamado Níger, “literalmente o negro”, e o outro era Lucio de Cirene, um africano.
Eles eram pastores da igreja de Antioquia, e eles juntos com os outros vão impor as mãos sobre Paulo e barnabé para enviá-lo ao campo missionário.
- Um mestiço foi chamado de poderoso nas escrituras.
O próximo é Apolo. Posso ouvir as pessoas levantando as sobrancelhas: Apolo? Bem, um pequeno detalhe que não podemos perder no livro de Atos é que ele veio de Alexandria (Atos 18:24).
Alexandria era a maior cidade do Egito na África. Apolo era companheiro de Paulo, pregando e ensinando o evangelho em todo o Mediterrâneo, especialmente em Corinto e Éfeso. (Atos 18:24).
E ele era um mestiço, descendente de negros e não tinha pele branca como os europeus e nem olhos azuis.
III. RACISMO NA IGREJA PRIMITIVA.
A história da Igreja primitiva também proíbe qualquer racismo. A acreditar na tradição da Igreja, Filipe foi para a Índia e lá foi martirizado. André pregou na Armênia. Outros foram para África, Etiópia, Pérsia, Espanha etc..
Os primeiros cristãos tinham como prioridade se espalhar por todo o mundo se fazer qualquer distinção de povo, tribo ou língua.
A maioria dos primeiros cristãos seria considerada como africano na classificação de hoje. Agostinho o grande teólogo da igreja, era do norte da África e, portanto, um homem de pele escura.
Os primeiros cristãos alexandrinos maioria com pele escura foram responsáveis pelas primeiras cópias do Novo Testamento que sobreviveram até os dias atuais.
Foram os bispos africanos que disseram ao papa romano Zósimo para entrar na linha quando ele se aliou à heresia pelagiana no Século IV.
Este foi um momento incrivelmente importante no início da história da Igreja e na Reforma posterior. No concilio de Niceia tem muitos bispos de pele escuras de vários lugares do norte da África.
Além disso, temos um bom número de teólogos africanos e dos primeiros pais da Igreja que foram uma influência que contribuiu para os escritos dos reformadores no Século 16 como Lutero e Calvino.
- Os grandes teólogos da igreja eram mestiços.
Tertuliano da Tunísia (então Cartago), que escreveu sobre uma ampla gama de questões teológicas, o maio pai dos primeiros tempos apostólicos e foi um grande apologista
Ele se tornou montanista um movimento pentecostal no segundo século que se opôs a corrupção da igreja principal.
Montano natural da Frigia, por certo era mestiço e foi o pai montanismo, que ganhou atenção da igreja devido a ênfase nos Dons Espirituais. Wesley disse que montano foi um dos homens mais santos que o mundo já viu.
Atanásio de Alexandria, pai da ortodoxia, foi crucial para o desenvolvimento da teologia trinitária da igreja primitiva. Na controvérsia ariana, ele defendeu quase sozinho a divindade do Filho. Ele era negro e pequeno, e foi chamado de o Anão Negro.
Agostinho da Argélia (Hipona) é indiscutivelmente o teólogo mais importante da igreja primitiva e era mestiço.
Aurélio da Tunísia (Cartago) enfatizou o ensino de novos cristãos, desempenhou um papel no movimento monástico e estabeleceu um seminário inicial para cristãos em seu mosteiro.
Clemente de Alexandria se envolveu com a filosofia helenística e encorajou as comunidades helenísticas a adotar o cristianismo. Ele era um mestiço.
Cipriano da Tunísia (Cartago) contribuiu com escritos pastorais significativos e se concentrou no corpo da igreja.
Orígenes de Alexandria possui um corpus literário abrangente. Muito dele é dedicado à exegese, homilética e crítica textual.
Todos eles africanos e mestiços, não tinham de pele branca e olhos azuis e cabelos loiros, embora tivessem também teólogos de pele branca.
Na verdade, esses povos de pele branca que conhecemos hoje como germânicos e anglos saxões, caucasianos, ‘superiores’; eram pagãos e selvagens, até que esses grupos de povos que hoje são vistos como mestiços, ‘inferiores’ enviaram missionários para eles!
Até o século VIII aquilo que conhecemos de Inglaterra, não passava de um bando de selvagens, mas foram “cristãos mestiços” que os evangelizou e os educou.
Hoje, exatamente aqueles povos que foram alvo do racismo, exploração, escravidão e genocídios são os povos onde o cristianismo está crescendo mais rápido, como o ‘sul global’, na América do Sul e na África.
Esses cristãos geralmente enfrentam perseguições e dificuldades que muitos cristãos ocidentais achariam difíceis de imaginar, incluindo cristãos de Uganda que rotineiramente têm seus membros decepados.
Os cristãos chineses que já foram considerados uma sub-raça pelos japoneses, tem milhões igrejas clandestinas que enfrentam perseguição e prisão e são um exemplo para o mundo cristão.
Aqueles que sugeriram no passado que éramos uma sub raça de selvagens e que de alguma forma éramos incapazes de ter a fé verdadeira, agora estão sendo desenvangelizados por nós.
- A Escrituras diz que todos os povos são amados por Deus.
O salmo 67
Deus seja misericordioso conosco e nos abençoe,
E faça Seu rosto brilhar sobre nós – Selah.
Para que o teu caminho seja conhecido na terra, a
tua salvação entre todas as nações.
Louvem-te os povos, ó Deus;
Que todos os povos Te louvem.
Alegrem-se as nações e cantem de júbilo;
Pois tu julgarás os povos com retidão
e guiarás as nações na terra ( Salmos 67:1–4 ).
Deus enviou o Messias como “ uma luz para as nações ” ( Isaías 42:6 , também 49:6 ). Prevê-se que o Egito e a Assíria se tornem povos de Deus, assim como Israel ( Isaías 19:23–25 ).
Deus diz que abençoará as nações que invocarem o Seu nome (Jeremias 12:14–17). Zacarias 2:10–11 é ainda mais claro:
“ Exulta e exulta, ó filha de Sião; porque eis que venho e habitarei no meio de ti ”, declara o SENHOR. 11 “Naquele dia, muitas nações se unirão ao Senhor e se tornarão o meu povo”.
Existem centenas de passagens semelhantes nas Escrituras – qualquer um que leia os profetas do AT deve estar familiarizado com eles.
As nações são julgadas quando são hostis a Deus. Quando eles vivem na pratica do pecado. Deus é o supremo juiz que julga as nações. Hoje todas as nações são convidadas a adorar o verdadeiro Deus.
Toda a humanidade tem o mesmo problema de pecado. Nosso ancestral comum, Adão, se rebelou contra Deus, assim como cada um de seus descendentes. Deus enviou Cristo, o último Adão, para levar o castigo pelos pecados do mundo inteiro para que qualquer um que O invocar possa ser salvo.
Os cristãos são ordenados a levar esta mensagem a todas as nações, sem distinção de raça. A Bíblia indica que Deus abençoará este esforço e o tornará bem-sucedido, porque pessoas de todas as nações e línguas estarão presentes em Seu retorno.
CONCLUSÃO:
Em um dos sermões mais famosos de Paulo, em Atenas no Areópago, ele disse:
“Ele fez de um homem toda nação da humanidade para viver em toda a face da terra, tendo determinado seus tempos designados e os limites de sua habitação, para que buscai a Deus, se porventura, tateando, o possam encontrar, ainda que não está longe de cada um de nós… ” ( Atos 17:26–27 ).
Portanto, é possível para toda a humanidade buscar e encontrar Deus.
Paulo declara em termos inequívocos que a salvação não depende de sexo ou raça — “nem homem nem mulher, nem judeu nem grego”. O que importa é a resposta de alguém ao Evangelho.
O Apocalipse diz especificamente que pessoas de todas as tribos, línguas e nações estarão presentes diante do Trono — o Céu não é um lugar onde os racistas gostariam de estar!
[1]Içduygu, Ahmet; Toktas, Şule; Ali Soner, B. (1 de fevereiro de 2008). «The politics of population in a nation-building process: emigration of non-Muslims from Turkey». Ethnic and Racial Studies. 31 (2): 358–389. doi:10.1080/01419870701491937
[2] Guenter Lewy: O caso armênio. A politização da história. O que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu. Klagenfurt / Celovec 2009, p 70.
[3] Johnson, The Looting of Asia. Pode não ter sentido tentar estabelecer qual dos dois agressores do Eixo na II Guerra Mundial, Alemanha ou Japão, foi o mais brutal para as pessoas que vitimou. Os alemães mataram seis milhões de judeus e 20 milhões de russos [isto é, de cidadãos soviéticos]; os japoneses assassinaram algo como 30 milhões de filipinos, malaios, vietnamitas, cambojanos, indonésios e burmeses e pelo menos 23 milhões de chineses étnicos. Ambas as nações saquearam os países conquistados, numa escala monumental, embora os japoneses tenham pilhado mais, por um período mais longo, do que os nazistas. Ambos escravizaram milhões e os exploraram como trabalhadores forçados — e, no caso dos japoneses, como prostitutas [forçadas] para tropas nas linhas de frente. Se você era um prisioneiro de guerra dos nazistas de origem britânica, estadunidense, australiana, neozelandesa ou canadense (mas não russa) tinha 4% de chance de morrer antes do fim da guerra; [comparativamente,] o índice de mortalidade dos prisioneiros de guerra aliados mantidos pelos japoneses era de quase 30%.
[4]Yuki Tanaka, 1996, Hidden Horrors, p.2-3
[5] John piper, o racismo e a cruz de cristo, editora vida nova, p. 212
[6] Sílvio Romero, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (e que dá nome a uma grande praça em São Paulo), acreditava que a “solução” era outra: deixar os negros morrerem.
[7] Euclides da Cunha, outro membro da Academia Brasileira de Letras e um dos mais importantes autores da literatura nacional, também tratou de raça e miscigenação sob um olhar eugenista. Em Os Sertões (1902), ele associa mestiçagem, degeneração e criminalidade: “O mestiço … é, quase sempre, um desequilibrado (…), um decaído, sem a energia física dos ascendentes selvagens, sem altitude intelectual dos ancestrais superiores”.
Mas era nas faculdades de medicina e psiquiatria que as convicções eugenistas atingiam seu estado mais avançado. Raimundo Nina Rodrigues – que até hoje dá nome ao Instituto Médico Legal (IML) de Salvador e a um hospital em São Luís do Maranhão – foi quem começou a adaptar à realidade brasileira as ideias racistas de teóricos como Cesare Lombroso, criador da teoria do “criminoso nato”. Em Mestiçagem, Degenerescência e Crime, Nina Rodrigues descreve o mestiço e o negro como “naturalmente delinquentes”. Com base nisso, ele propôs uma reforma penal que atribuísse penas mais rígidas para africanos e seus descendentes.
A restrição racial de imigrantes que, até então, era apenas projeto de lei, foi oficializada pelo Decreto nº 7.967 de 1945, assinado por Getúlio Vargas. O texto diz, com todas as letras, que a admissão de imigrantes no Brasil era condicionada “à necessidade de preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características mais convenientes da sua ascendência europeia”.
Concursos de beleza que elegiam as crianças e adultos com as melhores “qualidades eugênicas” foram promovidos por emissoras populares de rádio, como a Tupi, e apoiados financeiramente pela Secretaria Geral de Educação e Cultura.
[8] https://www.geledes.org.br/racismo-disfarcado-de-ciencia-como-foi-a-eugenia-no-brasil/?gclid=Cj0KCQiA6fafBhC1ARIsAIJjL8mGAysgeEdGb0RAPTY7g8Qepo8UuRABDcOGeNr0nzkjND1yqY0Tsm8aAjZlEALw_wcB
[9] Algumas tradições antigas fora da Torá mostram que Moisés se casou com esta mulher enquanto ele era jovem e fazia parte da casa do Faraó, e colocam Moisés no sul do Egito, na área de Kush. De acordo com Josefo ( Ant . 2.252-253; baseado em Alexander Polyhistor), Moisés quando jovem lidera uma campanha contra a Etiópia em nome do Egito. Na campanha ele encontra Tharbis, a filha do rei etíope, e se casa com ela após sua vitória.
O autor greco-judaico Artapanus de Alexandria ( século II a.C. ) também relata esta mesma história a respeito de Moisés.
De acordo com esse entendimento, Moisés tem uma esposa kushita além de sua esposa midianita, Zípora.
https://www.thetorah.com/article/moses-black-skinned-wife-what-does-the-torah-think-of-her
[10] Randall Bailey sugere dividir as referências bíblicas a Cush em três tropos: 1. Como um símbolo de grande poder militar (2 Crônicas 12:3, 14:9); 2. Como norma de avaliação (Amós 9:7, Is 43:3); e 3. Como símbolo de riqueza (Is 45:14, Jó 28:19, Sl 68:28-35, Dn 11:43). “Beyond Identification: The Use of Africans in Old Testament Poetry and Narratives,” in Felder, Stony the Road , 172-7
[11]Disponível em: https://www.christianitytoday.com/ct/2016/april/why-jesus-skin-color-matters.html acesso em 01/03/2023