Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 81 – O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 59). Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 7). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 03/05/2023.
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INTRODUÇÃO
Na busca de um paraíso sem Deus, os homens criaram um inferno. A revolução francesa do século 18 é considerado pelos secularistas como o evento mais importante da humanidade.
Numa tentativa de apagar o nascimento de Jesus, que divide a história. A iniciativa maldosa de chamar a idade média de era das trevas e o iluminismo o século das luzes, é uma inversão de valores desonesta.
O iluminismo foi a verdadeira era das trevas. O terror da revolução francesa, mostrou o que a erudição humana pode fazer, como foi o caso dos Philosophes[1]” (intelectuais cujos escritos influenciaram o iluminismo) podem perverter a noção de liberdade, igualdade e fraternidade, para esconder toda tirania e destruição.
A revolução francesa é uma tentativa fracassada de copiar a Inglaterra que fez sua revolução baseada na Palavra de Deus, e por isso prosperou. A França conheceu o terror e fracassou em produziu uma revolução sem Deus.
Tudo o que a utopia do progresso constante pôde produzir foi o caos. A tentativa de remover Deus do discurso público e depois da memória, destruiu a noção de civilização.
Enquanto eles alegavam que a impiedade traria uma era de paz, em vez disso trouxe o século mais sangrento da história.
- PRELÚDIO DA REVOLUÇÃO DO TERROR.
Compreensivelmente, um evento tão complexo quanto a Revolução Francesa de 1789 não tem uma causa simples.
Os estudiosos interpretaram as origens da Revolução de diferentes maneiras, explorando fatores como a filosofia do Iluminismo, crises políticas e conflitos entre classes sociais[2].
Livros inteiros desvendam esses tópicos em detalhes. Por enquanto, vejamos uma visão geral dos principais eventos.
Antes da Revolução, a França tinha um tipo de sociedade feudal, com uma família real reinando sobre três camadas sociais chamadas Estates (estados).
O Primeiro Estado continha o alto clero na igreja oficial, que possuía cerca de 10% das terras da França[3] e coletava dízimos de outros Estados[4].
Os Nobres, que possuíam títulos da nobreza – mas nem sempre riqueza – compunham o Segundo Estado.
O Terceiro Estado mantinha todos os outros, incluindo camponeses, padres e burgueses que eram plebeus da classe média alta, que eram tradicionalmente excluídos da nobreza, apesar de às vezes ostentarem mais riquezas[5] que os nobres.
Enquanto a nobreza pagava alguns impostos, o complicado sistema tributário da França privilegiava os dois primeiros Estados[6] e maior carga tributariam caia sobre o terceiro estado.
Em 1787, o controlador geral das finanças francesas propôs reformas a esse sistema para ajudar a resolver as terríveis dificuldades financeiras do governo[7].
No entanto, a resistência a essas propostas levou o rei Luís XVI a convocar os Estados Gerais, uma reunião de representantes dos três Estados, o que não acontecia há 175 anos[8].

Em 5 de maio de 1789, chegou o momento. Os Estados se reuniram – e imediatamente discordaram sobre como conduzir a reunião. Se deveriam contar os votos de acordo com indivíduos ou Estados?[9]
A contagem por Estado significaria que o consenso do Segundo e do Primeiro Estado poderia substituir o Terceiro Estado, que representava a maior parte da França.
Sem nenhuma decisão tomada até a terceira semana de junho, os representantes do Terceiro Estado resolveram o problema por conta própria, autodenominando-se Assembleia Nacional[10].
- O oportunismo jacobino.
Depois de ser impedido de entrar no salão de reuniões reais em 20 de junho, por pertubar o ordem.
Os jacobinos que era o maior partido da franca e tinha apoio das classes mais baixa, constituiu uma Assembleia Nacional e se reuniu nas quadras de tênis do rei e jurou não sair até elaborar uma nova constituição nacional.
Logo surgiram falsos rumores de que os escalões superiores da França estavam conspirando contra o Terceiro Estado, alimentando o medo público, a inquietação e o caos que culminou em um confronto violento quando multidões invadiram a fortaleza da Bastilha[11](onde ficava a família real).
Em 4 de agosto, os rebelados criando uma Assembleia Nacional, na intenção de ganhar a atenção das multidões, anunciou a abolição do dízimo e do feudalismo, que exigiam que os camponeses pagassem taxas aos proprietários de terras[12].
Algumas semanas depois, a Assembleia divulgou um documento destinado a servir de base ideológica para o nascente governo revolucionário: a famosa Declaração dos Direitos do Homem[13]
- A Declaração dos Direitos do Homem.
Vejamos os artigos dessa lei.
- Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser fundadas no bem geral.
- Toda associação política tem por fim a preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão.
- O princípio de toda a soberania reside essencialmente na nação. Nenhum órgão ou indivíduo pode exercer qualquer autoridade que não provenha diretamente da nação.
- A liberdade consiste na liberdade de fazer tudo o que não prejudique ninguém; portanto, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem limites, exceto aqueles que asseguram aos demais membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados por lei.
- A lei só pode proibir as ações prejudiciais à sociedade. Nada pode ser impedido que não seja proibido por lei, e ninguém pode ser forçado a fazer nada que não esteja previsto em lei.
- A lei é a expressão da vontade geral. Todo cidadão tem o direito de participar pessoalmente, ou por meio de seu representante, de sua fundação. Deve ser o mesmo para todos, quer proteja, quer castigue.
Todos os cidadãos, sendo iguais perante a lei, são igualmente elegíveis para todas as dignidades e para todos os cargos e ocupações públicas, segundo as suas capacidades, e sem distinção senão a das suas virtudes e talentos.
- Ninguém pode ser acusado, detido ou encarcerado senão nos casos e segundo as formas previstas na lei. Qualquer pessoa que solicite, transmita, execute ou faça executar qualquer ordem arbitrária será punida. Mas qualquer cidadão convocado ou preso em virtude da lei deve submeter-se sem demora, pois a resistência constitui crime.
- A lei só preverá as penas que sejam estrita e obviamente necessárias, e ninguém sofrerá pena que não seja legalmente infligida em virtude de lei aprovada e promulgada antes da prática do delito.
- Como todas as pessoas são consideradas inocentes até que sejam declaradas culpadas, se a prisão for considerada indispensável, toda aspereza não essencial para a segurança da pessoa do prisioneiro será severamente reprimida por lei.
- Ninguém deve ser inquietado por causa das suas opiniões, incluindo as suas convicções religiosas, desde que a sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida na lei.
- A livre comunicação de idéias e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever e imprimir com liberdade, mas responderá pelos abusos dessa liberdade que vierem a ser definidos em lei.
- A segurança dos direitos do homem e do cidadão requer forças militares públicas. Essas forças são, portanto, estabelecidas para o bem de todos e não para vantagem pessoal daqueles a quem serão confiadas.
- A contribuição comum é essencial para a manutenção das forças públicas e para o custeio da administração. Este deve ser distribuído equitativamente entre todos os cidadãos na proporção de seus meios.
- Todos os cidadãos têm o direito de decidir, pessoalmente ou por seus representantes, quanto à necessidade da contribuição pública; conceder isso livremente; saber para que usos é colocado; e fixar a proporção, a forma de lançamento e de recolhimento e a duração dos tributos.
- A sociedade tem o direito de exigir de todo agente público prestação de contas de sua administração.
- Uma sociedade em que não esteja assegurada a observância da lei, nem definida a separação dos poderes, não tem constituição alguma.
- Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém dela poderá ser privado, salvo quando a necessidade pública, legalmente determinada, o exija expressamente, e desde que o proprietário tenha sido prévia e equitativamente indemnizado.
3. Uma lei com fundamento fraco.
Esta declaração mostra um esforço impressionante para fundamentar a justiça, a liberdade e a igualdade nas ideias humanas, e não na Palavra de Deus.
O documento começa:
Os representantes do povo francês, organizados em Assembleia Nacional, acreditando que a ignorância, negligência ou desprezo dos direitos do homem são a única causa das calamidades públicas e da corrupção dos governos, decidiram estabelecer em uma declaração solene os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem[14].
Já podemos ver que a Assembleia não partiu do fundamento da Escritura, visto que atribuíram o problema central da humanidade, o fato de ser ignorado os “direitos do homem”, e não no fato do homem ter pecado contra Deus. O problema é que a Palavra de Deus estabelece a base para os direitos humanos que a Assembleia pressupôs. Afinal, Gênesis revela que Deus criou os humanos à sua imagem com dignidade, valor e significado inerentes.
Mas cosmovisões que rejeitam Deus e aceitam apenas explicações materiais não têm base para tais direitos – não apenas porque os humanos se tornam iguais aos animais, mas também porque os próprios direitos são imateriais, incapazes de existir em um universo puramente material.
É verdade que a visão de mundo da Assembleia Nacional da França parecia mais deísta do que materialista, proclamando os direitos do homem “sob os auspícios do Ser Supremo”.
Mas um nebuloso “Ser Supremo” não revela padrões morais claros por meio das Escrituras. Os humanos devem determinar esses padrões por conta própria.
Os padrões resultantes podem parecer convincentes, mas não podem apelar para nenhum fundamento mais elevado do que o raciocínio humano falível para definir, defender e exigir a “bondade” moral.
Tomemos, por exemplo, esta linha crucial da Declaração:
“A liberdade consiste na liberdade de fazer tudo o que não prejudique ninguém; portanto, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem limites, exceto aqueles que asseguram aos demais membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites só podem ser determinados por lei.”[15]
Isso pode parecer razoável à primeira vista. Mas se pararmos e pensarmos sobre isso, basear a moralidade objetiva em qualquer coisa que não seja um Deus pessoal levanta sérios problemas.
Por exemplo, sem a Palavra de Deus como autoridade, quem pode definir de forma absoluta e consistente o que significa prejudicar ou por que prejudicar alguém é errado?
As tentativas de definir o bem e o mal à parte de uma verdade externa enraizada no caráter imutável de Deus tornam-se arbitrariamente circulares.
Dizer que “prejudicar” os outros causa “lesão” e, portanto, é “errado” é apenas outra maneira de dizer que ações ruins causam resultados ruins e, portanto, são ruins. E isso é um argumento circular.
Mas o que torna a “maldade” fundamentalmente ruim baseia-se em nada mais alto do que cálculo, opinião e retórica de humanos caprichosos.
Como resultado, os seres humanos podem redefinir o mal de maneiras que justificam a guilhotina de milhares de pessoas – apesar de teoricamente se oporem a danos e lesões.
A redefinição da linguagem reflete as tentativas dos humanos de redefinir a verdade — e com ela, a moralidade, a ética e a justiça.
Quando um grupo de humanos (como a Assembleia Nacional) se torna a autoridade da verdade dessa maneira, o resultado é o totalitarismo e o genocídio.
De fato, quase 200 anos após a Revolução Francesa, o psiquiatra Robert Lifton observou que redefinir a moralidade e manipular a linguagem eram marcas da “reforma do pensamento” (lavagem cerebral) nos regimes comunistas totalitários[16].
Para impor seu próprio poder, os estados totalitários devem subjugar—ou eliminar—qualquer um e qualquer coisa que tenha uma autoridade superior, incluindo a Palavra de Deus.
O resultado é o tipo de descristianização que se desenrolou durante a Revolução Francesa. Vamos investigar as principais etapas envolvidas.
Objetos de valor retirados de igrejas sendo levados à Convenção Nacional como “espólios de superstição”[17].
- MARCAS DA DESCRISTIANIZAÇÃO
Seja olhando para a Revolução Francesa ou regimes totalitários posteriores, descobrimos que os programas de descristianização tendem a envolver padrões recorrentes de etapas que servem como um alerta hoje.
O diabo já usou esses mesmos padrões anteriormente na perseguição que o império romano fez contra a igreja primitiva, e veremos nessa série de sermões.
Aqui estão três dessas etapas, que não necessariamente se desdobram em uma ordem definida, podem acontecer simultaneamente.
Essas etapas de descristianização também podem ocorrer em ciclos com diferentes níveis e geralmente aumentando em intensidade. Vejamos:
- Exigir fidelidade total.
Como parte da descristianização, novas políticas começam a ordenar que a igreja se curve à autoridade do estado acima da autoridade de Deus.
Oficialmente, o estado pode manter uma política de liberdade ou tolerância religiosa; no entanto, essa tolerância só se aplica na medida em que os cristãos se submetem ao estado.
Onde a Escritura entra em conflito com o estado, os cristãos são instruídos a comprometer a Palavra de Deus para se acomodarem a uma cultura antibíblica.
Como resultado, a cristandade regional tende a se dividir em uma “igreja oficial” que obedece ao regime e uma “igreja não oficial” que opera sob o radar, se tornando alvo da perseguição intolerante.
- Remova a influência cristã.
Para mostrar que o estado, e não Deus, é considerado a autoridade final, os regimes totalitários começam cada vez mais a suprimir, marginalizar e vilanizar a igreja.
Os líderes cristãos, especialmente dentro da igreja não oficial, são alvos estratégicos nas fases iniciais.
Mas eventualmente, nenhum cristão está imune. Sinais visíveis de influência cristã desaparecem à medida que as igrejas fecham, as os símbolos e calendários cristãos desaparecem e os cultos cessam.
Enquanto isso, a cultura popular ajuda a pintar o cristianismo como ultrapassado, na melhor das hipóteses, e perigoso, na pior das hipóteses.
Para acelerar, justificar e reunir apoio público para uma descristianização mais extrema, o regime começa a pintar os cristãos bíblicos como “inimigos do estado” e a usar os cristãos como bodes expiatórios para as crises locais.
- Substitua o Cristianismo por uma cosmovisão alternativa.
Como seres espirituais, os humanos precisam de uma saída para a adoração.
Líderes do regime, filósofos ou celebridades que incorporam os ideais do regime podem se tornar objetos de adoração em vez do cristianismo, mesmo que o próprio sistema totalitário desempenhe o papel de “Deus”.
Enquanto isso, as pessoas podem se voltar para formas não-cristãs de espiritualidade que se misturam com – ou giram em torno – da religião do estado.
Essas novas espiritualidades às vezes incluem rituais destinados a zombar do cristianismo, levando para casa a agenda da descristianização.
Com essas características em mente, vamos ver como as etapas se desenrolaram durante a Revolução Francesa.
A destruição de um altar de igreja durante a descristianização da França[18]. Onde as igrejas foram saqueadas e profanadas.
III. A REVOLUÇÃO CONTRA O CRISTIANISMO
- O mito da vontade geral.
Como um indício inicial de que a Revolução exigiria lealdade total, a Declaração dos Direitos do Homem no artigo 10 declarou:
“Ninguém deve ser inquieto por causa de suas opiniões, incluindo suas opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida por lei[19]”.
O problema era que a Declaração definia a lei não como uma expressão da moralidade objetiva que a Palavra de Deus fornece, mas como “a expressão da vontade geral”[20].
Isso claramente não sugere que a Bíblia forneça diretrizes para todas as leis cívicas, como regulamentos de zoneamento ou regras de trânsito.
A questão aqui é se o fundamento para a existência de leis — e para os padrões que usamos para determinar, avaliar e entender essas leis — é a moralidade objetiva enraizada no caráter de Deus ou a moralidade subjetiva enraizada na percepção humana.
Embora a “Vontade Geral”, não seja a vontade do povo, mas de uma elite dominadora. Mas hipoteticamente imaginemos se fosse a vontade do povo.
Então se a vontade do povo mudou, a lei também deve mudar. Isso significava que a liberdade religiosa existia no papel, desde que o Estado permanecesse a autoridade para a verdade e para determinar os limites dessa liberdade – limites que poderiam mudar com a “vontade geral[21].
- Cristianismo: Inimigo número um.
Dentro de alguns anos, essa fachada hipócrita de tolerância religiosa desmoronaria, desmascarando uma guerra contra o cristianismo.
A máscara caiu lentamente no início. Alguns meses após o decreto de agosto de 1789 para abolir o dízimo, a Assembleia decidiu simplificar os problemas financeiros da França assumindo o controle de terras pertencentes à igreja[22].
No verão seguinte, a demanda da Revolução por fidelidade total se intensificou por meio de uma legislação conhecida como “A Constituição Civil do Clero”[23].
Como o historiador Noah Shusterman descreveu:
“A Constituição Civil foi a tentativa da Assembleia Constituinte de remodelar a igreja, de torná-la parte da Revolução — e, no processo, fortalecer a autoridade do governo sobre a igreja”.
Muitos clérigos se opuseram à Constituição que, em novembro de 1790, a Assembleia emitiu um ultimato: o clero poderia assinar a Constituição ou perder seus cargos e pensões[24].
Cerca de 45% dos clérigos se recusaram a assinar, dividindo a igreja em ramos oficiais (“Constitucionais”) e clandestinos (“refratários[25]”)[26].
Com as linhas traçadas, a remoção da influência cristã ganhou força. Em agosto de 1792, a Assembleia ordenou que o clero refratário deixasse a França ou fosse exilado à força na Guiana[27] francesa[28].
Incidentes de brutalidade contra freiras já haviam começado, sem impedimento da Guarda Nacional, na primavera de 1791. Então, em 1793-1794, a máscara caiu completamente durante o Reinado do Terror.
O clero não podia mais se esquivar da perseguição por ser “constitucional”; todos os padres e protestantes, sejam refratários ou não enfrentaram o ultimato de renúncia ou prisão – ou pior[29].
- Controle absoluto
A escuridão só aumentou depois que a Lei dos Suspeitos, em setembro de 1793, decretou a prisão de “inimigos da liberdade”, incluindo qualquer um que não tivesse obtido um— “certificado de boa cidadania”[30].
Como se fosse a marca da besta do apocalipse, onde quem aceita está alinhado com a nova ordem e renúncia toda herança do cristianismo.
Assim também na revolução francesa as pessoas não podiam viajar ou fazer negócios públicos sem esses certificados, que seria negado aqueles que não fosse considerado suficientemente zeloso pela República[31].
Nesse mesmo outono, chegou o novo “calendário republicano” para tentar apagar o cristianismo do próprio tempo[32].
O profeta Daniel (7:25) diz que o Anticristo: “proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei”…
Com o novo calendário secular, começou uma destruição total de referências visíveis ao cristianismo, com revolucionários removendo cruzes, queimando livros sagrados e mudando os nomes de ruas, cidades ou outros locais que faziam referência ao cristianismo[33].
Enquanto isso, sinagogas e igrejas de todas as denominações foram fechadas para serem demolidas, reaproveitadas ou convertidas em Templos da Razão[34].
- Idolatria pagã.
O pecado de idolatria, o culto estatal a deusa Razão sinalizou claramente a agenda de muitos revolucionários para substituir o Cristianismo por outras visões de mundo.
Embora um sinal mais sutil tenha aparecido com um decreto de junho de 1792 de que cada comuna (município) erguesse um “altar da pátria”[35].
Como uma ilustração sombriamente irônica dos problemas com a adoração da razão, da liberdade e da virtude em vez de Deus, que é a fonte desses dons, os próprios líderes do Culto da Razão foram guilhotinados na primavera de 1794.
Maximilien Robespierre, uma figura de proa infame do Reino do Terror e um ardente admirador de Rousseau, substituiu o Culto da Razão por um “Culto do Ser Supremo”, ou o culto rousseauniano[36].
Menos de dois meses depois de inaugurar o culto, porém, o próprio Robespierre enfrentou a guilhotina[37].
CONCLUSÃO:
O iluminismo tem em seu próprio termo a ideia, de se opor ao cristianismo, luz x trevas. Essa é exatamente a natureza bíblica da batalha cristã. O reino de Deus é o reino da luz, o reino do mundo é o reino das trevas. Em 2 Coríntios 4:4 diz que: “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”.
A partir do iluminismo o diabo estabelece todos os conceitos e modus operandi em que seu reino vai operar nesse mundo caído. Os intelectuais que moldaram a cultura que conhecemos estavam cientes que deveriam acabar com o cristianismo. O reinado de terror do iluminismo é a plataforma que o anticristo usará para estabelecer seu reinado de terror em todo mundo. A França foi o palco que o diabo usou, para se opor a cultura do iluminismo inglês que se firmou na Palavra de Deus.
O apostolo Paulo falou disso em 2 Tessalonicenses 2:3-13
“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?
E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.
Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado;
E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;
A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,
E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.
E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;
Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade.
Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.”
[1] Os philosophes — intelectuais cujos escritos inspiraram esses argumentos — certamente foram influenciados por teóricos do século XVII, como René Descartes , Benedict de Spinoza e John Locke , mas chegaram a conclusões muito diferentes sobre questões políticas, sociais e econômicas. uma revoluçãoparecia necessário aplicar as ideias de Montesquieu , Voltaire ou Jean-Jacques Rousseau . Este Iluminismo foi difundido entre as classes educadas pelas muitas “sociedades de pensamento” que foram fundadas na época: lojas maçônicas , sociedades agrícolas e salas de leitura.
[2] Campbell, As Origens da Revolução Francesa .
[3] Este número pode parecer alto, mas na verdade estava no limite inferior para a propriedade de terras da igreja nos países europeus. Nigel Ashton relata: “Estima-se que na maioria dos estados católicos a Igreja possuía entre 7 e 20 por cento da terra, subindo para 40 por cento na Áustria e 56 por cento na Baviera em 1764”. ( Christianity and Revolutionary Europe, 1750-1830 [Cambridge: Cambridge University Press, 2002], 24.)
[4]https://answersingenesis.org/blogs/patricia-engler/french-revolution-is-warning-for-christians-today/#:~:text=Kennedy%2C%20Uma%20Hist%C3%B3ria%20Cultural%20%2C%20151.
[5] Ver Colin Lucas, “Nobles, Bourgeoise, and the Origins of the French Revolution,” Past & Present 60 (1973): 84–126, disponível em The French Revolution: Recent Debates and New Controversies 2nd ed., ed. Gary Kates (Nova York: Routledge, 2006). A questão de saber se (ou até que ponto) uma classe burguesa distinta e auto-identificada existiu na França tem sido um assunto de debate acadêmico. Por exemplo, ver Sarah Maza, The Myth of the French Bourgeoisie: An Essay on the Social Imaginary 1750-1850 (Londres: Harvard University Press, 2003) e Lucas, “Nobles, Bourgeoise, and the Origins of the French Revolution”.
[6] Joël Félix, “The Financial Origins of the French Revolution”, em The Origins of the French Revolution, ed. Peter Campbell (Nova York: Palgrave MacMillan, 2006), 35–62 ou Timothy Tackett, The Coming of Terror in the French Revolution (Londres: Belknap Press of Harvard University Press, 2015)
[7] Félix, “As Origens Financeiras”, 44-48.
[8] Tackett, The Coming of Terror , 42.
[9] Tackett, The Coming of Terror , 42.
[10] Uma visão geral desses eventos está disponível em “French Revolution 1787–1799,” Britannica , https://www.britannica.com/event/French-Revolution .
[11] Os detalhes ao redor estão documentados em Georges Lefebvre, The Great Fear of 1789: Rural Panic in Revolutionary France (Nova York: Pantheon Books, 1973), com relatos de testemunhas oculares disponíveis em fontes como The Diary And Letters Of Gouverneur Morris: Minister Of The United States Para a França, Membro da Convenção Constitucional, etc. , Vol 1., ed. Anne Carrey Morris (Nova York: Filhos de Charles Scribner, 1888
[12] No entanto, os decretos da Assembleia nesta altura asseguravam que seriam estabelecidos “outros meios” de apoio ao clero. (Noah Shusterman, The French Revolution: Faith, Desire, and Politics [Nova York: Routledge, 2014], 64.)
[13] Assembleia Nacional da França, “Declaração dos Direitos do Homem”, 26 de agosto de 1789, disponível on-line na Biblioteca de Direito de Lillian Goldman da Escola de Direito de Yale, acessada em 03/05/2023. https://avalon.law.yale.edu/18th_century/rightsof.asp
[14] Declaração da Assembleia Nacional da França em 26 de agosto de 1789
[15] Assembleia Nacional da França, artigo 4º.
[16] Robert Lifton, Reforma do Pensamento e Psicologia do Totalismo: Um Estudo da ‘Lavagem Cerebral’ na China (Nova York: Norton, 1963), 423–430. Veja também “Hallmarks of ‘Brainwashing’ Environments,” Critical Thinking Scan Season 6, Episode 3, on Answers in Genesis–Canada’s YouTube channel and Answers.tv .
[17] Imagem de domínio público recuperada da coleção Images de la Révolution Française da Bibliothèque nationale de France, disponível nas bibliotecas de Stanford. Autor: Carl de Vinck, 1859–1931
[18] Autor: Carl de Vinck, 1859–1931 e Michel Hennin, 1777–1863. Imagem de domínio público recuperada da coleção Images de la Révolution Française da Bibliothèque nationale de France, disponível nas bibliotecas de Stanford.
[19] Assembleia Nacional da França, “Declaração”, Artigo 10
[20] Assembleia Nacional da França, “Declaração”, Artigo 6.
[21] Notavelmente, Rousseau havia sugerido um modelo semelhante de “tolerância religiosa” anos antes em seu livro, O contrato social. Ver Social Contract and Discourses , trad. GDH Cole (Londres: JM Dent; Nova York: Dutton, 1913), 122.
[22] Noah Shusterman, The French Revolution: Faith, Desire, and Politics [Nova York: Routledge, 2014], 65.)
[23] Ver Ashton, Christianity and Revolutionary Europe, 189–193.
[24] Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária, 190.
[25] que resiste às leis ou a princípios de autoridade; insubmisso.
[26] Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária, 191.
[27] “A Guiana Francesa é um território localizado na América do Sul que faz fronteira com o estado do Amapá, cortado pela linha do Equador apresenta elevadas temperaturas.”
[28]Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária, 200.
[29] Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária, 213.
[30] certificat de civisme
[31] Ver David Andress, The Terror: Civil War in the French Revolution [2005] (Londres: Abacus, 2006), 211–212.
[32] Kennedy, Uma História Cultural, 345–353.
[33] Tackett, A Vinda do Terror, 316.
[34] Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária , 213.
[35] Ashton, Cristianismo e Europa Revolucionária , 192.
[36] Gliozzo, “The Philosophes and Religion,” 277 e McNeil, “The Cult of Rousseau,” 2006. Veja também Shusterman, The French Revolution , 223.
[37] Shusterman, A Revolução Francesa, 223-231. É justo notar que, apesar de suas tendências para o terror e a tirania, Robespierre se opôs estrategicamente aos excessos do movimento de descristianização e fez um discurso em 6 de dezembro de 1793, pedindo a observância da liberdade religiosa, supostamente garantida pela Declaração de os Direitos do Homem.
No entanto, David Andress observa que essa medida “pouco fez para conter a onda de ativismo local”. (Andress, The Terror, 242–243.) Veja também Tackett, The Coming of Terror, 317. O discurso de Robespierre em 6 de dezembro foi reimpresso em Archives Parlementaires de 1787 a 1860, vol. 80 (Paris: Librairie Administrative de P. Dupont), 712–713, disponível em searchworks.stanford.edu.