Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 74–  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 51).  Gn 1:27: a Bíblia X o racismo – parte 12. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 15/03/2023.

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INTRODUÇÃO:

Desde a queda, o homem tem tentado voltar ao jardim. Todo esforço humano é uma tentativa de encontrar descanso, de criar um céu sem Deus.

A filosofia é a busca desta verdade, quando tenta colocar o materialismo e naturalismo no lugar de Deus e sua Palavra. Na tentativa de encontrar o paraíso perdido, os homens criam um inferno na terra.

Então se os cristãos desejarem alcançar a próxima geração, precisamos mirar nas crianças e adolescentes: porque são nas escolas e nas universidades onde a verdadeira guerra espiritual acontece.

Muitos acadêmicos são enganados pelo “mito da neutralidade”. A escola e a universidade não é jamais um ambiente neutro. A confissão humanista e secularista domina as ciências escolares.

Ninguém é realmente neutro. Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim, e quem comigo não ajunta espalha” (Mateus 12:29). Assim é com o ensino secularista-evolucionista nas Escolas e universidades.

Ensinar que Deus não tem nada a ver com a formação da vida é uma declaração ativa contra Deus e o cristianismo bíblico, especialmente as passagens que ensinam que ‘o temor do Senhor é o princípio da sabedoria/conhecimento ‘ (Provérbios 1:7, 9:10).

Não é possível uma educação sem o viés da fé. A educação secular jamais é ‘livre de religião’, na verdade exige mais fé racional do que a fé cristã.

A teoria materialista crer na ideia de que as partículas se transformaram em pessoas ao longo do tempo, sem a necessidade de um designer inteligente. Onde todas as formas vivas no mundo surgiram de uma única fonte que veio de uma forma inorgânica’. Isso é algo irracional.

Quando as Escrituras dizem que Jesus ressuscitou, ela faz uma afirmação da fe. Mas que também é uma verdade histórica incontestável. Temos o tumulo vazio, documentos e centenas de testemunhas, bem como milhares de inimigos tentando provar o contrário e nunca pode.

Essa afirmação evolucionista mostra o viés religioso do secularismo. Quais professores não são motivados religiosamente? Um materialista tem motivação religiosa. O ateísmo é uma religião. Logo a neutralidade é um mito.

Os ateus de hoje tentaram sequestrar a ciência para dizer algo que ela claramente não diz e não pode dizer.

Por exemplo a evolução, diz que os “fósseis transicionais” e datação por carbono apoiam as reivindicações dos bilhões anos para o início da vida.

O problema é que os “fósseis transicionais[1]” estão notoriamente ausentes em todos os casos alegados pela ciência. E a datação por carbono é um grande problema para a evolução e seus alegados bilhões de anos. Por exemplo: Radiocarbono em diamantes: inimigo de bilhões de anos[2].

Os fundadores da ciência moderna, como Newton, Albert Einstein, Faraday, Pascal e tanto outros[3], assumiram as verdades da Bíblia em sua estrutura de pensamento que os ajudou a fazer ciência. Sem isso a ciência não teria crescido.

Há evidências abundantes de que a Bíblia é um relato confiável da história e deve ser uma fonte primária.

Tudo o que conhecemos de direitos humanos e ciência, nunca foram frutos do Iluminismo ou de seu filho legitimo o secularismo ateísta.

Os direitos humanos e a ciência vieram do Cristianismo, e não do Iluminismo materialista, e isto em sido escondido dos alunos nas escolas e universidades.

Por exemplo, a escravidão foi abolida unicamente pelos cristãos , não pelos materialistas que apoiavam o dogma anticristão do “Iluminismo”, os teóricos do evolucionismo como por exemplo Emanuel Kant, era um grande investidor no comercio de escravos.

Foi o cristianismo armíniano, que lutou e patrocinou com o dinheiro próprio de vendas de cerâmicas com figuras de John Wesley, que ajudou a promover a divulgação das ideias abolicionistas.

O ‘Iluminismo’, considerado o apogeu da razão humana, culta, racional e cientifica; produziu a Revolução Francesa com seu ‘reino de terror’, produziu o nazismo, os genocídios de povos africanos, indochineses e muitas outras etnias, e o banho de sangue do marxismo no século 20. O ideias  do iluminismo matou quase 1 bilhão de pessoas no século passado.

Como podemos dizer que ‘todos os homens são criados iguais’ se eles são uma lama química e física? A evolução é sobre a sobrevivência do mais apto, não a compaixão pelos inaptos, pelos menos favorecidos, dos discriminados.

À medida que o humanismo secular (ateísmo) ganhou terreno na academia, nações de valores absolutos afundaram na escuridão, não emergindo para a luz.

Basta olhar para as estatísticas sobre crime, suicídio, aborto, abuso de drogas, desagregação familiar, delinqüência infantil, câmeras nos vigiando 24hs.”

Um ateu britânico, Roy Hattersley, chegou a seguinte conclusão:

“E costumo dizer que nunca ouvi falar de organizações ateias levando comida para os pobres. Você não ouve falar de ‘Ajuda Ateísta’ como ajuda cristã, e, eu acho, apesar da minha incapacidade de acreditar em mim mesmo, estou profundamente impressionado com o que a crença faz por pessoas como o Exército de Salvação”.

A bíblia diz que “A verdadeira iluminação vem de Deus: “Pois o Senhor dá sabedoria; da sua boca procede o conhecimento e o entendimento” (Provérbios 2:6).

  1. RAÇISMO E CIÊNCIA ANTES DE DARWIM[4];

A conexão histórica entre evolução e racismo tornou-se bastante conhecida. Do próprio Darwin a Adolf Hitler, a superioridade de uma ‘raça’ sobre outra foi afirmada em princípios evolutivos.

Os cristãos criacionistas vêm usando isso há anos como um excelente exemplo dos perigos sociais da evolução, e os evolucionistas reconheceram a verdade disso como história.

Os verdadeiros cristãos têm estado na vanguarda de fornecer uma refutação bíblica do racismo. O relato em Gênesis exclui qualquer justificativa de racismo.

Genesis também fornece uma história (a dispersão em Babel) que explica a origem das chamadas raças, o que se encaixa bem com nossa compreensão da genética e das pesquisas mais recentes.

  1. Racismo pré-darwiniano

A questão surge naturalmente, se o relato do Gênesis fornece um argumento tão convincente contra o racismo, ele funcionava dessa maneira nos tempos pré-darwinianos?

Os cristãos nunca afirmaram que Darwin ‘causou’ o racismo; é apenas apontado que a teoria de Darwin foi utilizada para legitimar o fanatismo racista que já existia, a evolução ampliou o racimo em nível jamais conhecido.

Como também não podemos dizer o calvinismo produziu a escravidão, mas o mal uso dessa teologia, desenvolveu a ideia de que Deus tinha proposito no trabalho dos negros em servir aos brancos.

Uma pesquisa histórica revela que o relato bíblico da criação sempre agiu para neutralizar o racismo. Embora sempre houve tentativas, falsas e desacreditadas de fazer argumentos racistas a partir da Bíblia, mais isso influenciado pela ciência racista.

Tudo o que afirmamos é que há uma história muito longa e amplamente negligenciada na qual o Gênesis foi reconhecido como um obstáculo ao racismo intelectualmente respeitável.

A relação histórica é bastante fascinante: incialmente bíblia entra e sai o racismo. Depois entra o racismo, e sai a Bíblia.

  1. Os Padres da Igreja rejeitaram o racismo

Começando com os primeiros pais da igreja, encontramos o cristianismo ortodoxo afirmando que as chamadas diferenças raciais não afetam de forma alguma a unidade da humanidade.

Considere a declaração de Agostinho:

“Todo aquele que em qualquer lugar nasce homem… não importa sua aparência incomum… ou quão peculiar em alguma parte, eles são humanos, descendentes de Adão[5].

A descendência comum de toda a humanidade de um homem, Adão, era central no cristianismo primitivo.

Isto contrasta significativamente com as opiniões de um dos mais conhecidos e admirados dos antigos filósofos não-cristãos, Aristóteles, que indicou que algumas pessoas eram escravas por natureza[6].

Essa visão cristã permaneceu predominante 17 séculos, do século II até o século XIX. Mas não passou sem contestação. Nos anos 1500, foi sugerido que a humanidade consistia em mais de uma espécie, descendente de mais de um casal original.

Adão e Eva não estavam sozinhos! Mas aqueles que sugeriram essas ideias (Paracelsus, Giordano Bruno, Giulio Vanini) eram livres-pensadores radicais e considerados hereges cujas ideias não entraram na corrente dominante na época[7].

Mas essas ideias já eram semente malignas para futuras atitudes racistas.

II AS RAÍZES DO RACISMO ILUMINISTA.

  1. O racismo dos adamitas

A ponte entre os radicais da Renascença e os céticos do Iluminismo foi Isaac de la Peyrère de Bordeaux. O excêntrico Peyrère reviveu a poligênese em 1600.

Ele defendeu uma reelaboração bizarra da história em que Adão era o ancestral apenas dos judeus.

Essa era a mesma ideia que o herege Giordano Bruno havia sugerido um século antes, mas Peyrère de Bordeaux escapou de receber o mesmo epíteto ao afirmar estar ajustando as Escrituras às novidades científicas da época.

Os historiadores suspeitam que ele tinha segundas intenções. Ele era um católico romano de ascendência judaica e aparentemente queria reconstituir os judeus perseguidos em uma raça superior à de seus perseguidores franceses.

Que melhor maneira de fazer isso do que excluir os franceses da descendência de Adão[8]!

Essa teoria floresceu com o Iluminismo em 1700. Onde a poligênese começou a ganhar popularidade significativa. Os radicais do Iluminismo estavam seguindo o caminho traçado para pelos radicais do Renascimento.

  1. Racismo ‘iluminista’.

O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época.

Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso.

Os iluministas acreditavam que estavam saindo da idade das trevas, para o século das luzes. Mas na prática o iluminismo se tornou a mais densas trevas e puro terror.

O nome certo é escuridão, onde guilhotina racional produzir a morte de milhares e semeou o racismo pelo mundo inteiro e extermino de povos, duas grandes guerras, e governos opressores e todo tipo de depravação moral.

Inicialmente o Iluminismo foi, em muitos aspectos, um assunto anticristão, mas no tópico da origem da humanidade originalmente permaneceu próximo à visão cristã ortodoxa: o homem foi criado e a humanidade é uma unidade[9].

Mas a justificação disso foi em uma base não-cristã. Como observa o historiador Reginald Horsman, essa abordagem resultou no aumento da secularização e abriu a porta para revisão sempre que alguém pudesse apresentar uma nova teoria plausível.

E estas teorias não tardaram chegar. As novas teorias construídas diretamente sobre os ideais radicais do Renascimento. O ponto básico era a existência de mais de um casal original, de onde vieram as várias raças.

Era muito difícil imaginar que toda a humanidade, descendia de um único casal original. Então tinha que haver outros! Esse relato das origens é denominado poligênese. O relato bíblico de um único par original é denominado homogênese.

Primeiro, um obscuro médico inglês sugeriu:

“Embora seja um pouco heterodoxo [não-ortodoxo ou herético], estou convencido de que as raças negra e branca [cada uma] … descenderam de primeiros pais de cores diferentes.’

Vozes mais influentes logo ecoaram nesse sentimento. Um dos poligenistas mais conhecidos do século XVIII foi o iluminista Voltaire.

Esse infame filósofo ateu declarou que era óbvio que ‘brancos barbudos, negros peludos, as raças amarelas de crina longa e homens sem barba não descendem do mesmo homem’, não importa o que seja dita por ‘um homem vestido com uma longa batina preta ‘ (um padre).

De acordo com o historiador Leon Poliakov, o poligenismo também forneceu a base da “reivindicação” da escravidão de Voltaire[10].

Um fenômeno intimamente ligado ao surgimento do poligenismo foi o surgimento de uma visão hierárquica das raças. Em outras palavras, as chamadas raças foram classificadas como melhores do que outras.

Biblicamente não há base para isso. Historicamente, os principais pensadores cristãos rejeitaram essas classificações.

Agostinho afirmou que é o orgulho ímpio que ‘abomina a igualdade com outros homens sob Ele [isto é, sob Deus]… em vez de Seu governo, ele procura impor um governo próprio sobre seus iguais’[11].

Os moderados do Iluminismo (distintos dos radicais, que eram poligenistas) a princípio também rejeitaram a hierarquia.

Mas tornou-se cada vez mais comum fazer comparações entre europeus e outras ‘raças’ (especialmente africanas) quase sempre desfavoráveis ​​a estas últimas[12].

Novamente, isso não significa que eles foram os primeiros a fazer isso, mas eles levaram essa tendência a um nível muito mais alto do que antes.

Por exemplo, Jean-Joseph Virey observou:

“O europeu, chamado por seu alto destino a governar o mundo, que ele sabe iluminar com sua inteligência e subjugar com sua coragem, é a expressão mais alta do homem e está à frente da raça humana. Os outros, uma miserável horda de bárbaros, são, por assim dizer, nada mais que um embrião”[13]. 15

E Immanuel Kant escreveu em 1755:

“Os negros da África não têm, por natureza, nenhum sentimento que se eleve acima do insignificante… Tão fundamental é a diferença entre essas duas raças de homens [brancos e negros] … parece ser tão grande em relação às capacidades mentais quanto na cor”[14].

Em 1775, Bernard Romans publicou uma descrição da Flórida na qual os índios recebiam tratamento semelhante ao dos africanos.

Ele conectou claramente o poligenismo com a superioridade racial (superioridade de sua própria raça, branca é claro).

Ele declarou que os índios eram uma espécie diferente dos europeus e escreveu ‘houve tantos Adãos e Evas… quantas espécies diferentes encontramos no gênero humano[15]‘.

Em pouco tempo, o relato da poligênese e a ideia da superioridade da raça europeia foi conectado a um novo mito que se tornou incrivelmente popular entre os acadêmicos europeus do final do século XVIII até final do século XIX.

Isso, por sua vez, estava relacionado com uma mania de pesquisa linguística que também representou o surgimento da ‘alta crítica’ da Bíblia, que tenta tirar a autoria mosaica do pentateuco, com teoria das fontes[16].

Os componentes básicos desse mito acadêmico envolvem a Índia, a Europa e uma orientação antibíblica dos pesquisadores.

A história era a seguinte: os antepassados ​​da raça europeia emergiram das montanhas do Cáucaso ou da Caxemira, no oeste da Índia, e se dirigiram para o oeste. (Daí o termo caucasiano.)

Levaram consigo a sabedoria do antigo oriente — princípios de liberdade e sociedade avançada anteriores ao Antigo Testamento judaico.

Excluir o Antigo Testamento era importante para muitos dos anti-semitas ligados a essa nova teoria racial. Essa raça pura dos primeiros europeus foi chamada de raça ariana[17].

Por incrível que pareça para nós agora, um conglomerado de poligenismo e a hipótese ariana de “fora da Índia” combinaram-se para se tornar um dos principais paradigmas da antropologia na década de 1830. Ciência baseada em mitos e crendices irrelevantes.

E isso era mais do que apenas especulação acadêmica. Essas hipóteses foram usadas diretamente para justificar e promover atitudes e ações racistas na Europa e nos Estados Unidos e depois em todos mundo.

  1. O racismo anti-semitia

Na Alemanha, zelosos estudiosos e anti-semitas produziram várias ‘bíblias arianas’.

Essas foram revisões das Escrituras que corrigiram os supostos mitos judaicos predominantes no Antigo Testamento com conexões religiosas asiáticas.

Um exemplo das mudanças realizadas foi a transformação de Moisés em Manu, figura central da religião védica, precursora do hinduísmo[18].

O quão selvagem essa especulação realmente se tornou é mostrado pelas conexões que foram feitas entre os antigos mitos nórdicos, a antiga religião indiana e a supremacia ariana, todas baseadas na explicação da poligênese da história humana e na hipótese ‘fora da Índia’.

O historiador Leon Poliakov chamou isso de ‘o fenômeno desconcertante do neopaganismo alemão[19]‘.

Esses bizarros mitos raciais da Europa, incluindo aqueles baseados na poligênese e na hipótese da Índia, lançaram bases históricas nas quais as justificativas darwinianas do racismo poderiam ser integradas nos anos vindouros.

Isso culminaria na construção das bases do edifício do racismo por excelência dos nazistas[20]. Na verdade, essa é uma longa guerra contra Deus e suas Escrituras. É uma tentativa de apagar Deus da história. 

  1. Racismo Poligenista.

Olhando para a primeira metade do século XIX, voltemos nossa atenção para os efeitos do racismo científico europeu, principalmente nos Estados Unidos.

Reconhecidamente, havia monogenistas (acreditam que todos vieram de adão) que eram racistas, e havia tentativas, todas desacreditadas, de fazer argumentos racistas da Bíblia[21].

Não podemos nos esquecer do papel importante que o pensamento poligenista teve na teologia e no debate americano sobre raça e escravidão.

Nos primeiros anos da república americana, predominavam as visões bíblica e iluminista da unidade da humanidade.

Mas um médico, Charles Caldwell, iniciou o primeiro ataque significativo à unidade da humanidade na América em 1811.

O historiador Reginald Horsman documenta a reação: Caldwell foi imediatamente atacado por cristãos por questionar o Gênesis. Caldwell tentou se defender dizendo que não duvidava do Gênesis, mas não acreditava que o ambiente pudesse explicar as raças.

Ele sugeriu uma intervenção antibíblica de Deus para criar diferenças raciais. Horsman escreve:

“Isso geralmente não satisfazia os religiosos ortodoxos [cristãos], que presumiam corretamente que qualquer ataque à unidade da raça humana acabaria por trazer um desafio direto ao Gênesis[22].

Da década de 1830 à década de 1850, os principais periódicos da América, particularmente no Sul (escravagista), estavam cheios de relatórios sobre a ciência racista europeia.

A própria poligênese era frequentemente evitada devido ao seu confronto direto com o Gênesis – mas indiretamente era sugerida e crida até nos círculos teológicos.

Em 1839, um importante jornal, o Southern Agriculturalist (agricultor do sul) publicou um artigo que sugeria isso cautelosamente:

‘Estamos quase tentados a acreditar que deve ter havido mais Adão’ do que um, cada variedade de cor tendo seu próprio pai original[23].

Em 1842, o interesse pela poligênese era tão grande que começou a ser discutido na Democratic Review (revisão democrática), um dos principais jornais politicamente influentes do país.

No início, a Revisão Democratica; publicou um artigo defendendo a descendência comum da humanidade desde Adão e Eva. Em 1850, porém, a Democratic Review estava recuando.

Eles declararam ser cientificamente comprovado que as raças eram espécies inerentemente diferentes. A poligênese foi reconhecida como uma explicação provável[24].

Assim como recentemente a igreja católica e Anglicana uma igreja reformada, pede perdão a Darwin, por pregar contra suas teorias, pois agora ela aceita a evolução. Dizendo que “a boa religião precisa da boa ciência”.

Mas a questão é que a evolução é má ciência e isto já foi provado. O mudou foi que a liderança dessas igrejas perderam sua fé no livro de gêneses.

  1. O racismo adâmico.

Um dos maiores intelectuais de sua época o filosofo, zoólogo, paleontólogo, geólogo Louis Agassiz (1807-1873), filho de Pastor, incialmente seu pai o iniciou nos estudos, para que seguisse o ministério, mas ele se perdeu na academia.

Agassiz, foi provavelmente o principal cientista do poligenismo e racismo na América, como eram a maioria dos intelectuais da ciência em todo mundo.

Agassiz foi amplamente reconhecido como o principal zoólogo da América em meados do século XIX, e suas crenças religiosas eram excêntricas.

Ele professava a crença na Bíblia, mas era um criacionista progressista com crenças decididamente antibíblicas como eram muitos teólogos de Harvard,  Princeton e Fuller, universidades reformadas.

Ele acreditava que Deus criou todos os animais e plantas exatamente onde eles permaneceriam, que a Terra era muito antiga e que a história natural foi dividida em quatro fases distintas por extinções em massa (depois das quais Deus teve que recriar as criaturas extintas).

Ele acreditava que Adão era caucasiano e que o Gênesis apenas descrevia as origens dos brancos.

O apoio de Agassiz à poligênese foi muito importante para tornar essa visão respeitável na América, e muitos defensores da escravidão ficaram felizes em argumentar sobre sua autoridade[25].

Agassiz como o principal defensor científico da poligênese, tentou conciliar suas crenças na bíblia, com a ciência da época, e isso produziu o caos.

Suas pesquisas abriu as portas para o avanço das ideias evolucionistas e se tornou fundamento para o racismo científico, que dominou o mundo.

Suas ideias da poligênicas promoveu os maiores defensores da desigualdade social e defensores da escravidão.

Logo outros teóricos começaram a dizer que a história da criação é totalmente inconciliável com a ciência poligênica da época[26]‘.

  1. A resistência á poligênese

Mas havia ainda alguns poucos que estavam dispostos a defender a visão bíblica da unidade da humanidade. O reverendo Thomas Smyth era bem conhecido por seus fortes argumentos contra os poligenistas.

Os principais jornais da Nova Inglaterra (que eram cristãos) criticaram os argumentos racistas, que eles reconheceram como colocando em questão todo o relato do Gênesis[27].

E mesmo no Sul, houve quem percebesse as desastrosas implicações das teorias racistas para a Bíblia. William Archer Cocke escreveu estas palavras incisivas no Southern Literary Messenger:

“Se existem espécies distintas de Homem, então a Bíblia é falsa; se houver outras raças além dos descendentes de Adão, elas estão livres da penalidade “da primeira desobediência do homem” e da trágica cena do Calvário, mas uma zombaria e uma ilusão.”[28]

CONCLUSÃO:

Esta análise incisiva nos traz de volta ao cerne da questão. A Bíblia não fornece base para afirmar a superioridade de um grupo de pessoas sobre outro.

Somos todos de ‘um só sangue’, descendentes de um homem, Adão, que foi criado à imagem de Deus.

No entanto, durante séculos, o homem pecador tentou contornar isso, e uma tática de longa data foi justificar o racismo em nome da ciência e da erudição. Assim, a ciência racista sempre se opôs à Bíblia.

A conexão entre evolução e racismo está bem estabelecida. Os racistas pré-darwinianos podem ter esperado por Darwin para alguns de seus melhores argumentos[29], e desde então o racismo trouxe os piores terrores.

Mas o uso da ciência antibíblica para objetivos racistas já era uma tradição. Olhando para uma amostra de teorias pré-darwinianas usadas para justificar o racismo, espero ter mostrado como essa tendência se desenvolveu ao longo da história.

As racionalizações incomuns, bizarras e às vezes quase risíveis do racismo surgiram e desapareceram ao longo dos anos.

A Bíblia foi ridicularizada, ignorada, atacada ou distorcida para se conformar a ideologias racistas completamente estranhas à sua mensagem.

Mas sua verdadeira mensagem tem sido clara para todos aqueles cujas mentes foram conformadas com as Escrituras, em vez de conformar as Escrituras com suas mentes caídas.

O racismo, mesmo quando disfarçado de ciência, sempre foi antibíblico. Temos um ancestral comum, Adão. E você não pode classificar parte de sua família como animais sem refletir sobre si mesmo.

A ciência muda o tempo todo suas afirmações, mas Gênesis 1.27 permanece verdade a aproximadamente 6000 mil anos:

“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

 

[1] Disponível em: https://creation.com/refuting-evolution-chapter-3-the-links-are-missing, acesso em 15/03/2023

[2] Disponível em: https://creation.com/diamonds-a-creationists-best-friend, acesso em 15/03/2023

[3] Francis Collins, Alister McGrath, John Houghton, Jennifer Wiseman, Andrew Briggs, Robert White, R.J. Berry e outros, estão vinculados a algumas das principais universidades e organizações científicas europeias e americanas, e têm suas contribuições reconhecidas e premiadas pela comunidade científica internacional.

[4] Baseado no artigo do Dr Lael Weinberger, disponível em: https://creation.com/adams-brothers-race-science-and-genesis-before-darwin acesso em 15/03/2023

[5] Augustine, citado em Brendan O’Flaherty e Jill S. Shapiro, ‘ Apes, Essences, and Races: What Natural Scientists Believed about Human Variation, 1700–1900 ‘, Columbia University, New York, Department of Economics Discussion Paper #:0102- 24 de março de 2002, pág. 8.

[6] Aristóteles, Política 1 , 4.

[7] O’Flaherty e Shapiro, p. 9; Leon Poliakov, The Aryan Myth: A History of Racist and Nationalist Ideas in Europe , Edmund Howard, trad. (Nova York: Basic Books, 1974), pp. 132–133; Horsman, pág. 45; Richard H. Popkin, ‘The Philosophical Basis of Eighteenth Century Racism’, em Harold E. Pagliaro, ed., Racism in the Eighteenth Century , Studies in Eighteenth-Century Culture, vol. 3 (Cleveland: Case Western Reserve University, 1973), p. 251

[8] O’Flaherty e Shapiro, pp. 13–16; Horsman, pp. 45–46

[9] Race and Manifest Destiny: The Origins of American Racial Anglo-Saxonism, de Reginald Horsman (Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1981, pag 46

[10] ‘Flaherty e Shapiro, p. 9; Leon Poliakov, The Aryan Myth: A History of Racist and Nationalist Ideas in Europe , Edmund Howard, trad. (Nova York: Basic Books, 1974), pp. 132–133; Horsman, pág. 45; Richard H. Popkin, ‘The Philosophical Basis of Eighteenth Century Racism’, em Harold E. Pagliaro, ed., Racism in the Eighteenth Century , Studies in Eighteenth-Century Culture, vol. 3 (Cleveland: Case Western Reserve University, 1973), p. 175

[11] Agostinho, A Cidade de Deus , XIX, 12.

[12] O’Flaherty e Shapiro, pp. 16–18.

[13] Virey, citado por Horsman, p. 49

[14] Kant, citado por O’Flaherty e Shapiro, p. 18.

[15] Romanos, B., citado por Horsman, p. 52

[16] A hipótese documental, desenvolvida por Julius Wellhausen, também conhecida como Teoria das Fontes ou Crítica das Fontes, é a teoria segundo a qual os cinco primeiros livros do Antigo Testamento (chamados de Pentateuco) são resultado de uma composição a partir de quatro fontes principais: eloísta, javista, sacerdotal e deuteronomista.

[17] Horsman, capítulos 2, 3; Poliakov, capítulo 9.

[18] Poliakov, pp. 208–209.

[19] Poliakov, pág. 105

[20] Este é, na verdade, um resumo de Poliakov, op cit .; sobre Darwin e o nazismo, ver também Henry M. Morris, The Long War Against God  (Green Forest, Arkansas: Master Books, 2000) pp. 60–82; Jerry Bergman, ‘ Darwinism and the Nazi race Holocaust ‘, Journal of Creation 13 (2):101–111, 1999; Richard Weikart, From Darwin to Hitler: Evolutionary Ethics, Eugenics, and Racism in Germany , Palgrave Macmillan, Nova York, EUA, 2004 (ver resenha ).

[21] Horsman, pág. 117

[22] Race and Manifest Destiny: The Origins of American Racial Anglo-Saxonism, de Reginald Horsman (Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1981) pag 117.

[23] Horsman, pág. 141

[24] Horsman, pp. 145-148.

[25] Edward J. Larson, Tentativa e Erro: A Controvérsia Americana Sobre a Criação e a Evolução , 3ª ed . (Nova York: Oxford University Press, 2003), pp. 11–12; A. Hunter Dupree, ‘Christianity and the Scientific Community in the Age of Darwin’, em David C. Lindberg e Ronald L. Numbers, eds., God and Nature: Historical Essays on the Encounter Between Christianity and Science (Berkeley: University of California Press, 1986), pp. 356–358; Horsman, pp. 132–133, 151.

[26] Horsman, pp. 151–155.

[27] Horsman, pp. 147–149

[28] Horsman, pág. 149

[29] Peter J. Bowler, Evolution: The History of An Idea , rev. ed. (Berkeley: University of California Press, 1989), p. 88