Série de sermões expositivos sobre o livro de Tito. Sermão Nº 08 – Disciplinando o discurso vão. Referência: Tito 1:10-11. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 24/07/2019.

INTRODUÇÃO

Há uma grande necessidade do ministro ter um notável saber bíblico. Pois muitos são muitos indisciplinados e vãos faladores e enganadores. Paulo diz a Tito o motivo pelo qual o ministro deve ser um homem tão qualificado e uma alta capacidade, tanto para manter a verdade quanto para censurar a falsidade. O motivo é retirado da descrição que Paulo faz dos professores, mestres, obreiros que vão se opor ao ministério de Tito.

O apóstolo Paulo, diz que o número é indefinido, pois há muitos, não dois ou três, que são facilmente estabelecidos, mas muitos inimigos que vão se opor a pregação de Tito. Paulo diz que eles são desobedientes ou refratários, pois não se submeterão à verdadeira doutrina e disciplina da Igreja local. Eles são faladores vãos; isto é, como ser dado à ostentação e vaidade intelectual, desprezam o estudo piedoso das doutrinas sólidas e proveitosas.

Mas gostam de controvérsias teológicas; buscam palavras agradáveis, gostam do humor no púlpito e de aplausos, pois são temas de mais doçura para a carne do que solidez para a alma e o espírito. Por isso o Pastor precisa ser um homem de um notável sabe bíblico, mas primeiramente precisa cultivar uma vida de profunda piedade e devoção na oração.

I – O DISCURSO PERIGOSO.

Paulo enumera os efeitos perigosos desses professores e pregadores que vão se opor a pregação do pastorado de Tito.

(a) A enganação.

Sua enganação de mentes; para qual prática ímpia ele os marca especialmente da circuncisão; isto é, por metonímia, ou seja; misturando os termos judaizantes com o evangelho; isso feito pelos próprios judeus circuncidados. Ou então gentios judaizantes, abraçando opiniões judaicas, misturando a lei e o evangelho, Moisés e Cristo, circuncisão e batismo juntos, fazendo de fato uma miscelânea de religião confundindo coisas que nunca podem ficar juntas.

(b) A subversão.

O segundo efeito deles é a subversão de casas inteiras; isto é, eles envenenam e infectam casas inteiras, sim, e onde os fundamentos e fundamentos da religião foram postos eles derrubam e derrubam tudo. Este último efeito é declarado por dois argumentos. O de causa instrumental, e isso é por sua falsa doutrina, ensinando coisas que eles não deveriam. O de causa final, isto é, cobiça, seja pela propagação de suas controvérsias teológicas conquistando admiradores e seguidores; ou por causa do lucro imundo.

E Paulo avisou que haverá muitos deles; são professores, pregadores, e sendo tantos, são tão perigosos e dolorosos, que suas bocas precisam ser detidas por meio da disciplina. Essa é a conclusão comum destes dois versos, com referência todos esses males causados pelos opositores da pregação pastoral. E o único remédio contra todos os danos qualquer maneira foi causada por eles é, portanto, que aqueles que devem ser admitidos no ministério devem ter a habilidade para calar suas bocas.

II – A NATUREZA DO DISCURSO DA OPOSIÇÃO.

Os principais obstáculos à religião estão frequentemente dentro da própria igreja. As pessoas mencionadas eram membros e professores professos da igreja local. Mas o discurso delas impediam o crescimento da piedade. Vejamos:

1) Palavras sem sinceridade são “vãs”. Por mais verdadeiro que seja o ensino de alguém, mas se não houve sinceridade no coração esse ensino é vão. Normalmente esses opositores à pregação são membros influentes da igreja local, e com grande habilidade no ensino. Seus argumentos são em parte verdadeiros, mas a motivação por traz desse ensino não está correta. São pessoas que querem provar que estão certos, mas não querem fazer a coisa certa.

2) Grande ênfase na “teologia”, mas violando o sentido da piedade.

Grande atenção pode é dada à letra da lei, enquanto seu espírito é violado. A grande controvérsia teológica daquele tempo era a salvação pela “lei” ou pela “graça”. Os teólogos “da circuncisão” se opuseram ao ensino sadio das Escrituras. Eles tinham o gosto pela controvérsia em si mesma. Hoje eles teriam blogs, sites, para detonar a pregação das igrejas que Tito pastoreasse. Seriam críticos infrutíferos no meio do povo de Deus. Muita atenção tem sido dada as controvérsias teológicas e pouco cuidado a vida de piedade. Muita discursão e pouca pregação do evangelho.

3) O profissionalismo do púlpito. O cerne da questão da oposição ao pastorado de Tito, era a intenção maligna desses pregadores de ganhar a atenção para si mesmos. Assim por cobiça, seja pela admiração ou pelo dinheiro. Glamour criou o profissionalismo do púlpito. Desde cedo houve uma distinção entre pregadores bons e maus – os primeiros vivem para pregar, enquanto os últimos pregam para viver.

III. OS VÍCIOS DE LINGUAGEM DO DISCURSO DA OPOSIÇÃO.

Esses obstáculos na igreja devem ser removidos. “Cujas bocas devem ser paradas.”  A disciplina deve ser exercida em amor. Pois a prosperidade da Igreja de Deus deve ser considerada antes da dos indivíduos. Considerando que toda idade tem suas próprias obstruções à verdade – intemperança, cobiça, egoísmo, os principais obstáculos do presente. As comunidades são afetadas pela conduta dos indivíduos. Os personagens dos homens são transferidos para o seu país; aqui os cretenses se tornaram um sinônimo. Assim, como se diziam antigamente que os ingleses bêbados no exterior comprometem o caráter de seus compatriotas. Quatro vícios na linguagem desses opositores (v.10,12)

1) Falácia. “faladores vãos”. A linguagem desses opositores é cheio de recursos da retorica; a falácia. Uma falácia é todo enunciado ou raciocínio de teor falso, mas que se tenta passar por verdadeiro; é um sofisma. É um termo que expressa um raciocínio que aparenta ser verdadeiro, mas não é. Um exemplo claro disso que vivemos aqui: “a igreja mudou”. Quem mudou foi as pessoas, que não mais querem obedecer. Elas mudaram, por algum motivo pecaminoso. Esses pregadores que são desobedientes à palavra, em sua maior parte, tornam-se no ministério da desobediência, mas aplicados que os que vivem no ministério da obediência.

2) Paixão – “bestas do mal”; bestas ferozes. São indivíduos inflamados de um conceito, ideia, teologia, que nascem da disputa, da amargura, da inveja, do ciúme, da soberba. O que motiva toda essa paixão não é o evangelho, pois se fosse não seriam tão críticos e impiedosos na fala. O evangelho promove, a pureza, o amor, a humildade e principalmente a obediência.

3) Sensualidade. Os desejos ocultos por traz de toda essa oposição é o mesmo que a igreja de Judas enfrentava, onde esses opositores buscavam o reconhecimento seja por mérito ou por dinheiro. Eles são pastores de si mesmos. Gente que que se auto admira, que estão encantados com consigo mesmos; que se acham capazes. Judas descreve isso como a síndrome de Lúcifer.

4) Preguiça. O quarto vício comportamental desses opositores, é a inutilidade no reino de Deus. Quem que fala demais e não faz nada. Que critica, mas não ajuda em nada. Tem uma ideia perfeita para tudo. Mas não serve sacrificialmente ao evangelho. Não se envolve com a igreja local, pois são paralisados por suas travas teológicas, que os tornam imprestáveis e nocivos ao reino.

IV – AS CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO DA OPOSIÇÃO.

Paulo revela a Tito as características do discurso desses faladores vãos (v.10-12).

1) Desobediência. Na medida em que a primeira coisa tributada nesses falsos mestres pelo apóstolo é a desobediência, aprendemos que a desobediência comumente é a base da falsa doutrina. É justo com Deus desistir daqueles que cometem erros e ilusões que não recebem a verdade no amor dela, pois onde quer que seja recebida em amor, a obediência não pode senão ser cedida a ela.

2) Autojustiça. São faladores vãos, ou seja, gente que vive se justificando. A natureza do pecado é sempre estar se desculpando. E é relutante em reconhecer o seu erro, sempre que é confrontado. Embora nunca tão justamente, mas encontra sempre uma forma como se defender o quanto puder. Usa argumentos fortes das Escrituras, aceita sorrateiramente um erro pela a manutenção de outro, a fim de não se aceitar que estar errado. O teor das Escrituras revela isso como pecado ( 2 Pedro 2: 1 2 Pedro 2: 1 ; 2 Pedro 2:10 2 Pedro 2:10 ; 2 Pedro 2:12 2 Pedro 2:12 ; Atos 13: 8 Atos 13: 8 ; Atos 13:10 Atos 13:10 ; 3 João 1: 93 João 1: 9 .

3) Vaidade. Em relação a si mesmos, são vaidosas; são pessoas gloriosas, gostam mais do aplauso do que a edificação piedosa, o que é uma coisa muito vã. A respeito de seu trabalho, que é tudo em vão, nunca alcançando o alcance final e correto da pregação do evangelho para a salvação; porque aquele que semeia a vaidade, que mais pode procurar colher? Com respeito aos ouvintes, que também gastam suas dores em vão: eles ouvem um grande barulho e pompa de palavras, e uma demonstração gloriosa da sabedoria humana, que pode envolver os simples em admiração.

Mas eles não mudam a vida deles, não crescem em santidade; são deixados sem reforma; seu ouvido talvez esteja um pouco cócegas, mas seus corações permanecem intocados. Nem suas almas são profundamente instruídas nem alimentadas com conhecimento verdadeiro, mas elas vão embora tão sábias quanto vieram. A estes Paulo chama vaidosos palestrantes e soberbos (1Tm1: 6; 1Tm 1: 6 ), e de novo, tagarela profano e vão, e isso de maneira justa. Os seus discursos inchados procedem da profanidade de seus corações. 2. Eles são como fogo estranho do altar do Senhor, oposto ao que o Senhor santificou para a salvação do Seu povo. Eles estão tão distantes da edificação da Igreja que fazem com que os homens aumentem para mais iniquidade e profanidade.

V – O CONTEÚDO DO DISCURSO DA OPOSIÇÃO.

Se conseguirmos identificar o modus operandi da oposição à pregação, considerando o conteúdo do discurso, então veremos como esses falsos mestres enganaram as mentes dos homens?

(a) Suprimindo a verdade.

Por meio de seus vaidosos discursos e falas, poetas, filósofos, historiadores e teólogos eles ainda assim permanecem tão obscuros em seu entendimento, errôneos em seus julgamentos, tão perversos em suas afeições e tão iníquos em suas vidas como sempre. Diferentemente os profetas, apóstolos ou qualquer sucessor deles, eles fizeram uma clara transmissão da luz ao povo e nunca ocultando a verdade e a luz.

Eles ensinaram toda a verdade da Escritura, e não apenas uma ênfase doutrinaria ou eclesiológica. Uma das formas mais sutis de suprimir a verdade Escritura, é dar uma ênfase em uma doutrina e desprezar o resto da Escritura. Uma igreja pode condenar o divórcio, mas deixar seus membros encherem a cara de vinho, já que quem bebe sabe quão difícil é a moderação. Não basta ter o “só a Escritura”, tem que ser “toda a Escritura”. Cada parte dela é inspirada e útil (2 Tm 3.16). Assim as pessoas serão conduzidas a Cristo, pelo conhecimento correto das Escrituras, pela piedade e da santidade.

(b) Bajulação.

Esses opositores da pregação pastoral de Tito, não lidariam diretamente com os pecados da época, como os ministros piedosos fazem. Mas enganosamente, para não desagradar vão focar em algo que desvie a atenção dos seus pecados. Como são pessoas que não podem ser confrontados, eles desenvolvem uma capacidade muito grande de bajular, enganar em nome de Deus. Levam as pessoas a enxergar a realidade por meio de suas “falsas lentes”, de modo que elas nunca vejam a verdade. Embora afirmar que são ortodoxos e bíblicos. Não são como Micaías não vai enganar nem lisonjear com Acabe, apesar de estar em sua vida em perigo de morte.

(c) Enganação. Paulo diz que são pessoas cujas mentes estão enganadas. Primeiro eles são tomados de um profundo ALTOENGANO e depois engana os outros. E eles são líderes cegos, enganadores e enganados, e embora nosso apóstolo não expresse aqui quem são aqueles que são enganados, mas em outros lugares ele faz, como Romanos 16:18 Romanos 16:18. …“ eles enganam os corações dos simples ”, e 2 Timóteo 3: 6 2 Timóteo 3: 6 ,“ eles levam mulheres cativas e simples ”, e 2 Pedro 2:142 Pedro 2:14 ,“ eles seduzem almas instáveis​​”. Eles atacam essas almas ignorantes, inconstantes e inconstantes, que recebe qualquer doutrina sem exame ou julgamento, cuja simplicidade os incapacite para julgar entre verdade e falsidade.

VI – DISCIPLINANDO O DISCURSO VÃO.

Paulo reconhece o perigo desses faladores e opositores, e orienta Tito como reagir. Ele orienta ao jovem pastor

  1. O perigo do discurso de oposição.

Heródoto fala de um rio cita tendo uma doçura maravilhosa até que um pouco de amargor se mistura com ele, e o dá sempre depois de uma amargura incomum. Assim, o conselho maligno, em algumas emergências da alma, envenenará toda a corrente de sua existência. Você pode envenenar um poço do qual um bairro bebe e, ainda assim, ser menos culpado do que contaminar o FLUXO DO PENSAMENTO ETERNO. Há momentos em que a maior confiança que um ser humano pode repousar em outro é a confiança da direção sábia.

Confiando na integridade dos outros, os homens às vezes entregam seu crédito, suas esposas e filhos à guarda deles, e são guiados por eles através de veículos automotores, Navios, e até aviões.Mas quando um homem vai com sua alma, e confia que um companheiro pode dirigi-la então , a confiança é tão importante quanto a própria eternidade. Oh, vocês que vigiam as vossas almas, como todo cristão deve, façam com que você peça a Deus o que é proveitoso direcionar, antes de apontar o caminho para uma mente imortal viajar. Dizem que o exemplo fala mais alto que palavras. Antes de entregar sua vida a alguém veja os frutos que ela dá.

2) Ministros fiéis devem se opor a sedutores

O dever de todo ministro fiel é, quando a ocasião é oferecida, oportuno para opor-se contra os sedutores, e parar as bocas dos falsos mestres, onde também a Igreja deveria apoiá-lo e fortalecê-lo. O exemplo de Cristo deve ser nosso precedente, que mais corporalmente confrontou a teologia corrupta dos doutores da sua época.  Em relação aos membros particulares da Igreja, para que eles sejam preservados em solidez, e não abandonem a verdade. E para isso as ovelhas devem obedecer a voz de seus pastores.

Em relação aos falsos mestres em si; Os tolos, diz Salomão, devem ser respondidos, para que não sejam prudentes em sua própria presunção. Nem o trabalho será totalmente perdido sobre eles, pois será um meio de convertê-los e trazê-los ao conhecimento da verdade, ou então convencê-los de que serão feitos sem desculpa. E, além disso, a Igreja deve fortalecer as mãos de cada ministro nesta disputa pela fé e, assim, manifestar-se como a base e a coluna da verdade, que está comprometida com sua confiança e segurança, contra todos os que contestam. Este dever ministerial requer uma grande medida de conhecimento, e um homem provido de dons de variedade de leitura e solidez de julgamento.

3) O silenciamento dos faladores maus

Cujas bocas devem ser paradas, não significa que você deve jogá-las em uma inquisição e engasgar suas bocas, como era, e é, a prática do papado. Os perseguidores pagãos adotaram o mesmo método de lidar com os fiéis mártires do Senhor; porque, para evitar que falassem da sua graça, cortaram as suas línguas. Os muçulmanos têm o mesmo princípio de sangue do Alcorão; de modo que o papa, o pagão, o grande turco, são, em princípio, perseguidores. Isso não é ensinado em nosso texto nem em qualquer outra parte do Novo Testamento.

Pelo contrário, os santos são perseguidos, mas nunca perseguem; eles devem seguir seu Senhor e Mestre para a cruz, não o exemplo daqueles que O crucificaram. Mas suas bocas devem ser interrompidas de maneira bem diferente de engasgar; eles devem ser combatidos pela razão, fidelidade e amor. Sua influência deve ser destruída pela pregação fiel do evangelho; e, se forem membros da Igreja, devem ser silenciados pela disciplina e, se ainda refratários, expulsos da comunhão dos fiéis.

CONCLUSÃO

Concluindo com um conselho para evitar todo discurso tolo. Dizem que nas alturas e recessos do Monte Taurus são muito infestadas de águias, que nunca são mais satisfeitas do que quando pegar os ossos de um pássaro guindaste. Os pássaros Guindastes são propensos a gargalhar e fazer barulho (Isaías 38:14Isaías 38:14), e particularmente enquanto eles estão voando. O som de suas vozes desperta as águias, que surgem ao sinal e muitas vezes fazem os viajantes tagarelas pagarem caro por suas conversas impudentes. Os mais velhos e mais experientes pássaros guindastes, sensíveis ao seu ataque e ao perigo a que os expõe, tomam cuidado antes de se aventurarem a voar; eles apanham uma pedra grande o suficiente para encher a cavidade de suas bocas e, consequentemente, impor silêncio inevitável. Assim prendem sua língua e eles escapam do perigo. Pessoas incomodadas com línguas indisciplinadas podem aprender uma lição com os guindastes mais velhos. Todos os cristãos devem refrear suas línguas por vigilância e oração. O salmista formou uma resolução nobre: ​​”Eu disse, vou tomar cuidado no meu caminho, para não pecar com a minha língua”.