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OCÉU151: A Bíblia versus o Secularismo – PARTE 78

Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 151  –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 125).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 78). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 12/03/2025.

INTRODUÇÃO

Você já ouviu falar da Falácia do espantalho? A falácia ocorre quando uma pessoa deturpa a posição de seu oponente e então passa a refutar essa deturpação em vez do que seu oponente realmente afirma.

Os ímpios, criaram uma deturpação do Deus das Escrituras, e estão constantemente tentando desmerecer o Criador de todas as formas.

O Deus das Escrituras não se guia pelas preferências pessoais e subjetivas dos seres humanos. Ele é o padrão dos absolutos morais, pois ele é o Criador. Deus nos criou, então Ele tem o direito de exigir de nós Seu padrão moral.

O padrão moral de Deus flui de Sua natureza imutável, então Seu padrão é absoluto. Por exemplo, O caráter moral imutável de Deus mostra Sua resposta consistente ao pecado.

Deus é justo e julga o pecado. Todos nós merecemos morrer pelo pecado, pois somos pecadores. Deus não pode pecar, então Seu padrão é objetivo.

A literatura tem procurado desenvolver um conceito sobre Deus de forma subliminar, em que Deus se torna responsável pelos erros de suas criaturas.

E que se Deus houvesse lidado com suas criaturas de outra maneira, ele veria que elas são boas, mas que podem ser influenciadas pelo meio em que vivem para o mal.

O deísmo acusa Deus de criar o mundo, estabelecer leis para que este funcione e, então, o abandonou para nunca mais voltar. Desde então, o homem se sente sozinho e sem resposta no mundo.

A literatura, em grande parte, tenta responder essas perguntas. O romantismo foi exatamente uma busca do céu, usando os atributos sentimentais e a admiração da natureza, em oposição ao iluminismo que busca o céu da razão como senhora do destino feliz.

Toda a forma literária que o homem criou é uma espécie de releitura da Então criação divina e uma busca de paraíso, ou do estado de perfeição inicial.

O romance da Mary Shelley, o Frankestein, mostra perfeitamente esse sentimento da humanidade na busca de um paraíso, sem Deus, sem o pecado e sem as Escrituras e isso é uma utopia monstruosa.

 

  1. As Escrituras: a base moral do pensamento.

Continuando nossa análise do uso da bíblia por Shelly, a referência ao Éden não é a única alusão bíblica em Frankenstein, todo enredo se volta para as Escrituras.

O leitor, biblicamente alfabetizado, será capaz de discernir mais duas alusões bíblicas cruciais: uma a Êxodo 32–33 e a outra ao Livro de Jó.

Em ambos os textos, encontramos um homem — Moisés e Jó, respectivamente — buscando uma audiência com seu Deus, como aquela que Adão e Eva desfrutavam no jardim por um tempo[1].

Outros autores fazem erroneamente a menção aos Nefilins, como monstros que surgiram da união dos anjos com as filhas dos homens em gênesis 6[2].

Essas alusões bíblicas, portanto, lançam luz sobre uma dimensão importante do enredo do romance, sobre o relacionamento asqueroso do Dr Victor com sua criatura monstruosa, desde a sua criação, e seu abandono da criatura.

Horrorizado com sua feiúra monstruosa, ele foge, iniciando o constante conflito relutante deles e sua traição, e a perseguição diabólica da criatura, para se vingar do seu criador.

O romance de Frankenstein, à luz dessas alusões, passa a ser visto como uma inversão monstruosa do Deus bíblico, que se diz cuidar de suas criaturas, e não cuida, mas ele é capaz de puni-las quando erra.

As frequentes e variadas alusões à Bíblia são, portanto, na minha opinião, muito mais significativas do que a referência no título a Prometeu.

Eu até chegaria ao ponto de sustentar que o subtítulo do romance poderia ter sido mais apropriadamente: ou, O Deus Moderno[3].

  1. Rousseau, o monstro Frankenstein.

Antes de prosseguir com minha análise e interpretação dessas alusões bíblicas, gostaria primeiro de discutir outra inspiração literária central, ainda que não bíblica, a saber, a obra de Jean-Jacques Rousseau.

Naturalmente, a relação de Frankenstein com Rousseau é o assunto de muito debate acadêmico[4] e isto não é segredo.

Seja como for, na medida em que Rousseau constitui meramente um tipo de horizonte para minha interpretação aqui, oferecerei algumas observações mínimas sobre as conexões que unem Rousseau ao romance porque entender a relação do romance com Rousseau acabará por trazer suas alusões à Bíblia para um foco melhor.

Eu iria mais longe a ponto de argumentar se a Criatura de Frankenstein é modelada em parte no próprio Rousseau e na própria Shelley, assim como “O Fausto” foi modelado em Goethe. 

Primeiro, há as conexões biográficas óbvias que unem Shelley a Rousseau.

Assim como a mãe de Rousseau morreu alguns dias após dar à luz a ele, a mãe de Shelley, Mary Wollstonecraft, também morreria logo após seu nascimento. Frankenstein, como Rousseau, vem de Genebra, a cidade de Calvino, no contexto da erudição reformada.

Além disso, foi enquanto Shelley passava o verão em Genebra — durante o “Ano sem Verão”, devido a uma geada.

Como não podiam sair da pousada, onde estava com seu futuro marido, Percy Shelley[5], bem como com Lord Byron[6] (Don Juan) e John Polidori[7] (O Vampiro), eles decidiram escrever sobre algo assustador (terror, fantasma).

Tanto Rousseau quanto Shelley foram condenados ao ostracismo pela sociedade “decente” em vários momentos de suas vidas devido às suas opiniões e estilos de vida não convencionais (monstruosos).

Rousseau era egocêntrico, sem afeição natural, avarento, infiel em seus contratos e relacionamentos amorosos. Monstruosamente obrigou sua mulher a entregar seus 05 filhos recém-nascidos para orfanatos (hospital-escola).

Ele foi altamente criticado por seus contemporâneos e pelos próprios filósofos, que reprovavam suas idéias controvertidas e condutas inadequadas.

Vale a pena notar, como a “Criatura demônio” do romance, se torna vítima e é vilipendiada[8] pela sociedade devido à sua aparência não convencional (monstruosa).

Podemos sustentar[9], em outras palavras, que Shelley (1797-1851) se identificou com a Criatura de Frankenstein, assim como com Rousseau (1712-1778), ou talvez o contrário, a criatura tenha se identificado com eles.

O romance, então, é em grande parte uma abordagem das ideias de Rousseau, apesar do fato de que a mãe de Shelley criticou as visões sexistas do filósofo sobre educação em seu “A vindicação dos direitos das mulheres[10]”.

Rousseau argumenta em Emílio [1762] que as mulheres devem ser educadas para o prazer dos homens e que elas não precisavam de nenhuma educação racional.

Shelley, já com 19 anos, e sem dúvida graças em grande parte à sua mãe, aparentemente se sentiu “justificada” o suficiente para se opor, à injustiça sofrida; — pelo menos dessa forma limitada — à mãe que ela nunca pode conhecer.

Por trás de todo esse enredo tem um fio condutor, produzindo uma obra com as questões sobre a existência de Deus e o mal no mundo. Como pode um Deus bom deixar uma recém nascida sozinha num mundo tão mal?

  1. O Gênesis secular de Rousseau.

Indo além da biografia, eu invocaria a famosa declaração de Rousseau na linha de abertura de O Contrato Social:

“O homem nasceu livre, e em todos os lugares ele está acorrentado” Rousseau (2002, p. 156).

Seguindo as ideias seculares; nosso estado original e natural, então, é bom, embora essa seja uma mera distração teórica.

Mas ele se parece muito com o estado de inocência de Adão antes da queda (que é algo real e não abstração teórica).

Em seu livro “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”[11]:

Rousseau reescreve um Gênesis filosófico, que não carece, nem do Jardim do Éden (paraíso), nem do Pecado, nem da confusão de línguas e nem da lei moral de Deus.

Em outras palavras, é a cultura ou a sociedade que nos escraviza. Enfatizando a ideia do bom selvagem; o homem nasce bom e a sociedade o corrompe.

Rousseau afirma que o ser humano é naturalmente bom. Em estado de natureza, viveria uma vida isolada dos demais, plenamente livre e feliz.

O indivíduo seria o “bom selvagem” inocente e incapaz de praticar o mal, como os outros animais.

Entretanto, esse estado termina quando por algum motivo particular, um indivíduo cerca um pedaço de terra e o classifica como seu.

O surgimento da propriedade privada é o motor gerador de desigualdades e violência e não o mal que está em seu coração.

Assim, para Rousseau, a sociedade e a propriedade privada assumem o papel de “pecado original”, substituindo a tentação e a queda da raça humana em Adão. 

A abordagem herética do secularismo mostra que a “civilização do homem”, acontece na queda quando o homem adquire o conhecimento do bem e do mal.

Veja a releitura do “Gênesis secular”: eles seriam “como deuses, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3:5).

Mas não admitem uma queda; significa apenas que cresceriam até se tornarem seres humanos completos, ou seja, adultos[12].

Essa é uma leitura extremamente difundida e influente, embora equivocada, de Gênesis 2–3 — constitui uma espécie de “queda secular”.

CONCLUSÃO

O secularismo é uma tentativa humana de construir um mundo melhor. Para isso ele precisa desconstruir o mundo antigo, criado por Deus. Toda essa tentativa desde a construção da torre de babel, só deu em confusão e sofrimento. 

Deus criou o mundo e ele não o abandonou como ensina o Deísmo. Deus mesmo criou o homem com o fim último: para gozá-lo para sempre.

Mas o homem pecou, e Deus mesmo foi atrás do homem para salvá-lo e não a sua criatura. 2 Coríntios 5. 17-21

 

Portanto, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!

18 Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,

19 ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação.

20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus.

21 Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.

 

 

 

[1] O romantismo de Shelley também teria ajudado a motivar essas alusões bíblicas devido à presença marcante da natureza em todas as três: a panóplia da natureza em Gênesis 1, a criação do jardim em Gênesis 2 e o cenário montanhoso de Êxodo 32–33; finalmente, quando Deus finalmente se digna a falar com Jó, ele não aborda o sofrimento humano, mas descreve as extensões espetaculares de uma natureza que é totalmente ignorante da existência da humanidade (Jó 38–41).

[2] Lester D. Friedman e Allison B. Kavey argumentam de forma pouco convincente que a forma monstruosa, mais precisamente gigantesca, da Criatura faz alusão à história dos Nefilins em Gênesis 6:1–4 ( Friedman e Kavey 2016, pp. 34–39 ). Além do fato de que a altura da Criatura não é suficiente para estabelecer essa alusão, eles identificam erroneamente os Nefilins como anjos em vez de seus descendentes gigantes e confundem o conto bíblico com textos pós-bíblicos que não estariam disponíveis para Shelley: a saber, 1 Enoque e Jubileus.

[3] De fato, dado o quão pouco Prometeu figura no romance em comparação com as referências bíblicas, eu até mesmo levantaria a hipótese de que Shelley considerou e, finalmente, rejeitou meu subtítulo proposto, o que levanta a questão: por quê? Claro, Prometeu era uma figura importante para o círculo de Shelley. Na época da publicação do romance (1818), Lord Byron havia escrito recentemente “Prometeu” (1816), e Percy Shelley logo escreveria Prometeu Liberto (1820). Alguém poderia então supor que em seu círculo, uma referência a Prometeu era mais convincente do que uma referência a Deus, uma alusão a Milton mais interessante do que uma alusão à Bíblia. Eu também argumentaria que a ameaça de perseguição estava em ação. Foi escandaloso o suficiente que uma adolescente tenha escrito este romance bastante perturbador; substituir o Deus bíblico por um moderno, ela poderia temer, só alienaria ainda mais seus leitores. Tenho em mente Leo Strauss ( 1988 ).

[4] O’Rourke, James. 1989. ‘Nada Mais Não Natural’: Revisão de Rousseau por Mary Shelley. ELH 56: 543–69. [ Google Scholar ] [ CrossRef ]

Lipking, Lawrence. 2012. Frankenstein, a Verdadeira História; ou, Rousseau Juíza Jean-Jacques. Em Mary Shelley, Frankenstein, uma Norton Critical Edition , 2ª ed. Nova York: Norton, pp. 416–34. [Google Scholar}

Beenstock, Zoe. 2015. Sociabilidade Lírica: O Contrato Social e Frankenstein de Mary Shelley. Filosofia e Literatura 39: 406–21. [ Google Scholar ] [ CrossRef ]

[5] Pearcy, escritor inglês, Marido Mary Shelly, era agnóstico. Lia a bíblia todos os dias, e inseriu a visão bíblica em todas as suas obras, embora criticasse muitas coisas que ele não concordava.

[6] Lord Byron, escritor inglês, autor de Don Juan, um homem promíscuo, imoral e  pornografo.

[7] Médico e escritor inglês, iniciou a escrever sobre vampiros. Foi o criador da ficção sobre vampiros. Ele claramente modela seu vampiro, Lord Ruthven, em Lord Byron, pois os dois têm em comum boa aparência, insensibilidade, alta patente, mobilidade, riqueza e apetites sexuais aguçados. O vampirismo, mostra a natureza humana, monstruosa, sedenta por sangue e todo tipo de imoralidade.

[8] Vilipendiada significa desprezada, humilhada, injuriada ou ofendida. 

[9] Finalmente, Rousseau, Shelley e sua Criatura são todos autodidatas devido às circunstâncias que cercam seus nascimentos.

[10] A Vindication of the Rights of Woman (1792).

[11] Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens é um ensaio do filósofo genebrino Jean-Jacques Rousseau publicado em 1755 .

Junto com O Contrato Social , é uma das obras centrais do pensamento político do autor. Rousseau expõe sua concepção do estado de natureza , da perfectibilidade humana e apresenta a propriedade privada como a fonte de todas as desigualdades.

O título da obra às vezes é abreviado para Sobre a desigualdade entre os homens ou Discurso sobre a origem da desigualdade em algumas edições.

 

[12] Starobinsky, Jean. 2014. Introdução. Em Jean-Jacques Rousseau. Discurso sobre a origem e os fundamentos da injustiça entre os homens . Paris: Gallimard. [ Google Acadêmico ]  em inglês.

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