Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 51 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 30).  Gn 1:1, 27: Por que um Deus amoroso permitiria a morte e o sofrimento? – Parte II. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 08/12/2021.

Acesse os sermões na categoria: Sermões Expositivos.

__________________________________________________

INTRODUÇÃO

Um dos maiores romances de aventura da literatura mundial, publicado pela primeira vez em 1719, “Robinson Crusoé”, escrito por Daniel Defoe.

A obra recebeu um grande número de traduções, imitações e adaptações em todo o mundo. Publicado em 1719, Robinson Crusoé foi o primeiro de uma série de livros de ficção escritos por Defoe. Graças a essa produção, ele é considerado o pai do romance inglês.

O livro se passa no século XVII. O personagem Robinson Crusoé — nascido na Inglaterra, mas estabelecido como fazendeiro de cana-de-açúcar no Brasil — decide comandar um navio até a África para levar escravos ao Brasil.

Uma forte tempestade faz o navio naufragar perto de uma ilha deserta no mar do Caribe. Morrem todos os tripulantes, menos Robinson Crusoé, que passa a viver na ilha e ali permanece por vinte anos, completamente sozinho.

As ferramentas, cordas, tábuas e outros utensílios que retira do navio o ajudam a enfrentar o desamparo e a solidão.

Enquanto supera as numerosas dificuldades de seu desterro, Crusoé reflete sobre os valores da existência humana e se reaproxima de Deus.

Após esse tempo todo, certo dia Robinson salva a vida de um nativo que tinha sido capturado por um grupo de canibais.

Crusoé dá ao nativo o nome de Sexta-Feira (pois foi nesse dia da semana que ele o encontrou) e o transforma em seu criado, ensinando-lhe sua língua e sua religião.

Cerca de sete anos após esse encontro, Crusoé consegue retornar à Inglaterra, levando Sexta-Feira junto. De volta a seu país natal, ele recupera sua fortuna, se casa e forma uma família.

É interessante ver os insights de Daniel Defoe em seu clássico romance. Ao ensinar o Cristianismo para Sexta-feira, Crusoe ensinou sobre o diabo, sua origem, rebelião contra Deus e sua terrível inimizade contra o homem.

Este diálogo deixou o nativo intrigado com o dilema do mal:

“Bem”, diz sexta-feira, “mas você diz que Deus é tão forte, tão grande; Ele não é muito forte, tanto quanto o diabo?”

Crusoé reponde: “Sim, sim, Sexta-feira; Deus é mais forte do que o diabo – Deus está acima do diabo e, portanto, oramos a Deus para que o pise sob nossos pés e nos capacite a resistir às suas tentações e apagar seus dardos inflamados.”

“Mas”, Sexta-feira diz novamente, “se Deus é muito mais forte, que o diabo ímpio, por que Deus não mata o diabo agora, então ele não mais vai fazer maldade e nem levar as pessoas a pecar?”

Ao que; Crusoe acabou respondendo:

“Deus vai finalmente castigá-lo severamente; ele está reservado para o dia julgamento em que será lançado no abismo, para habitar o fogo eterno.”

Isso não satisfez sexta-feira; mas ele indignado se volta para Crusoé e repetindo suas palavras:

– “’RESERVADO PARA O DIA DO JULGAMENTO!’ eu não entendo – mas por que não matar o diabo agora; porque não o matou bem lá atrás, no início?”

Crusoé responde: “Você também pode me perguntar”, “por que Deus não mata você ou a mim, quando fazemos coisas iníquas(perversas) que O ofendem?”

Crusoé conclui: “somos preservados para nos arrepender e ser perdoados”. Os insights desse romance nos ajudam e entender a verdadeira natureza do mal que existe no mundo.

  1. O PROBLEMA DO MAL.

Como explicar o problema do mal moral que depende da escolha dos seres morais, como os humanos. E o mal natural? Como a violência entre os animais e os desastres naturais e doenças. 

  1. E o livre arbítrio?

A decisão de fazer o mal é sempre uma escolha de seres morais e livres.

O fato dos seres humanos terem uma vontade voluntária (livre arbítrio), muitos males podem ser causados por isso, como o ataque terrorista de 11 de setembro.

Mas para Deus intervir contra esse tipo de mal, ele precisaria remover essa vontade. Então, quanta vontade Ele deveria remover, para um ateu ficar realmente feliz com esta solução?

Se Deus impede os assassinos do mal, deve Ele também deveria parar os pensamentos malignos, que Jesus disse estar por trás das más ações (Mateus 15:19).

Mas então, se isso fosse aceitável, então Deus deveria dar a todos os ateus uma dor de cabeça dilacerante quando eles tivessem um pensamento militante ateísta? Eles provavelmente protestariam fortemente!

Às vezes, os apologistas cristãos invocam algo semelhante, a conhecida ‘defesa do livre-arbítrio’ para o problema do mal.

Mas o relato bíblico é mais revelador, pois quem realmente tinha um verdadeiro livre arbítrio era Adão e Eva. Depois que pecaram perderam a verdadeira liberdade com a qual foram criados.

Seus descendentes agora estão escravizados pelo pecado. Apenas os humanos redimidos no estado eterno terão verdadeira liberdade dessa escravidão.

  1. E o mal natural?

Alguns ateus argumentam que a defesa do livre arbítrio é boa em face do mal moral, mas é irrelevante no que diz respeito aos males naturais.

Eles acreditam que estão certos sobre isso explicando que o livre-arbítrio dos agentes morais não explica o mundo da violência animal, onde o “sapo come moscas”, cachorro come cachorro.

Essa questão incomodava muito Darwin, o pai da evolução. Esse foi um dos dilemas escorregadios do coração grande evangelista canadense Charles Templeton (1950), que se apostatou da fé, depois de um doutorado em Princeton. E atualmente esse é o argumento do ateu Dawkins.

Portanto, para obter a resposta certa e verdadeira, precisamos da história bíblica: o que aconteceu depois do pecado de Adão.

  1. A MORTE E SOFRIMENTO SÃO A PENA PARA O PECADO
  2. O pecado e a morte.

Deus criou Adão e deu-lhe apenas um comando simples, advertindo-o de que ele morreria se desobedecesse (Gênesis 2:17).

Assim, quando Adão pecou, quebrando um único mandamento, Deus teve que julgar o pecado com a morte, para manter Sua palavra (Gênesis 3:19).

Esta é a primeira indicação de que a morte é uma intrusa no mundo, Ele não faz parte da criação original de Deus.

O registro fóssil não é anterior ao pecado. Mas os fósseis são restos de criaturas mortas – portanto, milhões de anos implicam que a morte anteceda o pecado, o que, por sua vez, implica que a morte não é o resultado do pecado.

Isso faz de Deus o autor da morte e do sofrimento gratuitos, em vez do Juiz justo que punia com justiça o pecado.

Então a morte não entrou no mundo antes da queda. Os depósitos de fosseis foi causado pelo diluvio global.

O Novo Testamento chama a morte de “o último inimigo” (1 Coríntios 15:26) e “o salário do pecado” (Romanos 6:23). Assim, a Bíblia é consistente em ligar a morte ao pecado.

Na verdade, Deus aparentemente causou diretamente a primeira morte no mundo – um animal foi morto para fazer roupas para Adão e Eva (Gênesis 3:21).

Como resultado do julgamento de Deus sobre o mundo, Deus nos deu um gostinho da vida sem Ele – um mundo que está se esgotando – um mundo cheio de morte e sofrimento.

Agora a Bíblia nos diz que Adão foi o cabeça da raça humana, representando cada um de nós, que somos seus descendentes. Paulo diz em Romanos 5: 12–19 que pecamos “em Adão”, à semelhança de Adão.

Em outras palavras, nascemos com o mesmo problema que Adão adquiriu após sua queda – somos “por natureza filhos da ira” (Efésios 2: 3).

Quando Adão se rebelou contra Deus, todos os seres humanos, representados por Adão, efetivamente disseram que queriam uma vida sem Deus.

Agora, uma vez que Deus é o autor da vida, a morte é a penalidade natural de escolher a vida sem Deus, o doador da vida.

Além disso, porque o Senhor é santo e justo, deveria haver uma penalidade para a rebelião.

A Bíblia deixa claro que a morte é a penalidade por nosso pecado, não apenas o pecado de Adão.

Se você aceitar o relato da história da Bíblia, então nossos pecados – não apenas os pecados do ‘outro homem’ – são responsáveis por todas as mortes e sofrimentos no mundo!

Em outras palavras, é realmente nossa culpa que o mundo seja como é. Ninguém é realmente ‘inocente’ no sentido de ‘sem pecado’.

Ninguém será culpado ou condenado pelos pecados de Adão. Cada um será responsabilizado e condenado pelos seus próprios pecados.

Além disso, Gênesis 1: 26-28 diz que a humanidade recebeu domínio sobre toda a criação. Então, quando ele pecou, toda a criação sob ele também foi amaldiçoada. A queda foi um desastre cósmico.

O pecado de Adão trouxe desordem e desconexão sobre a ordem criada que a tornava uma habitação adequada para o homem, agora em conflito com seu criador.

Portanto, a queda teve um alcance cósmico, afetando toda a criação.  Como Romanos 8:22 diz, “toda a criação geme e trabalha com dores de parto” – porque o próprio Deus sujeitou a criação à futilidade (v. 20).

Charles Colson e Nancy Pearcey falam da origem da morte e do sofrimento em seu livro “E agora como viveremos?”.

“Deus é bom, e a criação original era boa [Gênesis 1:31 realmente diz “muito bom”]. Deus não é o autor do mal. Este é um elemento crucial do ensino cristão … também não haveria base para lutar contra a injustiça e a opressão, contra a crueldade e a corrupção, pois estas, também, seriam reflexos da própria natureza de Deus e, portanto, inerentes ao mundo como ele criou. …

Redenção significa a restauração e cumprimento dos propósitos originais de Deus. [p.194] As consequências do pecado afetam a própria ordem do próprio universo. … a Queda afeta toda a natureza … sua rebelião injetou desordem em toda a criação”. [p. 197]

Cada parte da obra de Deus foi prejudicada pelo motim humano … Na Queda, cada parte da criação mergulhou no caos do pecado, e cada parte clama por redenção.

Somente a cosmovisão cristã mantém essas duas verdades em equilíbrio: a destruição radical causada pelo pecado e a esperança de restauração da bondade original criada. [p.198]

  1. Isso também explica por que o mundo dos vivos está em guerra.

Deus removeu parte de Seu poder de sustentação – temporariamente. Ao mesmo tempo em que Deus julgou o pecado com a morte, Ele retirou parte de Seu poder de sustentação.

Tudo está acabando por causa do pecado. Deus nos deu o sabor da vida sem Ele – um mundo cheio de violência, morte, sofrimento e doença.

Se Deus retirasse todo o Seu poder de sustentação, a criação deixaria de existir. Colossenses 1: 16-17 nos diz que todas as coisas são mantidas juntas, agora, pelo poder do Criador, o Senhor Jesus Cristo (cf. Hebreus 1: 3)

No entanto, em certo sentido, Ele não está se segurando perfeitamente, pois está deliberadamente deixando as coisas desmoronarem para nos dar um gostinho de como é a vida sem Deus.

Em outras palavras, Deus está permitindo que experimentemos o que desejamos – a vida sem Deus (cf. Romanos 1: 18-32).

No Antigo Testamento, temos um vislumbre de como é o mundo quando Deus sustenta as coisas cem por cento.

Em Deuteronômio 29: 5 e Neemias 9:21, somos informados de que os israelitas vagaram no deserto por 40 anos e, ainda assim, suas roupas não se gastaram, seus sapatos não se gastaram e seus pés não incharam.

Obviamente, Deus miraculosamente sustentou suas roupas, sapatos e pés para que não se desgastassem ou desmoronassem como o resto da criação está fazendo.

Só podemos imaginar como seria o mundo se Deus sustentasse todos os detalhes dele dessa forma.

O livro de Daniel, capítulo 3, nos dá outro vislumbre, quando lemos sobre Sadraque, Mesaque e Abednego entrando em uma fornalha intensamente ardente – mas saindo sem nem mesmo o cheiro de fumaça em suas roupas.

Quando o Senhor Jesus Cristo, o Criador do universo (João 1: 3, Colossenses 1:15 e segs.), sustentou seus corpos e roupas no meio do fogo (v. 25), nada poderia ser ferido ou destruído.

Esses exemplos nos ajudam a entender um pouco como seria se Deus sustentasse todos os aspectos da criação – nada desmoronaria.

Atualmente, vivemos em um universo onde as coisas estão se deteriorando. Ao nosso redor vemos morte, sofrimento e doença.

Tudo como resultado do julgamento de Deus contra o pecado e Sua retirada de parte de Seu poder de sustentação para nos dar o que pedimos – um sabor da vida sem Deus.

  1. É justo que Deus amaldiçoou toda a criação?

A cultura ocidental tem um pensamento muito individualista, mas cultura dos tempos da Bíblia era mais coletiva, como a maioria das culturas até hoje[1]. Isso explica a frequente punição corporativa na Bíblia.

Mas Adão também tinha domínio sobre o resto da criação, então quando ele pecou, toda a criação sob ele também foi amaldiçoada, de acordo com o princípio da punição corporativa[2].

Observe, se a punição corporativa é ‘injusta’, seja o que for que isso possa significar em uma estrutura sem Deus, então o mesmo ocorre com a redenção corporativa.

No entanto, a Bíblia ensina este conceito: os crentes em Cristo são salvos porque nossos pecados foram imputados corporativamente (creditados) em Sua conta (Isaías 53: 6) quando Ele estava na cruz. E Sua justiça perfeita foi imputada aos crentes Nele (2 Coríntios 5:21).

  1. A resposta correta de um apologista de longa data

Usando essa estrutura, o conhecido apologista cristão Norman Geisler (1932) ele forneceu a única resposta correta à reclamação de Templeton sobre o ‘mal natural’, incluindo “a natureza vermelha nos dentes e nas garras”:

Deus não criou animais para serem comidos no paraíso, e os animais não se devoram.

O profeta Isaías disse que um dia Deus “criará novos céus e uma nova terra” onde “o lobo e o cordeiro se alimentarão juntos e o leão comerá palha como um boi”.

Em outras palavras, não haverá o mesmo tipo de matança que ocorre agora.

Em suma, tudo o que Deus criou era bom. O que mudou as coisas foi a queda. Quando Deus disse, de fato, para se afastar, ele o fez parcialmente.

Romanos 8 diz que toda a criação foi afetada – isso inclui vida vegetal, seres humanos, animais, tudo.

Houve mudanças e perdas genéticas fundamentais; vemos, por exemplo, como a expectativa de vida diminuiu rapidamente após a Queda. Adão viveu até 930 anos; Noé 950 anos, hoje não se chega a 120 anos.

O plano de Deus não foi projetado para ser assim; só é assim por causa do pecado. Em última análise, isso será corrigido[3].

Com a queda os animais que eram vegetarianos se tornaram carnívoros e os germes bons se tornaram ruins. E temos evidências que mostram isso[4].

  1. Por que bilhões de anos prejudica esse ensino.

Muitos teólogos como Norman Geisler, Wayne Grudem, Antônio Gilberto, são também conhecidos por acreditar nos bilhões de anos e na teoria do hiato de Genesis verso 1 e 2.

No entanto, todos falham em perceber que suas respostas só funcionariam dentro de uma estrutura bíblica da “terra jovem”.

As camadas de rocha contêm fósseis. E os fósseis são restos de coisas mortas! No entanto, esse dogma de bilhões de anos coloca a maior parte dessa morte antes do pecado de Adão, minando a consistente causalidade bíblica entre o pecado e a morte.

Os bilhões de anos que eles propõem não são derivados da Bíblia, mas foram argumentados a partir do suposto período de tempo para formar as camadas de rocha.

Mas o principal problema que bilhões de anos representam para a explicação deles é que essas camadas de rocha supostamente antigas contêm fósseis.

E os fósseis são restos de coisas mortas! No entanto, esse dogma de bilhões de anos coloca a maior parte dessa morte antes do pecado de Adão, minando a consistente causalidade bíblica entre o pecado e a morte.

Isso porque coloca o ‘registro fóssil’ antes do aparecimento do homem na terra. Significa que uma época carnívora, doença, morte e espinhos precederam o pecado do primeiro homem, Adão, em contradição direta com a Palavra de Deus.

Um diretor de uma escola cristã de longa idade, disse: “A vida é dura, criança”, a uma criança sofrendo com a morte de um querido animal de estimação.

Um ateu dificilmente teria respondido de forma diferente! Isso desobedece ao conselho bíblico de evitar a sabedoria mundana (1 Coríntios 3: 18-19, 2 Coríntios 10: 5)

Muitos teólogos fundamentalistas, rejeitam o “Designer Inteligente”, com tal fervor e hostilidade e lutam contra irmãos criacionistas, com o mesmo fervor dos obstinados ateus.

Certamente as famosas palavras do livro As Crônicas da Família Schönberg-Cotta, da romancista Elizabeth Rundle Charles (1828-1896), são relevantes para a questão da idade da terra:

“Se eu professar, com a voz mais alta e a mais clara exposição, cada porção da verdade de Deus, exceto precisamente naquele pequeno ponto que o mundo e o diabo estão atacando naquele momento, não estou confessando a Cristo, por mais ousadamente que possa estar professando Cristandade.

Onde a batalha é travada, a lealdade do soldado é comprovada; e ser estável em todo o campo de batalha, além disso, é mero vôo e desgraça para ele se ele recuar naquele ponto[5].”

Nas palavras ainda mais fortes de Provérbios 18:9, “Quem é negligente no trabalho é irmão daquele que destrói”.

  1. Morte humana

Mesmo deixando de lado os problemas da morte animal antes do pecado, é difícil negar que a Bíblia ensina que a morte humana começou com o pecado de Adão. Considerar:

Romanos 5: 12-19 – “Portanto, assim como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte se espalhou para todos os homens porque todos pecaram …

Mas o dom gratuito não é como a transgressão. Pois, se muitos morreram pela transgressão de um homem, muito mais têm a graça de Deus e o dom gratuito pela graça daquele homem que Jesus Cristo abundou para muitos.

E o dom gratuito não é como o resultado do pecado daquele homem. Pois o julgamento após uma transgressão trouxe condenação, mas o dom gratuito após muitas transgressões trouxe justificação.

Pois se, por causa da transgressão de um homem, a morte reinou por esse homem, muito mais aqueles que recebem a abundância da graça e o dom gratuito da justiça reinarão em vida por meio de um homem Jesus Cristo.

Portanto, como uma transgressão levou à condenação de todos os homens, então, um ato de justiça leva à justificação e vida para todos os homens. Pois, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, também pela obediência de um homem muitos serão feitos justos.”

1 Coríntios 15: 21–22, 45–47 – “Porque, assim como a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como todos morrem em Adão, também todos serão vivificados em Cristo. (…)

O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente; o último Adão tornou-se um espírito vivificante. Mas não é o espiritual que vem primeiro, mas o natural, e depois o espiritual. O primeiro homem era da terra, um homem do pó; o segundo homem é do céu.”

Os humanos modernos são datados – por métodos que os antigos defendem tacitamente – muito mais antigos do que qualquer data bíblica possível para Adão.

Essas passagens ensinam que a morte humana veio por meio da desobediência “do primeiro homem, Adão”. Além disso, eles conectam esta morte com a obediência e ressurreição de Jesus, “o segundo homem” e “o último Adão”[6].

No entanto, os métodos de datação que esses teólogos aceitam colocam os fósseis humanos antes de Adão.

Por exemplo, o aparentemente confiável método Accelerator Mass Spectrometry (AMS) 14 C ‘data’ os aborígines na Austrália para 41.000 BP (antes do presente)[7].

Métodos de termoluminescência menos confiáveis datam os aborígines a cerca de 60.000 anos AP[8].

Geisler não negaria a humanidade dos aborígines, ao contrário de muitos evolucionistas da época de Darwin[9].

Esses teólogos; reconheceriam que a Bíblia ensina que todos os humanos vêm de Adão, mas não há como retroceder a criação de Adão, dadas as restrições das cronologias[10] bíblicas[11].

Um problema ainda maior vem da recente redação de dois crânios parciais de Homo sapiens que foram desenterrados em 1967 perto do rio Omo, no sudoeste da Etiópia.

A datação radiométrica (que teólogos fundamentalistas apoiam tacitamente) agora os colocou em 195.000 anos atrás[12].

Os métodos de namoro que os comprometedores da velha terra aceitam colocam a morte humana antes da queda de Adão.

Portanto, sem dúvida, os humanos modernos são datados – por métodos que teólogos tacitamente defende – por serem muito mais antigos do que qualquer possível data bíblica para Adão.

Pior ainda, há muitas vítimas comprovadas de canibalismo humano no registro fóssil[13], novamente muito antes de qualquer data possível para Adão.

Assim, os fósseis humanos sozinhos, ‘datados’ por métodos que supostamente também provam que a Terra tem bilhões de anos, não são compatíveis com a imagem bíblica.

A resposta de Geisler a Templeton foi muito boa, mas totalmente incompatível com sua aceitação de bilhões de anos.

Os apologistas da longa idade geralmente não percebem essa incompatibilidade, incluindo John Lennox[14] e William Lane Craig[15].

Esperamos que somente os fósseis humanos abram seus olhos para a falácia do ‘namoro’ de longa data e para a verdade inabalável da escala de tempo bíblica.

  1. Morte animal

Geisler estava certo ao apontar que a carnivoria e o sofrimento dos animais também começaram após a queda de Adão.

Mas o mesmo problema para a morte humana é ampliado para a morte animal. Por exemplo, o registro fóssil inclui um Compsognathus do tamanho de um peru encontrado com um lagarto em sua barriga[16].

Um famoso fóssil de Velociraptor travado em combate mortal com um Protoceratops e um coprólito de T. rex (esterco fóssil) encontrado com uma “alta proporção (30–50%) de fragmentos ósseos”[17]. Também foram encontrados tumores no registro fóssil[18].

Não, a única maneira de o argumento (correto) de Geisler funcionar é aceitar a história bíblica, onde a terra tem apenas cerca de 6.000 a 10.000 anos.

Essa história também tem uma explicação coerente e cronológica para colocar os fósseis depois do pecado de Adão.

Ou seja, a maioria dos fósseis de animais foi formada pelo Dilúvio global dos dias de Noé (Gênesis 6–9), enquanto os fósseis humanos foram principalmente pós-Babel (Gênesis 11). 

  1. A futura restauração

Em contraste com a visão de que a morte e o sofrimento continuaram por milhões de anos, essa visão bíblica da história tem uma implicação maravilhosa para o futuro.

O mundo um dia será restaurado (Atos 3:21, 2Pedro3.13) a um estado em que, mais uma vez, não haverá violência e morte.

O posto-chave que a Escritura apresenta é a realidade física dos Novos Céus e da nova Terra por vir, uma criação restaurada[19].

Deus nunca desistiu de sua criação original. No entanto, de alguma forma, conseguimos ignorar todo um vocabulário bíblico que torna esse ponto claro. Resgatar. Restaurar. Recuperar. Retornar. Renovar. Ressuscitar.

Cada uma dessas palavras bíblicas começa com o re-prefixo, sugerindo um retorno a uma condição original que estava arruinada ou perdida.

Deus sempre nos vê à luz do que Ele pretendeu que sejamos e sempre busca restaurar-nos a esse desígnio.

Da mesma forma, Ele vê a terra em termos do que Ele pretendia que fosse e procura restaurá-la ao seu projeto original.

E esse é mais um problema com teoria do bilhões de anos: se esse passado fosse verdade, com toda a morte e sofrimento que ele acarreta, há um problema com todas essas palavras “re–”.

Isto é, “restauração” para quê? Bilhões de anos de mais morte, sofrimento e doenças?[20] [21]

Não! Claramente, esse estado futuro reflete o paraíso que uma vez foi perdido, não uma terra imaginária que nunca existiu e habitada por Lúcifer, e pessoas que hoje são os demônios espíritos desencarnados. Isso é um absurdo herético!

De acordo com os profetas, o apóstolo Pedro e o próprio Cristo, nosso destino é viver para sempre em uma Terra restaurada e renovada.

Se Deus quisesse nos mandar para o Inferno e começar de novo, Ele poderia.

Mas ele não o fez. Em vez disso, Ele escolheu redimir o que começou – os céus, a Terra e a humanidade – para trazê-los de volta, em certo sentido, ao Seu propósito original.

Deus é o melhor artista de salvamento. Ele adora restaurar as coisas à sua condição original – e torná-las ainda melhores.

Como Romanos 8 deixa claro, isso inclui não apenas os seres humanos, mas toda a criação que geme ansiosamente aguardando por isso. Deste ponto de vista, a doutrina bíblica do Céu depende de Gênesis ser histórico.

Independentemente de como alguém entenda os temas de restauração do Éden no Apocalipse, eles não fazem sentido e não oferecem conforto prático aos cristãos, a menos que haja um Éden real.

CONCLUSÃO

Qual é a única resposta para o problema do mal? Se Deus é todo-poderoso e bom, como pode o mundo estar cheio de morte, doenças e tantas formas de sofrimento?

O problema do mal está no cerne do relato bíblico e serve como o ponto crucial do desenrolar do drama da redenção.

O primeiro ato de maldade humana moveu Deus a trazer um julgamento decisivo enquanto simultaneamente revelava Seu plano mestre.

Para completar nossa redenção – bem como a de toda a criação caída – Ele coloca em ação Sua estratégia da encarnação de Jesus, morte expiatória, ressurreição e retorno final.

A cosmovisão cristã a respeito desse problema central é totalmente única quando comparada a outros sistemas de crenças.

No final, ficamos convencidos de que a cosmovisão cristã é a única que lida adequadamente com o mal e o sofrimento.

Não pode ser devidamente compreendida sem aceitar a Criação, a Queda, Redenção e Criação.

[1] Holding, JP, Honra e Vergonha no Mundo Bíblico, tektonics.org. Existem prós e contras de ambos os tipos de cultura. No entanto, os países mais influenciados pela Reforma são os mais individualistas, com toda a prosperidade que os direitos individuais e de propriedade podem trazer.

Isso se deve à redescoberta da doutrina bíblica da justificação pela fé, que elevou a independência do indivíduo.

O mesmo aconteceu com a condenação de Jesus aos pecados do coração que nenhum outro ser humano poderia ver, como a raiva e a luxúria (Mateus 5:22, 28).

Portanto, embora a cultura bíblica fosse coletivista e devesse ser entendida neste contexto, muitos de seus ensinamentos abordavam sutilmente os aspectos negativos desse tipo de cultura e lançavam as bases para os aspectos positivos de uma cultura individualista. Ver Robbins, J., Christ and Civilization , Trinity Foundation, POB 68, Unicoi, TN 37692, 2003.

[2] Este é um grande problema para a vida alienígena: esta passagem logicamente implica que os mundos natal Vulcano e Klingon teriam sido amaldiçoados por causa do pecado de Adão. Veja Bates, G., Alien Intrusion , CBP, 2011; Deus criou vida em outros planetas? Criação , 29 (2): 12–15, março de 2007; creation.com/lifefromplanets.

[3] Citado em Strobel, L., The Case for Faith (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2000), pp. 176-177. Ver também Catchpoole, D., ‘Billions of years’ makes Christians mudo (e ateus barulhentos ): Uma maneira brilhante de amordaçar os cristãos: Faça-os acreditar em longas idades , 23 de abril de 2013, creation.com/muzzle.

[4] O Livro de Respostas da Criação , cap. 6, e The Greatest Hoax on Earth? , CH. 16 (ver leituras recomendadas). Consulte também os artigos em creation.com/carnivor

[5] Charles, E., As Crônicas da Família Schönberg-Cotta , Thomas Nelson, 1864

[6] Cosner, L., Romanos 5: 12–21: visão de Paulo do Adam literal , J. Creation , 22 (2): 105–107, 2008; creation.com/romans5

[7] O’Connor, S., Carpenter Gap rockshelter 1: 40.000 anos de ocupação aborígine em Napier Ranges, Kimberley, WA, Australian Archaeology 40 : 58–59, junho de 1995

[8] Allen, J., Uma questão de tempo, Nature Australia 26 (10): 60–69, Spring 2000.

[9] Wieland, C., Darwin’s bodysnatchers: new horrors: People deliberadamente assassinados para fornecer ‘espécimes’ para pesquisa evolucionária , Creation , 14 (2): 16-18, 1992; creation.com/bodysnatch.

[10] Sarfati, J., Biblical chronogenealogies , J. Creation , 17 (3): 14-18, 2003, creation.com/chronogenealogy.

[11] Freeman, T., The Genesis 5 and 11 fluidity question , J. Creation , 19 (2): 83–90, 2005, creation.com/fluidity

[12] McDougall, I., Brown, FH e Fleagle, JG, Colocação estratigráfica e idade dos humanos modernos de Kibish, Etiópia, Nature , 433 (7027): 733-736, 17 de fevereiro de 2005

[13] Lubenow, M., Pré-Adamites, sin, death and the human fossils , J. Creation , 12 (2): 222–232, 1998; creation.com/pre-adamites.

[14] Lennox, J., Sete dias que dividem o mundo , Zondervan, Grand Rapids, MI, 2011. Ver também a crítica de Cosner, L., Quem está sendo divisivo sobre a criação? J. Creation , 26 (3): 25–28, 2012; creation.com/lennox

[15] Sarfati, J., ataque intelectualmente desonesto de William Lane Craig aos criacionistas bíblicos , creation.com/craig, 17 de setembro de 2013

[16] Ostrom, JH, The osteology of Compsognathus longipes , Zitteliana 4 : 73-118, 1978

[17] Chin, K. et al. , Um coprólito terópode king-size, Nature , 393 : 680–682, 18 de junho de 1998 | DOI: 10.1038 / 31461.

[18] Cientistas encontram primeiro tumor cerebral de dinossauro, Yahoo News , 28 de outubro de 2003; Wieland, C., First-ever dinosaur brain tumor found , Creation , 26 (2): 21, 2004; creation.com/dinotumour.

[19] O Dr. Randy Alcorn, autor de If God Is Good: Faith in the Midst of Suffering and Evil

[20] Grigg, R., The Future: Some issues for ‘long-age’ Christianity , Creation , 25 (4): 50–51, 2003; creation.com/future.

[21] Verderame, J., Theistic evolution: future shock? Criação , 20 (3): 18, 1998; creation.com/future2.