Become A Donor

Become A Donor
Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry.

Contact Info

684 West College St. Sun City, United States America, 064781.

(+55) 654 - 545 - 1235

info@zegen.com

Latest Posts

OCÉU147: A Bíblia versus o Secularismo – PARTE 74

Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 147  –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 123).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 74). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 05/02/2025.

Acesse todos os sermões das quartas-feiras na categoria: Sermões Expositivos.

__________________________________________________

INTRODUÇÃO:

Embora nunca tenhamos um mundo perfeito, e não existe a ideia de um progresso perpétuo. Mas toda a melhoria que o mundo conheceu, foi uma amostra do que será o mundo perfeito que Deus preparou para os salvos. O mundo moderno, desconsidera a origem de suas garantias e liberdades. A luta pelos direitos que vemos hoje foi travada por homens piedosos que ajudaram a mudar o mundo para melhor.

John Milton, um poeta fez seu papel em contribuir também para o mundo ocidental. O que foi que ajudou esses homens a ver o que quase ninguém conseguia enxergar, foi um reverencia piedosa pelas Escrituras. As Escrituras e somente elas fizeram e podem fazer a diferença na vida de uma pessoa ou de um povo. Vamos continuar a ver como as Escrituras moldou a forma de pensar de Milton, para que pudesse influenciar o mundo com o Evangelho.

  1. Milton e sua eclesiologia democrática.

Um ponto da crença teológica de Milton que não podemos deixar de notar é sua doutrina da igreja (eclesiologia), a forma como ele via o governo da igreja.

Aqui também, houve um progresso constante de seus primeiros anos para seus últimos anos e, em meu julgamento, um progresso no geral em direção à verdade, em vez de ao erro, ao rejeitar o sistema de governo presbiteriano.

Milton era um puritano calvinista membro da Igreja presbiteriana estabelecida, no tempo em que a Inglaterra foi uma república (1649- 1662).  O presbiterianismo defende o governo de poucos, ou uma oligarquia[1].

Quando John Milton entrou para o serviço do Estado, ele era um presbiteriano forte, e seus primeiros panfletos políticos foram escritos no interesse do governo presbiteriano na Igreja da Inglaterra.

Mas ele descobriu que o presbiterianismo[2] naquela época representava tanta intolerância e tirania tanto quanto era a Igreja Romana.

Em seu poema “Sobre os novos agentes da consciência sob o longo parlamento”, ocorrem estas linhas:

Porque vocês rejeitaram seu Senhor Prelado

E com votos rígidos renunciaram à sua Liturgia,

Para arrebatar a prostituta viúva Pluralidade

Daqueles cujo pecado vocês invejaram, não abominaram;

Vocês ousam por isso conjurar a espada civil

Para forçar nossas consciências que Cristo libertou,

E nos cavalgar com uma hierarquia clássica? . . .

Homens cuja vida, aprendizado, fé e intenção pura

Teriam sido tidos em alta estima por Paulo

Devem agora ser nomeados e impressos como hereges. . .

Mas esperamos descobrir todos os seus truques. . .

Quando eles lerem isso claramente em seu encargo,

o Novo Presbítero é apenas um velho Sacerdote escrito em letras grandes.

De clérigo, ele se tornou presbiteriano calvinista, então, de ser presbiteriano, ele se tornou independente, e defendendo a ideia de liberdade.

As ideias de governo civil republicano que estavam ganhando terreno no exército tinham, como correlato, das ideias de democracia absoluta no governo da igreja e, então, dez anos de reflexão e experiência adicionais o tornaram teoricamente um batista.

Os primeiros batistas[3], eram grandes defensores da liberdade de consciência para todos, e da democracia, e um dos fundadores, Thomas Helwys[4], foi mártir dessa causa, como muitos outros batistas.

O próprio Oliver Cromwell, que foi indicado pelo parlamento para governar a Inglaterra nesse período, não professava nenhuma opinião cívica, mas ele era mais próximo de uma “democracia batista”, do que qualquer outra coisa, e a influência de Cromwell era forte sobre Milton.

O poeta John Milton, no entanto, era mais consistente tanto em seu republicanismo quanto em sua independência do que o próprio Cromwell.

Milton temia as tendências monárquicas do protetorado; e, no assunto da liberdade absoluta de opinião, ele era um monitor do protetor[5].

Milton não apenas se apegava, pelo menos em teoria, ao princípio batista fundamental de separação entre Igreja e Estado, mas concordava com os batistas em sua rejeição ao batismo infantil e em sua crença de que a imersão em água é a forma adequada de batismo.

Crianças, ele diz, “não devem ser batizadas, na medida em que são incompetentes para receber instruções, ou crer, ou entrar em um convênio (pacto eclesial), ou prometer ou responder por si mesmas, ou mesmo ouvir uma palavra”.

Do batismo, ele fala assim: “Os corpos dos crentes, que se comprometem com a pureza da vida, são imersos em água corrente, para significar sua regeneração pelo Espírito Santo, e sua união com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição”.

Essas citações são tiradas, é claro, de sua “Doutrina Cristã”, mas, no décimo segundo livro do “Paraíso Perdido”, temos as seguintes linhas significativas:

Para ensinar a todas as nações o que dele aprenderam,

E sua salvação, aqueles que crerem

Batizando na corrente abundante, o sinal

De lavá-los da culpa do pecado para a vida

Pura, e na mente preparada, se assim acontecer,

Para uma morte como a que o Redentor morreu.

Estou longe de sustentar que John Milton alguma vez foi ele próprio imerso, ou que alguma vez se identificou formalmente com alguma igreja batista local.

Devo acrescentar, de fato, que antes do fim de seus dias surgiu um elemento quaker em sua piedade, (Os Quaker davam ênfase num viver piedoso em tudo).

Ele ficou tão triste com a corrupção da igreja do seu tempo, que já não conseguia continuar indo aos cultos. Isso também devido a sua velhice e cegueira, que não mais podia comparecer a nenhum evento.

Mas ele exorta a todos os cristãos, em seu “tratado de Doutrina Cristã, que todos os crentes têm o dever de estarem filiados a uma igreja local,

  1. Milton e sua consciência batista.

Outra influência sobre o pensamento de Milton ainda mais importante, e essa foi a influência do Pastor e teólogo puritano Roger Williams[6].

Ele era um dos homens mais amado do seu tempo, ainda que um agitador nato, republicano, abolicionista e batista, fez um trabalho na Inglaterra, bem como na América — um trabalho que só nos últimos anos veio a ser reconhecido.

Quando os puritanos que governavam o período do “Longo Parlamento” (tempo em que a Inglaterra, foi uma república, quando a perseguição do Rei Charles I e do corrupto Arcebispo de Cantuária Laud, haviam terminado.

Então as liberdades civis e religiosas voltaram na Inglaterra, então Roger Williams, no ano de 1643, fez uma visita à sua casa inglesa.

Doze anos antes, ele havia emigrado para América, na busca de liberdade religiosa e da separação do Estado da igreja.

Ao chegar na américa se envolveu na luta na defesa dos direitos dos nativos, e começou a opor a instituição da escravidão humana.

Isso criou conflitos com os governadores das colônias e com os pastores das igrejas anglicanas na América, por causa de suas ideias de democracia e liberdade, e logo foi levado aos tribunais por causa de suas ideias.

A igreja à qual Roger Williams pertencia em Salem o excomungou por questões políticas e porque ele havia sido batizado e havia batizado outros adultos, se opondo ao batismo infantil.

Assim em 1638, ele se tornou um batista e fundou a Primeira Igreja Batista na América, onde sua visão de democracia e liberdade religiosa, não fosse contrariada.

Não estava na natureza humana — certamente não estava na natureza humana de Roger Williams — quando ele retornou à Inglaterra para parar de propagar sua nova fé batista, do dever de se separar absolutamente a igreja e o Estado.

Então quando volta a Inglaterra em 1643, ele encontra John Milton, afastado dos presbiterianos, jogado entre os sectários e, como o próprio poeta nos conta, em “um mundo de desprezo”, e começam uma amizade.

Roger Williams publica na inglaterra seu livro: “Bloody Tenet of Persecution, with a Plea for Liberty of Conscience[7]” (Princípio Sangrento de Perseguição, com um Apelo à Liberdade de Consciência).

O livro foi queimado em praça pública. Seu livro causou grande começão em entre os povos de língua inglês.

Roger William foi considerado o apóstolo da liberdade[8]. E seu livro foi especialmente recomendado (dedicado) a John Milton.

De Roger Williams, o poeta provavelmente absorveu não apenas essa porção específica da doutrina batista, mas muito mais com relação à natureza e aos assuntos do batismo cristão.

Se as circunstâncias tivessem permitido a separação absoluta entre Igreja e Estado na Inglaterra, podemos acreditar que Milton teria argumentado firmemente a seu favor.

Mas mesmo Cromwell não conseguia aceitar o princípio de tolerância universal pelo menos o papado, deveria ser suprimido. Mas a ideia de liberdade ainda continuava a ser um sonho.

Então John Milton, conclui:

“Já que não a razão ou a igreja, mas a Escritura, é a única autoridade e padrão, não deve haver “nenhuma liberdade de consciência até que haja a aceitação das Escrituras, e depois dessa aceitação, toda a liberdade”.

Em seu “Tratado da Doutrina Cristã”, ele chega diretamente ao terreno de Roger Williams e se opõe à interferência do Estado ou do magistrado civil de qualquer forma em questões de crença religiosa.

  1. A essência do protestantismo de Milton.

A teologia popular dos povos de língua inglesa é, em grande medida derivada da influência do livro o “Paraíso Perdido” de Milton.

Muitas noções com relação à natureza dos anjos e com relação à tentação do homem chegaram até nós, não de Moisés, mas de Milton.

É bom para nós, portanto, estimar cuidadosamente as reivindicações da teologia miltoniana e sua correspondência com as Escrituras.

Milton foi o poeta da Reforma Protestante. Quando lemos seu tratado doutrinário, declarando-se um armíniano, Trinitariano, um pré-milenista e, por último, um batista. 

A essência do protestantismo era o “protestar  da humanidade

contra a substituição da igreja no lugar de

Cristo, e do padre no lugar da Escritura.

O catolicismo romano havia transformado meios em fins. A Reforma Protestante, por outro lado, dispôs de todos esses intermediários entre a alma e Deus. Ela insistiu que todo homem deve ter relações pessoais com Cristo.

Ele não deve vir a Cristo por meio da igreja, mas vir à igreja por meio de Cristo. Ele não deve tomar sua crença dos dogmas, mas da palavra de Deus.

Ele é obrigado a ler e interpretar as Escrituras por si mesmo, e é pessoalmente responsável perante Deus pelas conclusões a que chega.

Isto é protestantismo; isto é puritanismo; e Milton é um puritano dos puritanos. Ele não colocará sua consciência em nenhuma guarda eclesiástica, mesmo que seja a guarda da Assembleia de Teólogos de Westminster.

Então ele pensa por si mesmo e escreve por si mesmo. Enquanto ele acredita que todos os homens são pecadores, e a salvação é somente através de Cristo, ele mostra quão flexível e ousado o espírito intelectual do puritanismo pode ser.

Não é tanto a velha ortodoxia, mas a nova teologia, que aparece nele. Ele é o poeta da verdade protestante, ao ilustrar sua ampla gama de liberdade, e ao transformar sua doutrina áspera em canção doce.

O quanto a política, a religião, a erudição moderna, devem a Milton, por o julgarem com desprezo ideológico, devido ao seu cristianismo.

Mas essas críticas, não desmereceu a influência de seu trabalho, que se tornou a obra da literatura inglesa, e que está traduzida para todo o mundo acadêmico.

Sem “O paraíso perdido” de Milton, as pessoas do passado não poderiam entender a humanidade. Nós não conheceríamos tanto da erudição puritana, que ele é estrela de quinta grandeza do puritanismo.

Milton mostra a fé de ferro dos puritanos era compatível com a mais alta arte e produziu toda noção da beleza e da liberdade de religião do ocidente.

Seus versos maravilhosos glorificaram o tempo em que ele viveu e a doutrina pela qual ele lutou. Sua prosa é uma defesa do “Grande Protetor” mais reveladora do que qualquer outra obra literária de todos os tempos.

Sua poesia, o produto real daquela era robusta de fé e liberdade, faz mais para provar o poder idealizador e criativo da religião verdadeira do que qualquer filosofo do iluminismo.

Kal Marx amava o Fausto de Goete, por causa de do diabo Mefisto, que dizia tudo o que existe dever perecer.

Karl Marx usou o exemplo de Milton para ilustrar a sua teoria de que o trabalho pode ser produtivo ou improdutivo. 

Marx considerou equivocadamente Milton um trabalhador improdutivo, pois escreveu o poema por 5 libras esterlinas, por mero prazer.

Na verdade, o personagem que ele mais amava de Paraiso perdido era o Satã de Milton, que foi o primeiro revolucionário.

CONCLUSÃO:

Milton foi um poeta fiel durante toda a sua vida e, apesar dos críticos franceses, que zombam do pecado e não conseguem entender como a arte e a religião podem se unir.

Mas as palavras do seu poema “Comus[9]” ainda expressam, para aqueles que têm ouvidos para ouvir, a missão de sua poesia:

Diante do limiar estrelado da corte de Júpiter

Minha mansão está, onde essas formas imortais

De espíritos aéreos brilhantes vivem inseridas

Em regiões suaves de ar calmo e sereno,

Acima da fumaça e agitação deste ponto escuro

Que os homens chamam de Terra, e com cuidado mesquinho,

Confinados e importunados neste redil aqui

Esforçam-se para manter um ser frágil e febril.

Desatento à coroa que a virtude dá,

Após esta mudança mortal, a seus verdadeiros servos,

Entre os deuses entronizados em assentos santos;

Ainda assim, alguns há que por passos devidos aspiram

A colocar suas mãos justas naquela chave dourada

Que abre o palácio da eternidade:

Para tais é minha missão.

Os romances de Milton, Paraiso Perdido, Sansão agonista, Paraiso recuperado, está obedecendo a grande comissão do Mestre em Mateus 28.19,20:

 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.

Ele fez tudo isso por meio da poesia, mostrando ao mundo a beleza da criação no Jardim, o pecado que o expulsou o homem de lá, e a volta ao Jardim por meio de Jesus Cristo. John Wesley mandou fazer uma edição dos romances de Milton para que os Jovens wesleyano pudesse ler e aprende sobre Jesus e o evangelho.

[1] Na ciência políticaoligarquia (“oligarkhía” do grego ολιγαρχία,[1] literalmente, “governo de poucos”)(oligi, que quer dizer poucos, e arqui, que significa domínio[2]) é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo econômico ou corporação.

[2] Aristóteles ao teorizar sobre as formas de governo citou 3: monárquico (governo de um só, vitalício; de monos, um), aristocrático (governo de uma elite; de aristos, melhor + krateo, dono, governador) e democrático (governo escolhido pela maioria) e alertou para o fato de que todos podem se deturpar: a monarquia pode se transformar em tirania; a aristocracia em oligarquia e auto-perpetuação e a democracia, em demagogia.

[3] Thomas Helwys (c. 1575 – c. 1616), [ 1 ] um ministro inglês, foi um dos fundadores, com John Smyth , da denominação Batista Geral . No início do século XVII, Helwys foi o principal formulador de uma demanda para que a igreja e o estado fossem mantidos separados em questões de direito, para que os indivíduos pudessem ter liberdade de consciência religiosa.

Ele era um defensor da liberdade religiosa em uma época em que manter tais pontos de vista poderia ser perigoso. Ele morreu na prisão como consequência da perseguição religiosa aos dissidentes protestantes sob o rei Jaime I.

[4] Helwys formulou a primeira confissão de fé batista . Esta “confissão” tornou-se os 27 Artigos em 1611, que era de confissão Arminiana.

[5] Protetor da Inglaterra, foi o titulo dado a Oliver Cromwell, pelo “Parlamento longo (1640-1660)”, constituído da maioria de puritanos presbiterianos.

[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Williams

[7] The Bloody Tenent of Persecution (título original, The Bloody Tenenent of Persecution for Cause of Conscience ) é um livro de 1644 do separatista puritano Roger Williams, mais conhecido por seus argumentos apoiando a separação entre igreja e estado.

Roger Williams acreditava na ideia de que a religião era uma questão de consciência individual , não para ser regulada por um governo, o que foi a base para seu banimento de Salem e da Colônia da Baía de Massachusetts.

Seu legado é evidente em documentos fundamentais dos Estados Unidos, como a Declaração de Independência e a Declaração de Direitos, e é referenciado em inúmeras decisões da Suprema Corte.

[8] https://www.gutenberg.org/files/68627/68627-h/68627-h.htm

[9] Comus – um poema cristão de Milton, que mostra a beleza da virtude cristã. uma virgem é sequestrada mas não pode ser tocada pelo necromante do mal, pois ela tem uma alma pura. A sua pureza a salva.

Deixe uma resposta

Seu endereço de E-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados*