Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 78 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 55).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 4). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 12/04/2023.

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INTRODUÇÃO

Todos nós por certo já ouvimos falar da lenda de São Jorge e seus Dragões.

St. George dedicou sua vida a matar dragões, e quando ele matou todos eles, ele perdeu a paixão de sua vida, então ele inventou novos dragões. São Jorge, você vê, precisava de seus dragões.

Da mesma forma o secularismo na sua visão utópica e hipócrita inicialmente lutou por igualdade, fraternidade e liberdade.

Incialmente o secularismo, lutou até matar o dragão da autoridade da igreja e seus desmandos e depois o dragão da autoridade estatal arbitrária.

Mas quando acabou de matar esses dragões, ele precisou inventar novos dragões. O secularismo precisava de seus dragões.

Então rapidamente passou a matar a suposta autoridade arbitrária da igreja e autoridade fascista e, mais recentemente, autoridade caucasiana, e autoridade familiar, e autoridade paterna e materna, e autoridade capitalista, e, nestas últimas décadas, a autoridade masculina e heterossexual.

Essa visão utópica de mundo, são libertadores eternamente em busca dos oprimidos que devem libertar. Eles estão em uma grande cruzada de libertação e, se não houver oprimidos, eles devem inventá-los.

Baseados no nexo causal “opressão-libertação”, criaram uma cruzada para matar a cultura ocidental, a fim de reprimir a cultura criada pelo cristianismo.

Os lemas dessas cruzadas são utópicos, irônicos e hipócritas, que esconde ódio e morte. Logo as revoluções comunistas são simplesmente um exemplo importante: para libertar os trabalhadores dos empregadores. Não importa quantos milhões morreram injustamente.

A ortodoxia cristã é antitética[1] a todas essas ilusões utópicas do secularismo que domina o mundo moderno.

Uma vez que Deus governa a história, o cristão, com sua fé, obediência e confiança, move-se em direção ao futuro predestinado por Deus em Cristo Jesus.

Gêneses revela um Deus que é um Senhor trino e soberano, que por Sua providência e poder cria e sustenta todas as coisas a cada momento, é aquele em quem o cristão confia.

A grande necessidade de nossa geração é a recuperação de uma mente exclusivamente cristã, que incluirá uma abordagem totalmente cristã da linguagem.

Nosso conceito de Educação consiste que nossa mente, fala e ação, devem ser submetidos à autoridade de Jesus, a Palavra de Deus.

O evangelho necessariamente cria uma cultura que permeia toda a áreas da existência humana, seja moralidade, artes, literatura, filosofia, política, ciência, direito, arquitetura etc.

É fascinante considerar como os antigos gregos usavam a palavra euaggelion (evangelho). Estava intimamente associado ao culto imperial. O imperador divulgou boas notícias, seu evangelho. O evangelho é imperial.

É por isso que o NT apresenta o evangelho como uma mensagem do reino (Mt. 4:23; 24:14; At. 28:23–31). “O evangelho”, “é a boa notícia da redenção especificamente por meio de Cristo, o Rei. É a mensagem ‘o teu Deus reina’ (Is. 52:7).

É por isso que Jesus diz a seus discípulos em Marcos 16:15 para pregar o evangelho a toda a criação.  O evangelho está redimindo toda a criação, não apenas indivíduos.

A boa notícia não é apenas que Jesus é o único caminho para chegar ao céu. É também que ele é a única maneira de se livrar do pecado no mundo. Todo ato que funciona para restaurar a criação primitiva de Deus é um ato do evangelho.

Então, que tipo de cultura estamos criando, como nós cristãos têm sido cúmplices do declínio cultural e moral e o que podemos aprender com o legado evangélico de reforma cultural ao longo da história.

Uma cosmovisão consistentemente cristã está quase desaparecendo da cultura e da igreja em nosso tempo. O cristão precisa ir para universidade não para ser moldado por uma falsa visão, mas para testemunhar da visão do evangelho.

Nisto está a importância de recuperar uma visão de todas as coisas centrada no reconhecimento de Cristo como o fundamento religioso de todo o conhecimento.

A tarefa urgente diante do povo de Deus em nosso tempo é a restauração de uma mente cristã – especialmente para aqueles que estão na liderança eclesiástica e cultural das nossas crianças.

O que precisamos é de uma recuperação geral e, em alguns casos, de uma nova descoberta do que significa pensar de forma cristã e, portanto, ser cristão.

O evangelho é uma cultura transformadora. Os cristãos têm o real poder da palavra de Deus que é a base para a transformação cultural – como ela é, por que a fazemos, e o que está em jogo se nos recusarmos a honrar a Deus nessa área da vida.

O que nossa visão sobre nossa cultura e uma maneira bíblica de pensar sobre a educação que envolve toda a comunidade para o benefício das crianças e da sociedade. Somente a igreja tem todas as respostas.

Quando a cultura abandonou a lei de Deus, ela corrompeu os sentidos de liberdade e moralidade produzindo o caos e o terror.

O iluminismo é em última instancia a tentativa de construir um evangelho imperialista secular, essa tentativa foi feita pelo filho do iluminismo Napoleão Bonaparte de levar os ideais iluminista para o mundo.

Assim como Alexandre o grande tentou fazer com a cultura helênica. Logo a batalha espiritual é sempre imperialista.

  1. O IMPÉRIO ILUMINISTA.

A grande ironia do iluminismo francês foi se tornar tudo aquilo, contra o qual ele lutou. O argumento hipócrita de que queriam acabar com o absolutismo dos reis e criar uma sociedade justa, nessa busca produziu algo pior ainda.

(a) Liberdades Esquecidas

Na esteira dos recentes ataques terroristas em Paris, na França, vale a pena fazer uma pausa e refletir sobre algumas das primeiras origens modernas da liberdade; quando nos esquecemos disso, as consequências são terríveis.

Os primeiros dias de janeiro de 2015 foram perturbadores para a Europa Ocidental e para o mundo ‘democrático’ em geral, pois as ruas de Paris foram visitadas com violência devastadora e morte, manifestando os frutos de uma ideologia islâmica totalitária crescendo novamente em influência e poder.

Nesse ponto, não podemos nos esquecer das lições da história. Alguém já disse que a história será nossa professora ou nossa coveira.

E nesse ponto a França corre o risco de ser enterrada pela história como um país que abandonou todos os valores bíblicos.

Trocando-os por uma visão mitológica e opressora do iluminismo que não somente varreu suas terras com um banho de sangue, mas também destruiu a fé francesa, que já foi uma das mais vigorosas do cristianismo.

(b) O império Cristão (313 a 1453).

Em 29 de maio de 1453, o cerco otomano liderado pelo sultão Mehmed II culminou na queda de Constantinopla, capital do Império Bizantino.

Um dos aspectos mais extraordinários do Império Bizantino foi sua longevidade: foi o único estado organizado a oeste da China a sobreviver sem interrupção desde os tempos antigos até o início da era moderna.

O império Bizantino foi um império cristão pacífico e justo que durou mais de 1100 anos, promovendo a justiça social e contribuiu para o crescimento das artes, filosofia e literatura e a economia como nenhum outro império na história.

O legado mais importante do Império Bizantino é a preservação da civilização grega e romana durante a Idade Média, impedindo os bárbaros de destruírem todas as fontes de conhecimento da humanidade.

E principalmente impedindo por meio das cruzadas o avanço do islamismo que teria conquistado toda a Europa, e isto teria destruído toda a civilização ocidental e colocado o mundo debaixo do governo mais opressor e totalitário: o califado mulçumano.

Devido a esse grande período de paz e segurança foi possível a formulação das grandes doutrinas da igreja cristã como as doutrinas defendidas no Concílio de Nicéia (325) e no Concílio de Constantinopla (381),

A civilização bizantina influenciada pela cosmovisão cristã, promoveu crenças saudáveis, que influenciou a ciência, filosofia, artes, engenharia, arquitetura, literatura e preservou línguas, como latim e o grego.

Eles também ampliaram as conquistas romanas no direito, dando ao mundo moderno o direito romano que é a base de toda sociedade ocidental.

Sem o direito romano cristão o mundo nunca teria conhecido a ideia de liberdade e garantia individuais.

Mas Desde a queda do império Bizantino, questões sobre a natureza da liberdade humana, liberdade e governo foram quase exaustivamente exploradas por pensadores ocidentais e disputadas por exércitos a grande custo.

Com a queda deste grande centro da cristandade, alguns estudiosos marcam o fim da Idade Média ou era cristã e o início da modernidade.

Com a invasão barbara, vários intelectuais gregos e não gregos fugiram da cidade na época do cerco, fixando residência na Itália.

Foram essas mentes de homens brilhantes ajudaram a alimentar o RENASCIMENTO que eventualmente levou a um movimento na igreja chamado de Reforma protestantes Sec. XVI

A reforma protestante é mais um movimento intelectual com debates na academia, e não uma mudança entre o povo simples. A reforma entre o povo simples foi feita pelos anabatistas.

Por um período, a Reforma tomou conta de grande parte da Europa, moldando dramaticamente as instituições, liberdades religiosas e liberdades individuais na sociedade ocidental, especialmente no que costumávamos chamar de mundo protestante.

A falsa sensação do efeito libertador da fé bíblica, no entanto, foi seguido pelo chamado ILUMINISMO a partir do século XVII, que descartou injustamente a era cristã como “A Idade das Trevas”.

E Também descartando as Escrituras, procurou entronizar a razão humana no lugar do Deus Triúno e sua auto-revelação na Bíblia.  Produzindo o império do terror por toda a Europa.

  1. O IMPÉRIO DO TERROR.

O Iluminismo nasce afirmando a autonomia humana (lei do eu), ou o humanismo secular, mas, ironicamente, isso não levou à liberdade, mas ao absolutismo político conforme ensinado por Rousseau.

(a) absolutismo iluminista.

Lembre-se de outra cena de Paris. Em 1789, a França iniciou uma revolução sangrenta, com intelectuais maçônicos pagãos liderando o ataque.

Com a ascensão de Robespierre líder dos jacobinos[2], que eram a maioria entre os grupos revolucionários.

Robespierre era inimigo do cristianismo, um jurista e um político sagaz.  Um amante de Rousseau de quem aprendeu a ideia de um governo totalitário em “o Contrato social”. E amava os falsos ideais de “liberdade e felicidade”.

Ele estabeleceu um reinado de terror jacobino, é dele a frase “O Terror é a luta da liberdade contra seus inimigos”. Mais tarde foi acusado de ditador e traidor e foi morto do mesmo jeito que matou milhares de seus inimigos: na Guilhotina.

Logo após sua morte uma ditadura pior foi imposta por um Comitê de Segurança Pública, que atenciosamente criou um bode expiatório; “o cristianismo”, como o culpado dos problemas da França.

Então começou o processo corrupto de descristianização, para isso começou para valer com um novo calendário sem as datas comemorativas da cristandade.

Cerca de quarenta mil civis morreram nesta busca pela liberdade enquanto as ruas de Paris corriam de sangue e mais de mil padres e centenas de intelectuais importantes foram massacrados, simplesmente por causa de sua fé.

Hipocritamente e desonestamente os revolucionários maquiaram suas intenções mortíferas e totalitárias com os lemas: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. E com isso enganaram o povo mais simples que acabou apoiando uma elite mal-intencionada.

O google com seu processo de “doutrinação marxista” e alguns professores desavisados vão dizer que essa foi a primeira vez que esses valores foram defendidos.

A pergunta é: que defesa? Matando, traindo, sem direito a julgamento e defesa, aqueles que eram considerados inimigos, e a maioria morta era em virtude sua fé cristã. Para isso criaram uma “lei da suspeita”[3].

Se você pesquisar no Google, vc vai se assustar com o nível de desonestidade na pesquisa, que redefine o conceito, com a invenção de falar bem de algo que foi mentiroso, corrupto e destruidor.

Essa redefiniçao histórica foi feita intencionalmente pelos iluministas com a sua cultura de cancelamento do cristianismo.

Após a execução dos principais “líderes revolucionários” em um contramovimento – que não aceitava essas ideias violentas e revolucionarias e anti-Deus.

Então maldosamente um conselho executivo corrupto foi estabelecido, apenas para entrar em colapso, que culminou em um golpe liderado por Napoleão Bonaparte em 1799.

(b) O ditador iluminista.

Assim o diabo mostrou sua cara, e uma guerra foi desencadeada pela revolução em escala global por décadas por um novo ditador que trouxe muita dor e destruição na Europa.

É impressionante com essa cultura admira o trabalho de Napoleão Bonaparte, como um grande estadista, sem mencionar todo seu racismo, sua matança descomedida e destruição e caos que causou na Europa. Essa cultura acadêmica é hipócrita.

Muitos historiadores dizem que Napoleão era um megalomaníaco que causou mais miséria do que qualquer homem antes da chegada de Hitler. Tudo o que os historiadores, dizem que ele fez de bom, seja na educação ou na política; só tinha uma intenção ganhar apoio das pessoas, para apoitar seu império ditatorial.

Depois disso o que se seguiu foi o surgimento de várias formas de socialismo e totalitarismo, secularismo e fascismo e nazismo na Europa continental com o desenvolvimento das novas formas de declarações dos falsos ‘direitos humanos’ da Revolução Francesa.

O ataque do Islã a Constantinopla em 1453 desempenhou, portanto, um papel fundamental no processo de descristianização da Europa e o islamista hoje pretende terminar o trabalho, algo que a maioria dos políticos não consegue entender.

  1. O IMPERIALISMO INGLÊS.

Enquanto a França está vivendo sua revolução sangrenta. A Inglaterra desfrutando de um governo pacífico e prospero, e a sociedade está vivendo o esplendor da revolução industrial.

O iluminismo inglês não tirou Deus de cena e isto fez toda a diferença para o fortalecimento de uma nação que foi a precursora da liberdade e dos direitos e garantias individuais que o mundo herdou como bônus do cristianismo.

Na contramão estão; os valores revolucionários da Europa estatista de hoje, com sua “igualdade forçada” e anticlericalismo, nunca foram o resultado ou a produção da liberdade, mas sim do absolutismo que ainda comanda a Europa.

Ao contrário dessa revolução francesa cheia de terror e destruição, em nome do falso lema da; “igualdade, fraternidade e liberdade”.

A Inglaterra, cem anos antes do iluminismo em 1688 viveu a chamada “Revolução Gloriosa” onde, terminando o que os puritanos começaram, o Parlamento exerceu sua vontade sobre a monarquia absolutista.

A diferença está na abordagem protestante da Bíblia, no estado de direito, nos direitos de propriedade e nas liberdades pessoais.

Como o político britânico Daniel Hannan aponta em seu livro em inglês: “INVENTANDO A LIBERDADE: como os povos de língua inglesa criaram o mundo moderno”.

Ele diz dos efeitos negativos da falsa democracia do iluminismo:

“a tensão continental pós-jacobina da democracia elevou o domínio da maioria sobre a liberdade individual”[4].

O político britânico Daniel Hannan[5], faz um relato verdadeiro e sensato da origem histórica e da disseminação dos princípios que tornaram a Inglaterra e a América em grandes potências e seu papel na criação de uma esfera de liberdade econômica e política que hoje é tão crucial quanto ameaçada.

De acordo com Hannan, as ideias e instituições que consideramos essenciais para manter e preservar nossas liberdades – direitos individuais, propriedade privada, estado de direito e as instituições do governo representativo, não vieram do iluminismo.

Eles são o legado de uma tradição muito específica que nasceu na Inglaterra e que foi para a américa, e que também influenciou todas as outras ex-colônias britânicas, e que influenciou o mundo democrático que conhecemos.

No século X, a Inglaterra era um estado-nação cujo povo já começava a se definir com referência aos direitos herdados do direito consuetudinário[6].

A história da liberdade é a história de como esse modelo triunfou.

Como foi consagrado em uma série de vitórias marcantes – a Carta Magna[7] (1215), a Guerra Civil Inglesa[8] (1642), a Revolução Gloriosa (1688), a Constituição dos Estados Unidos (1787) – e como os EUA derrotou todos os rivais internacionais.

Hoje vemos essas ideias abandonadas e desprezadas nos lugares onde antes não eram contestadas.

Seu livro “INVENTANDO A LIBERDADE” é uma crônica do sucesso do excepcional da cultura ocidental que nasce do sistema cristão dos povos anglo-saxônicos.

Esse livro vem revelar a verdade dos fatos num um momento que pode ser o fim da era da liberdade política e direito individuais.

  1. O IMPERIALISMO MODERNO.

A Europa descristianizada hoje é fraca e exposta ao totalitarismo ideológico, com uma visão de liberdade defeituosa e debilitante, como é a agenda 2030 da ONU. E os islâmicos sabem disso e querem dominar essa Europa fraca e anticristã.

O idealizador dessa falsa liberdade foi Rousseau que acreditava na concepção absolutista da ‘vontade geral’ do povo expressa pelo Estado totalitário e opressor.

Na qual os direitos são ditados e impostos pelo governo, substituindo o lugar dos direitos privados do cidadão conquistados na tradição common law[9].

Que foi um direito cristão; onde uma sociedade livre só pode existir quando há uma agregação de indivíduos livres.

Hannan identifica corretamente a falha fatal no modelo revolucionário:

“a contratação dos direitos humanos para uma carta, necessariamente interpretada por algum tribunal nomeado pelo estado, deixou a defesa da liberdade em um pequeno número de mãos….”

No direito cristão anglo-saxônico, onde a defesa da liberdade era assunto de todos, a ditadura e a revolução eram quase desconhecidas.”

Então como legado do iluminismo, na França e na Europa coletivista, a liberdade era e continua sendo algo teórico, mas não real, para o povo.

A defesa da liberdade é delegada a um grupo de elite de burocratas utópicos que buscam realizar sua “ordem igualitária” que o derramamento de sangue da Revolução não conseguiu alcançar.

O que aconteceu foi que a França assim que acabou a revolução como a queda de napoleão, rapidamente voltou ao antigo modelo de governo, devolvendo o trono para Luís XVIII, criando uma monarquia constitucional em 1815 a 1848.

Depois da revolução sangrenta do iluminismo a França nunca mais teve paz política em seu governo e hoje a França corre o risco de se tornar um país islâmico.

A realidade perturbadora em meio ao hediondo terror islâmico em Paris é constatar que, assim como o nascimento do Islã, a tradição radical da Revolução Francesa foi baseada na violência e no absolutismo.

Sua cruel repressão à ordem cristã ficou conhecida como “o Terror”, termo usado com prazer pelos próprios revolucionários.

Em 5 de setembro de 1792, eles anunciaram sua política da seguinte maneira: “É hora de a igualdade lançar sua foice sobre todas as cabeças”.

É hora de horrorizar todos os conspiradores. Então, legisladores, coloquem o Terror na ordem do dia! A lâmina da lei deve pairar sobre todos os culpados[10]”.

Dois fatores devem ser levados em conta:

Primeiro a elevação da ‘vontade geral’, que é decida por uma minoria elitizada, utópica e totalitária, que destrói os fundamentos de liberdades criados pela lei cristã.

Segundo os direitos agora são sancionados pelo estado de um coletivo ou grupo sobre os direitos individuais que foram herdados dos livres (como visto no coletivismo revolucionário de muito da política ocidental hoje), só pode levar ao constante desaparecimento da liberdade.

Ao observarmos marchas e manifestações políticas na França e na Alemanha nos últimos dias no brasil; então ouvimos nossos políticos e celebridades falarem sobre liberdade, juntando-se às marchas pelas ruas, mostra que perdemos em grande parte a trágica ironia de nossa situação.

Afirmamos nossa liberdade diante do terror islâmico e do absolutismo, mas descartamos na Europa e cada vez mais no Reino Unido, EUA e Canadá, e no Brasil e outros países latinos o fundamento de nossa liberdade.

Muitos cristãos na Inglaterra, e em toda Europa, estão sendo arrastados pelos tribunais e enfrentando multas, prisão, sendo afastados de associações profissionais ou enfrentando desemprego, apenas por falar de Cristo nas ruas…

Ou se oferecendo para orar por um colega de trabalho, recusando-se a trabalhar no domingo ou ajudando homossexuais que os procuravam para se livrarem da atração indesejada pelo mesmo sexo – e muitas outras questões de liberdade de expressão e consciência.

Em Toronto, no Canadá um homem foi recentemente condenado a um ano de prisão por falar abertamente contra o Islã[11].

Essas realidades não são novas. Vários anos atrás, o pastor sueco Ake Green foi condenado a 30 dias de prisão por se envolver em “discurso de ódio” porque pregou um sermão em sua igreja numa manhã de domingo sobre a visão bíblica do comportamento sexual imoral.

Seus advogados demoraram dois anos depois de várias apelações ao Supremo Tribunal para que sua condenação fosse anulada. Outros crimes como homicídio e roubo teria sido julgado com mais celeridade.

Assim, enquanto nossos políticos falam sobre liberdade, cada vez mais, a liberdade de expressão, consciência e de pensamento é negada aos cristãos.

Porque a “liberdade” que o Ocidente moderno tem em vista é falsa noção de liberdade ensinada por Rousseau.

Essa é uma liberdade revolucionária, que nasce da ‘vontade geral’ encarnada na vontade de uma minoria elitizada, totalitária e ditatorial. Isso não é liberdade, é opressão e terror, uma herança maldita do iluminismo.

George Orwell uma vez resumiu a questão de forma poderosa:

“se a liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir”.

Muitos muçulmanos que vivem na Europa e na América do Norte (para não mencionar em todo o mundo islâmico) não querem ouvir o Islã criticado e estão cada vez mais dispostos a negar liberdades, ou mesmo matar, aqueles que ousam questionar o Islã, principalmente cristãos.

No entanto, o mundo ocidental abandonou a armadura que protege contra tal absolutismo, de modo que, em nome do ‘povo’, não queremos ouvir o evangelho ou a lei de Deus e estamos prontos para colocar na prisão os cristãos que violam a lei.

Incrivelmente esses são os padrões da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância, que só vale contra o cristianismo.

Paul Coleman, especialista em litígio internacional, mostrou como a proliferação contemporânea de leis de ‘discurso de ódio’ vagamente redigidas na Europa são ferramentas de opressão, punindo como crimes os chamados insultos.

Esses códigos punitivos são aplicados arbitrariamente para silenciar o discurso que o estado não gosta.

Paul Coleman prova a partir das fontes históricas do processo de elaboração que levou à Declaração Universal dos Direitos Humanos após a Segunda Guerra Mundial…

Que a origem definitiva dessas leis foi a ideologia comunista da antiga União Soviética[12] – que por sua vez tem uma dívida intelectual com Rousseau e a Revolução Francesa do iluminismo.

Tanto a visão islâmica de um califado totalitário quanto os ‘direitos humanos’ revolucionários da elite política da Europa são formas de absolutismo.

E a classe política europeia continua comprometida com eles, apesar das crescentes vozes de dissidência entre o povo à luz da violência jihadista.

O imperador Constantino XI não teve sucesso em repelir um cerco islâmico da cristandade e Constantinopla caiu. Será que seremos mais bem-sucedidos em nosso tempo?

Somente se retornarmos à verdade cristã do Gênesis, e ao estado de direito que envolve a liberdade dada por Deus a indivíduos, famílias e igrejas livres.

Além disso, a igreja deve estar comprometida com a evangelização de nossos vizinhos muçulmanos e com a soberania do Deus Triúno conforme revelado nas Escrituras.

Sem isso, uma forma de terror simplesmente seguirá outra. Somente se o Filho nos libertar podemos ser realmente livres.

CONCLUSÃO:

Existem poucos homens mais odiosos que emergem das páginas da história europeia do que o primeiro intelectual verdadeiramente “moderno”, o hipócrita profissional, Jean Jacques Rousseau, famoso autor de O contrato social.

Rousseau é a personificação do próprio espirito do Anticristo. David Hume, que o conhecia bem, por amarga experiência o chamou de “um monstro que se via como o único ser importante no universo”.

Voltaire o considerava “um monstro de vaidade e vileza”. conhecê-lo por muitos anos o descreveu como “enganoso, vaidoso como Satanás, ingrato, cruel, hipócrita e cheio de malícia”.

Rousseau é descrito perfeitamente pelo Apostolo Paulo em 2 Timóteo 3:1-5

“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.

Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios,

sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem,

traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus,

tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes.

O espírito do Anticristo está por traz de todo esse sistema educacional, jurídico, político e social do nosso tempo.

A igreja precisa estar alerta para não ser enganada. Ela precisa estar atenta para a volta de Jesus.

Jesus disse: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. Apocalipse 3:11

[1] Contrário; em direção contrária, no sentido oposto. Antagônico; baseado numa oposição; em que há antítese; oposição, numa mesma frase, duas palavras ou pensamentos de sentido oposto.

[2] Na revolução francesa, internamente, as opiniões divergentes de como deveriam ser conduzida a revolução, começavam a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Existiam basicamente dois grupos: Os girondinos – representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia constitucional.

Por sua parte, os jacobinos – representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre. Queriam a instalação de uma república e um governo popular.

[3] Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a prisão e morte dos considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a Constituição Civil do Clero eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.

[4] Daniel Hannan, Inventing Freedom, How The English-Speaking Peoples Made the Modern World (Nova York: Harper Collins, 2013), 331.

[5] Daniel Hannan é escritor e político. Ele contribui para vários jornais, incluindo o Wall Street Journal e o London Daily Telegraph. Ex-presidente da Associação Conservadora da Universidade de Oxford, foi eleito para o Parlamento Europeu em 1999, aos 27 anos, e foi reeleito duas vezes

[6] que se baseia nos costumes, na prática, nos hábitos de uma sociedade.

[7] Carta Magna é o nome dado a um documento que, na Idade Média, serviu para trazer limitações ao poder real em relação aos nobres.

[8] A Guerra Civil Inglesa, que aconteceu durante a Revolução Inglesa, foi uma guerra civil entre os partidários do rei Carlos I da Inglaterra e do Parlamento, liderado por Oliver Cromwell.[2] Começou em 1642 e acabou com a condenação à morte de Carlos I, em 1649.

Antes da revolução, o poder do rei era absolutista, uma vez que contestá-lo era um sacrilégio. Depois dela, o poder real viu-se reduzido, pois o monarca continuou a reinar, mas não mais governa. O governo passou a ser exercido pelo Primeiro-Ministro, através do parlamento.

[9] Common law é uma expressão da língua inglesa que pode ser traduzida como “lei comum”. É usada para se referir a um sistema jurídico em que decisões judiciais que surgem a partir de outras decisões já dadas em Tribunais.

[10] Daniel Hannan, Inventing Freedom, How The English-Speaking Peoples Made the Modern World (Nova York: Harper Collins, 2013), 332.

[11] “Oh, Canadá! Homem cristão condenado a um ano de prisão por falar contra o Islã,” Bare Naked Islam, modificado pela última vez em 14 de janeiro de 2015, http://www.barenakedislam.com/2015/01/09/oh-canada-christian-man- condenado a um ano de prisão por falar contra o Islã / .

[12] Paulo. B. Coleman, Censored: How European ‘Hate Speech’ Laws Are Threatening Freedom of Speech (Áustria: Kairos Publications, 2012)