Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 79 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 56).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 5). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 19/04/2023.

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INTRODUÇÃO

O profeta Isaias deu um aviso solene ao iluminismo Francês: “Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce! (Isaías 5:20)

Os movimentos ateísta e absolutista do iluminismo, denegriu a idade média, chamando-a de idade das trevas, para se autointitular “século das luzes”.

O que na verdade foi, o início dos séculos das trevas da humanidade que a partir do Século XII, produziu toda sorte de terrores, totalitarismo e mortes de quase um bilhão de pessoas, em duas grandes guerras, Nazismo, fascismo e comunismo.

A cruzada sangrenta do ateísmo secularista iluminista, era centrada basicamente na destruição do cristianismo, e da cultura ocidental judaico-cristã, que iniciou primeiramente na França e hoje cresce em todo o mundo.

Um dos pais do iluminismo o filosofo francês Voltaire disse que “Todo homem sensato, todo homem honrado deve ter horror à religião cristã.”

Assim como todos os iluministas, a hipocrisia era a marca do caráter de Voltaire assim como era hipócrita e falso lema do Iluminismo “liberdade, igualdade e fraternidade”, usado para esconder a verdadeira face do totalitarismo político.

Voltaire é descrito pelos livros de histórias como um defensor da liberdade de expressão, liberdade de religião e separação entre igreja e estado. Mas tudo o que ele escreveu e fez, produziu exatamente o oposto.

O iluminismo é o exemplo real do que o ciência, cultura e o academicismo pode fazer quando ele despreza os princípios das Escrituras.

Os grandes enciclopedistas do iluminismo chamados de pais do conhecimento humano moderno, da educação, cultura, política e moral, foram homens corruptos, hipócritas e inimigos blasfemos do cristianismo.

Denis Diderot foi um filósofo ateu, escritor e enciclopedista francês e uma das mais proeminentes figuras do Iluminismo.

Alguns estudiosos acreditam que, sob inspiração de sua obra “A Religiosa”, barbaridades, estupros,  foram praticados contra religiosos e freiras na Revolução Francesa de 1789 com o deturpado intuito de “protegê-los” contra os crimes praticados pela Santa Sé.

Ele odiava o cristianismo e disse:

“O homem nunca será livre até que o último rei seja estrangulado com as entranhas do último sacerdote.”

O Barão de Holbach, foi um ateu, filósofo e enciclopedista. Uma figura proeminente do Iluminismo francês ele odiava a religião:

Ele ensinava que o cristianismo é um obstáculo ao aperfeiçoamento moral. Que a base da moralidade não é a Bíblia mais a felicidade… “

“…se o vício te torna feliz, você deve amar o vício”. Qualquer um sabe que esse conceito é totalmente falso.

Em sua loucura ele disse da religião:

“A religião sempre encheu a mente do homem de trevas e o manteve na ignorância dos verdadeiros deveres dos verdadeiros interesses.

É somente dissipando essas nuvens e fantasmas da religião que descobriremos a Verdade, a Razão e a Moralidade.

“A religião nos desvia das causas do mal e dos remédios que a natureza prescreve; longe de curá-los, apenas os agrava, multiplica e perpetua”.

O que esses enciclopedistas ensinaram só trouxe dor e caos a sociedade, produzindo uma cultura com valores invertidos e sem propósito eternos.

  1. UMA RELIGIÃO SECULARISTA.

A modernidade criou um mundo secularista, que se concentra somente na razão humana, e isto produziu toda a sorte de males que vemos no nosso mundo.

Uma pesquisa[1] realizada em 23 países entre 19.829 adultos entre 16 a 64 anos. pela empresa de pesquisa global Ipsos[2] para a Reuters News revela que metade (51%) dos cidadãos globais definitivamente acredita em uma “entidade divina”, em comparação com 18% que não acreditam e 17% que simplesmente acreditam não tenho certeza.

Da mesma forma, metade (51%) acredita em algum tipo de vida após a morte, enquanto a metade restante acredita que simplesmente ‘deixará de existir’ (23%) ou simplesmente ‘não sabe’ (26%) sobre uma vida futura.

Por fim, a pesquisa revelou que quatro em cada 10 (41%) acreditam na evolução humana, em comparação com 28% que acreditam no criacionismo e 31% da população global que não tem certeza no que acreditar.

A pesquisa mostrou algumas questões:

  1. Acreditar ou não acreditar…

Metade dos cidadãos globais (51%) entrevistados acredita que existe alguma forma de ‘entidade divina’: um “Deus ou Ser Supremo” (45%) ou “muitos Deuses ou Seres Supremos” (6%).

Isso se compara a dois em cada dez (18%) que “não acreditam em Deus/Deuses/Ser Supremo/Seres” e outros três em cada dez (30%) que estão “indecisos”, dos quais 17% dizem “às vezes acredito, mas às vezes não” e outros 13% dizem “não tenho certeza se acredito”.

A crença definitiva em um Deus ou Ser Supremo é maior na Indonésia (93%) e na Turquia (91%) países mulçumanos, seguida pelo Brasil (84%), África do Sul (83%) e México (78%) países cristãos.

Aqueles com maior probabilidade de acreditar em “muitos deuses ou seres supremos” vivem na Índia (24%), China (14%) e Rússia (10%) países de bases comunistas.

A razão disso é que são países, sem uma cultura cristã; a china dominada pelo hinduísmo, que acredita em muitos deuses. China é comunista, mas preservou uma tradição do paganismo. E a Rússia, destruiu a fé cristã por meio da cortina de ferro no governo comunista.

Aqueles que dizem não acreditar em Deus ou Ser(es) Supremo(s) têm maior probabilidade de viver na França (39%), seguido pela Suécia (37%), Bélgica (36%), Grã-Bretanha (34%), Japão (33 %) e Alemanha (31%). Todos esses são países influenciados pelo iluminismo ateísta do século XVII

Aqueles com maior probabilidade de não ter uma resposta definitiva são do Japão (54%), dos quais 34% acreditam às vezes e 20% não têm certeza; China (52%) dos quais 32% às vezes acreditam e 20% não têm certeza; e Coreia do Sul (50%) dos quais 32% às vezes acreditam e 18% não têm certeza.

  1. Acreditar ou não na vida futura

Pouco mais da metade dos cidadãos globais (51%) dizem acreditar em alguma forma de vida após a morte: um quarto (23%) acredita em uma vida após a morte “mas não especificamente em um céu ou inferno”, dois em cada dez (19%) acreditam que “você vá para o céu ou inferno”, outros 7% acreditam que “você finalmente reencarnou” e 2% acreditam em “céu, mas não inferno”.

Alternativamente, um quarto (23%) diz “você simplesmente deixa de existir”, enquanto outro quarto (26%) diz que “não sabe o que acontece”. Esses foram influenciados pela teoria da evolução.

Os do México (40%) têm maior probabilidade de acreditar na vida após a morte, mas não no céu ou no inferno, seguidos pelos da Rússia (34%), Brasil (32%), Índia (29%), Canadá (28%) e Argentina (27%).

Os indonésios são os que mais acreditam em ir para o céu ou para o inferno (62%), seguidos pelos da África do Sul (52%), Turquia (52%), Estados Unidos (41%) e Brasil (28%). Daqueles que acreditam no céu, mas não no inferno, os dos Estados Unidos (4%) ocupam a posição mais alta.

Dos que acreditam que “você finalmente reencarnou”, a Hungria (13%) está no topo, seguida pelos cidadãos do Brasil (12%), México (11%), Japão (10%), Argentina (9%) e Austrália (9%). São países onde as religiões que ensinam a reencarnação crescem.  No brasil o espiritismo é a principal fonte do ensino da reencarnação.

Um quarto (26%) diz que “não sabe o que acontece” e é mais provável que seja da Suécia (41%), seguido pela Alemanha (37%), Japão (37%), Rússia (36%) e China (34%).

Um quarto (23%) diz “você simplesmente deixa de existir” liderado pelos da Coreia do Sul (40%) e da Espanha (40%), seguidos pela França (39%), Japão (37%) e Bélgica (35%). Países dominado pela teoria da evolução.

  1. Sete dias ou milhões de anos… criacionismo x evolucionismo.

Muito debate se concentrou em saber se os humanos eram produtos de uma criação de força espiritual ou da força da natureza por meio de uma evolução gradual.

Quatro em cada dez (41%) se identificam como “evolucionistas” e acreditam que os seres humanos foram de fato criados durante um longo período de evolução, tornando-se seres humanos totalmente formados, eles são hoje de espécies inferiores, como os macacos”.

Os mais propensos a acreditar nisso são da Suécia (68%), Alemanha (65%), China (64%), Bélgica (61%) e Japão (60%). A Alemanha de Lutero, o berço da reforma protestante liderando o ranking de descrença na bíblia.

Três em cada dez (28%) cidadãos globais se referem a si mesmos como “criacionistas e acreditam que os seres humanos foram de fato criados por uma força espiritual como o Deus em que acreditam e não acreditam que a origem do homem veio da evolução de outras espécies como os macacos”.

Esse grupo é liderados pelos da Arábia Saudita (75%), Turquia (60%), Indonésia (57%) esses países têm uma maioria de mulçumanos,

Já a África do Sul (56%) e Brasil (47%) são países cristãos e que creem no criacionismo.

Quase um terço (31%) da população global indica que “simplesmente não sabe no que acreditar e às vezes concorda ou discorda de teorias e ideias apresentadas tanto por criacionistas quanto por evolucionistas”.

Os da Rússia (40%) têm maior probabilidade de ter dúvidas, seguidos pelos da Itália (39%), Argentina (38%), Polônia (37%), Espanha (37%) e França (36%). Todos esses influenciados pelo iluminismo ateu secularista e pelo marxismo cultural.

A pesquisa mostra que o que influencia a crença de uma pessoa é a academia (universidade) e a igreja. Considerando a pesquisa, a escola e a universidade, tem influenciado essa cultura, e tem feito um trabalho de descristianização com grande sucesso.

A pesquisa mostra que a religião que mais cresce no mundo, são o ateísmo e crenças primitivas, como o animismo e orientalismo.

Baseados na pesquisa; 70% das pessoas não acreditam em um Deus criador ou não sabem em que acreditar; e apenas 30% acreditam num criador divino, dividido entre mulçumanos e cristãos, estes são apenas 18%.

Jesus fez a seguinte pergunta sobre a apostasia dos últimos dias: “Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra”? (Lucas 18:8)

A igreja dormiu enquanto o inimigo plantou o Joio do ceticismo no campo. Jesus disse que o campo é o mundo. (Mateus 13:24-30).

Vamos ver como tudo isso começou na nossa cultura.

  1. A DESCRISTIANIZAÇÃO DA FRANÇA DURANTE O ILUMINISMO.

Poucas dúvidas permanecem entre os estudiosos quanto à descristianização da França durante a Revolução Francesa.

Este pode não ter sido o objetivo dos fundadores intelectuais do movimento revolucionário de 1789 que varreu a terra de Joana d’Arc, causando estragos em todos os setores da sociedade francesa e a morte de milhares de franceses.

O ódio à religião por não poucos philosophes conhecidos (enciclopedistas) e muitos de seus seguidores é claramente manifestado, como a conhecida declaração de Voltaire:

“Todo homem, todo homem honrado deve ter horror à religião cristã”.

O impacto da Revolução nos aspectos espirituais da cultura francesa foi o resultado de uma série de políticas separadas concebidas por vários governos franceses entre 1789 e a Concordata de 1801.

Elas formaram a base da tendência gradual de descristianização, posteriormente transformada em uma laicidade menos radical.

A maioria dos estudiosos argumentaria que o objetivo do governo revolucionário entre 1793 e 1794 variava da recuperação pública da enorme quantidade de terra, poder e dinheiro detidos pela Igreja na França até o fim da prática religiosa e o extermínio da própria religião.

  1. Uma constituição anti-Deus.

La Constitution Civile du Clergé (A Constituição Civil do Clero) foi uma lei aprovada em 12 de julho de 1790 que resultou na subordinação imediata da Igreja Católica na França ao governo francês.

Provou ser uma das leis mais imprudentes, controversas e perturbadoras da Revolução Francesa. A tentativa de reestruturação da Igreja na época da Convenção Nacional transformou-se em agressão aberta ao catolicismo e à religião em geral.

A prática religiosa foi proibida e substituída pelo culto ao Ser Supremo, uma religião estatal deísta.

O programa de descristianização travado contra o povo cristão da França intensificou-se com a promulgação da Lei de 17 de setembro de 1793, também conhecida como Lei dos Suspeitos. Foi usado para executar mais ativamente as seguintes medidas:

1) Todos os padres (pastores) e todas as pessoas que os protegem são passíveis de morte no local. (isto sem nenhum julgamento).

2) A destruição de todas as cruzes, sinos e outros sinais externos de culto. (bíblias, manuscritos antigos ou qualquer material religioso publicado em francês)

3) A destruição de estátuas, placas e iconografia de locais de culto[3].

  1. O culto da deusa razão.

Em 1793, o calendário cristão foi substituído por um a partir da data da Revolução e as festas da Liberdade, da Razão e do Ser Supremo foram oficialmente instituídas.

O Culto do Ser Supremo foi uma forma de deísmo estabelecida na França por Maximilien Robespierre durante a Revolução Francesa.

Pretendia-se tornar a religião oficial da nova República Francesa e substituir o catolicismo romano e seu rival, o Culto da Razão[4].

Durante os dois anos do Reinado do Terror, a revolução anticlericalismo (anticristã) tornou-se a mais violenta e opressora do que qualquer outro governo da história da França.

Um evento especialmente notável que ocorreu durante o processo de descristianização da França foi o Festival da Razão, realizado em 10 de novembro de 1793 em todas as igrejas da França e em grande escala e pompa na Catedral de Notre Dame, em Paris[5].

Na nave principal foi colocada uma montanha improvisada sobre a qual se erguia um templo grego dedicado à Filosofia e decorado com bustos de filósofos. Na base da montanha estava localizada uma tocha da Verdade.

Le Culte de la Raison, (O Culto da Razão) foi a primeira religião ateísta patrocinada pelo estado.

Baseava-se nos princípios do Iluminismo e do anticlericalismo. Seu objetivo era o aperfeiçoamento da humanidade através da obtenção da Verdade e da Liberdade.

Num cenário de inspiração da antiga Grécia, onde foi dissipado todo o respeito e reverencia igreja da Catedral de Notre Dame em paris, algumas moças libertinas, sacerdotisas da filosofia, celebravam no altar do culto da deusa Razão, vestidas sensualmente, lembrando as prostitutas dos templos gregos.

  1. Terror iluminista e o estrupo.

A onda de massacres começou em 1789 com a tomada da Bastilha por uma multidão enfurecida e agressiva. Para surpresa da população desordenada, a fortaleza histórica continha apenas sete prisioneiros, que sofreram nas mãos da multidão.

O Marquês de Laurnay, Comandante da Bastilha, teve que entregar a fortaleza por falta de suprimentos, mas depois foi capturado e humilhado pela multidão antes de ser decapitado e sua cabeça colocada no topo de uma lança e desfilou pelas ruas de Paris.

O historiador Rene Sedillot escreve em seu livro Le Coût de la Révolution Française que em Paris ocorreram 1.300 assassinatos em quatro dias[6].

Nessa fortaleza estava preso o infame Marquês de Sade, e que depois foi solto e se tornou importante influenciador na revolução francesa, seus escritos foi amplamente praticado durante o reinado de terror.

Sade era um nobre, político revolucionário, filósofo e escritor francês famoso por sua sexualidade libertina, sodomia e blasfemo contra o cristianismo.

Ele era um defensor da liberdade absoluta, sem restrições de moralidade, religião ou lei. As palavras sadismo e sádico são derivadas em referência às obras de ficção que ele escreveu, que retratavam vários atos de crueldade sexual.

Sade era um defensor de bordéis públicos gratuitos fornecidos pelo Estado: a fim de evitar crimes na sociedade que são motivados pela luxúria e para reduzir o desejo de oprimir outros usando seu próprio poder, Sade recomendava bordéis públicos onde as pessoas poderiam satisfazer seus desejos.

Um dos mais horrendos atos de ódio perpetrados contra a família real francesa foram os relacionados a Madame Isabel, irmã de Luís XVI, e a princesa de Lamballe, amiga íntima de Maria Antonieta.

Numa orgia de violência e ódio por parte de uma multidão jubilosa, ávida por mostrar o seu ódio à filha de Maria Teresa, imperatriz da Áustria-Hungria, não pouparam meios para humilhar e violar a dignidade mais íntima de ambas as mulheres por meio de estupros seguidos.

Após suas terríveis mortes, afirma-se que suas cabeças foram colocadas em estacas e depois desfilaram pelas ruas de Paris antes de serem acenadas em frente a uma janela do Templo, onde Maria Antonieta foi presa. Os corpos foram posteriormente despejados no meio da rua[7].

Documentação de pesquisas recente sobre o sanguinário Reinado do Terror que varreu a França em 1793-1794, personificado por Robespierre e o Anjo do Terror, e seu companheiro o filosofo São Justo, indica claramente o alto preço pago pela França por uma revolução que trouxe destruição e milhares de mortes à nação francesa.

O rei Luís XVI foi guilhotinado em 21 de janeiro de 1793 na Place de la Revolution, mais tarde renomeada como La Place de la Concorde.

Alguns meses depois, a rainha Maria Antonieta foi condenada injustamente na guilhotina por traição e sofrendo o mesmo destino de seu marido, enquanto uma multidão alegre aplaudia “Viva a Nação”, alguém pega a cabeça da rainha pelos cabelos brancos e caminha com ela nas mãos com a multidão gritando[8].

Ironicamente, os dois “heróis” da Revolução, Robespierre e Saint Just (São Justo), sofreram as consequências de seus próprios crimes horrendos: foram traídos e julgados como traidores na guilhotina.

  1. O terror iluminista e o genocídio

A Igreja antes da Revolução Francesa é muitas vezes representada como tendo falhado em produzir a bondade e a santidade que é pregada no evangelho e que ela afirma ser sua querida herança.

A igreja detinha a maioria das terras, embora fosse conquistada por ela por séculos, e tinha muita riqueza em cofres.

Que houve e ainda há graves falhas entre seus membros e organizações religiosas, sem excluir os bispos e os altos dirigentes hierárquicos, não se pode negar.

No entanto, também é verdade que houve muitos padres e freiras devotos, totalmente dedicados a uma vida de oração e obras de caridade, que deram a vida pela fé que professavam.

Talvez um dos melhores exemplos seja o massacre, melhor chamado de genocídio, de La Vendée.

O general François Westerman do exército revolucionário afirmou com orgulho que, em seus esforços para esmagar a rebelião dos Vendéens, realizada contra os abusos e crimes da Convenção.

Ele ordenou, de acordo com o decreto de 2 de agosto de 1793, a sistemática destruição e queima de todo o campo, incluindo todas as colheitas e o assassinato em massa de todos os rebeldes à vista.

O economista e historiador Renée Sedlot em seu livro “O Custo da Revolução Francesa”, relata esse vergonhoso genocídio nas palavras do próprio executor  O general François Westerman:

“Não há mais Vendee! Ela morreu sob nossa areia livre, com suas esposas e filhos. Acabei de enterrá-lo nos pântanos de Savenay. Esmaguei as crianças sob as patas dos meus cavalos, massacrai as mulheres que não darão mais à luz bandidos.

Não tenho um prisioneiro pelo qual me culpar. Eu exterminei tudo… As estradas estão cheias de cadáveres. Lá como em vários pontos fazem Pirâmides”.

Os críticos acadêmicos, podem questionar. Será que podemos chamar o massacre de La Vendée de genocídio?

O termo genocídio foi usado em 1944 para descrever os horrores do holocausto e o drama vivido pelos judeus sob o nazismo.

Se relacionarmos o número de homens, mulheres e crianças massacrados pelo exército revolucionário sob a bandeira da liberté, égalité e fraternité  (liberdade, igualdade e fraternidade) com a população total das províncias ocidentais da França, o número é ainda maior do que os judeus, que sofreram sob a política desumana do nacional-socialismo de Hitler.

Em ambos os casos, na revolução iluminista e no nazismo, bem como no comunismo esteve sempre presente uma vontade deliberada de extermínio aqueles que se opõe.

  1. O terror iluminista foi tão diabólico quanto cruel.

A revolução francesa revela a luta titânica entre o bem e o mal.

Entre os primeiros alvos da fúria dos revolucionários, seguindo os ditames de muitos dos chamados philosophes (filósofos enciclopedistas), estavam as comunidades religiosas cristã, a ideia era destruir o cristianismo primeiro na França e depois no mundo.

E por trás dessa causa desonrosa, está o sangue de pessoas inocentes perdidas nos anos 1792-1794 surpreende a imaginação, que pode superar o número de vítimas do holocausto, e isto tem sido ocultado de muitos relatos históricos.

Em 17 de julho de 1794, nos últimos dias da liderança diabólica de Robespierre na França revolucionária, dezesseis membros do Carmelita de Compiègne foram martirizadas:

Onze freiras carmelitas descalças, três irmãs leigas e duas externas caíram sob a lâmina da guilhotina por se recusarem a aceitar o cargo obrigatório; fazer o chamado juramento da Constituição Civil do Clero, que incluía renunciar a fé cristã e aceitar a deusa razão.

Elas foram enterradas em uma vala comum onde hoje em dia uma única cruz marca os restos mortais de mais de mil vítimas da guilhotina.

Afirma-se que, a caminho da morte, eles cantaram Veni Creator Spiritus[9] (vem Espirito Criador) e de joelhos renovaram em voz alta os seus compromissos do batismo e os votos religiosos.

O Papa João Paulo I sobre elas disse:

“Durante o processo ouviu-se a condenação: “À morte por fanatismo”. E uma, na sua simplicidade, perguntou: — “Senhor Juiz, se faz favor, que quer dizer fanatismo?”. Responde o juiz: — É pertencerdes tolamente à religião”. — “Oh, irmãs!” — disse então a religiosa — “ouvistes, condenam-nos pelo nosso apego à fé. Que felicidade morrer por Jesus Cristo!”.

Fizeram-nas sair da prisão da Conciergerie, meteram-nas na carroça mortal, e elas, pelo caminho, foram cantando hinos religiosos; chegando ao palco da guilhotina, uma atrás doutra ajoelharam-se diante da Prioresa e renovaram o voto de obediência.

Depois entoaram o “Veni Creator”; o canto foi-se tornando, porém, cada vez mais débil, à medida que iam caindo, uma a uma, na guilhotina, as cabeças das pobres irmãs.

Ficou para o fim a Prioresa, Irmã Teresa de Santo Agostinho; e as suas últimas palavras foram estas: “O amor sempre vencerá, o amor tudo pode”. Eis a palavra exacta: não é a violência que tudo pode, é o amor que tudo pode”[10].

Os mártires carmelitas nos lembram que seu exemplo não se limita a uma época passada de sofrimento e guerra em uma Europa enlouquecida pelos abusos do Iluminismo francês.

No decorrer do século 20, os mártires de Compiègne foram objeto de muitos trabalhos acadêmicos[11]. Em 1931, Gertrude von de Fort escreveu um relato da vida e do martírio das freiras carmelitas para seu romance Die Letzte am Schaffot[12].

CONCLUSÃO:

A revolução francesa é um aviso solene a cultura moderna do perigo de nos afastarmos das verdades das Escrituras.

O iluminismo com seus ideais fundados no materialismo ateu, influenciaram a teoria de Darwin, que deu ao mundo um acido universal, que corroeu a fé de muitos na Criação de Gênesis.

A filosofia do iluminismo produziu os trágicos acontecimentos ocorridos na França durante o Reinado do Terror de 1792-1794 e que repetiu nos genocídios nazistas e no comunismo em todo mundo, com a morte de quase 1 bilhão de bilhão de pessoas até nossos dias.

E se considerarmos que o iluminismo também influenciou a cultura do aborto, logo teremos bilhões e bilhões de inocentes mortos, com a mesma ideia cruel e diabólica da revolução do terror iluminista, onde as pessoas deliberadamente mataram sem qualquer freio moral.

Num mundo relativista, onde a distinção entre o bem e o mal e a crença em uma verdade moral objetiva são, para dizer o mínimo, inexistente, tudo é possível.

O profeta Daniel disse que a proporção que a ciência aumenta também aumenta a maldade o coração humano.

Nossa geração precisa ser preparada para o martírio. Pois o fim dessa cultura anti-Deus é a perseguição e morte aos cristãos, como tem sido desde o iluminismo.

Apocalipse 12:11

Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.

[1] Para obter informações sobre a Ipsos e acesso a todos os comunicados de mídia e pesquisas, acesse: http://www.ipsos-na.com

[2] https://www.ipsos.com/en-us/news-polls/ipsos-global-dvisory-supreme-beings-afterlife-and-evolution

[3] A Enciclopédia Britânica da Universidade de Chicago coloca o número de detidos como resultado da Lei de setembro de 1793 em mais de 200.000, observando que a maioria nunca foi julgada, embora definhassem em prisões infestadas de doenças, onde 10.000 morreram. Tribunais militares e revolucionários condenaram à morte outros 17.000. Veja: The First French Republic , Encyclopedia Britannica, online.

[4] https://en.wikipedia.org/wiki/Cult_of_the_Supreme_Being#Bibliography

[5] Le Culte de la Raison, (O Culto da Razão) foi a primeira religião ateísta patrocinada pelo estado. Baseava-se nos princípios do Iluminismo e do anticlericalismo. Seu objetivo era o aperfeiçoamento da humanidade através da obtenção da Verdade e da Liberdade.

[6] Veja: Rene Sedillot, Le Cout de la Revlution Française, Paris: Librairie Academique Perrin, Collection Verites et Legendes 1987. p, .22

See: Graeme Fife, The Terror, The Shadow of the Guillotine France 1792-1794, London, Portrait, 2009. For a different view of the French Revolution see also:  Alexis de Tocqueville The Old Regime and the French Revolution, Chapter Two,  New York: Anchor Books, DOUBLEDAY, 1983.

[7]

[8] Andre Castelot, Histoire de France, 1789-1814, ibid., Perrin 2001. p.127.

[9] Veni Creator Spiritus (Vem Espírito Criador) é um hino da Igreja Católica e outras igrejas cristãs, provavelmente composto por Rabano Mauro, no século IX.

Quanto o texto original em latim é usado, é normalmente cantado em canto gregoriano. Trata-se de uma invocação ao Espírito Santo, e é cantado nas celebrações litúrgicas da festa do Pentecostes (tanto nas Terças como nas Vésperas).

Também é cantado em outras ocasiões, como na entrada dos cardeais para a Capela Sistina aquando de um conclave para escolha de um Papa, na consagração de bispos, na ordenação sacerdotal, no sacramento da Confirmação (Crisma), na dedicação de templos, na celebração de sínodo ou concílios, na coroação de reis, na profissão de fé de membros de instituições religiosas e em outros eventos solenes.

Este hino também é amplamente usado pela Comunhão Anglicana surgindo, por exemplo, na ordenação sacerdotal e consagração de bispos no Book of Common Prayer, de 1662.

[10] «Papa João Paulo I» 🔗. Vatican.va. 24 de setembro de 1978, disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carmelitas_de_Compi%C3%A8gne, acesso em 19/04/2023

[11] Talvez a mais conhecida dessas obras seja a ópera Le Dialogue des Carmélites, de Francis Poulenc

[12] . A baronesa Gertrude von Le Fort foi muito influenciada em sua vida pelo influente filósofo religioso protestante Ernst Troeltsch.