Série de sermões expositivos sobre o livro de Ester. Sermão Nº 07 – Plot twist: a reviravolta. Ester 7:1-10. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 04/11/2020.
INTRODUÇÃO
Você sabe o que é um “PLOT TWIST” (reviravolta no enredo) é uma mudança radical na direção esperada ou prevista da narrativa de uma história, romance, filme, séries de televisão, quadrinho, jogo eletrônico ou outra obra narrativa.
É uma prática muito usada para manter o interesse do público na obra, para normalmente surpreendê-los com uma revelação surpresa.
O “Plot Twist” é um “final surpresa”; e quando acontece perto do fim de uma história, acontecimentos inesperados e informações desconhecidas sobre os personagens são revelados e isto muda a visão dos eventos anteriores
Um PLOT TWIST é um tipo de artifício usado para minar as expectativas do público como o do falso protagonista.
Trata-se de apresentar um personagem no início da história como sendo o personagem principal, mas, em seguida, este personagem é descartado (sendo geralmente morto).
Talvez um dos melhores PLOT TWIST que podemos citar seja possivelmente, seja a reviravolta na história mais memorável em um filme vem do episódio 5 de Star Wars: O império contra ataca.
Você provavelmente pode pensar no momento exato em que ocorreu a reviravolta na história. Luke Skywalker e Darth Vader estão envolvidos em uma batalha épica.
Vader diz a Skywalker: “Obi-Wan nunca lhe contou o que aconteceu com seu pai”. Skywalker responde: “Ele me disse o suficiente! Ele me disse que você o matou. ” Vader responde, ” Não, eu sou seu pai. ” Ninguém previu isso; ninguém esperava por essa, pois isso mudava tudo.
Isso foi um fato tão surpreendentemente, que até mesmo equipe de filmagem e os outros colaboradores, bem como e resto do elenco de atores, ficaram impressionados com a reviravolta na história, pois somente os diretores e os dois atores sabiam disso.
Já o público, ficou impressionado, pois não haviam visto nada igual, e isso tornou a série “Star Wars”; uma das mais amada e lucrativa do cinema.
O capitulo 7 de Ester é um PLOT TWIST; com uma reviravolta incrível na história, que nos deixam de queixo caído; onde informações desconhecidas sobre os personagens são reveladas e isso muda completamente o final da História.
Assim como; semana sim, semana não, parece que a imprensa e a televisão, são agitadas por uma surpreendente revelação bombástica sobre alguma celebridade do mundo do cinema, política, alta sociedade ou da religião.
Invariavelmente, contudo, é muito mais do que nós queríamos saber sobre a vida pessoal dessas celebridades.
Nesse capitulo sete, desse livro, estão a três pessoas mais importante do império mais poderoso da época.
Xerxes comandava a maior frota militar do planeta; Hamã era o homem mais competente e sagaz do império; e Ester a mulher mais bonita de todo o mundo, a MISS UNIVERSO PÉRSIA.
E nessa trama todo mundo é suspeito. Todo mundo tem sua parcela de culpa. Segredos tenebrosos, são revelados; e isso muda radicalmente toda a trama.
Felizmente esse “Plot Twist” (reviravolta na história) é provocada pela soberania divina que invisivelmente controla todas as coisas para o bem da Redenção do seu povo, e isso torna o final surpreendentemente imprevisível. Vejamos:
- O PLOT TWIST NA VIDA DE ESTER.
Ester estava para viver algo que mudará completamente o rumo da trama.
- O segredo.
A rainha Ester também tinha um segredo oculto e profundo — sua descendência judaica — que ela estava mantendo em segredo há cinco anos desde que desde que havia sido levada ao harém real.
Ela havia seguido o Conselho de Mordecai para esconder sua etnia tão fielmente que, mesmo quando elevada à posição de rainha, cinco anos depois ninguém sabia qual era o povo a que ela pertencia ou da sua ligação com Mordecai: Pense nisto.
Todos sabiam que Mordecai era judeu: em primeiro lugar, foi essa a razão do esquema de Hamã para aniquilar os judeus. Porém, Ester havia estado tão escondida; que até então; ninguém fazia ideia disso.
Para esconder tão bem sua nacionalidade, enquanto vivia tão intimamente entre os pagãos, ela deve ter praticamente quebrado todas as leis dos livros de Moisés.
Ela certamente não poderia ter observado as leis de pureza ritual, ou de alimento kosher ou de tempos e épocas especiais de agradecimento e jejum.
Não poderia nem mesmo ter orado a Deus publicamente. Havia coberto a si mesma completamente com as cores pagãs do império.
Agora era a hora de Ester se revelar publicamente quem ela era. O edito de Hamã ameaça a toda a comunidade judaica e, por causa do seu povo, ela havia concordado em comparecer diante do rei para interceder junto a ele pela vida deles.
Essa seria uma proposta complicada, pois o rei Assuero era uma pessoa perigosamente instável.
Um dia, uma pessoa podia ser o melhor amigo dele; no dia seguinte, ele diria “cortem-lhe a cabeça! — e enquanto isso, empalem o corpo dele numa estaca”.
Para Ester ainda era mais complicado interceder em favor dos judeus já que o edito que ela precisava que fosse revogado havia sido proposto por Hamã que, depois do rei, era o homem mais poderoso no império.
O edito foi assinado por ele em nome do rei e se mantinha por beneficiar o tesouro real no montante de meio ano de impostos para o império.
Não era simplesmente uma “MISSÃO DIFÍCIL”, na verdade tratava-se de uma “MISSÃO IMPOSSÍVEL”.
Tudo o que Ester tinha a oferecer em troca era um rosto bonito — e por trás dele, uma mente HUMILDE e INTELIGENTE que não parava de trabalhar.
Assim, desde que Ester concordou em interceder pelo povo dela ainda no capítulo 4, ela vinha seguindo uma estratégia complexa, convidando o rei e Hamã para um banquete após o outro.
Ela já quase revelou seu pedido duas vezes e então retrocedeu, ela convenceu o rei três vezes a de antemão se comprometer publicamente a dar a ela o que quer que ela desejasse, até metade do reino.
- A identificação.
Finalmente, havia chegado a hora de revelar tudo, e isso mudaria completamente as coisas. E esta não era uma tarefa nada fácil, o imperador Xerxes é alguém imprevisível.
Heródoto; conhecido como o pai da história; diz que Xerxes, tinha um amigo muito rico, que constantemente investia sua própria fortuna, para o bem do império, como também promovia festas e tudo mais que pudesse favorecer a grandeza de Xerxes.
Esse homem rico tinha cinco filhos no exército. Um dia então esse homem, pede a Xerxes que libere o filho mais velho, para que possa assumir os negócios do pai.
Xerxes, manda cortar o filho ao meio, e ordena ao exército que passe entre as duas partes do corpo, e então diz ao amigo, eis aí seu filho…
Se os mais sábios conselheiros de Artaxerxes, fosse orientar a rainha, orientaria por certo a rainha a fazer uma política, mais formal, lançando mão de um bom advogado que seja um orador talentoso, que poderia defender a causa de maneira mais tocante e brilhante.
Dessa vez, quando o rei perguntou o que ela queria, pela terceira vez; Ester ainda não estava pronta para falar (Et 7.1-4 ); mas precisa vencer o MEDO e fazer o pedido.
Veio, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester. No segundo dia, durante o banquete do vinho, disse o rei a Ester: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á ainda que seja metade do reino.
Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu moleste o rei (Et 7.1-4 ).
Precisamos entender porque as palavras de Ester foram tão cuidadosamente escolhidas; quanto o havia sido a estratégia dela.
A modéstia e a submissão de Ester é uma espécie de TUTELA ANTECIPADA; para evitar um dano irreparável; por isso ela usa humildemente as expressões de cortesias em todas as vezes que o rei a promete atender: até metade do reino, será dado a você, se me pedir…
A despeito disso, ela se coloca na posição de pedinte, ao imperador; (“Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei”).
Ela está suplicando a GRAÇA (favor–Charis) de que ela não se considera merecedora, mostrando sua miserável condição e suplicando pelo FAVOR IMERECIDO;
Mesmo que o rei já a tenha ofertado três vezes dar tudo o que ela desejar.
Ela não pediu nem riquezas, honra, nem qualquer lugar ou posto na corte, ou em qualquer dos domínios do rei para qualquer amigo dela, mas a sua petição; era pela sua própria vida e pela vida do seu povo.
Nesse ponto, Ester se expôs publicamente o suficiente para ligar o seu próprio destino ao destino do seu povo. Se eles fossem destruídos, ela seria destruída. Se eles fossem poupados, ela seria poupada.
Ele se identifica com seu povo, ela se liga ao destino do seu povo. Ela está arriscando sua posição e sua vida pelo povo de Deus.
Ele se identifica com o seu povo num tempo de crise. É fácil se identificar com o povo de Deus, quando a verdade é pregada e o povo tem piedade. Mas como é difícil se identificar com o povo de Deus, quando ele está desonrando o nome dele.
Tem que ter muita coragem para se identificar com o povo de Deus, quando ele é alvo de escarnio, por causa de seus próprios pecados.
Ela na verdade não revela de qual povo estava falando até o capítulo seguinte, mas até então Hamã nunca havia se preocupado em informar o povo a ser destruído quando ele inicialmente requisitou o edito.
Hamã, pelo menos, não fazia ideia do que realmente significava o que ela desejava. Ele jamais imaginava de que esse pedido, era contra o seu Edito para destruir os Judeus.
- A petição.
Se aquele pedido fosse recusado pelo rei e o edito fosse mantido, Ester tinha agora publicamente incluído seu próprio nome na LISTA dos que estavam marcados para morrer.
Ela estava corajosamente e irrevogavelmente se colocado ao lado do seu povo, arriscando a sua própria vida.
Por isso o Espirito Santo, como o nosso PARACLETO (advogado), vai instruir mansamente a Ester a fundamentar o seu pedido. Por que a petição dela ao rei era necessária?
Jesus disse que o Espirito Santo nos ensinaria como nos defender diante das autoridades (Mt 10.18, 19).
Era necessária porque ela e o seu povo haviam sido vendidos para serem destruídos, mortos e aniquilados. Ela está indiretamente se referindo os 10.000 talentos de prata, que Hamã ofereceu ao rei pela destruição dos judeus.
O Espirito Santo, está levando Ester a FUNDAMENTAR SEU PEDIDO em resposta a cada ponto citado maliciosamente no edito de Hamã.
A acusação era que esse povo, tinha leis diferentes e não obedecia às leis do império. Então ela mostra que eles estão prontos para obedecer completamente, ao ponto se não contrariar a vontade do rei de escraviza-los.
Se fosse apenas uma questão de escravização, disse Ester, ela não teria levantado a questão de modo algum.
Ela nunca pediria a libertação da escravidão, mas teria submetido pacientemente, embora a escravidão fosse desumana, injusta, imoral e cheias de maus tratos, isso ela e seu povo humildemente teriam suportado silenciosamente.
Xerxes, sabia que a escravidão persa era a mais terrível e temida, pois além da desumanidade, não havia possibilidade libertação na lei dos persas.
E se fosse a escravidão o imperador Xerxes, não teria grandes perdas, pois ainda poderia lucrar coma as vantagens da servidão.
Ester vai evoluindo os ARGUMENTOS DO SEU PEDIDO. Mas com a morte do seu povo, o império sofrerá uma perda irreparável, da qual o inimigo, nunca poderia compensar, e nem todas as riquezas se oferecidas poderia reparar as perdas.
Embora o inimigo tentou compensar o dano do rei; mas a verdade era que o inimigo realmente não podia repara as perdas do império.
Mesmo oferecendo os 10.000 talentos e todas as riquezas que ele possuía, não se compara à perda que o rei sofreria pela morte de tal multidão de pessoas, de quem recebia um tributo tão grande.
Considerando a população de 50 milhões de pessoas no império persa, dos quais os Judeus era em torno de 15 milhões de pessoas, e eram os comerciantes e donos de negócios prósperos por todo o império.
Mas isso o inimigo não considerou; O inimigo não cuidou, ele não estava preocupado com o dano irreparável causado ao império.
Embora fosse uma angústia para os judeus serem vendidos como escravos, a perda para o rei não seria tão grande quanto a morte deles, visto que ele receberia o benefício impagável de seus serviços e impostos.
Ester está dizendo nas entrelinhas; se tivéssemos sido vendidos como escravos, eu seguraria a minha língua, embora o inimigo não pudesse compensar o dano que causaria ao rei.
- A Modéstia Feminina.
O tom de SUBMISSÃO SILENCIOSA que é respirado nessas palavras são, extraordinariamente imperceptíveis.
Se não fosse uma questão envolvendo vida ou morte, Esther não teria incomodado o rei com qualquer petição ou reclamação.
Assim que o edital de escravidão foi publicado, ela mesma defenderia o rei junto ao seu povo para que não murmurasse da escravidão, embora o mal da escravidão fosse difícil suportar. Ela preferia suportar esse mal, do que incomodar o rei.
A vontade do rei, teria cerrado os seus lábios, se a vida dessas pessoas infelizes não fosse destinada a morte.
Veja o poder da SUBMISSÃO DA MULHER, de submeteu o coração do marido ao seu. O despotismo e a crueldade do marido, foi vencido pelo sentimento de generosidade e humildade da esposa.
Diz a escritura que uma mulher sabia edifica a sua casa. Aqui um monarca persa está sendo ensinado sobre POLÍTICA E ECONOMIAS MODERNA por sua rainha.
Esse entendimento de Ester nem a Europa e nem os EUA tinham até Sec XVII.
Os argumentos irrefutáveis que a PROVIDENCIA DIVINA, colocou no coração de Ester, foram divinamente calculados para mostrar ao imperador, que o edito, estava afetando os interesses do seu reino.
Ele era neto de imperador Ciro o grande, que libertou os escravos Judeus de todo o império. Ele era filho do rei Dario, que era amigo pessoal de Daniel, que o levou a posição de governante da Pérsia.
Xerxes sabia da lealdade dos judeus ao seu avô e pai. E sabiam que era um povo trabalhador e prospero. Eles se dedicam ao comercio e a agricultura, eram pacíficos e contribuíam para a riqueza e a prosperidade do todo o reino.
A economia e o comercio persa dependia dos banqueiros judeus, como foi no império persa, grego, na idade média, na Alemanha, e como são nos nossos dias, os donos das grandes fortunas.
Eles não eram pesados ao império. O valor de 10.000 talentos de prata oferecido pelo inimigo era pequeno demais, comparado as perdas que o reino teria.
Destruir essa raça tão ativa e industriosa, seria um forte golpe fatal sobre a prosperidade do reino.
Seus despojos poderiam trazer algum benéfico a curto prazo para os cofres do império, mas a longo prazo, haveria uma perda permanente sobre a riqueza nacional.
Aqui está a grande mentira do COMUNISMO, retirar os meios de produção dos ricos e colocar na mão do estado, o que invariavelmente leva ao empobrecimento de toda a riqueza nacional.
Veja que argumento glorioso o Espirito Santo, está ensinando não só aos persas, mas a todos os governantes.
Se fossem destruídos, traria uma perda irreparável para a riqueza do império. E se o povo de Ester fosse reduzido a escravidão, e vendidos como escravos, para os mercadores de Tiro e Sidon, haveria ganho com esse comercio, embora fosse um retorno pequeno e isso causaria pouco impacto na economia persa.
E a diferença não seria grande quanto a perda nacional, se não fossem destruídas, mas simplesmente reduzido ao estado de escravidão.
E se fossem feitos escravos em seus próprios domínios, haveria a perda das entradas dos ativos, por parte de um povo que pagava todos os seus impostos e aumentava os recursos nacionais pelo cultivo do solo e do COMERCIO EXTERIOR.
O Espirito Santo, está dando a Ester, um entendimento melhor que muitos políticos e governantes modernos, do segredo das riquezas das nações.
Anular o trabalho de pessoas pacificas é um ato igualmente cruel e impolítico. Substituir o trabalho livre de industrias e do livre comercio, pelo trabalho escravo é algo tolo e contra os interesses reais do Estado.
O trabalho que é exigido pelo chicote não é tão bem executado nem tão grande em quantia como aquele que é pago. Não há incentivo para um escravo cultivar o seu intelecto.
Ester está dizendo ao imperador Xerxes: se meu povo houvesse sido vendido como escravo, eu humildemente aceitaria a vontade do rei, e nunca diria nada, mas o inimigo não se importou com o dano que causará ao império.
Assim, por exemplo, quando perseguição contra o PROTESTANTISMO grassou ferozmente na França e na Bélgica, eles fugiram para a Escócia e Inglaterra, levando consigo suas riquezas e habilidades industrias.
Esses países que até então tinha pouco desenvolvimento nessa área, começou a crescer e se tornaram muito prósperos.
- O Senso de Justiça
Ester estava bem ciente de que, para Xerxes, as necessidades do império ultrapassavam as questões de mera liberdade pessoal.
Não havia direito constitucional à vida, nem liberdade ou busca por felicidade no império persa.
De fato, há uma fina ironia nessa frase, uma vez que, de certa maneira, ser vendida como escrava foi precisamente o que havia acontecido pessoalmente a ela.
Ela mesma havia sido escravizada como um brinquedo pessoal ao rei. Contudo, não era por isso que ela estava protestando.
É claro que o interesse pessoal do rei iria sobrepor-se a quaisquer pequenas injustiças. Até esse ponto, o rei estava concordando alegremente com Ester. A lógica dela até o momento agradava.
Mas GENOCÍDIO, disse a rainha, especialmente um genocídio que podia muito bem implicar a morte dela mesma, então já é uma história totalmente diferente.
Observe como Ester coloca seus argumentos sutilmente. Ela usou habilmente o modo passivo ao descrever o edito.
Ela simplesmente disse: “Fomos vendidos, eu e o meu povo” (Et 7.4), de modo a evitar ter de identificar a parte culpada.
Primeiro, ela queria deixar o rei irado, e depois ela direciona toda essa ira para um alvo que exato que comportaria tamanha ira.
A esperança da rainha era que ele agiria antes de refletir sobre o que seria mais difícil: a perda financeira; ou encontrar um novo primeiro ministro ou uma nova esposa favorita.
Ela também estava preparando o caminho, que mesmo ele não considerasse o impacto na riqueza econômica a longo prazo, e só pensasse no valor inicial dos 10.000 talentos de prata, que custaria sua decisão, ela apela para o bem que ele poderia fazer mais do que compensaria a perda pessoal que ele sofreria.
Aqui a modéstia e a submissão de uma esposa; está ensinando ao homem mais poderoso do seu tempo, que a JUSTIÇA EXALTA UMA NAÇÃO.
Ester é um exemplo de que a piedade é proveitosa para todas as coisas, tendo promessa da vida que agora é, e da que estar por vir.
Quando se intercede ao império, não há alternativa a não ser interceder nos próprios termos do império.
Ester não simplesmente apela ao senso de certo ou errado do rei, e ressaltar que genocídio é mau, porque ele não achava que era.
Obviamente, o rei não se perturbava com a ideia de genocídio, ou ele a princípio não teria assinado o edito de modo tão descuidado.
A única GARANTIA CONSTITUCIONAL no império era o direito do rei de maximizar seus próprios interesses.
Portanto, o pedido de Ester tinha de se basear no fato de que embora isso fosse custar ao rei alguma inconveniência e perda financeira, tinha ela em mente o melhor interesse dele ao fazer seu pedido.
Afinal de contas. Poupar esse povo significava também poupar a ela pessoalmente.
Agora podemos perceber que a cláusula condicional com a qual ela abriu seu pedido “Se perante ti, ó rei, achei favor” (Et 7.3) é mais do que mera adulação convencional da corte.
É o cerne do argumento de Ester, Se ela tivesse achado favor aos olhos do rei, então um ataque a ela também seria um ataque à sua pessoa real.
- O PLOT TWIST NA VIDA DE HAMÃ.
Hamã está em uma espiral descendente rapidamente para a destruição. A popularidade dele está caindo no palácio, mas mal sabia ele que esta seria sua última refeição.
A longanimidade de Deus com Hamã deveria tê-lo levado ao arrependimento, sejam pelas circunstâncias, seus conselheiros mais próximos, e até mesmo sua esposa o advertiram sobre o perigo iminente.
Ele foi cegado por seu orgulho repulsivo e arrogância, a humildade não é uma palavra no vocabulário de Hamã.
- A ironia do orgulho ferido
A história de Hamã foi de imenso e rápido sucesso. Ele subiu alto até se tornar o maior homem do Império Persa ao lado do rei.
Mas seu orgulho havia sido ferido pela negligência de um certo judeu chamado Mordecai em se curvar diante dele e fazer-lhe reverência.
Ele poderia facilmente esmagar o judeu insolente com uma palavra, mas o insulto havia ferido seu orgulho, e ele não se contenta em meramente punir o culpado.
Não há ORGULHO FERIDO mesmo que não seja tão grande; que não possa ser tão amargo e trágico quanto o de Hamã,
A malicia faz o nosso coração perder a perder as perspectivas corretas. Ela amplia, maximiza as coisas mesquinhas, insignificantes e minimiza e cega os olhos para todo o resto.
É como a ÂNSIA DA CURIOSIDADE, que despreza todos os privilégios do mundo inteiro que deveria ser desfrutado livremente.
Mas toda a atenção se volta algo sem sentido, quando comparado a uma única coisa escondida como no tipo da história do BARBA AZUL.
Ouvimos essa história desde criança, em que todos os cômodos da espaçosa casa estão abertos, mas há uma porta trancada e nada além disso conta, só queremos ver o único quarto que não nos foi liberado para ver.
O Ego ferido leva ao AUTOENGANO, mesmo um homem tão sábio, competente e poderoso como Hamã. Seu orgulho tirou seu foco, e não consegui ver sua própria ruina.
A palavra de SÊNECA teve muitos exemplos na história e na experiência. “A raiva é como a chuva: quebra-se sobre o que ela cai”.
Enquanto Ester, está falando com rei sobre a maldade que foi feita ao seu povo. Hamã nunca imaginava; que Ester fosse judia; e que se referia ao seu Edito de destruir os Judeus.
E talvez nesse MOMENTO CRUCIAL da trama, ele nem esteja lembrando do Edito que ele mesmo, fez para destruir os judeus.
Ista é uma LÓGICA RAZOÁVEL, pois era impossível na concepção de Hamã, ou de qualquer outro que conhecia os judeus; que a rainha Ester fosse judia.
Uma Judia nunca se casaria com um ímpio, não comeria aquela comida, não se sujeitaria a um estilo de vida pagã, isso era algo inconcebível.
Ele mesmo disse ao rei que esse povo era diferente de todos as outras nações, e ela não era diferente. Isto mostra o quanto ela havia sido ASSIMILADA PELA CULTURA DO IMPÉRIO.
- O Enredo do Autoengano
Ainda mais Hamã, era um HIPÓCRITA, como é toda pessoa soberba e vaidosa. Talvez estivesse se compadecendo da história da Rainha, e pensando quem seria responsável por uma trama tão cruel, contra a própria rainha. Quem seria capaz de uma insolência dessas.
Hamã por certo, cheio de sua AUTOJUSTIÇA, e em apoiado aos sentimentos de fúria do rei, também tenha ficado profundamente irado para punir tal traição.
Por ordem do rei, assim que fosse falado o nome do traidor; ele se preparava: “eu mesmo me vingarei de tal afronta a rainha. Ninguém viverá da família desse homem.
Esse é um tipo de PLOT TWIST, surpreendente, que o cinema não seria capaz pelo menos pensar em algo dessa grandeza literária. Porque aqui trata da natureza do AUTOENGANO do pecado, que só o evangelho pode revelar. Não há paralelo disso no mundo dos homens.
Somente o evangelho pode nos resgatar das garras mortais do autoengano do pecado que nos domina.
Somente na cruz, nos curvamos em penitência de nós mesmos e com piedade dos outros. Não podemos manter a malícia do nosso ego ferido ali.
A sugestão de Harbona de que pendurassem Hamã na forca que ele havia construído para Mordecai cravou o último prego no caixão de Hamã (Et 7:9).
Assuero não sabia do plano de Hamã de executar o salvador do rei. Não sabemos se Ester pediu misericórdia para Hamã ou não.
Em ambos os casos, o rei ordenou sua execução (Et 7:10). Assim terminou a vida de um dos mais hostis antissemitas que odeiam os judeus que já pisaram no palco da história.
O que Hamã fez para Mordecai: Hamã encontrou seu fim no mesmo instrumento que havia planejado para a morte de Mordecai; ele foi pego em sua própria armadilha contra Mordecai.
Talvez o maior exemplo disso tenha sido quando Satanás pensou que venceu fazendo com que a multidão crucificasse Jesus, mas a cruz acabou sendo o instrumento de sua derrota o seu Plot Twist, a reviravolta na história da redenção.
III. O PLOT TWIST DE ASSUERO
De forma inédita a história tem um Plot Twist; uma reviravolta na trama. No teatro Grego havia um recurso narrativo: A anagnórise (ἀναγνώρισις), onde o personagem descobre algo desconhecido sobre ele, ou alguém próximo dele.
Essa revelação muda a direção de toda a trama. O descobrimento de Xerxes da trama de Hamã que o enganou, e quase o levou a matar, a sua própria rainha muda tragicamente o destino de Hamã.
Esse era o PLOT TWIST o MOMENTO CRUCIAL, o ápice de todos efeitos e das emoções, para os atores e para a plateia, ou para o leitor.
Um exemplo encontra-se no ÉDIPO REI de Sófocles, quando Édipo toma consciência de que a pessoa que ele havia matado era o seu pai e que sua esposa é a sua mãe.
Na épica grega temos um bom exemplo de anagnórise nos últimos cantos da ODISSEIA, quando Ulisses depois 27 anos (10 na guerra de troia e 17 tentando voltar para casa) e quando volta à sua pátria vários personagens o vão reconhecendo (o seu velho cão Argos, a sua velha ama Euricléia, o seu filho Telêmaco, o seu pai Laerte, etc…), numa gradação que termina quando a sua esposa Penélope, a mais desconfiada em aceitar a revelação, o submete a uma última prova para confirmar a sua identidade; a prova para entesar o arco, que somente Ulisses sabia.
- A tensão crescente.
No verso 5 podemos sentir que tensão chega ao limite: Então o rei Assuero respondeu e disse à rainha Ester: … As palavras do texto original estão assim: “e o rei Assuero disse, e disse à rainha Ester“;
Demonstrando a expressão de agitação de sua mente, e da ira e fúria em que estava, que ele disse isso repetidamente, com um semblante severo e grande veemência de fala, aumentando o ritmo e altura da vóz:
quem é ele? e onde está ele? quem é o cara? e onde ele mora?
Quem ousou presumir em seu coração fazer algo assim? Quem tem em todo o império teria tamanha ousadia?
O rei continua aumentado seu furor: quem tem esse atrevimento e coragem suficientes para fazer uma ação tão vil?
Ele mesmo dá a resposta implícita; quem: “quem encheu seu coração“. Foi o diabo sem dúvida encheu seu coração para fazê-lo (Atos 5: 3).
Mas o rei ou se esqueceu do decreto que havia concedido e do semblante que lhe deu para executá-lo; ou, se ele se lembrava, agora estava furioso por ser atraído para tal ação por ele; e talvez até agora ignorasse a descendência de Ester e não soubesse que ela estaria envolvida no decreto.
Então respondeu o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é e onde está esse, que em seu coração a ousadia de fazer isso?
Quem seria capaz em todo o meu reino de tramar a morte da rainha; e, como se isso fosse uma maldade muito pequena, a destruição de todo o seu povo também?
Esse é um homem tão perverso; será que existe alguém assim que possa ser encontrado em qualquer uma das cento e vinte e sete províncias do império?
Se fosse encontrado um criminoso tão ousado, nenhuma morte seria terrível demais para ele.
O argumento da rainha teve efeito. A ira do rei foi despertada e ele reagiu com outra pergunta dupla: E “Quem é esse e onde está esse cujo o coração o instigou a fazer assim? (Et 7.5).
Uma resposta tentadora para Ester poderia ter sido dizer ao rei o que o profeta Natã disse quando confrontou a Davi: -Tu és esse homem” (2Sm 12.7).
Afinal de contas, nada disso teria acontecido sem a cumplicidade do rei. Mas esse não era o objetivo do discurso dela. Nem todas as injustiças podem ser consertadas no curso dos acontecimentos terrenos.
Como dizem, A POLÍTICA É A ARTE DO POSSÍVEL. Então, em vez disso, Ester direcionou a ira do rei para o homem por trás do edito, dizendo simplesmente: “O adversário e inimigo é este mau Hamã” (Et 7.6).
Em outra parte, Hamã foi identificado como “o inimigo dos judeus“, e esse seria o principal motivo para a morte dele (Et 8.1).
Esse motivo, contudo, não interessava ao rei Assuero. Em vez disso, Ester descreveu Hamã simplesmente como “um inimigo” porque sua ofensa diante de Assuero na verdade não foi sua inimizade com os judeus, mas apenas o fato de que o edito dele havia (sem intenção) ameaçado a vida da esposa favorita do rei.
Agora, pode-se ver a sabedoria do estranho pedido de Ester para convidar Hamã para esses banquetes; ela maximizou o impacto sobre o rei e sobre o próprio Hamã.
- A ironia da conveniência.
Hamã ficou assustado, chocado e em silêncio diante dessa reviravolta dos acontecimentos: “Hamã se perturbou perante o rei e a rainha” (Et 7.6).
Ele fora completamente ludibriado pela estratégia astuta de Ester, e podia ver que a ira do rei havia se levantado contra ele.
Enquanto isso, o rei saiu irritado para o jardim: “O rei no seu furor, se levantou do banquete do vinho e passou para o jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida à rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei” ( Et 7.7).
Por que o rei sentiu necessidade de fazer uma caminhada nesse momento? Não era porque ele precisava de tempo para pensar ou porque ele queria refrescar a cabeça.
Hamã não tinha dúvidas sobre qual seria o veredicto do rei quando ele voltasse. Assim que o rei saiu, Hamã pôde ver que Assuero havia determinado a condenação dele.
E que isso não seria problema para o rei; ele não perderia o sono por causa do destino de Hamã. O que mais provavelmente incomodava Assuero era a questão da sua própria reputação.
O edito de Hamã havia sido autorizado pelo rei e ratificado pelo selo real. Como poderia ele agora, sem parecer fraco, punir Hamã por promulgar um decreto que ele havia pessoalmente aprovado? Era um dilema complicado.
Quando retornou à sala do banquete, Assuero descobriu que Hamã havia claramente resolvido o problema para ele:
“Tornando o rei do jardim do Palácio à casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído sobre o divã em que se achava Ester” (Et 7.8).
Durante a ausência do rei, Hamã havia tentado implorar a Ester por sua vida. Aquele que, sem perceber, havia buscado tirar a vida dela, agora queria assegurar que ela garantisse a sua própria vida.
A fim de enfatizar seu pedido, Hamã caiu diante dela, praticamente cumprindo assim a predição de sua esposa de que ele certamente cairia em desgraça diante da descendência dos judeus (veja Et 6.13).
Um escritor judaico diz que o anjo Gabriel empurrou Hamã, então ele caiu no sofá de Ester no momento em que o rei Assuero voltava para a sala.
Eles cobriram o rosto de Hamã: a cabeça de Hamã foi coberta como uma preparação para a execução, o rei não olhava para o rosto de um condenado.
Porém, a queda de Hamã no divã de Ester deu ao rei exatamente aquilo de que ele precisava — a desculpa para eliminar Hamã sem causar nenhum constrangimento público referente ao edito:
“Então, disse o rei: Acaso, teria ele querido forçar a rainha perante mim, na minha casa? Tendo o rei dito estas palavras, cobriram o rosto de Hamã (Et 7.8).
É muito pouco provável que Assuero tenha realmente acreditado que Hamã estava a ponto de estuprar Ester na frente dele, mas essa era uma ACUSAÇÃO CONVENIENTE que desviava a atenção do verdadeiro problema.
Ironicamente, aquele que queria matar os judeus por não se quedar diante dele foi, no final, executado sob a acusação de se quedar inapropriadamente diante de uma judia.
Veja então a mais cruel de todas as ironias: … disse Harbona, um dos eunucos que serviam o rei: Eis que existe junto à casa de Hamã a forca de cinquenta côvados de altura que ele preparou para Mordecai, que falara em defesa do rei. Então, disse o rei: Enforcai-o nela. Enforcaram, pois, Hamã na forca que ele tinha preparado para Mordecai. Então, o furor do rei se aplacou (Et 7.9-10).
Assim, Hamã foi levado e seu corpo empalado na estaca que ele mesmo havia construído 24 horas antes para executar Mordecai. Um dia faz uma grande diferença.
Com isso se aplacou a ira do rei. Fim de jogo. Problema resolvido. A ameaça a Ester foi eliminada. “Agora que resolvemos as coisinhas desagradáveis, o que temos para o jantar?”, podemos imaginar Assuero dizendo despreocupadamente para Ester.
Exceto que, da perspectiva de Ester, isso estava longe de ter acabado. Ainda que o rei tenha lidado pessoalmente com Hamã, o edito dele permanecia em vigor, como uma bomba-relógio, apenas esperando para explodir e destruir os judeus.
A própria Ester podia estar salva, guardada dentro do palácio do rei, mas não era esse o objetivo dela quando tinha elaborado todo aquele esquema. Nessa hora, ela ainda deve ter se perguntado se conseguiria atingir seu objetivo de resgatar seu povo.
- O PLOT TWIST DA PROVIDÊNCIA DIVINA
Nesse capítulo, vimos a interação entre responsabilidade humana e soberania divina. O plano complexo de Ester era uma parte necessária do processo de levar Hamã à justiça, um plano cuja realização exigia a combinação de sutileza, ousadia e força.
Deus está dirigindo cada detalhe do plano de Ester para mudar a sorte do povo de Deus.
O escritor da história nos mostra isso ao fazer da noite mal dormida do rei o ponto crucial que determina um PLOT TWIST: uma REVIRAVOLTA NA HISTÓRIA.
Deus permitiu o edito de morte, para transformar as perspectivas do seu povo, levando dos a jejuar e a se humilhar, embora não os vemos orando e nem citando o nome de Deus.
Nesses detalhes aparentemente insignificantes, se pode discernir a mão oculta da providência, ainda que apenas com uma cuidadosa percepção posterior.
Não é assim que acontece muitas vezes na vida? Os planos elaborados que traçamos nunca se concretizam sem a bênção providencial de Deus sobre eles.
Como o salmo 127.1 coloca isso: “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”.
Esse capítulo, todavia, nos mostra o aspecto complementar dessa verdade, que é que, a menos que os que edificam trabalhem, não haverá uma casa.
E é então significativo que capitulo 6 seja o capítulo-chave do livro, do qual Ester está totalmente ausente, esteja entre dois capítulos que mostram a rainha diligentemente usando de todos os meios à sua disposição para realizar o objetivo desejado por ela.
O ato soberano de Deus é o plot Twist: A REVIRAVOLTA, mas Deus trabalha por meio dos fiéis esforços do seu povo, tanto quanto por meio de atos providenciais extraordinários.
Essa é uma verdade muito prática. Queremos ver nossos amigos indo a Cristo? Não podemos só orar para que seus corações sejam tocados e mudados, embora somente Deus possa fazer isso.
Devemos conversar com eles sobre Cristo, apresentá-los a amigos cristãos, convidá-los para ir à igreja ouvir a pregação.
Queremos descobrir a vontade de Deus para nossa vida? O progresso pode depender dele abrir as portas certas, mas as portas não abrirá se não saímos por aí batendo até que abram. Aquele bate, abrir-se vos há.
Queremos ter um casamento melhor? A não ser que Deus mude nosso coração e o coração do nosso cônjuge, não podemos esperar uma melhora permanente, mas isso não quer dizer que não há nada que possamos fazer.
Não fique sentado achando que Deus vai agir se você não está disposto a se esforçar para buscar a vontade de Deus.
A maioria dos cristãos erra em um lado ou no outro dessa equação. Alguns são do tipo que só ficam parados orando, cujo lema sempre é “Deixe isso com Jesus”.
Para essas pessoas, a tendência é esperar que Deus faça cair no colo deles uma solução para todos os problemas.
Outros têm personalidade ativista e estão sempre dizendo: “Se alguém tem de fazer, então que seja eu”. Para eles, a tendência é acreditar que a chave do progresso é seguir alguma estratégia de três passos.
A Bíblia, contudo, põe diante de nós o alvo do equilíbrio entre a ORAÇÃO E A AÇÃO, de buscar ajuda incessante, e descansar no Senhor. Cada uma das opções, sozinha é inadequada. O objetivo é tê-las juntas.
No entanto, a parte verdadeiramente maravilhosa do plano de Deus que mesmo que não encontremos o equilíbrio, ele irá realizar sua santa vontade.
Ester e um exemplo perfeito. Ela não tem uma teologia adequada. O conhecimento de Deus que ela tem é defeituoso.
Ela não tem uma vida de oração e nem a ortodoxia que podemos imitar como vemos em Daniel e Neemias.
Ester é tipo de crente que somos. Daniel e Neemias são o tipo de crentes que precisamos ser.
A comunidade judaica, na qual Ester foi criada estão jejuando e lamentando, mas não há nenhuma menção a eles clamando a Deus.
Eles estão realizando movimentos religiosos, mas não há evidência de verdadeira dependência de Deus. Ainda assim Deus os livrou, apesar da teologia inadequada deles.
Deus escolheu livrar seu povo por meio da atividade de Ester, apesar da ausência de qualquer evidência explícita de dependência em oração por parte dela.
- O PLOT TWIST DA REDENÇÃO
Toda a expectativa humana está na busca da justiça. E todos nós ansiamos ser surpreendidos com a punição do mal e vibrar com vitória do bem. Todos nos ansiamos pelo por um senso de reparação. Que a justiça seja feita.
Deus deu a reponsabilidade de punir o mal as autoridades. Elas tem o poder da espada, para punir e manter a ordem no mundo.
Lembra de Constantino I. Conhecido como Constantino o grande. A grande imperador romano chamado Augusto por suas próprias tropas. em 25 de julho de 306, um homem que governou uma porção crescente do império romano até sua morte.
Era um romano, politeísta, até que derrepente, por algum motivo, que ninguém consegue chegar a um consenso, esse imperado começa a se inclinar para o cristianismo.
E começa a se inclinar para o lado do cristianismo, ele vence a batalha de Ponte Mílvia; em 28 de outubro de 312. Uma vitória que ele atribui ao Deus cristão. Ele tem um sonho e acaba e então manda colocar cruzes nos escudos dos soldados.
Ele começou a favorecer imensamente a liberdade de culto, e isto logo após uma série de perseguições sangrentas contra os cristãos. Seus próprios filhos foram educados na fé cristã.
Ele mesmo adotou uma série de práticas cristãs. Em um edito ele declarou o primeiro dia da semana, o domingo, como o dia de descanso, a luz daquilo que a bíblia já dizia, e toda a tradição dos apóstolos, bem como a história. Neste dia todo mundo deveria se dedicar a adoração ao Deus da bíblia.
Deus inclina o coração dos governantes, para fazer a sua vontade. Veja Ciro, o avô de Xerxes, que foi chamado por Isaias, o Servo do senhor, para liberar os judeus na volta a sua terra.
Outro fato interessante, foi quando o ditador da Siria, Bashar Al-Assad, embora seja um Xiita, o ramo mais radical do Islamismo, e ele protegeu e apoiou os cristãos da Síria.
Ele é conhecido por suas crueldades. Mas que até a pascoa e o natal cristão ele festejava. Isso é um PLOT TWISTER DA SOBERANIA DIVINA, uma reviravolta na história. Por algo assim, ninguém esperava.
Veja o grande e maior de todos PLOT TWIST de toda a história. Um Deus santo, que justifica o pecador. A santidade divina exigia a condenação do homem, pois a justiça não justifica o pecado, antes o condena.
Mas há uma reviravolta na história. A justiça divina, ineditamente vai punir os nossos pecados na vida inocente, e sem pecado do próprio filho de Deus. Que suporta toda a ira divina contra o pecado.
O diabo, jamais imaginava que Deus puniria todos os pecados na cruz de Cristo. Os próprios anjos foram surpreendidos com o PLOT TWIST da maravilhosa graça de Deus.
Essa é a grande reviravolta de toda história, homens pecadores, sendo recebidos como santos.
Nesse capitulo o rei Assuero é ignorante, superficial, inconstante e fraco. Ele pode ser manipulado por Ester a fazer o que ela quer, assim como o foi por Hamã.
Aparentemente, ele está contente em inventar acusações contra o oficial que era seu braço direito para evitar o constrangimento que as acusações reais teriam causado.
Ele não se importa com ninguém a não ser consigo mesmo, não tinha moralidade a não ser seu interesse próprio. Entretanto, foi nele que Hamã havia depositado sua confiança.
A vida de Hamã era construído ao redor da busca por poder e realizações, e ele conquistou ambos ao máximo, na medida em que era possível dentro dos limites do império; chegou a atingir o topo de sua carreira.
Ninguém a não ser o próprio imperador, tinha maior glória e posição mais elevada que Hamã. Porém, tudo o que ele havia conquistado desapareceu completamente no espaço de alguns minutos, assim como sua própria vida.
No fim da sua existência, o que ele tinha para mostrar por todo o seu esforço por riqueza e reconhecimento?
Esse é o caminho ladeira abaixo de todos aqueles que depositam sua confiança no império.
Nossa queda pode não ser tão dramática quanto foi a de Hamã, mas, se nossa confiança está nas coisas que serão consumidas pelo fogo ou pela ferrugem, ou coisas que podem ser roubadas ou destruídas, no final então elas irão nos decepcionar.
Mesmo as boas coisas — como o amor da família, o amor dos amigos e o respeito dos nossos colegas — não podem sobreviver ao teste da sepultura.
Se isso é tudo o que temos, então quando tudo for dito e feito, nada nos restará. Por que então edificaríamos nossa vida sobre o nada?
O povo de Deus é composto por aqueles que edificam sua vida sobre a única verdade que irá durar, a verdade de um rei que é totalmente diferente de Assuero.
Temos um Rei que não precisa ser manipulado e bajulado para fazer o que é certo. Nosso rei faz o que é justo porque ele mesmo é justo —ele não pode fazer nada que não seja justo.
Nós temos um Rei que em vez de ser voltado para si mesmo e seus próprios interesses APOSTA SEU NOME E REPUTAÇÃO num povo que ele sempre irá chamar de seu, mesmo quando foi penoso para ele fazer isso.
Nós temos um Rei que não inventa acusações contra nós. Antes, ele tomou as acusações que merecidamente pesavam contra nós, por não termos servido a ele como deveríamos, e as colocou sobre seu amado Filho.
Foi o próprio Filho de nosso Rei que foi suspenso num madeiro, suportando até à morte a nossa maldição (veja 2Co 5.21).
A ira de nosso Rei foi completamente derramada sobre o seu próprio Filho na cruz. Se a ira de Deus foi derramada completamente sobre Cristo, nada resta para nós (veja GI 3.13).
Se nosso débito foi totalmente pago, agora estamos livres para ir. Mais do que isso, somos livres para chegar à presença do rei como um filho querido ou uma filha preciosa, bem recebidos por causa de Cristo (Veja 1Jo 3.1).
CONCLUSÃO
Nada e ninguém pode nos separar do amor desse Rei (veja Rm 8.38-39). Ele não vai nos amar hoje e abandonar amanhã, não importa o que fizermos.
Por que não? Porque o amor dele é baseado no seu caráter, não no nosso. Além do mais, nós comparecemos diante do Pai não com base no “se achei favor aos seus olhos”, mas sim, “se Cristo achou favor aos seus olhos”. Se somos cristãos, nosso destino está ligado ao de Cristo.
Se Deus, o Pai, nos amou e deu seu filho por nós, enquanto ainda éramos pecadores (Rm 5.8), irá ele desistir de nós agora que somos justificados pelo sangue do seu Filho (veja Rm 5.9)?
Podem os inimigos dele nos arrancar das mãos dele? Podem as acusações de Satanás nos retirar de sob o cuidado dele? Pode a própria morte nos tirar da presença dele?
Não com um Rei como esse a que servimos. Ninguém e nada pode nos afastar do seu grande amor. Nenhuma condenação há para nós se estamos em Cristo Jesus, se a nossa fé e confiança estão colocadas nele como salvador e senhor (veja Rm 8.1).
Você conhece o amor infalível e seguro desse Rei? Alguns edificam toda a sua vida ao redor da sua carreira, ou da sua família, da sua reputação ou da tia própria bondade.
Não é o suficiente. Talvez você tenha vivenciado uma queda como a de Hamã, e pela primeira vez esteja começando a ver que o sucesso não é suficiente. Talvez você ainda não tenha tido essa experiência.
Um dia, contudo, iremos inevitavelmente descobrir que essa é a verdade. Seja o que for que nos afaste do Deus vivo e verdadeiro, cedo ou tarde invariavelmente descobriremos que não é suficiente.
Mas porque daríamos nossa vida por algo ou alguém que não seja este Deus que tanto nos amou? Por que não iríamos querer seguir um Rei assim, que é tão bom e misericordioso para com seu povo?
Por que não iríamos nos curvar diante dele de boa vontade e render toda a nossa vida a ele, na riqueza e na pobreza, na alegria ou na tristeza, na saúde e na doença, custe o que custar?
Ele nos amou muito; não seria ele digno de todo o nosso louvor e de fato de todo o nosso coração?
Todos que creem no evangelho precisam ouvir repetidas vezes estas preciosas palavras: “Nenhuma condenação. Cristo achou favor diante do Pai vice”. Cristo fez a paz entre nós e Deus, uma paz que nada no céu ou nst terra pode destruir.
Ele é digno de receber mais uma vez hoje todo o nosso louvor, do fundo de nosso coração! Ele é digno de toda a nossa confiança! Que rei maravilhoso nós servimos!
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