Série de sermões expositivos sobre o livro de Tito. Sermão Nº 28 – Ele nos salvou. Referência: Tito 3:4-7. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 12/02/2020

INTRODUÇÃO: Esse texto é tão carregado de verdades teológicas que um homem poderia pregar uma vida inteira nele. Existem tantas palavras que poderiam ser estudadas exaustivamente por meses e meses.

Há verdade que varre desde a eternidade passada até a eternidade futura, conceitos dentro e ao redor da grande verdade da salvação que exigem nossa atenção em grande profundidade e com profunda meditação.

Há uma frase que é o coração desta passagem, encontrada no começo do versículo 5. Três palavras: “Ele nos salvou”.

Nessas simples palavras, você tem o cerne da fé cristã, é tudo sobre salvação, é tudo sobre Deus salvando os pecadores.

A palavra “salvo” tornou-se um termo distintamente cristão, na língua grega o verbo sozo, traduzido como “salvo”, significa libertação.

Era uma palavra usada para descrever resgatar alguém do perigo, preservar alguém a salvo de danos, livrar alguém de possíveis ruínas e desastres.

Assim, o verbo fala de resgatar alguém em perigo grave e até iminente, ou permanente, ou desastre temporais.

No sentido espiritual, porém, que é seu principal uso no Novo Testamento, ele tem a ideia de ser salvo do pecado, ser resgatado do pecado, do poder do pecado, da penalidade do pecado, ser preservado, portanto, seguro e ileso da ira divina, de julgamento, do inferno, do castigo eterno.

Conhecemos e amamos a palavra. Entendemos o que isso significa. Falamos sobre ser salvo. Nós falamos sobre salvação.

Lembramos as palavras do apóstolo Paulo, que disse por escrito a Timóteo: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores, resgatar pecadores condenados”.

  1. A SALVAÇÃO.

A salvação em seu sentido espiritual não apenas carrega uma conotação negativa, que é de nos resgatar de desastres iminentes e perigos mortais, mas também tem uma CONOTAÇÃO POSITIVA.

Pois carrega a essência de não apenas nos tirar do perigo, mas enche-nos de bênçãos divinas, temporais e eternas; não apenas nos libertando do castigo, mas nos levando à glória.

Não apenas nos tirando da ameaça do inferno, mas nos dando a esperança do céu, não apenas nos afastando da ira divina, mas nos colocando sob as promessa e cuidados divinos e suprimentos das nossas necessidades.

A palavra carrega a ideia de ser libertado, como Paulo disse, do reino das trevas para o reino do querido Filho de Deus.

É usado de tal maneira, por exemplo, em Atos 2:47, onde diz que o Senhor estava acrescentando diariamente à igreja as que iam sendo salvas.

Eles estavam sendo resgatados do pecado e colocados no corpo de Cristo, a igreja, o próprio local de bênção. E é assim que passamos a conhecer e amar a palavra “salvo”.

Muitos crentes banalizam a salvação, porque se acostumaram com a palavra “salvação”, e esse vocábulo acaba se tornando irrelevante para eles. Alguns tentam encontrar um termo melhor e mais atual.

Isto é muito tolo, alguém tentar melhorar a Palavra de Deus. Esse termo é maravilhoso e rico e precisamos regatar o seu sentido de ser resgatado de um perigo mortal iminente.

Essa palavra se tornou uma palavra tão amada que você a encontra nos hinos e canções do cristianismo ao longo de sua história.

Essa palavra é cantada em todos os cultos todos os dias em todas as igrejas cristãs. E cantamos hinos maravilhosos e amados que aprendemos desde a infância.

Cantamos sobre a salvação todos os dias. Conversamos sobre Sua salvação.  Oramos todos os dias sobre a salvação nossa e dos outros.

Ela é uma profunda em seu conceito. É a essência do cristianismo, que é uma religião de resgate.

Nosso Deus é salvador, que salva os homens e mulheres de seu pecado e a consequência inevitável e eterna.

Por isso, esse é o tema central da nossa pregação, do nosso testemunho e da nossa adoração, das nossas orações e das nossas músicas.

Profundamente, a grande realidade da fé cristã é resumida nessas magníficas palavras: “Ele nos salvou” do pecado, de seu poder e de sua penalidade.

  1. A DEPRAVAÇÃO.

Para nos lembrar o quão desesperadamente precisamos ser salvos, veja o versículo 3, onde Paulo incluiu um de seus catálogos familiares de depravação humana, e que nós éramos assim.

Esses termos podem ser adicionados à infinidade de termos que encontramos ao longo do Novo Testamento para descrever a triste e trágica condição caída do homem.

Em Romanos, capítulo 1, Paulo descreve o homem caído como vítima da luxúria do seu coração à impureza. Ele o descreve como entregar seu corpo para ser desonrado. Ele diz que troca a verdade de Deus por uma mentira, adora e serve a criatura ao invés do criador.

Ele é entregue a paixões degradantes, como as mulheres trocando a função natural por aquilo que não é natural, como homens ardendo em desejo uns pelos outros, homens com homens cometendo atos indecentes, recebendo a si mesmos a devida penalidade por seu erro.

Ele descreve a depravação humana como tendo uma mente reprovada ou depravada, sendo preenchida com injustiça, maldade, ganância, maldade, inveja, assassinato, contenda, engano, malícia, fofoca, calúnia, odiadores de Deus, insolentes, arrogantes, orgulhosos, inventores do mal, desobediente aos pais.

Ele diz que o homem caído depravado está sem entendimento, indigno de confiança, pouco amoroso e impiedoso.

E mesmo que ele conheça a ordenança de Deus e saiba que aqueles que praticam tais coisas são dignos da morte, ele não apenas os pratica, como também aprova os que praticam tais coisas.

Paulo está dizendo aos crentes das igrejas espalhadas no arquipélago de creta: vocês costumavam ser tolos, ou seja, “anoetos” em grego, significa ignorante, sem entendimento.

Eles foram desobedientes. Isso é rebelde, sem lei, resistente a Deus, Sua verdade e Seus mandamentos. Eles foram enganados, que são desviados por toda coisa má imaginável.

Eles foram desviados como uma estrela errante, pervertida do caminho e padrão justos.

Escravizados, são escravos da luxúria, que são maus desejos e prazeres, a necessidade de sentir prazer. Eles passam a vida na malícia, isso significa simplesmente maldade e inveja, o que significa má vontade para com os outros.

Eles são marcados por serem odiosos e se odiarem. Egocêntricos, isolados, tornam-se detestadores de todos ao seu redor que atrapalham o cumprimento de seus prazeres.

Todo esse diagnóstico das Escrituras mostra”…a ira de Deus que é revelada do céu contra toda a impiedade” (Rm 1.18); “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

Deste destino horrível, precisamos ser resgatados. E o fato óbvio é que não podemos nos resgatar. E assim fazemos a pergunta … quem resgatará pecadores tão perversos, tão perversos, tão consumados?

Nenhum humano tem o desejo. Nenhum humano tem o plano. Nenhum humano tem o poder. Quem fará isso?

E você chega ao versículo 5 e aquelas maravilhosas palavras: “Ele nos salvou”. Quem? (v.4) “Deus, nosso Salvador”. (v.6) “Jesus Cristo, nosso Salvador”.

Deus que é um Deus salvador. Por isso está comprometido em resgatar pecadores indignos.

É por isso que Ele é chamado Deus, nosso Salvador e Cristo é chamado Cristo nosso Salvador ao longo desta epístola … duas vezes em cada um dos três capítulos.

Nestes versículos, versículos 4 a 7, Paulo se concentra no elemento mais importante do evangelho cristão … que é a salvação … o resgate dos pecadores da ira e do inferno e a preparação deles como santos para bênção e para a salvação, o céu.

Os versículos 4 a 7 são uma declaração monumental sobre salvação … muito, muito poderosa e carregada de tanta teologia é uma passagem magnifica.

No verso 8, Paulo diz que “Esta é uma afirmação confiável”, expressão que ele usa cerca de cinco vezes em suas cartas a Timóteo e Tito.

Essa é uma axiomática. Um axioma,é uma verdade evidente que não precisa de prova; é apenas óbvio.  Era algo que todo mundo sabia, e ele está simplesmente dizendo o seguinte: “Vocês todos sabem disso com certeza.

Provavelmente essa passagem era um CREDO da igreja primitiva ou talvez um HINO da igreja primitiva e, como tal, seria cantado, memorizado e recitado.

Paulo lembra que vivemos num mundo com um sistema pagão. E uma das coisas que é muito importante para nós que vivemos num mundo pagão é nunca nos esquecermos de que a única razão pela qual são diferentes é porque Deus nos salvou.

Não podemos viver com presunçosamente, desprezando a todos com uma atitude condenadora. Não podemosviver em guerra com a nossa cultura, debochando dela.

Eles precisam perceber que a única razão pela qual não fazem parte dessa cultura é porque Deus nos salvou.

E assim com um senso de misericórdia e compaixão que vivemos em nossa sociedade pagã e vemos a condição trágica dos perdidos dos quais antes participávamos.

Nós não nos ressentimos. Nós não os odiamos. Nós não lutamos contra eles. Nós não os tratamos com desprezo ou crueldade, mesmo os mais pagãos deles. Não nos sentimos melhores, superiores ou mais sábios. Somos gratos que Deus nos salvou.

III. OS ASPECTOS DA SALVAÇÃO.

Observe essa afirmação do 5, “Ele nos salvou”. Simplesmente reflete o fato de que a salvação é totalmente obra de Deus.

O ponto é que não podíamos fazer nada sobre a nossa condição. Estávamos sem esperança, mortos em ofensas e pecados. Não podíamos fazer nada, ele nos salvou.

Agora, ao examinarmos mais de perto essa salvação soberana, veremos como a ideia de que Deus é soberano em toda a obra da salvação se desenvolve.

Existem alguns aspectos para Deus nos salvar, e eles fluem em torno dessa afirmação “Ele nos salvou”.

Esses versos mostram a vastidão da abrangência da salvação e em quais aspecto ela opera. Vejamos:

  1. Ele nos salvou por Sua bondade (4).“Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens”.

Foi a bondade que levou Deus a realizar um plano de salvação. Deus é gentil. O que queremos dizer com isso? A palavra significa literalmente “bondade de coração”.

Isso significa que Ele tem uma preocupação em Seu coração em relação às pessoas que sofrem. Deus é basicamente bom. Ele é inerentemente bom.

Ele é inerentemente gentil. Em Lucas 6.35 podemos ver a bondade de Deus, quando Jesus diz: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus”.

Um dos atributos de Deus é a sua bondade. Ele é gentil, mesmo para homens ingratos e maus.

É da natureza inata de Deus ser gentil, ser paciente com pecadores indignos e ingratos. Ele é paciente, é tímido, é bom.

A Bíblia diz que Ele deixa a chuva cair sobre os justos e os injustos, e oferece salvação a todos os homens que creem, libertando-os da morte e condenação eterna.

Paulo diz emRomanos 2.4 “Não percebe quanto ele é bondoso, tolerante e paciente com você? Não vê que essas manifestações da bondade de Deus visam levá-lo ao arrependimento?”

Deus é bom e Ele é gentil, é paciente e por isso dá tempo as pessoas para que elas possam se arrepender, embora isso tenha um limite.

Então ele diz em Romanos 11.22 “Observem como Deus é, ao mesmo tempo, bondoso e severo. É severo com os que lhe desobedecem, mas é bondoso com vocês, desde que continuem a confiar em sua bondade. Mas, se deixarem de confiar, também serão cortados”.

Deus é bom. Ele não tem prazer na morte dos ímpios. Ele não deseja que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao conhecimento do arrependimento. Essa é uma VERDADE INSOFISMÁVEL; a bondade de Deus deseja salvar todos os homens.

 

Pois isso reflete Seu coraçãobondoso para com os pecadores que são Seus inimigos indignos. E foi essa virtude muito inata, esse componente noSer eterno de Deus que moveu Deus a nos salvar.

A propósito, isso é contrário aos deuses dos tempos antigos que eram basicamente maus, pelo menos nas misturas pelas quais os homens os projetavam à sua própria imagem.

Deus nunca encontrará em nós nada de bom que Ele deva amar, pois somos essencialmente maus. Mas Ele é bondoso e Sua bondade alcança pecadores indignos. Ele nos salvou por Sua bondade.

A coisa toda da nossa salvação é iniciada na bondade não influenciada e soberana de Deus.

Uma das mais belas ilustrações desse aspecto volitivo da bondade humana é o tratamento que Davi fez de Mefibosete(2Sa 9:1ss). As escrituras registram a pergunta de Davi: “Ainda resta alguém da casa de Saul, para que eu lhe mostre bondade por causa de Jônatas?”

O desejo de Davi era mostrar “a bondade de Deus” à família do rei Saul por causa de sua aliança com o filho de Saul, Jônatas.

O jovem escolhido foi Mefibosete, filho de Jônatas, que “era coxo nos dois pés”. (2Sa 9:13) Se Davi tivesse agido de acordo com a justiça, teria condenado Mefibosete, que pertencia a uma família condenada.

Mas Davi agiu com base na bondade, procurando Mefibosete, assegurando-lhe que não precisava temer, convidando-o a viver no palácio do rei em família e a comer à mesa do rei.

Esta é apenas uma imagem velada da infinita bondade de Deus! De fato, todo crente experimentou uma bondade ainda maior, pois agora somos filhos do rei e nos deleitaremos em Sua presença majestosa para sempre! Que bondade

  1. Ele nos salvou por Seu amor (v.4) “Mas quando apareceu e amor de Deus, nosso salvador, para com os homens”.

Ele ama a humanidade. A bondade que é Sua virtude se manifesta no amor à humanidade. A palavra para amor aqui é bastante interessante.

Não é uma palavra normalmente associada ao amor no Novo Testamento, é a palavra grega “filantropia”, que origina o português filantropia.

Literalmente significa pena, compaixão, ânsia de libertar a dor ou a angústia por causa de um forte afeto. Tem a ideia de um forte carinho.

Não é pena pelo motivo errado. Deus é gentil. Ele é gentil com os homens ingratos e maus,e Sua bondade faz com que Ele tenha um forte afeto, do qual deseja agir com piedade e compaixão.

É um conceito magnífico. Deus está na glória e é perfeitamente santo. Aqui no mundo está o homem caído e indigno.

É da natureza de Deus desejar ser bondoso com o homem caído, esforçar-se o quanto puder com o homem, para que se arrependa.

E dessa bondade vem a FILANTROPIA DE DEUS, a piedade de Deus, a compaixão de Deus, A afeição ansiosa de Deus por tocar a vida do miserável pecador e torná-la boa e melhor.

Encontramos o uso dessa palavra bem ilustradono navio, que naufragou e chegou na ilha. O barco foi destruído pela tempestade, mas toda a tripulação se salvou, embora estivessem completamente abatidos.

“Então os nativos mostraram uma bondade extraordinária”. Com Paulo e os que estavam com ele. Todas as almas haviam chegado à costa com vida pela providência de Deus.

Eles não tinham comida. Eles não tinham recursos. Houve uma tempestade e a chuva estava caindo.

E essas pessoas mostraram a eles,em Atos 28, onde o apóstolo Paulo, juntamente com o eles haviam desembarcado em uma ilha chamada Malta, e o versículo 2 de Atos 28 diz:  que eles tiveram uma extraordinária bondade. Eles os receberam. Eles os alimentaram. Eles os aqueceram. Eles fizeram uma fogueira, eles os vestiram.

O grego literal diz isso: “E os bárbaros não nos mostraram o amor comum”. Isso é filantropia. É um amor que não é apenas uma emoção ela vira ato, ela é um forte afeto de piedade e compaixão; é uma forte consideração.

Deus então é amoroso em Sua natureza e Ele é bom. E tudo que você precisa fazer é olhar ao redor do seu mundo para ver isso.

Aqui está um mundo bonito, glorioso e maravilhoso, repleto de todos os tipos de expressões da bondade de Deus para com pecadores indignos que odeiam o próprio Deus que é gentil com eles.

Ele é gentil e compassivo por natureza, e Sua bondade e compaixão fazem com que Ele alcance um forte afeto, e assim as Escrituras dizem Seu amor pela humanidade.

O Antigo Testamento celebra Sua bondade amorosa, Suas misericórdias são novas todas as manhãs. Sua bondade amorosa se estende dia a dia. Grande é a sua fidelidade.

Mas em nenhum lugar Seu amor e a expressão dessa forte compaixão se expressam melhor do Deus é o pai e o filho é o pecador indigno.

O pecador indigno volta para o pai na história do filho pródigo em Lucas 15, veja como se manifesta o amor de Deus.

Ele diz no versículo 20: “O pai, quando ainda estava longe, viu o filho e sentiu compaixão, correu, abraçou-o e beijou-o repetidamente”.

Esse é o coração de Deus. Ele não está relutante em receber o pecador. Ele não é desconfiado. Ele não está distante.

Ele corre e joga os braços em volta do pecador, o abraça e o beija porque se importa muito, porque é muito gentil.

E o filho, você se lembrará, diz: “Pequei contra você e aos seus olhos e nem sequer sou digno de ser chamado seu filho.

E o pai diz que esqueça isso, chamou o banquete, tirou o roupão, colocou o anel no dedo, matou o bezerro gordo e deu a ele um banquete como nenhum outro banquete”.Assim há festa no céu quando um pecador se arrepende.

Paulo também diz que a bondade de Deus “apareceu”, isso é uma referência à ENCARNAÇÃO.

Não é que eles nunca tivessem aparecido antes, a bondade de Deus e o amor de Deus podiam ser vistos de várias maneiras.

Mas a plena manifestação pessoal visível da graça de Deus, a bondade de Deus e o amor de Deus vieram na encarnação de Jesus Cristo.

Ele era compaixão. Ele teve pena. Ele era amor. Ele era bondade. Ele era bondade em forma humana. Ele era o Deus eterno tornado visível.

E todos os atributos do divino Pai que amavam os pecadores foram tornados visíveis em Jesus. Se você já se perguntou se Deus ama os pecadores, olhe para Jesus chorando por eles.

Quando Ele apareceu, a bondade e o amor estavam encarnados e Ele nos salvou.

Não conseguimos nos resgatar. Foi a bondade e o amor de Deus que apareceram em Cristo que iniciaram a operação de resgate.

A propósito, essa aparência historicamente não significa nada, a menos que apareça em seu coração pela fé.

Creio que ele se refere no versículo 4 é a encarnação, que a bondade de Deus e o amor de Deus apareceram, sendo tornados visíveis ou manifestos em Cristo.

Mas essa aparência está perdida para aqueles que nunca depositam sua fé nEle. Assim, a salvação é pela bondade e pelo amor.

  1. Ele nos salvou por Sua misericórdia (v.5). “Ele nos salvou não com base em obras que fizemos em justiça, mas segundo a Sua misericórdia”.

Sua bondade e sua filantropia fizeram com que Ele fosse misericordioso. A Misericórdia é uma palavra magnífica, “hileos”.

É diferente de graça. A graça se relaciona com a culpa. Misericórdia diz respeito à miséria.

A graça se relaciona com o estado do pecador diante de Deus, o juiz. Misericórdia refere-se à condição do pecador em seu pecado.

Graça é um conceito judicial que perdoa o crime.Misericórdia é um conceito compassivo que ajuda o criminoso a se recuperar.

A misericórdia olha a miséria, a graça olha a culpa.

E aqui ele está falando de misericórdia. E ele diz que foi a misericórdia de Deus. Ele não nos salvou com base em obras que fizemos em justiça.

Meu querido amigo, você não faz nenhuma contribuição para sua salvação. Você não tem capacidade de fazer uma contribuição.

De maneira alguma você pode ganhar sua salvação, merecer sua salvação ou contribuir com ela.

Seu resgate e sua transformação, sua libertação do pecado, da morte e do inferno vêm de Deus e somente de Deus.

Paulo, você deve se lembrar, passou a maior parte de sua vida antes de sua conversão, tentando acumular justiça religiosa suficiente para comprar sua própria salvação.

Filipenses capítulo 3, ele diz: “Olha, eu fui circuncidado no oitavo dia, quando se trata de ritual, eu tinha o ritual. Eu era do povo de Israel, a raça dos israelitas.

Eu era da tribo de Benjamim. Eu tinha privilégios tribais, bem como herança racial. Quando se trata de hebraico, eu era hebreu dos hebreus. ”

O que isso significa? Eu era um judeu ortodoxo tradicional. Quando se trata de lei, escolhi ser fariseu, porque queria levá-lo ao nível mais profundo.

Quando se trata de justiça, não havia uma coisa na lei para que alguém pudesse me acusar. Eu tinha feito tudo isso!

Eu tinha coberto todas as bases humanas concebível de justiça e então eu percebi que era tudo lixo (estrume) e todas as coisas que uma vez foram contadas ganham para mim, ele diz, considero perda por causa de Cristo.

As melhores ações que fiz foram apenas lixo. Ele não nos salvou com base em ações que fizemos em retidão, isso é lixo.

Filipenses 3 Paulo diz: “Desprezei tudo isso, pelo valor extraordinário de conhecer Jesus Cristo, meu Senhor, de quem recebi uma justiça, não a minha, com base nas obras, mas na justiça de Deus”.

E isso é misericórdia. Merecemos ira, recebemos salvação. Por quê? Porque Deus é bondoso e Deus tem compaixão e filantropia, que é expresso em misericórdia para com os miseráveis ​​pecadores. Certamente Paulo poderia dar esse testemunho:

“Agradeço a Cristo Jesus, nosso Senhor”, escreveu a Timóteo capítulo 1, versículo 12, “que me fortaleceu porque me considerou fiel, colocando-me no ministério, mesmo que eu fosse um blasfemador e um perseguidor e injuriador, mas ele me concedeu essa misericórdia“.

Um homem tirou uma foto. Ele ficou muito chateado com o fotógrafo e muito chateado com a foto. Ele correu de volta para o fotógrafo e disse: “Veja esta minha foto! Essa foto não me faz justiça!

”O fotógrafo olhou para ele e disse:“ Senhor, com um rosto como o seu, você não precisa de justiça, precisa de misericórdia!”

Essa é exatamente a situação em que estamos, precisamos de muita misericórdia, pois nossos pecados são feios.

  1. Ele me salvou por Sua regeneração (v5). “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração…”

A palavra regeneração, palingenesia significa nascer de novo, receber nova vida. E somente Deus pode fazer isso.

Foi o que Jesus chamou de nascer do alto em João, capítulo 3. Você deve nascer do alto. Ele disse a Nicodemos, nascido de novo. Somente Deus pode fazer isso.

Aqui está o pecador morto em ofensas e o pecado, sem esperança, não pode se erguer, não pode se salvar. Deus vem de fora e o regenera, lhe dá vida.

E no processo limpa aquela velha vida morta, para que a regeneração … a regeneração seja chamada de lavagem. A velha vida era imunda, um cadáver imundo e morto, lavada e regenerada, novo nascimento.

O Novo Testamento tem muito a dizer sobre isso. Paulo fala sobre ser crucificado com Cristo, isso é vida de ressurreição, subimos para andar em novidade de vida, nova vida, nascer de novo, ser purificado, ser lavado. É tudo obra de Deus.

A propósito, ele usa a palavra Gálatas 2:20 , no entanto eu vivo, Romanos 6 , somos sepultados com Cristo em Sua morte, João 3 , 1 João 2 , 1 João 3 , 1 João 4 , 1 João 5 todos falam sobre regeneração,

A palavra é o agente de purificação em Tiago 1:18 , diz que Ele nos trouxe à luz, 1 Pedro 1:23 diz que nascemos de novo  ou seja, nascemos de novo pela Palavra da verdade, através da Palavra de Deus viva e permanente.

É a Palavra que dá vida. A Palavra vem e lava, limpa e traz vida nova. Obviamente, não podemos nos purificar, não podemos dar vida a nós mesmos.

Essa é toda a obra de Deus. Ele nos salvou por Sua bondade, Seu amor, Sua misericórdia, Sua regeneração.

Agostinho depois de sua conversão, encontra sua antiga amante, você não me conhece mais, ele responde, eu não sou mais aquele homem.

  1. Ele nos salvou pelo Seu Espírito(v.5) “e da renovação do Espírito Santo”.

O final do versículo 5 analisa nossa salvação e diz: “Ele nos salvou pela renovação do Espírito Santo”.

A salvação demonstrou Sua bondade, Seu amor, Sua misericórdia. Ele demonstrou Seu poder de dar vida, lavar e regenerar e também demonstrou o Espírito Santo e Seu poder de renovação.

Este é o próximo passo lógico. O efeito da regeneração é uma nova vida. E essa nova vida emerge do novo nascimento, que é efetuado pela Palavra e pelo Espírito.

O Espírito Santo é quem nos regenera. Esta é uma renovação radical. “Se alguém está em Cristo, ele é uma nova criação.”

Somos criações totalmente novas, andamos em novidade de vida, vestimos o novo homem.

Não somos mais como éramos. Temos nova identidade. Temos novos anseios, novas aspirações, novos desejos, novas paixões, novos afetos. E essa é a obra do Espírito.

Mas a ênfase mais logica na interpretação aqui, e na linguagem do DERRAMAMENTO DO ESPIRITO em Joel e Atos, é uma alusão ao enchimento do Espirito.

Somos também cheios do Espirito Santo… Por favor, observe o início do versículo 6. Ele diz sobre o enchimento: “Fomos renovados pelo Espírito Santo, a quem Deus DERRAMOU ricamente sobre nós“.

O enchimento do Espirito é uma obra da salvação, todo crente salvo deve ser cheio do Espirito Santo. Deus salva e enche com o seu Espirito, ele é a fonte de renovação e de gozo.

O gozo pentecostal, com o mover do Espirito, que impulsiona uma vida de santidade e devoção piedosa.

Não podíamos fazer nada para obter o Espírito Santo por conta própria. Você se lembra de Simon em Atos que tentou comprar o Espírito Santo, quando ele viu visivelmente a operação do Espirito Santo.

E Pedro disse: “Que seu dinheiro pereça com você”. O enchimento é uma promessa de Deus, que obtemos pela fé em Jesus Cristo.

A vida crista é idealizada para ser vivida no poder do Espirito Santo. Precisamos do derreamento abundante do Espirito Santo.

Assim depois do novo nascimento nós temos uma segunda benção subsequente a salvação, o enchimento do Espirito Santo.

Os apóstolos já eram crentes, e já tinham o Espirito Santo, mas precisavam do revestimento do Espirito que é um poder para a devoção e o serviço, como ensina os teólogos reformados[1]Martin LIoyd-Jones, com João Wesley, Moody, Finney, Jonathan Edwards e David Brainer..

O piedoso John Fletcher de Madely disse: cada Cristão deve ter o seu pentecostes.

Lloyd-Jones diz; o Enchimento do Espirito é essencial à uma genuína qualidade da vida cristã… O enchimento é uma ordem e é essencial a um genuíno ato de culto.

Então ele cita o que Paulo fala aos Efésios 5:18,19 ‘E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;

Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração.

Que coisa tremenda é contemplar o que Deus fez. Ele nos salvou por Sua bondade, Seu amor, Sua misericórdia, Sua regeneração, Seu Espírito. Ele fez tudo.

  1. Ele nos salva, por Seu Filho (6) “Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador”.

Tudo isso, ele diz, através de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele nos salvou pela misericórdia. Ele nos salvou lavando a regeneração. Ele nos salvou pela renovação do Espírito Santo.

Ele nos salvou por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Nós não poderíamos ter essa lista sem essa, não é?

A pessoa e obra de Cristo tornou tudo possível, por isso Pedro pregando no dia de Pentecostes disse: “Deus, de acordo com Seu plano predeterminado, Cristo crucificou”.

Jesus veio pagar o preço pelo pecado e venceu a morte. Essa foi a parte de Jesus da aliança eterna.

Lembre-se de que o Pai fez um pacto para dar ao Filho uma humanidade redimida como expressão do amor do Pai e Ele disse ao Filho:

Quero dar-lhe esta humanidade redimida, para que para sempre e sempre e sempre em glória eles o louvem e louvem a você e louvem a você.

E só peço que faça uma coisa e isso é ir à terra e pagar o preço por seus pecados. E foi o que Ele fez.

A justiça teve que ser satisfeita e o salário do pecado é a morte e alguém teve que morrer e todos os pecados do mundo foram colocados em Jesus Cristo e Ele pagou o salário.

Ele satisfez a justiça de Deus, o preço foi pago, a morte foi conquistada e foi por Jesus Cristo nosso Salvador que Ele nos salvou.

 

 

  1. Ele nos salvou por justiça (v.7) Sendo justificado por Sua graça”.

A justificação tecnicamente é Deus declarando alguém justo por causa dos méritos de Cristo aplicados a eles em seu nome pela fé. Na salvação Deus nos declara justo.

A graça lida com a nossa culpa. A graça diz que você é perdoado, você é perdoado por causa do sacrifício de Cristo.

A graça toma a justiça de Deus e a imputa a nós, coloca-a em nossa conta, declarando-nos justos e justos aos olhos de Deus, porque Cristo fez uma expiação satisfatória por nossos pecados.

Ele pagou o preço e, portanto, nossos pecados são removidos, a justiça é totalmente satisfeita, bondade, amor, misericórdia e graça podem agir livremente. Justificado por Sua graça. A graça está nos dando o que não merecemos.

Não merecemos ser perdoados. Nós não merecemos ter nosso pecado removido. Não merecemos ser imputados à justiça de Deus. Nós não merecemos isso. Não merecemos estar diante de Deus.

Não merecemos entrar em Sua presença. Nós não merecemos o céu. Mas a graça nos dá porque a justiça de Deus é satisfeita em Cristo e Ele nos declara justificados … justificados.

Você vê aqui a grande e vasta essência da salvação em Deus pela graça, declarando-nos justos e tudo o que veio antes disso e tudo o que flui depois disso.

  1. Deus nos salva pela glorificação.

Na justificação Deus nos salva da condenação do pecado, na santificação, Deus nos salva do poder do pecado, e na glorificação Deus nos salva da presença do pecado.

Esse é o clímax da grande salvação, onde na glorificação o nosso corpo abatido, que não mais estará sujeito ao pecado, e então receberá a completa herança da vida eterna.

Tudo isso resulta no benefício mais imenso e surpreendente para os pecadores não merecedores.

Eles são feitos herdeiros, co-herdeiros com Cristo de tudo o que Deus possui de acordo com a esperança da vida eterna.

Por quê? Como isso aconteceu? Fizemos alguma coisa? Não. Deus se sentiu gentil conosco.

Ele nos amou com compaixão. Ele nos mostrou misericórdia. Ele nos lavou dos nossos pecados. Ele nos deu uma nova vida. Ele colocou Seu Espírito Santo em nós.

Ele graciosamente derramou Sua justiça sobre nós e, assim, nos tornou herdeiros da glória futura para sempre no céu. Ele fez tudo. Você diz: “E a nossa fé?” Bem, ele nos deu até isso.

CONCLUSÃO: Quero concluir orando.  Pois em nós mesmos não teríamos fé para crer, não teríamos o coração para buscar.

Tal reconhecimento é que Deus fez tudo e a mensagem de Paulo aqui para Tito e para esses cristãos cretenses e todo o resto de nós é …

Estamos vivendo numa cultura pagã sem Deus, não se sente presunçoso e nem condenando hipocritamente essa cultura

Somos gratos que Deus em Sua bondade e misericórdia nos salvou e nós não somos assim como eles são.

Eles são alvos da nossa oração para que sejam salvos. Pois na presciência eterna do Deus soberanoos passos da misericórdia foram todos ordenados.

Antes mesmo da fundação do mundo o Senhor nos amou, nos salvou. Toda a gloria seja dada a Deus. Que nos salva do começo ao fim. Te louvamos por uma tão grande salvação.

Que a nossa gratidão promova uma vida dedicada a ser tudo o que você quer que sejamos na igreja e no mundo para a glória do nome de Cristo. Amém.

[1] Deus o Espirito Santo, segundo volume  pg301 -313. Editora pés.