Série de sermões expositivos sobre o livro de Tito. Sermão Nº 10 – A perversidade das trivialidades. Referência: Tito 1:14-15. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 07/08/2019.

INTRODUÇÃO

Para determinar as principais características da personalidade de uma pessoa, não é necessário ter um doutorado em psicologia. Basta prestar atenção às suas atividades diárias, o que ela gosta e o que vive comentando e que ela curte na internet. As questões triviais a que damos mais atenção acabam nos definem perfeitamente. Revelam perfeitamente nosso caráter. Coisas triviais tem um poder sedutor de nos roubar o tempo, que deveríamos dar as questões realmente importante da vida.

Paulo fala do perigo dos discursos vãos (v.10-13), que acabam subvertendo famílias inteiras. Ele diz que esses discursos devem ser disciplinados severamente para que a igreja seja saudável. Aqui o texto (14,15) mostra o perigo de dar atenção dessas discursões intermináveis, controvérsias que podem ser chamadas perfeitamente de DOUTRINAS-FABULAS. A ocupação com essas trivialidades, afastam as pessoas da verdade do evangelho que desemboca numa vida de santidade e piedade.

I – O PERIGO DAS TRIVIALIDADES.

Paulo inicia o verso 14 dizendo para não se ocupar: Não dando atenção a fábulas judaicas”. Esse texto revela o poder perversivo das trivialidades e das controvérsias teológicas. As controversas e as trivialidades, são meras concepções humanas, e exercem um poder perverso devastador contra a verdade e a piedade. A verdade em sua essência, é sempre mais importante do que a formalidade em que é revestida. Pois o “espírito” é maior que a “letra”.

1 – A armadilhas das doutrinas-fabulas (v.14).

Embora todas as fábulas em matéria de religião devam ser rejeitadas, ainda assim ele menciona especialmente essas judaizantes, porque eram os mais perigosos de todos. Elas se opuseram diretamente ao ministério de Tito. Os defensores dessas doutrinas diziam ser os verdadeiros mestres da igreja, como os detentores da verdade do evangelho e não o Apostolo Paulo. Eles foram persuadidos e enganaram as pessoas sob os mais fortes pretextos, fazendo parecer que vieram como a própria boca de Deus, para seu povo. Pois nasceram sob a lei, e por isso tinham maior firmeza e autoridade dada pelo próprio Deus e de seu maior profeta Moisés.  Com este ensinamento mentiroso, ganhavam a atenção dos membros das igrejas locais e se opondo à pregação e ao ensino do Pastor Tito.

(a) Mas o que eram essas doutrinas-fábulas?

Sob esta designação pode-se compreender todos os falsos comentários e falsas interpretações da lei de Moisés, baseados na letra da lei, mas desprezando o significado do espirito da lei. Esse mesmo problema foi enfrentado por Cristo em seu ministério, onde Cristo desafia os mestres da lei, a ir além da letra (Mateus 5:1-48 ; Mateus 6: 1-34 ; Mateus 7:1-29 ). Paulo dá a entender que são muitas fabulas e não tem proveito algum ao evangelho. Todas as suas fabulosas invenções foram escritas num livro que hoje conhecemos como “Talmud” que contém as leis, tradições e costumes do povo Judeu. O próprio contexto imediato, nos mostra algumas dessas “doutrinas-fabulas”, que incluem a observação legal e cerimonial de dias, carnes, bebidas, roupas, lavagens, pessoas e povos. Porque os judeus ensinavam que a mesma diferença ainda devia ser mantida, como Moisés ordenou ao Senhor.

Assim, algumas carnes eram impuras e outras limpas; alguns dias eram mais santos que outros; assim, roupas e pessoas dos quais; muitos então relacionados à poluição legal por questões de toques, ou convivência. Eles erram em sua teologia, porque não entenderam que a vinda de cumpriu todas aquelas formalidades da lei. E que fomos libertos de essa concepção de impureza, como o próprio Deus diz a Pedro ( At 10: 1-48 ), que nenhum homem nenhuma coisa deve ser chamada de poluída ou impura.

(b) Mas por que o apóstolo chama essas doutrinas de fábulas

A pregação desses falsos obreiros era aparentemente muito pertinente. Pois todos esses preceitos foram dados por Deus no Antigo Testamento. Foram impostos ao povo de Deus, caso não fossem obedecidos, eram castigados pelo próprio Deus. E assim esses teólogos judaizantes, incluíram junto com estes preceitos bíblicos todas aquelas verdades evangélicas pela qual todos nós somos salvos. Esses professores estavam cheios de autoengano. Pois estão apegados na interpretação da letra da lei, e não no espirito da lei. Porque todas essas exigências legais feitas pelo próprio Deus, foram dadas para servirem como sombras das coisas que estavam para vir.

Elas carregavam um espetáculo ou figura da verdade, mas não o corpo, nem a própria verdade: para o mesmo efeito, diz Paulo (Gálatas 4:24), que eles eram alegorias; isto é, sendo as coisas que eram, significavam as coisas que não eram.Todas essas constituições, tinha um tempo para cumprir seu proposito e depois não serviriam para mais nada.  Depois que Cristo cumpriu a lei, esses preceitos cerimonias perdeu sua validade.  E agora, ensiná-las ou exortá-las, é tão vaidoso, e desprovido de fundamento das Escrituras. Se tornaram obsoletas, sem proveito, vazias de verdade. Se tornando um ensino de falsidades vãs, fictícias e inúteis e pura imaginação de homens.

(c) O legalismo das doutrinas-fábulas.

Paulo chama de mandamentos de homens, contrapondo com os mandamento de Deus. Dada a importância dos preceitos, as fabulas por sua vez nascem a partir da verdade. As regras divinas tem seu propósito de nos preservar de sermos desviados da verdade. Não por causa das aparências ou encorajamento que alguma regra possa dar como se fossemos mais santos e piedosos como fazem os legalistas. Muitos consideram as regras como um fim em si mesmas. E temos muita facilidade em gostar das regras, de aparências. E se amamos as regras simplesmente pelos aspectos externos, à medida que esses aspectos externos mudam, também as nossas afeições. Por exemplo, se a amamos os mandamentos simplesmente pela prosperidade e benção que temos em obedecê-los, corremos o risco de nos tempos de perseguição e crises ficarmos decepcionados e cair decair da fé como Demas.

Devemos praticar tanto quanto sabemos. E quanto mais praticamos, quanto mais sabemos; e quanto mais sabemos, quanto mais amamos.  E quanto mais amamos mais obedecemos.  (João 7:17). Na verdadeira piedade, a fé e a boa consciência estão unidas, pois, tal como a é a sua consciência, assim você será na sua piedade. Ouvir um sermão a cada hora na internet. Ler a Bíblia centenas de vezes ou ser um Doutor em teologia; não adiantará nada sem o cultivo de uma boa consciência que culmine na pratica da piedade verdadeira. Nossos primeiros pais cederam ao primeiro ataque de Satanás, que quiz questionar, discutir e contraverter a verdade de Deus.

O preceito dado por Deus, era simples e exigia apenas obediência e não uma controvérsia teológica e hermenêutica extremante complexa que o diabo levantou. Toda a discursão trivial do diabo afastou Adão e Eva, da essência da verdade, que se expressa na vida de obediência e na santidade do caráter de Deus. Temos que ter muito cuidado para não darmos ouvidos as doutrinas-fabulas, nem aos mandamentos de homens, pois o principal motivo dos discursos controversos dos academicistas e dos legalistas é desviar nos da verdade da santidade.

II – A SUPREMA IMPORTÂNCIA DO CARÁTER MORAL (V.15)

Tito 1:15: Para o puro todas as coisas são puras

O texto mostra que há uma diferença essencial no caráter moral dos homens. E que a forma como as pessoas veem o mundo exterior é determinado pelo tipo caráter que elas têm.

1 – O caráter puro e impuro em relação a todas as coisas.

Em relação à aparência. Uma pessoa pura não é dada à suspeita nem à censura; ele está sempre predisposto a vê algo de bom em todas as pessoas. Ele evita julgar pela aparência, mas pelo que realmente é. O impuro faz tudo isso ao contrário. Em relação à influência. Uma pessoa pura é como a abelha, pode extrair mel da planta mais amarga; ou, como a harpa eólica, pode transformar o vento estridente em música agradável. Em relação à apropriação. Uma alma impura apropria-se, mesmo dos meios mais fortalecedores e refrescantes de aperfeiçoamento espiritual, e os transforma naquilo que enfraquece e destrói.

(a) Como forma nosso caráter.

Será que são as circunstancias que definem nosso caráter. Para os males deste mundo existem duas classes de remédios – um é o mundo, o outro é de Deus. O mundo propõe-se remediar o mal ajustando as circunstâncias desta vida aos desejos do homem. O mundo diz, nos dê um conjunto perfeito de circunstâncias, e então teremos um conjunto de homens perfeitos. Este princípio está na raiz do sistema chamado SOCIALISMO. O socialismo parte do princípio de que todo mal moral e mesmo físico surge de leis injustas e da desigualdade social. Se a causa for remediada, o efeito será bom.

Mas o CRISTIANISMO joga de lado tudo isso como meramente quimérico (desprovido de realidade; resultado da imaginação; utópico). A Escritura prova que a falha não está nas circunstâncias externas, mas em nós mesmos. Como o sábio médico, que, em vez de se ocupar com teorias transcendentais para melhorar o clima e as circunstâncias externas do homem, EU. O princípio que Paulo estabeleceu aqui é que cada homem é o criador de seu próprio mundo existencial; ele anda em um universo de sua própria criação.

Como o ar livre é para a saúde a causa dos pulmões frios e enfermos, também para o homem saudável é uma fonte de maior vigor. O fruto podre é doce para o verme, mas enjoado para o paladar do homem. É o mesmo ar e o mesmo fruto atuando diferentemente sobre diferentes seres. Para homens diferentes, um mundo diferente – para um: tudo é poluído – para outro: tudo é puro. Para o nobre todas as coisas são nobres, Para o desprezível;  todas as coisas são desprezíveis.

(b) O caráter influencia o modo como vemos o mundo.

Em seu sentido mais estrito, a criação de um novo homem é a criação de um novo universo. Então conceba um olho de tal forma construído que os planetas e todos dentro deles devam ser vistos minuciosamente, e tudo o que estiver próximo deve ser escuro e invisível como as coisas vistas através de um telescópio. Ou, como vemos através de uma lupa, a plumagem da borboleta e a flor do pêssego; então é manifestamente claro que nós temos chamado à existência, na verdade, uma nova criação, e não novos objetos. O olho da mente cria um mundo para si. Novamente, o mundo visível apresenta um aspecto diferente para cada homem individual.

Um homem vê nesse nobre rio um emblema da eternidade; Ele fecha os lábios e sente que Deus está lá. Outro não vê nada, mas uma estrada muito conveniente para transportar suas especiarias, sedas e mercadorias. Para um este mundo parece útil, para outro belo. De onde vem a diferença? Da alma dentro de nós. Pode fazer deste mundo um vasto caos – “um poderoso labirinto sem plano”; ou uma mera máquina – uma coleção de forças sem vida; ou pode tornar a vestimenta viva de Deus, o tecido através do qual Ele pode se tornar visível para nós.

No espírito em que olhamos, o mundo é uma arena para o mero auto-progresso, ou um lugar para ações nobres, no qual o eu é esquecido, e Deus é tudo. Observe que esse efeito é rastreável mesmo naquilo que é produzido por nossos diferentes e mutáveis estados de ânimo. Nós fazemos e desfazemos um mundo mais de uma vez no espaço de um único dia. Em humores insignificantes tudo parece trivial. Em humores sérios tudo parece solene.

(c) Somos o que parecemos ser.

Embora a hipocrisia seja uma marca do coração, e dificilmente somos o que parecemos ser. Mas em um sentido simples, somos o que as pessoas veem. E como as pessoas nos verão depende de quem somos e como elas nos verão. Se elas forem puras, não verão de um jeito, mas se forem impuras podem  nos ver e outro jeito. Para o puro, todas as coisas e todas as pessoas são puras, porque sua pureza faz tudo parecer puro. Há alguns que passam a vida reclamando deste mundo; eles dizem que não encontraram nada além de traição e engano; os pobres são ingratos e os ricos são egoístas, mas não encontramos os melhores homens.

A experiência nos diz que cada homem detecta de maneira mais aguda e infalível em outros o vício com o qual se familiariza mais. As pessoas parecem a cada pessoa o que ela é. Quem suspeita de hipocrisia no mundo raramente é transparente. Quem desconfia de todo mundo, é dificilmente é confiável.  Quem vê defeito em tudo, não valoriza ninguém. Quem fala mal dos outros, esconde seus defeitos. Quem vive suspeitando de impureza é um lascivo. Mais uma vez, para os puros, todas as coisas são puras, assim como todas as pessoas.

Aquilo que é natural não está nas coisas, mas nas mentes dos homens. O impuro detecta errado onde não há erro; o errado está nos seus pensamentos e não nos objetos. Aqui, no entanto, cuidado! Nenhuma sentença da Escritura é mais frequentemente nos lábios de pessoas que se permitem muita licenciosidade, do que o texto: “Para os puros, todas as coisas são puras”. Sim, todas as coisas são naturais, mas não excedentes, que que provocam a luxuria e que excitam os sentidos, não são puros e nem visto como puros.

Paulo não está se referindo a uma INOCÊNCIA TOLA e que nunca vê maldade em nada. Mas, assim como a pomba treme ao aproximar-se do falcão, e o jovem bezerro estremece com o leão nunca visto antes, a inocência recua instintivamente diante do que está errado. Se o que está errado parece puro, então o coração não é puro, mas está viciado. Para a mente certa, tudo o que está certo no curso deste mundo parece puro. Novamente, para o puro, todas as coisas não apenas parecem puras, mas são realmente assim porque são feitas assim.

2) Entendendo a pureza

(a) Quem são pessoas puras? As pessoas aqui chamadas de puras são aquelas que pela fé são colocadas em Cristo, por cujo sangue elas são justificadas, e por cujo Espírito, através dos meios da Palavra, aquela semente imortal de regeneração, elas são santificadas e reservadas para a vida eterna. E, portanto, para ambos, é a purificação e limpeza dos pecadores atribuída nas Escrituras. Porque pela fé cada membro da Igreja se apega à mais absoluta pureza de Cristo. Embora a pureza absoluta, ocorra na glorificação. Onde eles se tornarão absolutamente limpos como se nunca tivessem sido contaminados.

(b) Como todas as coisas são puras ou impuras.

Vendo todas as coisas eram puras em sua criação. Tudo o que Deus criou é puro. Toda a criação de Deus é pura. Não há nada pecaminoso da criação de Deus. Seja a natureza, os animais, as pessoas. Deus criou todas as coisas e disse que era bom. E deu para que seus filhos delas desfrutassem com alegria. Como todas as coisas são puras para os puros?. Para que possamos, corretamente, conceber o significado do apóstolo, devemos saber. A partícula universal “todas as coisas” admite contenção, e não pode ser estendida para além da narração do apóstolo, que fala apenas de coisas que não são proibidas pela lei de Deus, ou natureza.

São coisas de natureza indiferente, que em si mesmas não são nem ordenadas nem proibidas, nem boas nem más em sua natureza e substância. Mas devem ser usadas ou não usadas de acordo com as circunstâncias e ocasiões delas; coisas como estas são carne, bebida, vestimenta, recreação, sono, casamento, vida solteira, riquezas, pobreza, servidão, liberdade, etc. E pode não parecer estranho assim restringir essa proposição geral, visto que temos assim limitada diversos outros lugares (Coríntios 6: 4). “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas são proveitosas” (1Coríntios 10:23). “

Todas as coisas são lícitas para mim, mas não são convenientes” (Romanos 14:20). “Todas as coisas, na verdade, são puras, mas não destrua a obra de Deus por causa da comida”, etc. Pura não significa nada além de que todas essas coisas são livres agora para serem usadas em boa consciência, sem escrúpulos, por meio de nossa liberdade cristã. Ao acrescentar “aos puros”, ele mostra como chegamos a ter título nesta liberdade, tornando-nos crentes e purificando nossos corações pela fé. Em uma palavra, todas as “coisas indiferentes” são puras e livres para serem usadas da pessoa pura e crente, com esta única condição; então eles são puramente e corretamente usados.

(c) Pureza da mente indispensável

A importação dos termos. Por “puro” não se entende sem pecado. A pureza evangélica está conectada com a fé (1 Pedro 1:22 ; Atos 15: 9 ). A mente e a consciência são PODERES GOVERNANTES; se eles forem poluídos, todo o homem é assim. Em uma mente crente, as doutrinas de Cristo terão um efeito santificador, e o contrário, em uma mente incrédula. Em uma mente que crer, preceitos e até mesmo ameaças produzem um efeito salutar.

Misericórdias e julgamentos humilham, derretem e suavizam alguns, mas endurecem os outros. Os males que ocorrem entre os homens influenciam diferentemente os diferentes personagens. O tratamento recebido dos homens revela o estado do coração. Um lago puro é belo, pois reflete a beleza dos céus, mas um coração puro é mais belo, pois reflete a beleza de Deus.

(d) Mente e consciência contaminadas (v.15)

Que a consciência está tão pervertida em nossa condição atual, que nenhuma confiança pode ser colocada em sua decisão, é evidente. Do fato de que essas decisões podem ser corretas em nenhum outro caso, exceto naquelas em que a verdade Divina é totalmente entendida. Que as decisões de consciência nem sempre estão de acordo com a verdade, é evidente pelo fato de que os pecadores são sempre convencidos do pecado. Essa posição também é sustentada pelo fato de que a ação do Espírito Santo é necessária para convencer o mundo do pecado. A falta de fé da consciência é aparente no fato de que os hipócritas nem sempre têm um senso terrível de sua hipocrisia. Essa visão do assunto é fortalecida pelo fato de que nem mesmo os cristãos detectam seus próprios pecados.

Essa doutrina é evidente pelo fato de que não há mandamento nas Escrituras para seguir os ditames da consciência. E enquanto não há direção para seguir os ditames da consciência, é verdade que as Escrituras designam diferentes consciências, e talvez diferentes estados da mesma consciência, por diferentes e diretamente opostos termos. Essa visão do assunto é confirmada pelo fato de que o caminho para a ruína parece ser o caminho da paz e da vida eterna. Esse é um traço muito comum e talvez geral da família humana. A luz que está neles por natureza é a escuridão. Eles não discernem o caminho pelo qual devem ir.

(e) A inferências da Escritura e a consciência.

Embora tenhamos uma lei moral dentro de nós que foi debilitada pela queda. Desde então Deus não colocou nenhuma regra de dever dentro de nós mesmos. Nossa razão nunca foi projetada para ser nosso guia em coisas espirituais. Seu único ofício é entender as coisas que Deus revelou em Sua PALAVRA e, em todos os casos, reverentemente reverenciar sua autoridade. Enquanto seus olhos não estiverem abertos pelo poder do Espírito Santo, o entendimento estará em obscuridade deplorável. E mesmo que fosse capaz de discernir todos os princípios do dever, seu ofício é reuni-los da Palavra de Deus.

Viver conscienciosamente não é, em todos os casos, viver piedosamente. A consciência em suas decisões tem respeito a alguns princípios da vida.  Esses princípios podem ser fruto da nossa própria razão. Neste caso, a decisão não se aproximará mais da verdade do que os princípios segundo os quais a decisão é tomada. Ou pode decidir de acordo com as máximas do dever que aprendeu com os outros.

Neste caso, como no primeiro, suas decisões não podem reivindicar maior autoridade ou maior correção do que as máximas segundo as quais são feitas. Ou, se até mesmo as Escrituras forem a regra segundo a qual as decisões são tomadas, então se seguirá que as próprias decisões devem ser afetadas pela cegueira do entendimento e pela fraqueza da própria consciência.

(f) A mente e consciência (v.15)

Pela mente entende-se toda a parte compreensiva da alma, que, sendo o olho da alma, leva consigo a razão, o julgamento e as escolhas. Por consciência entende-se aquela faculdade da alma que moralmente julga e avalia tudo, aprovando ou reprovando.  A “mente” é mais do que a mera faculdade intelectiva, e inclui a atividade da vontade; e “consciência” é a autoconsciência moral que traz o eu e o fato, e todo o comportamento da alma e do espírito, para o julgamento. Essa consciência pode ser “boa” no sentido de estar aprovando, ou no sentido de ser ativa; pode ser “maligno” por estar entorpecido, queimado ou morto, e também por ser acusador ou condenatório.

A contaminação da “mente” deve significar que pensamentos, idéias, desejos, propósitos, atividades, são todos corrompidos e degradados. A contaminação da “consciência” significaria que o sentinela enviado para vigiar era subornado para se manter em paz, ou que o guia para o padrão mais elevado estava aplicando avidamente alguma regra perigosa nascida de base, criada pelo homem, como suficiente. Paulo diz que uma consciência pura pode ser abandonada. Na maioria dos casos, a consciência é um artigo elástico e muito flexível, que irá suportar um alongamento e se adaptar a uma grande variedade de circunstâncias.

CONCLUSÃO

Desde o verso 10, Paulo vem dando ênfase no discurso vão. Os versos 14 e 15 agora ele diz do perigo de dar ouvido, de gastar tempo com as doutrinas-fabulas. Uma doutrina por mais bíblica e ortodoxa que seja, se não promover a piedade, será nada mais do que uma fábula, que ocupa o tempo com as controvérsias, que deveria ser gasto dom a pratica do evangelho.