Série de sermões expositivos sobre o livro de Tito. Sermão Nº 04 – O mandamento da pregação. Referência: Tito 1:2-3. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 29/5/2019.

O MANDAMENTO DA PREGAÇÃO.

Referência: Tito 1: 3-4

INTRODUÇÃO

Esta passagem nos fala do propósito de Deus e de sua maneira de trabalhar esse propósito. O propósito de Deus para o homem sempre foi de salvação. Sua promessa de vida eterna estava lá antes do mundo começar. É importante notar que aqui Paulo aplica a palavra Salvador a Deus e a Jesus. Isso deveria influenciar a pregação pós-moderna.

Às vezes ouvimos o evangelho apresentado de uma maneira que parece fazer uma distinção entre um Jesus gentil, amoroso e gracioso e um Deus duro, severo e severo. Às vezes, parece que Jesus fez algo para mudar a atitude de Deus para com os homens e o persuadiu a deixar de lado sua ira e não a puni-los. Não há justificativa para isso no Novo Testamento. E nem na pregação apostólica. Mas no final de todo o processo de salvação está o eterno e imutável amor de Deus, e foi desse amor que Jesus veio contar aos homens.

Deus é caracteristicamente o Deus Salvador, cujo último desejo é condenar os homens e cujo primeiro desejo é salvá-los. Mas esta passagem faz mais do que falar do propósito eterno de Deus; também fala de seu método. Diz-nos que ele enviou sua mensagem em seu próprio tempo. Isso significa dizer que toda a história foi uma preparação para a vinda de Jesus. Não podemos ensinar qualquer tipo de conhecimento a um homem até que ele esteja apto a recebê-lo.

Em todo o conhecimento humano, temos que começar do começo; então os homens tinham que estar preparados para a vinda de Jesus. Toda a história do Antigo Testamento e todas as buscas dos filósofos gregos foram preparativos para esse evento.

O Espírito de Deus estava movendo tanto entre os judeus como entre todos os outros povos, para que eles estivessem prontos para receber seu Filho quando viesse. Todo esse propósito será descrito por meio do DECRETO DA PREGAÇÃO. Devemos considerar toda a história como a educação dos homens para ouvir a pregação da Palavra de Deus e crer nela para a vida eterna.

I – O PROPÓSITO.

1 – Um tempo oportuno. “No devido tempo” (Tt 1:3). καιροῖς ἰδίοις, em seu próprio tempo. No tempo apropriado. Paulo chama de a “plenitude dos tempos” GL 4.4. O evangelho veio a este mundo numa época em que era possível que sua mensagem fosse mais facilmente compreendida e se espalhasse. Deus preparou o mundo para ouvir a pregação do evangelho. Havia cinco elementos na situação mundial que facilitaram sua disseminação.

(a) Praticamente todo o mundo falava grego. Isso não quer dizer que as nações tivessem esquecido sua própria língua; mas quase todos os homens falavam grego. O grego era a linguagem do comércio, da politica, da literatura. Se um homem ia tomar parte na vida pública e atividade, ele tinha que saber grego. As pessoas eram bilíngües e a primeira era do cristianismo era uma das poucas quando o missionário não tinha problema de linguagem para resolver.

(b) Para todos os fins e propósitos, não havia fronteiras. O Império Romano era coextensivo com o mundo conhecido. Onde quer que o viajante pudesse ir, ele estava dentro daquele Império. Hoje em dia, se um homem pretendesse atravessar a Europa, precisaria de um passaporte; ele seria retido nas fronteiras; ele encontraria cortinas de ferro. Na primeira era do cristianismo, um missionário podia se mover sem impedimento de um extremo do mundo conhecido para o outro.

(c) A viagem foi comparativamente fácil. É verdade que era lento, porque não havia viagens mecanizadas e a maioria das viagens tinha que ser feita a pé, com a bagagem transportada por animais lentos. Mas os romanos tinham construído suas grandes estradas de país em país e, em sua maior parte, haviam limpado a terra de bandidos e o mar de piratas. Viajar era mais fácil do que nunca.

(d) A Pax Romana. A primeira era do cristianismo foi uma das poucas quando o mundo estava em grande parte em paz. Se as guerras tivessem estado em toda a Europa, o progresso do missionário teria sido impossibilitado.Mas a pax Romana, a paz romana, dominava; e o viajante podia se mover dentro do Império Romano em segurança.

(e) Era um mundo consciente de suas necessidades. As velhas religiões haviam decepcionados as pessoas e as novas filosofias estavam além da mente das pessoas simples. Os homens estavam olhando, como disse Sêneca, ad salutem, para a salvação. Eles estavam cada vez mais conscientes de “sua fraqueza em coisas necessárias”. Eles estavam procurando por “uma mão abaixada para levantá-los”. Eles estavam procurando “uma paz, não da proclamação de César, mas de Deus”. Nunca houve um tempo em que os corações dos homens estivessem mais abertos a receber a pregação da mensagem de salvação que os missionários cristãos trouxeram. Não foi por acaso que o cristianismo causou tanto impacto. Veio no tempo do próprio Deus.Onde toda a história tinha sido uma preparação para isso; e as circunstâncias eram tais que o caminho estava aberto para a PREGAÇÃO ser ouvida.

II – O MÉTODO.

1 – A salvação revelada

A salvação é agora mais claramente revelada do que nas eras anteriores. No tempo da lei era apenas a infância e a inação da Igreja, que então era como uma criança sob tutores e governadores. E como uma criança foi iniciada em rudimentos e elementos da religião cristã, e dotada de uma pequena medida de conhecimento e fé, porque não chegou o tempo em que os mistérios de Cristo foram revelados. O Senhor (que não somente, por Sua sabedoria, ordena Suas maiores obras, mas todas as circunstâncias deles) realiza todas as Suas promessas e propósitos no devido tempo deles. A manifestação da salvação deve ser buscada na pregação da Palavra. Nesse ponto fica claro, que a pregação da Palavra é uma ORDENANÇA DE DEUS. Para tornar Cristo conhecido, esse é o único nome em que a salvação pode ser obtida.

A pregação segundo Paulo no verso primeiro tem três objetivos:

Em primeiro lugar para gerar fé necessária a salvação e edificar e confirmar a fé no coração daqueles que vão herdar a vida eterna. Em segundo lugar para produzir o crescimento no conhecimento da verdade, o que o termo grego para conhecimento, tem um intensificador (epiginosco=epi+ginose), “todo o conhecimento”. Deus proveu a pregação como o meio mais eficiente para a aprendizagem e crescimento espiritual. Em terceiro lugar promover piedade. A pregação atinge seu clímax quando ela é praticada. Quando o Espirito a usa para santificar o povo de Deus.

2. A Palavra de Deus manifesta através da pregação

A manifestação da palavra de Deus foi gradualmente feito para os homens – para todas as nações, tanto judeus como gentios – em geral, e para lugares específicos. A instrumentalidade usada para essa manifestação foi a pregação. Aqui está a simplicidade, o zelo e a afeição mostrados na pregação do apóstolo e que devemos imitar. A palavra de Deus é o conteúdo. Não temos outra mensagem. Deus manifesta sua palavra por meio da pregação.

A pregação é o meio eficaz escolhido por Deus para transmitir sua palavra aos fiéis. O método de Deus é a pregação. Deus é um ser apaixonado pela pregação. Quando ele se tornou homem, a principal coisa que ele amava fazer era pregar. Por intermédio do sagrado oficio da pregação dos ministros chamados a esse sagrado oficio é que Deus opera a salvação dos homens. O evangelho não é filosofia, nem autoajuda, nem dramaturgia, ele é manifestado pela PREGAÇÃO autorizada da Palavra de Deus. O ministro deverá pregar em nome de Deus.

JC Ryle conta que um cavalheiro americano uma vez foi ouvir Whitefield pela primeira vez, em consequência do relatório que ele ouviu sobre seus poderes de pregação. O dia estava chuvoso, a congregação relativamente pequena e o começo do sermão bastante monótono. Nosso amigo americano começou a dizer para si mesmo: “Este homem não é uma grande maravilha, afinal de contas”. Eu estou olhando em volta e veja a congregação tão desinteressada quanto ele. Um velho diante do púlpito estava dormindo um sono profundo.

Mas de uma vez Whitefield parou pregar e de repente seu semblante mudou. E então ele repentinamente explodiu em um tom alterado:

“Se eu tivesse vindo falar com você em meu próprio nome, você poderia descansar seus cotovelos nos seus joelhos e suas cabeças em suas mãos e dormir; e, de vez em quando, olhe para cima e diga: do que fala esse tagarela? Mas eu não vim pregar a vocês em meu próprio nome. Não! Eu vim a você em nome do Senhor dos Exércitos”. (ao dizer isso; ele bateu com a mão no púlpito e o pé no chão com uma força que fez o palanque de madeira balançar),“ eu devo, e serei ouvido ”.

Então as pessoas começaram a ouvi-lo. O velho acordou imediatamente. “Ai, ai!”, Gritou Whitefield, fixando os olhos nele, “Eu acordei você? Eu precisava fazer isso. Eu pretendia fazer isso. Eu não venho aqui para pregar para um monte de pedras. Eu vim a vocês em nome do Senhor Deus, e devo e vou ter a atenção de vocês. Os ouvintes foram despojados de sua apatia imediatamente. Cada palavra do sermão foi atendida. E o cavalheiro americano nunca esqueceu isso

III. O CHAMADO

  1. O chamado do ministério. (v.3) “que me foi confiada”.

Todo ministro chamado por Deus é um comissionado por Cristo, a quem Ele ordena depois de Sua partida, o cuidado e supervisão de Sua Noiva. Que é mais preciosa para Ele do que sua própria vida, esta responsabilidade é da aqueles que são chamados mordomos desta grande casa. Que tendo recebido as chaves para abrir o reino dos céus para abrir as dispensas e satisfazer a necessidade de seus conservos. São vasos escolhidos, como Paulo, para não conter, mas para levar a pérola e o tesouro do reino; alimentadores, como Pedro, homens, que cuidam da vinha até o seu retorno. A honra de um ministro é a fidelidade no diligente e cuidadoso trabalho confiado a ele. A parte principal do seu trabalho repousa no fiel fornecimento dos legados de Cristo à Sua Igreja, segundo o Seu próprio testamento; que como é seu dever ordenado (1 Co 4: 2). Assim é sua coroa, sua alegria, sua glória, que por suas dores fiéis ele tem procurado o bem-estar de seu povo, e traz consigo uma grande recompensa.

2. A excelência do chamado.

O ministério não é um chamado de facilidade, mas uma questão de grande encargo; nem desprezível, pois muitas pessoas desdenhosas acham que também baseiam um chamado para seus filhos. Mas honroso, perto de Deus, uma vocação entregando aos homens, para lidar com grandes assuntos, os quais até mesmo os anjos desejaram ter recebido tamanha confiança e honra. Até mesmo o Senhor dos anjos, o próprio Jesus Cristo, exerceu como mestre e o primeiro de muitos ministros que depois dele viriam. A honra do chamado é tal, que aqueles que estão envolvidos na obra são chamados de cooperadores de Cristo na salvação dos homens.

3. A consciência do chamado.

Quem quer que esteja no ministério, deve encontrar conforto numa consciência limpa. De que estão exercendo seus ministérios fielmente e DEVEM SER CAPAZES DE PROVAR QUE NÃO SÃO INTRUSOS, mas foram constrangidos pelo chamado de Deus, do qual não se pode fugir.Paulo desempenhou todos os deveres com a Igreja, em virtude de seu extraordinário chamado, assim devem ser todos os ministros. Nenhum homem deve pensar em nenhuma vantagem para si mesmo. Por isso Paulo enfatiza em cada epistola, que ele recebeu seu chamado não de homens, mas de Jesus Cristo.

Que nenhum homem pretenda tomar sobre ele qualquer ofício na Igreja sem ser chamado; ninguém toma essa honra para si mesmo. O próprio Cristo teve ser designado por seu pai. Ninguém aceite o chamado do homem, sem ser chamado de Deus; pois isso era o disfarce dos falsos apóstolos contra os quais nosso apóstolo se opõe e por isso ele ensina nas suas epistolas, que eram chamados por homens, mas não por Deus.

Em todos os outros ministérios, certifique-se de que você tem a GARANTIA de Deus, e a LEGITIMIDADE do chamados tanto no exercício dele. Comprometidos constantemente no exercício da fé e do arrependimento, não esquecendo diariamente de santificá-los pela Palavra e oração.

4. A natureza do chamado.

O ministro é um servo de todos. Como o apóstolo aqui magnifica a sua autoridade em que ele é um servo de Deus. Um apóstolo de Jesus Cristo. Que ele recebeu seu apostolado por comissão e mandamento do próprio Cristo; e todos esses argumentos amplificaram a excelência de seu chamado.

A razão de tudo o que não é tanto para persuadir a Tito, mas sim por causa dos cretenses, para que pudessem obedecer a pessoa do portador da carta. Porque muitos nessa ilha se levantaram contra Tito, e SERIA OPOSIÇÃO AO SEU CHAMADO, pois não eram chamados por Deus. Se fossem não seria oposição mais companheiro na obra.

Por causa do estabelecimento da ordem e das muitas mudanças, Tito teria oposições ferrenhas: pessoas que gostavam de controversas e doutrinas errôneas. Por isso é mais prolixo e gasta mais tempo falando dos seus títulos; de outra forma, onde ele não encontrou tão forte oposição, ele é mais poupador em seus títulos.

IV – O DECRETO.

1. O comissionamento necessário (v.3). “Segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador”. A palavra é manifesta mediante a pregação por autorização de Deus, nosso Salvador. Paulo diz que ele exerce um ministério que é a pregação do evangelho. E para isso ele recebe um OFICIO: ele é consagrado pelo próprio Cristo, como Apóstolo, ou seja, um enviado com autorização especifica. Com a autoridade desse oficio apostólico, ele autoriza outros. Especificamente ele está revestindo Tito de toda a autoridade necessária para colocar em ordem as questões de ordem eclesiástica, administrativa, moral e espiritual nas igrejas das ilhas de Creta.

Paulo não é um crente que se autodenomina apostolo. Tito não é um crente que se autodenomina Pastor. Ele recebe autorização e a comissão de outro, para exercer um oficio eclesiástico.  Tito chega nas ilhas de Creta, com uma carta na mão, e com uma ordem do apostolo Paulo, para colocar em ordem a igreja. Todo crente é comissionado a pregar o evangelho. A testemunhar a mensagem da cruz.  Mas alguns crentes são especificamente chamados para ter um OFICIO que administra as formalidades de como se organiza as questões espirituais e doutrinarias.

Paulo ordena em (2Timoteo 4.2) sob juramento: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina”. Na teologia Paulina; Deus dá esses dons aos homens, e que são reconhecidos pela igreja e confirmados por uma liderança local reconhecida. Ninguém saiu de uma igreja para abrir um trabalho por conta própria (At 13.1-2). E isso continuou por toda a história da igreja. As exceções são os grandes cismas; como a separação dos protestantes e católicos, feitas pelos reformadores magistrais.

2. O melhor aliado no trabalho cristão. (v.3) “de Deus nosso Salvador”.

Paulo, enfatiza a divindade do Senhor Jesus. O mandamento é de um soberano. Que é o dono da obra. É quem sustenta a obra e garante o sucesso dela. Ele é o melhor aliado dela. Nosso estandarte é o nome Dele.

Frederico, o Grande, esteve uma vez em companhia de uma série de intelectuais franceses e havia também um corajoso escocês à mesa, que era o embaixador da Inglaterra. Frederico, o Grande rei da Prússia (1740-1786), estava então enfrentando uma guerra, na qual ele dependeria de subsídios ingleses e, então o embaixador, ao ouvir o rei e esses tolos franceses ridicularizando a religião, e falando de sua decadência certa e súbita, disse: “Com a ajuda de Deus, a Inglaterra permanecerá com a Prússia na guerra”. Frederico virou-se e disse, com um ar zombeteiro: “Com a ajuda de Deus! Eu não sabia que você era um aliado desse nome. ”Mas o embaixador virou-se para o rei e disse: “Que agrade a sua majestade, esse é o único aliado que a Inglaterra tem a quem a Inglaterra não envia subsídios”.

E deixe-me dizer que nós, como igreja cristã e como sociedade missionária, temos um aliado nesse Nome. Nosso aliado é o Senhor dos Exércitos, e é porque o Seu nome tem estado em nossos estandartes que nós tivemos sucesso no passado. Que estejamos comprometidos até a morte de acordo com o mandamento de Deus nosso Salvador

IV – O RELACIONAMENTO

(V.4) “A Tito, meu verdadeiro filho”. (γνησιωι τεκνωι – gnēsiōi teknōi )

1 – Filiação espiritual

Que ministros são pais espirituais para gerar filhos para Deus. O sentido de palavra quando a aparece na Escritura, descreve um relacionamento.

– Quem de fato é propriamente por meio do sangue e de nascimento natural?

– Sempre se referindo aqueles que estão em uma linha descendente direita, embora nunca tão longe.

– Referindo a quem adota uma criança como filho.

– Também se refere aqueles relacionamentos próximos, geralmente, como superiores, em idade, lugar ou dons; ou, mais especificamente, por cujo conselho, sabedoria, ternura e cuidado, que geralmente são próprios dos pais.

Assim José era um inferior, chamado pai do faraó; isto é, um conselheiro. Jó, por sua ternura e cuidado, foi chamado de o “pai dos pobres”. Alunos dos profetas, chamados de filhos dos profetas. Eliseu, diz de Elias, meu pai, meu pai; e Jubal era o pai de todos os que tocam harpas. Mas muito mais propriamente é o ministro chamado pai de tais como ele converte à fé, porque eles geram homens para Deus, como Paulo diz que gerou Onésimo em suas prisões.

A semente da regeneração é a graça celestial em que uma natureza divina é produzida, o instrumento pelo qual é transmitido, é a Palavra de Deus, através do ministro ou o discipulador. Os três filhos de Calvino morreram todos na infância. Do último, ele escreveu a um amigo: “O Senhor me deu outro filho, e o Senhor o levou; mas não tenho milhares de filhos na fé de Cristo?

2. Os ministros como pais.

Agora, se algum desejar ter o cuidado de seus ministros, como filhos em relação a seus pais, eles devem cumprir esses deveres.

(a) Reverenciar. Eles devem dar-lhes dupla honra (1Tm 5:17), reverenciando suas pessoas, suas posições, e por isso que existe título de reverendo.

(b) Sustentar. Eles devem participar em todos os seus bens, como os levitas na lei fizeram; sim, se for necessário, arriscar a vida por amor deles em agradecimento pelo ministério deles.

Paulo diz: (Rm 16:3,4) : “Saúdem Priscila e Áqüila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Arriscaram a vida por mim. Sou grato a eles; não apenas eu, mas todas as igrejas dos gentios.

(c) Respeitar. Nenhuma acusação deve ser recebida contra eles sob duas ou três testemunhas; uma criança obediente não ouvirá, muito menos acreditará, relatos malignos contra seu pai.

(d) Ouvir. Em casos duvidosos de consciência recorrer a eles pedindo o conselho, como filhos de seu pai.

(e) Obedecer. Obedeça-os em todos os preceitos piedosos, suporte humildemente à sua severidade.

Que sejamos guiados por suas orientações piedosas, como aqueles que têm a supervisão das nossas almas confiadas a eles, assim como a criança engenhosamente imita e obedece a seu pai.

3. A família espiritual. (v.4) “segundo a fé comum”. (κατα κοινην πιστιν – kata Koinéēn pistin)

Assim como o grego Koinê a língua comum a todos os povos do tempo dos apóstolos. Assim é a koinê pistis, a fé comum.  A fé é uma e a mesma em todos os crentes, portanto, é chamada de fé comum. Essa fé comum é o que nos torna uma família. Os cristãos podem ter características diferentes, entendimento teológicos diferentes, eclesiologias diferentes, liturgias de culto diferentes. Mas independente de todas as diferenças todos os verdadeiros crentes tem uma mesma fé. A fé que é comum a todos. A fé salvadora. A fé justificadora. A fé santificadora. Esta é a salvação, comum a todos os crentes; chamado, portanto, por Judas a salvação comum.

IV – O RESULTADO.

v.4 “Graça e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador”. ( του σωτηρος ημων τεου – tou sōtēros hēmōn theou )

– “Graça”, a fonte de nossa redenção.

– Misericórdia”, exibida em nossa redenção.

– “Paz”, o resultado da nossa redenção.

– A fonte e o meio da bênção. Deus o Pai de quem vem, e Cristo o Filho por quem vem.

1. Graça trazendo paz

A graça de Deus é toda a suficiência de seu povo. A primeira, a média e a última causa de toda coisa boa transmitida a eles, ou a partir deles. Constantemente o Senhor reforçou este ponto sobre Seu próprio povo, ensinando-lhes por coisas temporais, seu estado espiritual e condição (Dt 7:7). Somente aqueles que são pela graça e misericórdia aceitos por Deus têm sua porção nesta paz aqui mencionada.

A Paz, que é todo tipo de prosperidade, é prometida apenas aos piedosos. Eles prosperarão em tudo; e o apóstolo a pronuncia somente sobre o Israel de Deus que é a igreja. É, portanto, concedido àqueles somente que são justificados pela fé; vendo que eles só têm paz com Deus, que é a parte principal dela.

A paz é um fruto da graça de Deus, diversas frases nas Escrituras demonstram isso. A paz é chamada de “paz de Deus”, e que Deus é chamado de “Deus da paz”; como também a diferença que é digna de ser observada entre as saudações do Antigo e do Novo Testamento. No Antigo Testamento, graça e paz nunca são unidas. A forma comum de saudação era “a paz esteja contigo”, “a paz esteja nesta casa”, “vá em paz”.

Mas os apóstolos, depois que o mistério da redenção foi revelado e aperfeiçoado antes da saudação comum, prefixam essa palavra – graça, ou misericórdia, ou ambos. Como elas nunca são unidas no Antigo Testamento, então elas nunca são separadas no Novo, para mostrar que não podemos ter uma separada da outra, e nem podemos separá-las.

2. Paz somente em Cristo.

Um ministro foi convidado a visitar uma pobre mulher moribunda. O mensageiro sendo ignorante não podia dar conta de seu estado, exceto que ela era uma mulher muito boa e muito feliz, e agora estava no fim de uma vida de boas obras portanto, certa de ir para o céu. O Pastor então viu que ela estava muito doente, e depois de algumas perguntas gentis sobre sua condição corporal, disse: Bem, eu entendo que você está em um estado mental muito pacífico, dependendo de uma vida de boas obras.

A mulher olhou duro para ele, e disse: Sim, estou no gozo da paz. Você está certo; doce paz, e isso de uma vida bem vivida. Mas é a vida bem passada de Jesus; não o meu fazer, mas o seu; não meus méritos, mas Seu sangue. Sim; apenas um homem passou uma vida que cumpriu todos os requisitos da santa lei de Deus e sobre a qual descansamos diante de Deus. A paz somente por Jesus.

CONCLUSÃO

Que sejamos lembrados da importância da pregação bíblica. E saber que Deus fala por meio da pregação da sua Palavra. A pregação deve ser o centro de todos os nossos cultos. Pois ela é expressa o bom proposito de Deus. Ela é um mandamento de Deus. Ela é o método de Deus salvar e edificar o seu povo. Ela produz os resultados de graça, misericórdia e paz.