Série de sermões expositivos sobre o livro de Tito. Sermão Nº 03 – O que Deus não pode fazer. Referência: Tito 1:2. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 22/5/2019.

INTRODUÇÃO

A fé e conhecimento se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos. A esperança da vida eterna, é o que torna o cristianismo uma promessa inspiradora e cheia de esperança. Ela é uma promessa absolutamente certa. É a premissa de Deus e Deus não pode mentir. É uma promessa infinitamente rica. A “Vida eterna”, isto é, eterno bem-estar. Ela é uma promessa muito antiga. “Antes do mundo começar” ela foi feita, antes de qualquer coisa vir a existência, seja físico ou espiritual. Por isso essa promessa deve ser esperada e alcançada além das revoluções do tempo

O glorioso objeto da promessa é “Vida eterna” – uma vida de bondade eterna. Ela é divina em sua fundação, ela é inviolável e imutável, e ela é eterna e ela é condicional, é dada para os que creem. Que lições gloriosas deste versículo: uma perspectiva gloriosa – “vida eterna”. Um Deus que fala a verdade – “Isso não pode mentir” (Nm 23:19, Hb 6:18). Ela é uma promessa antiga – “Antes do mundo começar”. Uma aliança de vida imortal e cheio de esperança

I – UMA PERSPECTIVA GLORIOSA.

1. O Deus, que não pode mentir, fez uma promessa antes do mundo começar.

Ele não, formulou um propósito meramente. Sabemos bem, de fato, de muitas escrituras, que Ele formou um propósito. Mas o apóstolo diz que Ele fez mais – que Ele fez uma promessa – e a isso pertence o caráter especial sob o qual ele apresenta o adorável Deus aqui, “Deus que não pode mentir”. Mas a quem foi feita a promessa? Só poderia ser ao Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo.

Foi a “vida eterna” da qual Deus, antes do mundo começar, prometeu. O Filho de Deus não poderia receber tal promessa para Si mesmo. Ele só poderia recebê-lo como o predestinado Mediador – o Cabeça e a Fiança de um povo “dado a Ele pelo Pai”, para ser resgatado no tempo por Ele e eternamente salvo.

E assim surge uma terceira verdade significativa, a saber, que esta promessa só poderia ser feita a Cristo em uma determinada condição – somente em suposição, e em respeito a toda Sua obediência futura até a morte em favor de Seu povo.

2. Uma esperança indescritivelmente gloriosa e imutável em seu caráter.

A gloriosa “Esperança da vida eterna.” Eu não posso dizer o que é isso, pois não se tem algo tão extraordinário que se possa comparar. Paulo diz que ele viu no céu coisas que são inefáveis, ou seja, que não pode ser descrita, pois não há paralelo para se comparar.  Mas, sabemos que a “vida eterna” terá nela a expansão ao máximo de todas as faculdades e afeições e belezas da natureza renovada; a perfeita harmonia dessas faculdades e afeto e belezas. É o clímax da criação de Deus. É a primeira coisa que Deus pensou, antes de pensar qualquer outra coisa.O fim dos de todos os pecados; todas as lágrimas se secaram para sempre; corpo e alma reunidos em um santo e imortal companheirismo, e feitos perfeitamente abençoados no pleno desfrute de Deus por toda a eternidade!

A primeira vez que vemos Deus falar no início das eras, ela faz uma promessa. Uma promessa que não muda. A segurança absoluta da Igreja de Deus deve ser resgatada, em cada membro vivo dela. Lembrando dessas palavras em Romanos 4.16.

Por esse motivo, a promessa procede da fé, para que seja de acordo com a graça, a fim de que a promessa seja garantida a toda a descendência de Abraão, não somente a que é da Lei, mas igualmente a que é da fé que Abraão teve. Ele, portanto, é o pai de todos nós!.

Então há uma entrada aberta para todos nós, pecadores, em toda a segurança inviolável desta aliança da promessa, somente pela fé, sem os feitos de a lei – “é da fé, que seja pela graça”. Nossos afetos pela vida eterna são alimentados com a “esperança” a “filha da fé” – a esperança imortal – a “esperança da vida eterna, que Deus, que não pode mentir, prometeu antes do mundo começar”.

Essa é a esperança para enfrentar as tempestades. Ela é a “âncora da alma” de fato, “segura e firme”! Essa é a esperança para as aflições, para suporta-las com alegria. Essa é a motivações para os nossos serviços e obras. Essa é a motivação para enfrentar a morte e a sepultura, e para ter a vitória sobre eles!

3. A graça da esperança é algo de grande estima para os fiéis.

Todo fiel professor deve conceber que é seu dever atrair o coração dos homens das coisas mais baixas para a contemplação das coisas elevadas, e da busca das coisas temporais, para as coisas eternas. Este foi o objetivo de todos os homens de Deus descritos por sua fidelidade nas Escrituras que nos ordena que os imitemos. Toda a pedagogia do tempo da lei era apenas treinar homens para Cristo e para a salvação por Ele. Todas as outras atividades humanas sejam em qualquer área, visam somente as questões terrenas.

Só a graça da esperança, de todas as outras profissões e atividades, favorece aos homens em seu estado celestial, que os sustenta e os faz crescer na comunhão com Deus. Por causa desta graça estabelecemos um fundamento seguro, para crescermos em piedade, por causa da expectativa e o desejo da vida eterna. Por causa disso negamos a nós mesmos e tomamos a cruz de Cristo. Por causa disso Moisés escolheu ser maltratado com o povo de Deus. Porque olhava para a recompensa da vida Eterna. Ele tinha em alto estimas os tesouros de Cristo, que renunciou todos os ganhos, prazeres, amigos, pai, esposa, filhos, liberdade, sim, da própria vida.

4. A esperança é o capacete da salvação (Ef 6.17).

A esperança não apenas adorna e embeleza, mas fortalece e fortifica o crente, ela é como um capacete da salvação (Ef 6), faz com que o soldado cristão se mantenha em prontidão e obediência. A esperança é um dom de Deus e obtido pela oração como a fé também é, de onde o apóstolo ora para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo dê aos efésios para saberem qual é a esperança de seu chamado. Os santos de agora esperam, como faziam todos os crentes antes da encarnação de Cristo que esperava sua primeira vinda em humildade. Assim como vemos Simeão, Ana e muitos outros, agora nós crentes aguardamos constantemente a sua segunda vinda e o conforto dela.

Esperamos as coisas por vir, a saber, depois da ressurreição, a vida eterna. Paulo diz que a nossa esperança está guardada no céu a qual eleva o coração e a afeição. A graça da esperança espera firmemente e não vacilantemente, porque não está fundamentada no mérito, poder ou promessas do homem. Mas na mais firme promessa de Deus, como também o Espírito Santo, que primeiro opera isto, também nutre isto com uma confiança inabalável.

5. A influência desta verdade deve ter sobre nossa conduta.

A vida eterna é a completa libertação de todo o mal e o gozo positivo e perfeito de todo o bem para sempre. Confiamos nisso porque? Deus prometeu isso. Cristo realmente tomou posse disso. O Espírito Santo, é dado àqueles que crêem, e é expressamente dito ser o primeiro e sincero fruto da vida eterna. E o verdadeiro cristão tem uma antecipação inquestionável e indecorosa dessa bem-aventurança. Isto deve nos influenciar a uma devida consideração e uma diligente preparação para a eternidade a que estamos destinados.

Deve nos influenciar a uma decidida consagração de nós mesmos àquele abençoado Mestre, cujo serviço na terra está ligado a uma recompensa tão grande e tão substancial no céu. Deve nos induzir a uma alegre renúncia do mundo e seus prazeres. Deve nos influenciar ao sofrimento alegre e paciente sob todos os males que podem se acumular sobre nós no presente estado de existência.

Deve nos influenciar a diligência incansável em buscar um crescimento saudável por meio da oração e Palavra de Deus. Por último, que conforto este assunto pode nos inspirar na perspectiva de nossa partida, portanto, nossa descida à sepultura fria aguardando a ressurreição.

II – UM DEUS QUE FALA A VERDADE.

A verdade uma vez reinou sobre o nosso globo, e então a terra era o Paraíso. O homem não conhecia tristeza enquanto ignorava a falsidade. Agora a falsidade está em toda parte; é parte do caráter caído de todos os homens, ela permeia toda a sociedade. No chamado mundo religioso, que deveria ser como o Santo dos Santos, aqui também a mentira se tornou uma deusa.

Em todos os lugares devemos combater a falsidade, e se quisermos abençoar o mundo, devemos confrontá-lo com um rosto firme e um espírito zeloso. O propósito de Deus é expulsar a mentira do mundo e deve ser este o seu propósito e o meu. Depois de vagar pelo deserto arenoso do engano, quão agradável é chegar ao nosso texto, e sentir que um ponto, pelo menos, é verdejante com a verdade eterna. Bendito seja tu, ó Deus, porque não podes mentir. Vejamos as verdades do texto.

1 – Por que Deus não pode mentir?

Deus não está sujeito a essas enfermidades que nos levam à falsidade. Você e eu somos tais que podemos conhecer no coração e ainda com a língua negar. Mas Deus é um e indivisível; Deus é luz e nele não há escuridão alguma; com Ele não há mudança, nem sombra de mudança.

A ideia escriturística de Deus proíbe que Ele deve mentir. A própria palavra “Deus” compreende tudo o que é bom e grande. Admita que Deus tenha mentido, uma única vez, e então só haveria a escuridão negra do ateísmo para sempre. Eu não podia amar, adorar nem obedecer a um Deus mentiroso.

Deus é sábio demais para mentir. A falsidade é o expediente de um tolo.E a mentira é o método do pequeno e do mau. Você sabe que um grande homem não mente; um bom homem nunca pode ser falso.

Coloque a bondade e a grandeza juntas, e uma mentira é totalmente incongruente para esse personagem. Agora Deus é grande demais para precisar da mentira, e bom demais para desejar fazer tal coisa; tanto Sua grandeza e bondade repeli a ideia da mentira.

2 – Que motivo Deus poderia ter para mentir?

Quando um homem mente é que ele pode ganhar alguma coisa, mas “o gado de todas as fazendas” é de Deus, e todos os animais da floresta, e todos os rebanhos dos prados. Minas de riquezas inesgotáveis ​​são suas e tesouros de poder e sabedoria infinitos. Ele não pode ganhar nada por INVERDADE, pois “a terra é do Senhor e toda a sua plenitude”; portanto, então, deveria Ele mentir? Tem sido evidente o suficiente em todas as épocas que Deus não pode mentir.

Quando nos é dito nas Escrituras que Deus não pode mentir, geralmente há associado com a ideia o pensamento de imutabilidade. Como por exemplo – “Ele não é um homem que Ele deveria mentir, nem o filho do homem que Ele deveria se arrepender.”

Nós entendemos por isto, não somente que Ele não pode dizer o que é falso, mas que tendo dito algo que é verdadeiro Ele nunca muda disso, e de nenhuma maneira altera seu propósito ou retrai Sua palavra. Isso é muito consolador para o cristão, que tudo o que Deus disse no propósito Divino nunca muda. Seus decretos não mudam. Não há sombra de mentira sobre algo que Deus pensa, ou fala, ou faz. Ele não pode mentir em Suas profecias.

Quão solenemente verdadeiras foram! Pergunte aos resíduos de Nínive; volte para os montes da Babilônia; deixe o viajante falar sobre a Iduméia e Petra. A maldição de Deus tem sido uma palavra ociosa? Não, não em um único caso. Como Deus é verdadeiro em suas profecias, ele é fiel às suas promessas. Suas ameaças são verdadeiras também. Ah! pecador, tu podes continuar nos teus caminhos por muitos dias, mas o teu pecado te achará no final.

3 – Como agiremos, se é verdade que ele é um “deus que não pode mentir”.

Se é assim que Deus não pode mentir, então deve ser o dever natural de todas as Suas criaturas crerem nEle se porventura duvidarmos de Deus, estaremos ROUBANDO-LHE sua honra. E estareis, de fato, vivendo com um traidor declarado e sendo um rebelde contra Deus, sobre o qual amontoo diariamente o insulto de ousar duvidar Dele.

Se tivéssemos absoluta certeza de que vivia na Terra uma pessoa que não pudesse mentir, que te salvara? Bem, acho que você cultivaria seu conhecimento. Se conhecêssemos um homem que não pudesse mentir, deveríamos acreditar nele, se exigir qualquer juramento que ele estava falando a verdade.  Então diríamos “Ele prometeu e irá realizar; Ele disse que todo aquele que crê em Cristo não é condenado; Eu acredito em Cristo e, portanto, não estou condenado ”, isso é fé genuína.

Novamente, se conhecêssemos um homem que não pudesse mentir, deveríamos acreditar mesmo que houvesse cinquenta testemunhas dizendo o contrário. Então diríamos: “eles podem dizer o que quiserem, pois eles estão mentido. Isso nos mostra que devemos crer em Deus a cada contradição.

Mesmo se a providência exterior vier até você e disser que Deus o abandonou, isso é apenas um; e mesmo se cinquenta provações disserem que Deus o abandonou.

Todavia, como Deus diz: “Eu nunca te deixarei, nem te desampararei”. Então e quem você acreditaria: numa única promessa de Deus que não pode mentir, ou os cinquenta providências externas que você não pode intender? Se um homem nos fosse apresentado, e tivéssemos certeza de que ele não poderia mentir, devemos acreditar em tudo o que ele disse, por incrível que nos pareça à primeira vista.

Parece muito incrível à primeira vista que Deus tome um pecador, cheio de pecado e perdoe todas as suas iniquidades em um momento, simplesmente e somente sobre a base do pecador que crê em Cristo. Mas supondo que pareça bom demais para ser verdade, contudo, desde que você o tem no testemunho de Alguém que “não pode mentir”, e eu oro para que você acredite.

 4 – Se Deus não pode mentir, então tudo o que Seus ministros prometem ou ameaçam Dele, e de Sua Palavra, é acima de tudo é verdade.

Visto que ele falou isso, que não pode mentir, enganar ou ser enganado. Isso deveria despertar todo homem para dar glória a Deus (como fez Abraão), selando a Sua verdade – isto é, crendo e aplicando a sua própria alma toda palavra que procede da boca de Deus por meio da pregação. Pois qualquer que assim receber Seu Testemunho selou que Deus é verdadeiro, do que nenhuma glória maior pode ser dada a ele. Considerando que não crer nEle e em Sua Palavra é uma desonra tão alta quanto qualquer homem pode lançar sobre Ele, pois estarão dando a Deus a mentira.

Aquele que crer não O fez mentiroso, o qual, de maneiras e civilidade, não poderíamos oferecer ao nosso igual, e que até mesmo um homem malvado desprezaria em colocar em nossas mãos. Visto que Deus não pode mentir, cada um de nós trabalhe para expressar essa virtude de Deus.

Especialmente o ministro, visto que fala de Deus; e Deus fala por meio dele, ele deve, portanto, entregar verdadeiras palavras dignas de todos os homens receberem. Para que ele possa dizer em seu próprio coração o que Paulo falou de si mesmo: “Eu falo a verdade em Cristo, não minto, ando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo.

Deus não pode mentir, então isto é a base de todo argumento. É um argumento para confiança. Deus, em todas as visões do Seu caráter, pode ser confiado com segurança. Ele é sábio, poderoso, bom e fiel. É um argumento para a verdade. Deus, que não pode mentir, odeia mentir nos outros. Seja sincero, pois Deus não pode ser enganado.

III. UMA PROMESSA ANTIGA.

Prometido antes do mundo começar. E todas as promessas foram feitas naquele momento. Todas as promessas; e todas as promessas forma feitas a Cristo. Paulo fala apenas da promessa de “vida eterna”, mas você admitirá imediatamente que tal promessa deve ser considerada como incluindo todas outras.

Na promissora “vida eterna”, Deus deve ser considerado como promissor, o que for necessário para alcançar a vida eterna. A promessa da vida eterna é uma espécie de resumo de todas as promessas; porque todas as outras promessas têm a ver com algo que é útil para nós em nosso curso.Como aqueles atendimentos em serviço, ou aqueles apoios em julgamento, sem os quais a vida eterna nunca pode ser alcançada.

1 – Para quem ele fez as promessas?

Para quem, então, Ele fez a promessa? Se Ele prometeu antes do mundo começar, Ele deve ter prometido antes que houvesse qualquer ser humano, com quem entrar em aliança. Se a promessa fosse então feita, as duas partes contratantes deveriam estar em existência ou intercurso; considerando que não havia certamente nenhuma igreja, nenhum homem, para formar um pacto com o Todo-Poderoso. Não há dúvida que foi exatamente para Jesus Cristo, a segunda Pessoa na sempre abençoada Trindade, que Deus fez a “promessa de vida eterna antes do mundo começar”.  “Antes do mundo começar” a apostasia de nossa raça era contemplado e previsto nos conselhos do céu.

Um pacto solene foi celebrado entre as Pessoas da Trindade, cada uma assumindo uma parte surpreendente no plano de nossa redenção; e embora o Mediador não tenha então assumido a forma humana. Ele já atuou como o Chefe ou Representante da Igreja, empenhando-se em oferecer-se como sacrifício pelo pecado e recebendo em troca a promessa de que o sacrifício deveria ser aceito e deveria prevalecer.

A salvação completa de todos, como crer em seu nome. A vida eterna foi prometida a Cristo, em nome da Igreja; foi prometido à Igreja por causa de Cristo. Ou melhor, foi prometido a Cristo, como resultado de Sua obediência e perseverança na carne, que Ele pode conceder a todos os que devem ter fé na propiciação.

Mas enquanto isso parece suficiente para explicar a estranheza do nosso texto, dificilmente você pode deixar de observar que a explicação envolve uma grande doutrina geral ou verdade. Mesmo a mesma doutrina ou verdade que é anunciada em outra parte por São Paulo quando, falando de Cristo, ele diz que “todas as promessas de Deus estão nEle sim e amém”.Em outras palavras, que Deus não prometeu nada ao homem, mas em Cristo ou por conta de Cristo, e que tudo o que Ele assim prometeu, por Sua conta, foi cumprido.

2 – Não havia ninguém mais para ser prometido.

A fim de esclarecer e entender isso, você deve observar que Adão, como o pai de todos os homens, foi um representante em nosso lugar em seu lugar. E quando toda a raça havia caído, na pessoa de seu representante, não havia bênçãos e nem misericórdias pelas quais o homem pudesse olhar. A natureza humana tornou-se tão necessária e inteiramente exposta à vingança divina que não havia lugar algum para a promessa. Portanto, se Ele prometeu a todos, só poderia ter sido em virtude de ter feito um pacto com outra Cabeça. Com Aquele que colocou a raça que Ele representava em tal posição moral, que não mais estaria em discordância com o caráter Divino, para estender a eles os ofícios de amizade.

Porque era o Seu próprio Filho que tinha se comprometido a ser este Chefe da humanidade, e porque era certo que o resgate requerido seria pago até o último centavo. Deus poderia imediatamente abrir ao homem a fonte de Sua benevolência, e lidar com o homem como um ser que estava dentro das possibilidades do perdão e da imortalidade. Mas se este é o verdadeiro relato porque, após sua transgressão, o homem ainda poderia ser o objeto das promessas de Deus.

3 – Ela foi feita originalmente a outro.

Segue distintamente que, de acordo com a doutrina de nosso texto, estas promessas, porém anunciadas ao pecador em ou após a época do seu pecado, foram promessas feitas originalmente a outro; e isso, também, “antes que o mundo começasse”. Não poderia haver promessas, e não tinha ninguém. Mas “a Palavra que estava no princípio com Deus e que era Deus”, anteriormente empenhada em tornar-se a Fiadora dos seres; tomou sobre si a morte, a desgraça e vergonha em sua herança.

Certamente, segue-se daí que tudo o que agora é prometido ao homem não é prometido ao homem em si mesmo, mas ao homem em seu representante. Foi prometido a Cristo antes de ser prometido ao homem; ou melhor, a promessa foi feita a Cristo, embora a coisa prometida devesse ser dada ao homem.

4 – A promessa foi feita antes de qualquer coisa existir.

Não fixe, então, como a origem de uma promessa, a ocasião em que a promessa foi revestida de fala humana na encarnação de Jesus. Nem devemos associar a realização dessa promessa com o ser humano a quem foi dito pela primeira vez. A promessa foi feita antes do homem ser criado; a promessa foi dada a um superior ao homem, a um superior a qualquer ser finito.

E quando você tomou, como você pode justamente, todas as promessas de Deus, e reuniu-as no único resumo enfático, a “PROMESSA DA VIDA ETERNA”. Você não deve dizer: Esta cláusula da promessa foi feita a Adão; nem a Moisés, nem a Davi, e nem a Paulo. Devemos dizer: antes do mundo começar, Deus prometeu a Cristo.

Eis aqui o grande ensinamento deste versículo, de que o fato é que todas as promessas de Deus serem prometidas à Cristo. E para nós somente por causa de Cristo, e em virtude de seus méritos.Paulo faz referência aqui a veracidade de Deus: “Deus, que não pode mentir.” Ele usa uma expressão semelhante em sua Epístola aos Hebreus: “Que por duas coisas imutáveis, nas quais era impossível que Deus mentisse, poderíamos ter uma forte consolação”.

5 – Prometidas exclusivamente para o deleite Dele.

Um dos dispositivos mais frequentes e perigosos que Satanás coloca diante de você é mostrar sua AUTOINDIGUINIDADE. Então somos levados forçosamente a nos privar e nos esconder as ricas provisões da graça. Pode parecer que estamos sendo tão genuinamente humildades, pensar que sou indigno de ter uma promessa feita para mim antes da do mundo existir. Que quase somos convencidos da mentira do diabo.

Mas lembre-se de que sua própria indignidade não tem nada a ver com promessa ou a realização da promessa. Deus originalmente não fez a promessa para você. Ele chegou ao seu próprio filho querido, Jesus Cristo, “antes do mundo começar”; e cumprindo a promessa, fazendo o bem a Sua própria Palavra, isto é independente de não existir qualquer coisa excelente em nós mesmos.

Ele prometeu para o próprio bem dele, e para a glória do próprio grande nome Dele, que Ele executa a declaração graciosa dele. Ele é fiel, Ele “não pode mentir”; o céu e a terra podem passar, mas nem um jota nem um só til pode falhar de tudo o que Ele fez com Cristo e, através de Cristo, com o pior, o mais débil dos Seus seguidores.

CONCLUSÃO

O que Deus não pode fazer: ele não pode mentir. Ele não mente. Nisto podemos confiar.  Sua Palavra não mente. Por isso podemos crer nela com a verdade absoluta. O evangelho é a verdade de Deus. Nele devemos crer. Podemos confiar no caráter de Deus. Então devemos orar.