Série de sermões expositivos sobre o livro de Jonas. Sermão Nº 14 – Um homem que fez de tudo para fracassar. Referência: Jonas 1:1-17. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 10/4/2019.

INTRODUÇÃO

Essas quatro últimas exposições do livro de Jonas são um resumo de todo o livro, enfatizando um outro foco. Quero expor resumidamente os 4 capítulos, a partir de quatro posições: De costas, de Joelhos, de pé e sentado. A ideia central desses quatro últimos sermões é sobre o obreiro bem-sucedido que fracassou. Jonas é tipo de uma pessoa que é bem-sucedida, e ao mesmo tempo um completo fracasso. Jonas foi o obreiro que teve o ministério mais bem-sucedido que já existiu; mas ele foi um fracasso completo. Nenhum pregador foi tão bem-sucedido, nem mesmo Jesus, pois muitos se opuseram a sua pregação.

No hebraico o sermão de Jonas tem apena 5 palavras, e nada mais. Ele pregou o sermão mais medíocre da história, mas foi o sermão mais poderoso já pregado por um homem. Jonas fez tudo para que seu ministério fracassasse. Ele alimentou um espirito indignado e amargurado, ele era uma pessoa insatisfeita com tudo, reclamão e brigão. A maioria dos pregadores trabalham duramente para obter bons resultados, mas ele fez de tudo para fracassar. Ele ficou frustrado e profundamente irritado com o seu sucesso. Jonas ao ouvir a ordem de Deus em seu chamado soberano, ele decide dar as costas para Deus e fugir, para Társis. O profeta começa aparentemente tendo sucesso em sua desobediência, mas é logo alvejado pela vara da disciplina de Deus.

Por um lado, temos a desobediência do profeta, que toma as decisões erradas e colhe os frutos amargos de uma semeadura maldita. Por outro lado, vemos Deus graciosamente conduzindo todas as circunstancias necessárias para o louvor do seu próprio nome. O sucesso do ministério de Jonas é obra inteiramente da graça de Deus. Vejamos o que diz o texto de Jonas, capítulo 1 quer que aprendamos:

1. VOCÊ SABE O QUE DEUS QUER QUE VOCÊ SAIBA?

Desejo começar essa exposição em Jonas fazendo uma pergunta simples mas importante: “O que é que Deus quer que você saiba?”

1. Deus opera onde você não espera que ele opere.

Esse é o tema do capítulo 1 do livro de Jonas. Deus não é como nós! É isso que vemos nos três primeiros versículos do livro de Jonas. E Deus quer que você saiba disso. Ele opera onde você não espera que ele opere. Onde é que Deus está operando neste contexto?  Lemos o relato sobre o grande império da Assíria – cruel, violento e sem piedade de ninguém. Será que Deus estava operando naquela grande nação do momento?

O Egito ainda era poderoso, será que Deus estava operando lá? A Grécia, estava em pleno crescimento cultural, será que Deus estava operando lá. A Babilônia estava em franco avanço, será que Deus estava operando lá? E naquele outro lugarzinho que é só era um pouco maior que Judá? Onde todas as pessoas ali usam o nome de Deus, mas quase ninguém o amava. Quase todos ali violavam os seus mandamentos. Israel de nada vale no palco mundial, mas ali, naquela pequena nação rebelde e apóstata, Deus levanta um profeta.

Se você procurasse esse profeta, onde iria encontrá-lo? Na capital? Não! Numa cidade desconhecida e sem expressão. Será que iriamos encontrá-lo na igreja mais ortodoxa e bíblica do seu tempo? Não. Ele vive no meio de um povo idólatra e apóstata, que seguia as Heresias da falsa adoração, criada pelo Rei Jeroboão, no templo rival em Samaria. Será que iriamos procurar por um tão bem-sucedido na obra de Deus. No meio de gente piedosa e com sede de Deus? Não! Não! Você o encontra em cidadezinha insignificante extremamente pobre de onde nunca havia surgido um profeta, ou alguém importante.

Esse lugar era Gate-Hefer, essa cidadezinha que ficava a sete quilometro de outra cidade insignificante, mais tarde se chamaria Nazaré, dos gentios, lugar de gente pobre e sem valor. É de lá que veio Jonas, por certo um admirador secreto ou um seguidor de Elias, e alguém que mais tarde vai influenciar os profetas Amós e Oséias. Deus o levantou naquele lugarzinho.  Deus opera onde você não espera que ele opere. Agora, se tivessem dito a você, dois mil anos atrás, que o Deus encarnado estava no mundo, onde você o procuraria? E onde você o encontraria? Nos palácios? Na capital religiosa? No meio dos teólogos e doutores? Na pequena Nazaré, na oficina do carpinteiro.

Se você estivesse no século XVIII, procurando pelo maior pregador que o mundo britânico já conheceu, e alguém dissesse para você: “ele ainda é um garotinho, mas será o maior pregador de todos”, onde você o encontraria? Você teria de ir à cidade de Gloster, encontrar um pequeno bar na esquina, e subir a um pequeno apartamento que ficava em cima do bar. Ali você encontraria um garotinho pobre que se chamava George – George Whitefield. Deus opera onde você não espera que ele opere! Onde Deus está operando hoje?

Não olhe nos olhos de nenhuma criança e a despreze. Vamos caminhar pelas ruas de um vilarejo completamente esquecido: os meninos estão brincando e correndo, mas um deles não está. Ele é um pouquinho gordo, ele gosta de livros, ele prefere brincar no escritório de seu avô e ler. Ele não está interessado em jogadores de futebol ele não torce para time nenhum, ele não gosta de vídeo games. Qual é o nome dele? C. H. Spurgeon, que vai se tornar mais tarde o príncipe dos pregadores. Onde é que Deus está operando? Quem é você? Você é uma pessoa sem expressão numa pequena igreja? Deus opera nos lugares mais surpreendentes.

2. Deus não diz o que você espera que ele diga!

Veja o que ele diz no versículo 2. Jonas não gosta. Ele preferiria que a Assíria continuasse perversa. Porque assim ele saberia que eventualmente Deus iria destruí-la e ela não seria uma ameaça novamente para sua amada nação, Israel. Mas Jonas sabia que se ele fosse para a Assíria e pregasse o juízo, provavelmente eles se arrependeriam. Deus é tão generoso, tão bondoso e tão gentil, que os perdoaria. Então a Assíria sobreviveria e seria uma ameaça para a pequena Israel. Ele não queria proferir a mensagem que Deus entregou a ele. Deus diz o que você não espera que ele diga.

Deus realmente disse que nós deveríamos pregar o evangelho a cada indivíduo? Cada indivíduo? Cada um deles? Isso é o que ele diz. Deus não diz o que esperamos que ele diz. Enquanto estamos discutindo a obra, ele manda fazermos abra.  Esse é o sentimento que sentimos diante de cada sermão, onde em todo o tempo somos e seremos confrontados, e sairemos daqui sempre com um sentimento de pequenez e indignidade. Porque Deus sempre diz o que você não esperamos que ele diga. Nós nunca estaremos num padrão que não mais precisamos ser ministrados. E quanto mais um crente cresce em santidade, mais ele cresce em quebrantamento e na convicção de pecados.

ILUSTRAÇÃO: Imaginem Os cinco homens mais proeminentes, da Escritura, fazendo o curso de Homem ao máximo da UDF. Seriam eles, Abraão, Moisés, Davi, Elias, Daniel e Paulo. Vejam eles compartilhando suas fraquezas; diriam algo assim: Abraão: como eu preciso aprender a crer em Deus! Como eu preciso crescer espiritualmente. Moisés: como eu preciso aprender a obedecer aos mandamentos de Deus. Davi, como eu preciso aprender a amar a Deus. Elias, como medroso eu sou, quão depressivo eu vivo. Daniel, como eu sou débil na oração! Como eu preciso orar mais! Paulo, como eu estou sendo ministrado, eu nunca havia sido confrontado dessa maneira. Eu nunca havia pensado nisto, como eu sou desprezível no meu conhecimento bíblico.

Toda as vezes que ouvimos a pregação e ela for a Palavra de Deus, nós sempre vamos ouvir Deus dizer o que não esperamos que ele diga. Deus opera em um ritmo que é só dele! Jonas não gostou do que Deus disse. Então ele deixou a sua casa, caminhou pela costa, chegou ao pequeno porto de Jope e pegou um barco para ir a Társis. E o que é que Deus fez? Nada! Deus disse para Jonas ir numa direção, e ele foi para outra. Se esse fosse o seu filho, o que você faria? Eu penso que eu o deteria e lhe daria umas pequenas palmadas de “encorajamento”. Mas o que é que Deus fez? Nada. Você pode realmente fugir de Deus? Não, mas veja, o pecado afeta o seu julgamento e então você começa a fazer coisas tolas, mas Deus Governa.

II. VOCÊ SABE O QUE DEUS ENSINA SOBRE ELE.

1. Deus governa, mas do jeito dele. Passemos agora aos versículos 4 a 7.

(a) Deus governa as forças da natureza.

Nele vemos que Deus governa. Ele governa os ventos e as ondas. Dizer isso é fácil, mas vamos pensar sobre isso. Poucos de nós tem realmente interesse um programa na televisão sobre a previsão do tempo e quando assistimos não nos damos conta dos motivos astronômicos que influenciaram a mudança dos ventos e do tempo. Por exemplo o clima no País de Gales é influenciado pelo que acontece nos Estados Unidos e o clima nos Estados Unidos é influenciado pelo Ártico, pela Antártida, pela posição do sol em relação ao planeta e uma série de outros fatores.

Você alguma vez já pensou no que é necessário para gerar vento? Para a brisa suave da tarde, por exemplo, são necessários muitos anos de preparação só para que o vento se mova naquele momento e naquele local. E Deus mandou um forte vento. E Jesus deteve um grande vento. Pense no que é necessário para isso. E que vento! Deus governa os ventos, as ondas e tudo mais, de forma a reforçar a Sua soberania – porque mesmo os marinheiros experientes se viram assustados com aquela tempestade.

Alguém contando uma experiência similar à da tempestade de Jonas, diz: Quando eu era ainda menino, eu estava em um grande navio de passageiros e ele quebrou. Ele quebrou no Golfo da Biscaia, em meio a uma tempestade. Eu nunca vou esquecer aquele momento: o navio descia nas ondas e o vale da onda era tão profundo que parecia estar escuro. E então, o navio subia nas ondas e se podia ver a quilômetros de distância. Havia pessoas que estavam tão mal que pediam para que morressem. Aqui no texto os marinheiros estavam com medo.

Você pode ver a partir dos versículos 6 e 10 que eles estavam conscientes de que uma influência divina estava movendo o vento e que este era fruto da ira de Deus. E eles – pessoas não convertidas – sabiam disso. Que tempestade extraordinária! E, ainda, Deus governava de forma a enfatizar a sua bondade. Eles jogaram fora qualquer coisa que impedisse o barco de flutuar melhor, eles oraram a seus deuses, e eles tinham certeza de que o navio se partiria. Mas ele se partiu? Não, porque Deus é extremamente bom – embora ele seja severo. Nós precisamos sempre considerar a BONDADE e a SEVERIDADE de Deus (Rm 11.22) quando trata da nossa rebeldia.

Deus governa de tal forma, que ele está enfatizando por meio da tempestade que que o ENDURECIMENTO ESPIRITUAL é uma realidade perigosa. Jonas estava dormindo em seus pecados. Correndo grande perigo, pois há somente um pedaço de madeira entre ele e a eternidade. Ele estava dormindo porque é possível um crente se tornar tão insensível espiritualmente, que ainda que Deus esteja gritando em sua direção e ainda que os não convertidos estejam cientes disso, ela não ouvirá nem sentirá nada.

 (b) Deus governa as conversas humanas.

E Deus governa mesmo as conversas humanas. Veja o versículo 6 – o vento não acorda Jonas, as ondas não acordam Jonas, mas há uma pergunta que faz isso:

“Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse:

Que se passa contigo?

Agarrado no sono?

Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez, assim, esse deus se lembre de nós, para que não pereçamos”.

Naquele momento a ficha de Jonas caiu. E Deus governa até mesmo o lançar de sortes. Se eu lanço uma moeda e pergunto: “cara ou coroa?”. Você sabe a resposta? Não, mas Deus sabe porque ele governa até mesmo isso. Por que Deus teve que me dar esses pais”? – Quem são seus irmãos e irmãs? Qual é a cor do seu cabelo – se você ainda os tem? Qual é a sua aparência? Quais são os seus talentos? Alguém deixou cair uma caneta. Foi um acidente? Talvez tenha sido, mas será que foi? Descobri que estou doente? Será que foi porque não cuidei da saúde? Talvez pode ser. Ou Deus está usando isso para conduzir você ao evangelho? Eu bati o carro? Fiquei desempregado! Minha empresa faliu? Levei um prejuízo muito grande? Há uma lâmpada faltando no meu quarto? Isso é apenas por acaso? Uma fatalidade?

O fato de você estar ouvindo esse sermão, será que é um acidente do acaso? Olhe para alguém próximo a você, será que é um acidente você estar ao lado dela? Eu tenho visto como as pessoas tem chegado aqui na nossa igreja. Às vezes elas pegaram o uber, e era um irmão da igreja! As vezes elas tiveram uma decepção em sua outra igreja? Outros tiveram um sonho? Outros estavam decepcionados. Deus governa tudo isso – e tudo mais também! Você não pode fugir de Deus. Deus não é como nós. Deus governa.

2. Deus restaura, mas da maneira dele.

Deus restaura. Mas ele restaura à sua própria maneira. Você verá isso nos versículos de 8 a 12. Deus não restaura os endurecidos, os apóstatas e dos desviados de uma só vez. Deus sempre trabalha no seu ritmo e à Sua própria maneira. E, quase sempre, ele restaurará o apóstata através de algo dito por lábios humanos. Pense em alguém que acabou de se tornar um missionário para o mundo árabe. Mas volte alguns anos no tempo. Ele havia feito sua profissão de fé, mas estava afastado a muito tempo de Deus. Ele estava partindo o coração de sua esposa, se envolvendo com prostituição. Ele era um policial – quase tão criminoso e corrupto quanto as pessoas que ele prendia.

Mas, de vez em quando, um pensamento vinha: “será que não eram mesmo verdade as coisas que eu acreditava da bíblia?” E esses pensamentos vinham cada vez com mais frequência. Mas mesmo assim um dia ele teve um forte desejo de ouvir a pregação das Escrituras. E esse sentimento tomou conta do coração dele e ele não aguentou. Assim, ele dirigiu por 160 km para onde sabia que havia uma reunião cristã acontecendo. Ele veio e ouviu um sermão. E, à medida que ouvia a pregação a sua fé estava sendo restaurada. Como Deus restaura? Deus usa o catecismo, um sistema de ensino e repostas para facilitar a aprendizagem.

(a) Você sabe que Deus faz perguntas?

Deus usa palavras – e ele usa especialmente perguntas. “E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas”.

No versículo 8, você pode ver todos os marinheiros ao redor de Jonas:

“Por favor, nos diga”, diz um deles:

de onde vem todo esse problema”?;

“O que você faz da vida”?,

diz um outro. “De onde você vem”? “

Qual é o seu país”?

“De que povo você é”? 

Eu imagino quantas perguntas mais foram feitas. Deus abençoa as perguntas. Jesus usou perguntas. Os Cristãos devem usar perguntas. Os pregadores devem usar perguntas. Você usa perguntas em seus relacionamentos? – E isso é uma pergunta! Você percebe porque você é tão entediante? Quando nós não perguntamos nós nos tornamos entediante. Quando nós não perguntamos, é porque não estamos comprometidos com as pessoas. Jesus usava perguntas em todo momento. As vezes nós pregamos ¨60 minutos e as pessoas estão morrendo, e elas estão ansiosas esperando que nós façamos as perguntas certas.

E como nós não estamos fazendo as perguntas que precisam ser respondidas. Então normalmente elas começam a fazer uma única pergunta: por que ele não pára de pregar? Ainda corremos o risco de fazer as perguntas que não precisam ser respondias. A pregação moderna tem tentado fazer perguntas que já foram feias e respondidas, e por mais pertinentes que elas sejam elas não alcançam a necessidade dos ouvintes. Pensa eu perguntando para Ada e a Eva, se elas querem assistir um Show do Fofão. Essa pergunta não tem sentido para elas.

Já imaginou se durante aquela tempestade, as perguntas fossem sobre a origem da tempestade, as teorias físicas para explicar o fenômeno. Corremos o risco levantar questões que já foram respondidas, e que não são mais relevantes para o homem moderno. Que Deus nos ajude a fazer as perguntas certas.

(b) Você sabe que Deus usa as respostas.

No versículo 9, lemos: “Sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra”. Que declaração maravilhosa veio dos lábios de Jonas! Ele temia ao Senhor? Eu creio que naquele momento sim. “Eu sou um hebreu, eu sou do povo da aliança” – um senso de privilégio está presente aí. “Ele é o Deus do céu, não de uma terra em particular! Ele fez o mar onde nós estamos navegando! Qualquer terra a que chegarmos, foi feita por ele também”.

“E você está fugindo dele!”, dizem os marinheiros, “Por quê”? E então eles fazem uma pergunta realmente surpreendente: “o que nós deveríamos fazer com você”? E Jonas se encontra dando uma resposta que 15 minutos antes ele não sonharia em dizer: “tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará, porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio essa grande tempestade”. Deus não é fantástico? Através dessas perguntas e por causa da tempestade, Deus fez algo na alma de Jonas.

E esse homem, que de forma alguma queria que Deus fosse generoso com pagãos, está, na verdade, disposto a se sacrificar por pagãos perdidos. E a sua alma foi restaurada. E isso aconteceu basicamente através de palavras. Música é bom. Alguma música é algo muito bom. Mas música sempre, não é bom, a menos que isso sirva à Palavra. Os dons espirituais são bons. Algum dom é algo muito bom. Mas dom sempre, não é bom a menos que isso seja feito por meio da pregação. Imagens são boas. Algumas imagens são muito boas. Mas as melhores imagens são aquelas que estão em sua mente, colocadas ali por palavras. “E assim”, disse Martinho Lutero, “minha tarefa como pregador é colocar olhos nos ouvidos das pessoas”.

Deus usa palavras. É por isso que, geralmente, temos os nossos púlpitos no centro do salão de culto, porque acreditamos na centralidade da Palavra. É por isso que pregamos mais do que cantamos, porque nós cremos na prioridade da Palavra. Em muitas igrejas o púlpito não está no centro. Ele fica na lateral, no centro está todo “aparato” usado para a música. Nós cremos na centralidade da Palavra e, na medida do possível, refletimos isso em nossa arquitetura. Veja toda a arquitetura aqui, toda a iluminação, toda sonorização tem seu fim principal servir a pregação da Palavra de Deus. Deus ama palavras. Seu Filho é a Palavra. O seu livro é a sua Palavra. Existe a Palavra encarnada e a Palavra escrita. E a obra espiritual é realizada através de palavras. Deus não é como nós! Deus governa! Deus restaura!

3. Deus salva a quem ele quer.

Ele salva incrédulos. Versículos 13 a 17. Veja o que Deus mostra aos marinheiros – homens não convertidos, pagãos e ignorantes.

(a) Deus ensina a eles.

Ele ensina que a Sua ira não pode ser aplacada por nada que façam. Veja o que os marinheiros tentam fazer no versículo 13: eles tentam remar para trazer o navio a terra. Mas quanto mais eles remam, pior a tempestade fica. Porque eles têm de aprender que a ira de Deus não pode ser aplacada por nossas obras. Você já aprendeu essa lição? Não há nada que você ou eu possamos fazer que irá aplacar a ira de Deus. Aprenda bem a lição.

E então Deus mostra aos marinheiros que suas vidas só podem ser salvas por outra vida sendo sacrificada. Eles não querem sacrificar Jonas, eles estão conscientes de que é sangue inocente que estão sacrificando. Eles pedem a Deus para perdoá-los. Isto foi o que eles aprenderam: que a ira de Deus só pode ser aplacada por uma vida sendo sacrificada em lugar de outros. Deus os conduz à posição de pedintes arrependidos. Que oração extraordinária é o versículo 14!

Você pode sentir a urgência dela, a emoção, a intensidade! Porque eles estão suplicando a Deus. E é assim que nós chegamos à salvação, não é? Conscientes da nossa perdição e culpa, nós clamamos a Deus. E as palavras não importam tanto. Na oração, Deus olha para o coração.

ILUSTRAÇÃO: Uma vez, um missionário pregou em inglês para índios nativos americanos através de um intérprete, que estava bêbado. O chefe da tribo estava muito comovido e queria vir ao Senhor. Então o chefe da tribo orou. E eu conheço a oração dele de cor. Foi assim: “um, dois, três quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez”. Ele disse isso em inglês, porque como o pregador pregava em inglês, ele pensou que Deus só entendia essa língua – então ele usou todo o inglês que sabia! E Deus o salvou.

Às vezes as pessoas ouvem o evangelho, e tudo o que elas conseguem expressar é um suspiro. É o suficiente. Às vezes elas estão tão comovidas pela mensagem da cruz que não dizem nada, mas todo o seu coração dói para ser encontrado reto diante de Deus, através de Cristo. É o suficiente. Às vezes as pessoas ouvem um Hino, e são tocadas e derramam uma lágrima, de arrependimento. É suficiente.

(b) Deus ensina obediência.

Os marinheiros aprenderam a obedecer. Eles jogaram Jonas para fora do barco. Deus os ensinou a temer, porque imediatamente o mar se tornou calmo. Deus os ensina a adorar. Eles nunca haviam sabido de um Deus como esse. E Deus os ensina a se consagrarem a ele. E o missionário fracassado já viu os seus primeiros convertidos. Ele é o missionário bem-sucedido que fracassou. Todos podem ver que a salvação destes homens é somente pela Graça.

Deus salva dessa forma porque sempre tem um propósito centrado em Cristo em tudo o que faz. Veja o que ele disse em Mateus 12:38-41: “Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal. Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas.

Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas”. Tudo o que Deus faz – tudo o que Deus faz em todo lugar – busca, de uma forma ou de outra, focar a nossa atenção em Cristo

CONCLUSÃO

Mesmo Jonas dando as costas para Deus, ele trabalha em seu favor. Produzindo todas as circunstancias para trazê-lo de volta. Jonas fez tudo para fracassar, mas foi bem-sucedido, porque não depende de quem trabalha mais daquele que quer; que é Deus.

Acesse todos os sermões desta série de Pregações Expositivas sobre o livro de Jonas.