Sermão Nº 3 – Na mira da graça. Referência: Jonas 1:3-4. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 30/01/2019
INTRODUÇÃO
Uma ida ao supermercado pode nos oferecer informações irresistíveis sobre a vida dos famosos. Conseguimos essas informações das capas de revista, que são expostas nas filas dos caixas. Acho essas capas fascinantes, com suas histórias sobre relacionamentos rompidos, brigas e vícios e vidas arruinadas. Não estou querendo dizer que eu gosto dessas revistas ou que me divirto com suas capas. Mas a vida dos astros revela um padrão de pecado com o qual podemos aprender algo. De tempos em tempos, uma beleza aparentemente inocente é atraída para o caminho do estrelato. Rapidamente, seu jeito de se vestir muda para destacar seu lado sensual. Riqueza e fama trazem atrações pecaminosas, incluindo o acesso à vida noturna e a drogas recreacionais. Dentro de pouco tempo, as revistas passam a revelar notícias de relacionamentos sexuais e, de forma crescente hoje em dia, as estrelas entram e saem rapidamente de casamentos, às vezes até com filhos. Os casamentos não duram, os filhos se transformam em fontes de conflito e as pressões de sexo, as drogas e os excessos públicos rapidamente levam a um colapso. Ainda jovens, muitas estrelas começam a parecer velhas e desgastadas, com vidas arruinadas e almas cicatrizadas. Logo são substituídas por versões mais jovens e frescas, com rumo ao mesmo destino. Uma lição dessas revistas é que cada trem tem um destino.
Homens e mulheres jovens buscam o estrelato, insistindo que seu destino será diferente. Mas, uma vez que embarcaram no trem, descobrem que o trem para em todas as estações conhecidas, e logo se veem jogados no desespero e na destruição que é sempre a última parada. O livro de Jonas nos conta uma história parecida, mesmo que seja difícil considerar o profeta uma estrela pelos padrões de hoje. Em seu caso, Jonas embarca num navio com um destino fixo. Os primeiros versículos nos contam de sua determinação de fugir do Senhor e do chamado do Senhor. A fuga de Jonas, como também todo pecado, leva a algum lugar. Quando ele embarca no navio para Társis, nos fornece uma lição importante sobre a tolice do pecado, uma lição que nos pode dar sabedoria para servir ao Senhor.
I – A TOLICE DO PECADO.
No capítulo 2, refletimos sobre as razões que Jonas pode ter tido para fugir de Deus, a principal delas sendo sua indisposição de pregar a graça de Deus à odiada população de Nínive. Mas deveríamos refletir também sobre a “fuga em si”, sobre a qual temos muitos detalhes.
1 – A facilidade do pecado. A primeira coisa que observamos é como pareceu fácil o caminho do pecado, pelo menos inicialmente. Deus chamou Jonas para que ele fosse para o norte, para Nínive, mas, em vez disso, o profeta correu para o sul, para Jope. Em vez de subir e servir ao Senhor, ele desceu para servir à sua própria rebelião. E, quando chegou a Jope, encontrou “…um navio que ia para Társis” (Jn 1.3). Podemos apenas imaginar como isso deve ter encorajado Jonas em seu trajeto rebelde. Ele deve ter lutado contra a “falta de perdão” e remoído suas “razões amarguradas” para fugir de Deus, e sua consciência deve ter relutado com sua decisão. Pode até ter pensado que, se sua decisão estivesse errada, então Deus colocaria obstáculos em seu caminho. Mas o que aconteceu em Jope foi justamente o contrário. Lá, aguardando Jonas em sua fuga para o oeste, havia um navio a caminho de um porto tão longe de Nínive quanto Jonas podia ter desejado. Como vimos, não conhecemos a localização exata de Társis, mas os estudiosos concordam que ficava na costa oeste da atual Espanha.“Ah”, Jonas deve ter pensado, “a PROVIDÊNCIA DIVINA colocou um barco certo no momento exato em que cheguei”. O pecado, muitas vezes, funciona dessa forma, mesmo que Jonas não o tenha percebido em seu ESTADO DE ILUSÃO. Quando uma pessoa decide fugir da vontade de Deus, Satanás facilita o transporte.
2 – A progressividade do pecado.
A narrativa de Jonas mostra como os nossos passos rebeldes nos afastam rapidamente de Deus. Pois um abismo chama o outro abismo. O versículo 3 é conciso em sua progressão de verbos, onde um leva ao outro, sem espaço para reflexão: Jonas se dispôs (para fugir), achou (um navio), pagou (a passagem) e embarcou (no navio). Muitas vezes, é assim que o pecado funciona: Uma vez que nos permitimos desobedecer a Deus, o mundo pecaminoso prepara tudo para uma progressão rápida. Jonas pode ter justificado sua desobediência alegando que Deus havia “ABERTO UMA PORTA” para sua fuga para Társis. Sua tolice nos lembra de que as CIRCUNSTÂNCIAS EM SI NÃO PROVAM A BÊNÇÃO DE DEUS: a confirmação de que sempre necessitamos é a Palavra de Deus. A situação de Jonas me lembra da queda livre de Davi para o seu maior pecado, a sedução de Bate-Seba. Capítulo após capítulo, a Bíblia nos relata o longo progresso de Davi na fé, mas bastam três versículos surpreendentemente curtos para sua queda. Segundo Samuel 11.2-4 nos conta que Davi viu uma mulher linda, que ele enviou um mensageiro, que ela veio e que ele se deitou com ela. Davi estava NEGLIGENCIANDO seu dever, permanecendo em Jerusalém enquanto seu exército partia para a guerra. Assim que ele desviou seu olhar de seu dever, ele recaiu sobre a bela mulher tomando banho. Antes de ter tempo para reconsiderar, ele já havia se entregado a um pecado que, em certos aspectos, ele jamais superaria. A fuga de Jonas é semelhante. TUDO É AÇÃO, SEM REFLEXÃO OU ORAÇÃO. Como Davi se encontrava nas “garras de seu desejo”, Jonas estava preso em seu “ressentimento”.
3 – A oportunidade do pecado.
Estando seu coração rendido, suas pernas foram tão rápidas quanto as mãos para cometer o pecado. Mais rápido do que se pode imaginar, Jonas já se encontrava no navio que o levaria para o fim do mundo, esperando aumentar assim a distância entre Deus e ele. Uma vez a bordo, mesmo que Jonas tivesse começado a pensar sobre o que estava fazendo, já era tarde demais: o navio havia zarpado. O pecado sempre nos leva mais longe do que imaginamos e mais rápido do que pretendíamos. Há uma lição importante nisso para nós. Se estivermos brincando com um pecado e uma oportunidade se apresentar, não devemos reconhecer nisso a mão da boa sorte, mas a de Satanás. Afinal de contas, para o diabo não é difícil CRIAR OPORTUNIDADES para o pecado, e em muitas ocasiões “ESSAS OPORTUNIDADES” tem cara de piedade. Talvez você tenha se permitido entreter pensamentos sobre um caso sexual; então, você não deveria se surpreender se aparecer uma oportunidade para o adultério. Se você está amargurado com alguma situação, então aparecerá uma “oportunidade de ouro”, para fazer você se afastar dela sem resolvê-la. Isso deveria despertar sua suspeita e levá-lo ao arrependimento. Talvez você tenha enganado o governo em sua declaração de imposto de renda e não foi pego, ou tenha consumido pornografia e ninguém descobriu. Isso deveria alarmá-lo em relação a outros pecados que você possa ser levado a cometer e rapidamente deveria deixá-lo de joelhos diante do Senhor.
4 – A irracionalidade do pecado.
Jonas nos mostra também que, uma vez que decidimos pecar contra Deus, qualquer um de nós pode agir de forma surpreendente. A tola rebelião de Jonas contra o Senhor o envolveu em CONDUTAS ABSOLUTAMENTE IRRACIONAIS. Por causa de sua AMARGURA contra os assírios, ele tentou escapar da presença de Deus e até da presença do povo de Deus, para que não fosse obrigado a profetizar em Nínive. Mas veja a COMPANHIA que ele acaba procurando: a companhia de marinheiros pagãos e gentios, cujas vidas certamente se opunham ao Senhor e ao seu povo. Além disso, ele PAGA CARO por sua passagem, entregando o que certamente foi uma quantia considerável de dinheiro, e se dispõe a gastar muito tempo, visto que a viagem podia levar até um ano. Além do mais, ele ASSUME OS RISCOS dos grandes perigos que uma viagem marítima apresentava na época. Devemos nos lembrar de que os hebreus não eram um povo marítimo. O fato de que Jonas está disposto a confiar a sua vida a um “navio perigoso” em vez de encarar o chamado de Deus deve ter convencido seus ouvintes como prova de sua louca determinação. A mesma coisa acontece com cristãos quando seguem o caminho da rebelião. O pecado é caro e nos envolve com companhias pouco saudáveis. Ele envolve riscos e perigos aos quais um cristão não deveria se expor, e muitas vezes nos transforma em tolos. O pecado nunca é bom, mas há pelo menos um pouco de sensatez quando um pecador incrédulo se compromete com gastos de dinheiro e tempo, assume riscos e se envolve com más companhias. Mas um cristão? Cristãos podem pecar, mas “RARAMENTE PECAM BEM”, e seu comportamento desastroso no pecado é outro sinal de sua necessidade de se arrepender. Podemos dizer o mesmo sobre a igreja. Tudo bem se instituições seculares se empenharem em campanhas de marketing baratas ou em entretenimentos insignificantes. Mas a igreja de Jesus Cristo? Muitas das nossas igrejas têm ficado obcecadas com o crescimento numérico e financeiro e com isso desprezando a pregação fiel da SÃ DOUTRINA e a aplicação da DISCIPLINA para o que vivem na pratica do pecado. Por outro lado; as igrejas que afirmam pregar o verdadeiro evangelho, estão se entregando a ortodoxia estéril e ao mundanismo. As coisas estão cada vez piores. Como é sempre surpreendente ver a noiva e o corpo de Cristo, sua igreja, sendo levados pelos caminhos do pecado e do mundanismo.
5 – A evitabilidade do pecado.
Por fim, observamos os efeitos dolorosos da tola fuga de Jonas. O versículo 3 diz que ele fugiu da “presença do Senhor”, que ele embarcou num navio “para ir com eles para Társis, para longe para EVITAR a presença do Senhor”. Somos levados a pensar que Jonas acreditava tolamente que, aumentando a distância física entre si e Israel, ele estaria escapando da presença de Deus. Mas, visto que Jonas era um profeta do Senhor, é difícil acreditar que ele soubesse tão pouco sobre Deus ao imaginá-lo como limitado pelo espaço. Afinal de contas, ele conhecia o salmo que pergunta: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?” (Sl 139.7). É mais provável que Jonas tenha procurado separar-se da Palavra de Deus e de seu apelo à sua consciência. Ou seja; Jonas estava fugindo para EVITAR contato com outros irmãos piedosos, que poderiam confrontar seus pecados. Além disso, existem evidências de que a expressão “para longe da presença do Senhor” se refira a alguém que se recusa ao serviço que Deus lhe deu. A pessoa que decide fugir da presença de Deus está, portanto, se recusando a servir a Deus, no lugar e na tarefa em que ela deve obedecer a ordem do Senhor. Talvez Jonas acreditasse que Deus simplesmente o esqueceria e enviaria outro profeta na missão indesejada para Nínive. A nossa falsa compreensão moderna do pecado, faríamos pensar, que pecado sério Jonas cometeu? Ele simplesmente deixou de pregar? Ele não poderia pregar em Társis? Se eu prego aqui, ou prego lá que diferença há? Esses dois objetivos — fugir do “povo de Deus” e do “serviço de Deus” — produzem resultados lamentáveis. Pois ou Deus nos afasta do pecado ou o pecado nos afasta de Deus. Quantos cristãos têm sofrido SÉRIOS DANOS; por causa da AUSÊNCIA IMPOSTA pelo pecado, que levam os crentes a se afastarem da “igreja” e da “pregação da Palavra de Deus”, que são instrumentos que falam da graça de Deus para o arrependimento e o perdão! E quantos cristãos têm tornado suas “vidas inférteis”, voltando as costas para o “ministério útil” por causa do pecado e negando a si mesmos “a bênção que acompanha a alegre obediência”.
I – MISERICÓRDIA SEVERA
- A inescapabilidade da Graça.
O relato da fuga de Jonas apresenta dois “mas” que estruturam o relato. O primeiro é “mas Jonas”, que fala da falta de disposição da parte de Jonas para obedecer ao chamado soberano de Deus. Deus enviou Jonas a Nínive, “… Jonas se dispôs, mas para fugir” (Jn 1.3). No entanto, o homem rebelde jamais tem a última palavra; assim, o versículo 4 nos fornece outro “mas”: “Mas o Senhor”. Jonas se demitiu de seu cargo como profeta, mas o Senhor não aceitou sua demissão. Jonas fugiu da presença de Deus num navio para a distante cidade de Társis, mas o Senhor não o deixou ir. Jonas desceu para o porão do navio para dormir (Jn 1.5), “Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar” (Jn 1.4). O poeta inglês Francis Thompson escreveu um texto que descreve bem a situação de Jonas, intitulado de The Hound of Heaven [O cão do céu]. Esse poema épico conta como Deus persegue o homem que foge dele:
“Eu fugi dele, pelas noites e pelos dias;
Eu fugi dele, pelos arcos dos anos;
Eu fugi dele, pelos caminhos do labirinto”.
Essas palavras poderiam ter sido escritas por Jonas. Mas, como conta o poema, aqueles que pertencem a Deus não conseguem fugir de sua misericórdia:
“Mas em perseguição sem pressa,
Com passos imperturbados,
Velocidade deliberada, majestosa iminência,
Aproximaram-se os pés em perseguição”.
Para Jonas, isso deve ter sido um despertar violento. Podemos imaginá-lo no navio após sair do porto. Ah eu consegui escapar! Agora, não preciso mais pregar aos odiados cidadãos de Nínive. Mas Deus tinha outros planos, ele não pretendia deixar Jonas escapar com tanta facilidade. Deus então envia a tempestade no mar, mostrando seu soberano domínio, para que Jonas reconhecesse que ele havia se enganado ao acreditar que poderia fugir da presença de Deus pelo mar.
- A severidade da misericórdia.
A tempestade vivenciada por Jonas é um exemplo clássico de repreensão divina. A Bíblia afirma explicitamente que os filhos de Deus que se desviam experimentarão a repreensão do Pai. Hebreus 12.6 diz: “… o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”. Essa razão já bastaria para Jonas não esperar que conseguisse fugir de Deus, assim como nenhum filho de Deus pode esperar prosperar no pecado. Jonas achava que podia simplesmente virar as costas ao chamado divino. Mas o Senhor estava prestes a transformar a viagem de Jonas em um momento de lição. A repreensão de Deus é um valor certo para cada um daqueles que pertencem a ele, assim como o juízo final de Deus é certo para todos aqueles que não pertencem a ele. Nem sempre ela vem imediatamente. Alguém disse o “O Senhor pode se dar ao luxo de esperar”. Você pode transgredir suas ordens e continuar aparentemente sem castigo, com o Senhor aparentemente desinteressado. Mas as margens do caminho que você segue são marcadas pelo castigo, e o aguardam em algum ponto sombrio à frente”. Jonas 1.4 deixa claro que a tempestade era um ato de reprimenda divina: “… o Senhor lançou sobre o mar um forte vento“. Em outras palavras, Deus MIROU o navio de Jonas com precisão. Falamos hoje de “bombas inteligentes” e de mísseis teleguiados, mas eles nada são comparados ao castigo de Deus. A palavra “LANÇOU” (v.4) é usada em combinação com uma lança. Ele mira cuidadosamente o alvo escolhido e com toda a sua força ele ‘lança’ sua arma escolhida”. Deus tem uma ARMA ESPECÍFICA para cada cristão rebelde.
Como ele demonstrou no caso de Jonas, ele tem um meio para obstruir nosso caminho pecaminoso. Pode ser uma reviravolta avassaladora no emprego. Pode ser uma doença fatal. Pode ser uma depressão da alma. Pode ser uma perda irreparável. É comum, por exemplo, que um cristão sinta um peso na consciência quando tenta RACIONALIZAR algum plano para não ter que cumprir a vontade de Deus. Um cristão verdadeiro jamais conseguirá escapar de Deus; em determinado momento, Deus entra em cena e, quando ele o fizer, será com precisão. No caso de Jonas, Deus enviou uma tempestade tão forte que até mesmo os marinheiros experientes ficaram desesperados. O propósito evidente de Deus com essa tempestade era parar a viagem de Jonas para o fim do mundo. A tempestade era tão forte que “… o navio estava a ponto de se despedaçar” (Jn 1.4). Deus não permite ser enganado, e até mesmo seu próprio povo é castigado se fugir de sua vontade. A motivação de Deus não era ira, mas misericórdia. Deus queria salvar Jonas de sua própria tolice pecaminosa; isto era uma demonstração da SEVERA MISERICÓRDIA DE DEUS. Esse castigo manifesta inevitavelmente o zelo divino, mas também da graça dele ao impedir nossa rebelião. Deus estava enviando uma mensagem clara a Jonas. A mensagem era que suas ordens não podem ser levianamente rejeitadas ou desobedecidas. Essa é uma mensagem que todos nós devíamos ouvir e entender, para que não nos recusemos a responder ao chamado de Deus de “servir a uma igreja em dificuldades”, em um “ministério difícil” ou num “relacionamento difícil” que preferíamos evitar. Deus não quer que seus planos sejam frustrados, e muitas vezes ele manifesta seu governo soberano por meio de eventos castigadores como a tempestade de Jonas. Deus queria que essa tempestade servisse de lição a Jonas. Peter Williams resume: “Ele nos persegue porque nos ama e deseja nos levar de volta para si mesmo”. Cada filho de Deus encontra segurança verdadeira na graça que o busca. “Às vezes, Deus nos permite acreditar que podemos nos esconder dele e fugir das suas ordens a fim de ensinar-nos o quanto precisamos dele e o quanto ele nos ama. Pois ele nunca desiste de nós e sempre nos busca até voltarmos para ele”. Essa é a mensagem do poema The Hound of Heaven: “O cão do céu”. O poema começa com as tolas palavras de fuga do filho de Deus, mas termina com a mensagem da graça de Deus:
“Tudo o que tirei de ti, eu tirei não para prejudicá-lo,
Mas para que tu o procurasses em meus braços.
Tudo o que teu erro infantil considera perdido,
Eu depositei para ti em casa:
Levanta-te, pega minha mão e vem!”.
III. Alinhando-se com a vontade de Deus
Muitos cristãos podem perder bênçãos caso não permaneçam constantemente “no centro da vontade de Deus”. Apesar disso ser verdade, não podemos nos esquecer que a graça persistente de Deus é maravilhosa.
- Redirecionados pela graça.
Esta é uma das formas em que os cristãos são diferentes dos astros da mídia, cujas vidas arruinadas mantêm a venda das revistas em alta. O ser humano que se voltou para Jesus Cristo em fé tornou-se filho da graça de Deus. Por sua misericórdia, Deus para nossos trens antes de alcançarem seu destino, assim como ele parou o navio de Jonas e o redirecionou para um caminho da bênção. O livro de Jonas não conta a história de um homem que foi abençoado por sempre permanecer na vontade de Deus, sem errar. Mas de um homem que foi poderosamente usado por Deus apesar de sua descrença e de seu pecado, e que foi restaurado por causa da graça persistente de Deus em sua vida. A mensagem de Jonas nos ensina que devemos evitar a tolice e a rebelião, mas também que devemos responder à graça de Deus que nos chama para o arrependimento e para a obediência renovada quando nos desviamos.
- Realinhados pela Palavra de Deus.
Conta-se a história de três postes de 18 metros de altura alinhados no pequeno porto da ilha de Inágua, Bahamas. Um visitante se perguntou sobre o propósito destes postes, pois se encontravam em terra firme. A resposta que ele recebeu era que o canal era raso demais para barcos maiores. Os três postes haviam sido posicionados de tal forma que o capitão de um navio pudesse alinhar seu navio aos postes de maneira que, de seu ponto de vista, eles formassem uma linha, deixando visível apenas um único poste. Alinhando os três postes dessa forma, o capitão sabia que ele se encontrava no estreito canal profundo que o levaria com segurança até o porto. “A obra de Deus”, a “vontade de Deus” e a “Palavra de Deus” exerce um papel semelhante em nossa vida. A pergunta que cada um de nós precisa responder é se estamos dispostos a “fazer a obra de Deus” obedecendo à “vontade de Deus” na medida em que ela nos é revelada na sua “Palavra”. Talvez tenhamos nos desviado, mas a graça do Deus que intervém nos comunicou a necessidade de arrepender-nos e voltarmos para ele. Estamos dispostos a voltar-nos para a Palavra de Deus, para receber uma nova orientação? Estamos dispostos a vir para a presença de Deus, confessando nossos pecados e buscando a força para uma nova obediência?
CONCLUSÃO
Todo cristão em fuga é uma pessoa altamente perigosa. Um cristão em fuga é um causador de tempestades. Ele é um causador de problemas ele é uma ameaça a todos. Todos nós somos Jonas em alguma área da nossa vida, todos nós estamos na mira da graça. Deus tem uma arma especifica para cada crente rebelde. Ninguém escapa da mira da misericórdia severa. Precisamos nos voltar para o caminho do Senhor, respondendo ou às dicas sutis do nosso coração ou às tempestades violentas das nossas circunstâncias, que podem nos ajudar reencontrar o caminho certo — o caminho do Senhor — que é marcado por suas bênçãos.