Sermão Nº 28 – Cedendo à pressão da multidão. Referência: João 18:28-19:16
INTRODUÇÃO: Os cristãos podem aprender uma lição com a história da crucificação de Jesus e o papel de Pôncio Pilatos, afirmou o reverendo Billy Graham em um post antes de sua morte.
Aos 97 anos, o renomado evangelista disse em um post para o jornal ‘Kansas City Star’ que os cristãos devem estar cientes das pressões sentidas por Pôncio Pilatos, quando ele escolheu ‘lavar suas mãos’ diante do povo – o que levou à crucificação de Jesus.
Billy Graham explica que, embora Pilatos pessoalmente tenha pensado que Jesus era inocente, ele cedeu à pressão popular e, finalmente, entregou Cristo aos soldados para ser crucificado.
Respondendo à pergunta de uma leitora, que questionou por que Pilatos tomou essa decisão, Graham diz que “a única resposta lógica é que Pilatos era uma pessoa moralmente fraca, e em vez de optar pela verdade, ele estava preocupado apenas consigo mesmo e com o seu futuro”.
Depois de ser julgado no tribunal religioso, Jesus é levado ao pretório romano para ser julgado no tribunal político. O termo “pretório” indica o quartel-general de um governador romano.
O governador da Judeia tinha sua residência oficial em Cesareia (At 23.35), mas em épocas de grandes concentrações populares em Jerusalém, como a festa da Páscoa, quando a população da cidade aumentava cinco vezes mais, o governador transferia a sede de seu governo para Jerusalém.
A fortaleza Antônia, a noroeste da área do templo, ligada ao pátio externo do templo pelos degraus (At 21.35,40), era esse quartel–general.
Pôncio Pilatos, governador da Judeia, fora nomeado pelo imperador Tibério em 26 d.C. (cerca de quatro anos antes desses acontecimentos) e permaneceu no poder até março de 37 d.C.
Pilatos era um escravo, que se tornou governador, devido a influência da sogra e da sua esposa que era filha do imperador Tibério[1] e neta de Augusto.
Ele era um homem muito capaz e inteligente, de personalidade forte, mas fraco moralmente por isso tentava encobrir sua fraqueza ostentando atos de violência e terror.
Sua falta de controle emocional, porque não suportava ser contrariado; o tornou violento e impiedoso. Mandava executar as pessoas com requinte de crueldade, sem qualquer julgamento
Lucas 13.1, registra uma das atitudes violentas de Pilatos, que ofendeu a opinião pública, onde ele mandou executar impiedosamente uma rebelião dos galileus.
Jesus já saiu sentenciado de morte do tribunal religioso, acusado de blasfêmia e sedição, mas somente Roma tinha o poder de mandar tirar a vida de alguém, que era prerrogativa de Pilatos o governador.
O Sinédrio tinha o direito de decretar a morte, mas não tinha o direito de executar esse decreto.
Era, pois, necessário levar Jesus à presença do governador romano, a fim de que este confirmasse a sentença dos judeus.
Tanto no tribunal religioso como no civil, Jesus, embora condenado, deixa claro que os juízes eram culpados e que ele era inocente, mas prevaleceu o que era POLITICAMENTE CORRETO e não a VERDADE.
Baseados na exposição desse texto, vejamos porque a pressão da maioria prevalece sobre a verdade.
- A ARROGÂNCIA RELIGIOSA E A JUSTIÇA PRÓPRIA CONFRONTADA POR JESUS.
Pôncio Pilatos, o governador da Judeia, é introduzido na narrativa. Os homens da religião e da lei, por ciúmes e inveja, acusaram Jesus, já que não queriam PERDER A POPULARIDADE nem abrir mão do seu STATUS E PODER.
Os líderes judeus, movidos pela arrogância religiosa e por verem sua autojustiça ameaçados, deram um jeito de matar a Jesus.
Eles haviam se enriquecido por meio da religião e estavam mais interessados na glória pessoal do que na salvação. Como eles não tinham poder para matar ninguém (18.31), levaram Jesus ao governador Pilatos.
Logo que levaram Jesus ao pretório, Pilatos saiu para lhes falar e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? (18.29).
Os principais sacerdotes acusaram Jesus de muitas coisas (Mc 15.3) e com grande veemência (Lc 23.10).
Jesus, porém, ficou em silêncio e não abriu a boca. Há momentos em que o silêncio é mais eloquente do que as palavras, porque pode dizer coisas que as palavras não conseguem transmitir.
Durante as últimas horas de sua vida, em quatro ocasiões diferentes, Jesus “não abriu a boca”: na presença de Cadás (Mc 14.60,61), de Pilatos (Mc 15.4,5), de Herodes (Lc 23.9) e, novamente, de Pilatos (19.9).
Essa atitude falou mais alto do que qualquer palavra que ele pudesse ter dito. Esse silêncio se transformou em condenação dos seus acusadores, e era prova de sua identidade como o Messias.
Quais foram as acusações hipócritas contra Jesus?
- A hipocrisia arrogante dos acusadores.
Acusaram Jesus de malfeitor (18.30). Os acusadores inverteram a situação. Eles eram malfeitores, mas Jesus havia andado por toda a parte fazendo o bem (At 10.38).
Eles torceram todos os fatos contra Jesus, contando diferente, e dando um sentido diferente as palavras de Jesus.
Acusaram Jesus de insubordinação (Lc 23,2). Disseram a Pilatos que encontraram Jesus pervertendo a nação, vedando o pagamento de tributos a César e afirmando ser ele o Cristo, o rei.
Acusaram Jesus de agitador do povo (Lc 23.5,14). Eles afirmaram: Ele coloca o povo em alvoroço e ensina por toda a judeia, vindo desde a Galileia até aqui.
Acusaram Jesus de blasfêmia (19.7). Eles disseram a Pilatos que Jesus fazia a si mesmo Filho de Deus e, segundo a lei judaica, isso era blasfémia, um crime capital para os judeus.
Acusaram Jesus de sedição (19.12). Os judeus clamavam a Pilatos: Se soltares este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se declara rei é contra César. Por inveja, os judeus acusaram Jesus de sedição política.
Colocaram-no contra o Estado, contra Roma, contra César. Questionaram as suas motivações e a sua missão.
Acusaram-no de querer um trono, em lugar de abraçar uma cruz. A acusação contra Cristo é de que ele era o “rei dos judeus”.
Embora Jesus tenha admitido ser rei, explicou que o seu reino não era deste mundo, de forma que não constituía nenhum perigo para César em Roma.
Essa acusação foi pregada em sua cruz em três idiomas: hebraico, grego e latim (19.19,20). O hebraico é a língua da religião, o grego é a língua da filosofia e o latim é a língua da lei romana. Tanto a religião como a filosofia e a lei se uniram para condenar a Jesus.
- A hipocrisia da justiça própria dos acusadores (18.28). Os acusadores de Jesus não quiseram entrar no pretório romano para não se contaminarem e poderem comer livremente a Páscoa.
Eles estão preocupados em não transgredir rituais externos de purificação, mas não se apercebem que estão nutrindo o coração de mentiras, inveja e violência. Eles evitavam um mosquito, mas engoliam um camelo.
São como muitos crentes que estão preocupados em não ferir um princípio da Escritura, mas esquecem do amor e da submissão uns aos outros.
São como muitas igrejas, cheias de regras, mas não demonstram cuidado e amor uns com os outros.
- A hipocrisia covarde do julgador (18.29). Pilatos a esta altura já sabia de todos passos dos judeus, desde a prisão de Jesus e o julgamento do Sinédrio. Ele estava convencido de que a motivação dos judeus era inveja.
Por isso, sai do pretório para falar com os acusadores e pergunta-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? (18.29). As acusações dos judeus, conforme vimos anteriormente, eram todas falsas.
Os líderes hipocritamente respondes que se ele não fosse malfeitor eles não o trariam para ser condenado.
Pilatos então tenta uma transferência de responsabilidade (18.31). Sabendo que Jesus não era réu de morte, Pilatos o devolve aos judeus, recomendando que eles o julgassem conforme sua lei.
Mas os judeus não queriam para Jesus um julgamento justo; já haviam decidido por sua morte.
Por isso, respondem: Não nos é permitido executar ninguém. A pena capital aplicada pelos judeus era o apedrejamento, e nunca a crucificação.
Obviamente, os judeus não poderiam executar Jesus, pois, para se cumprirem as Escrituras, Jesus teria de ser crucificado, e só os romanos poderiam aplicar essa pena (18.32).
- PILATOS É CONFRONTADO PELA VERDADE SOBRE CRISTO.
Pilatos não é confrontado pela verdade da inocência de Cristo, mas principalmente pela verdade de quem Jesus realmente era.
A verdade o deixou tão inquieto, que ele fica desnorteado; que anda para lá e para cá o tempo todo. Ele sai e entrada, da sala de julgamento, para a multidão estava fora, isto varias vezes,
Pilatos é confrontado por três verdades acerca de Cristo.
- A realeza de Cristo (18.33-37). Pilatos está diante de Jesus.
Mesmo ultrajado e cheio de hematomas, pela crueldade como foi tratado pelo Sinédrio na noite anterior, Jesus é o rei dos reis, alguém maior do que César, cujo reino é eterno e cujos limites extrapolam o Império Romano.
Ele está diante do rei do universo, do criador de todas as coisas. Ele percebeu que Jesus era alguém muito especial. A realeza de Cristo o encantou.
- A divindade de Cristo (19.7-9). Os judeus disseram a Pilatos que Jesus devia morrer porque a si mesmo se fizera Filho de Deus. Pilatos tenta checar a informação com Jesus, que nada responde.
O silêncio de Jesus irrita Pilatos, pois este sente que se trata de um desacato à sua autoridade.
Jesus, porém, explica a Pilatos que sua autoridade não procedia de César nem de si mesmo, mas de Deus. Pilatos fica com medo.
Ele não está diante de um homem comum. Está diante daquele que é o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado. Os homens que julgam Jesus estão em irreconciliável conflito, mas Deus está no controle.
- O reino espiritual de Cristo (18.36, 37).
Jesus diz a Pilatos: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus.
Entretanto, o meu reino não é daqui (18.36). O reino de Cristo é o único que jamais será destruído. É reino eterno.
Todos os reinos do mundo vão passar. Os grandes impérios caíram. As grandes potências mundiais entraram em colapso.
Mas o reino de Cristo subsiste para sempre. Ninguém pode tomar o reino de Cristo por assalto. Ninguém pode destrui-lo por conspiração. Ele não pode ser derrotado por armas, bombas ou terrorismo.
Esse é o reino de Deus. Quem não fizer parte desse reino perecerá eternamente. Se você não nascer de novo, jamais poderá entrar no reino de Deus.
III. PILATOS É CONFRONTADO COM A INOCÊNCIA DE JESUS
Pilatos estava convicto da inocência de Jesus. Percebeu a intenção maldosa dos sacerdotes. Sabia que as acusações contra Jesus eram meramente para proteger a instituição religiosa, e não o trono de César.
O que faltou em Pilatos foi coragem para sustentar aquilo em que ele acreditava. Para compreendermos melhor esse fato, vamos recorrer aos demais evangelistas. Pilatos constatou a inocência de Jesus três vezes.
No início do julgamento. Quando o Sinédrio lhe levou o caso, Pilatos disse: Não acho culpa alguma neste homem (Lc 23.4).
No meio do julgamento. Quando Jesus voltou, depois de ter sido examinado por Herodes, Pilatos disse aos sacerdotes e ao povo:
Vós me apresentastes este homem como agitador do povo; mas, interrogando-o diante de vós, não achei nele culpa alguma naquilo de que o acusais; nem Herodes, pois o mandou de volta a nós. Ele não fez coisa alguma digna de morte (Lc 23.14-15).
No final do julgamento. Lucas nos informa que, pela terceira vez, Pilatos perguntou ao povo: Mas que mal ele fez? Não achei nele nenhuma culpa digna de morte. Eu o castigarei e o soltarei em seguida (Lc 23.22).
João registra com grande ênfase o DRAMA DA CONSCIÊNCIA vivenciado por Pilatos nesse julgamento.
Depois de interrogar Jesus em três ocasiões distintas, Pilatos confessa aos judeus: Não vejo nele crime algum (18.38; 19.4; 19.6). Chegou um momento em que Pilatos temeu (19.8) e até procurou soltar Jesus (19.12),
- PILATOS TENTA ACALMAR SUA CONSCIÊNCIA.
Pilatos estava plenamente convencido de duas coisas: a inocência de Jesus e a inveja dos judeus (Mc 15.10).
Mas, por covardia e conveniência política, abafou a voz da consciência e condenou Jesus; antes, porém, fez várias tentativas evasivas.
- Pilatos tentou deixar o caso de Jesus nas mãos dos outros (18.31).
Pilatos tentou deixar o caso de Jesus nas mãos dos judeus. Por duas vezes, Pilatos tentou delegar aos judeus a decisão sobre o destino de Jesus.
Na primeira vez, logo que trouxeram Jesus a Pilatos, ele lhes disse: Levai-o convosco e julgai-o segundo a vossa lei.
Mas os judeus disseram: Não nos é permitido executar ninguém (18.31).
Na segunda vez, Pilatos disse, AINDA MAIS DESESPERADO: Levai-o e crucificai-o vós.
Eu não vejo nele crime algum (19.6), Pilatos quer deixar a sua decisão nas mãos dos outros. Mas essa decisão era dele. E essa decisão é também nossa.
Nós não podemos deixar a decisão de seguir fielmente a Cristo na mão de outras pessoas.
Os cônjuges, não podem esperar a decisão do outro, nem os filhos dos pais, todos devem individualmente decidir.
- Pilotos tentou transferir a responsabilidade enviando Jesus a Herodes (Lc 23.5-12). Pilatos tenta mais uma vez se esquivar e, ao saber que Jesus era da Galileia, jurisdição de Herodes, o remete à sua autoridade.
Pilatos quer ficar livre de Jesus, pois ninguém vive bem com uma consciência culpada. Então Jesus é levado a Herodes, mas não abre a boca; e, então, Jesus é novamente levado à presença de Pilatos (Lc 23.5-12).
- Pilatos tentou se esquivar com uma pergunta filosófica: O que é a verdade? (Jo 18:37-38).
Pilatos tentou acalmar sua consciência, apelando para a filosofia. Este tem sido um método muito comum; que as pessoas usam para acalmar suas consciências.
Elas precisam de justificativas, filosóficas para justificar o tipo de vida que levam, e porque decidiram viver assim.
O cinismo da visão do pós-modernismo decidiu que não há verdade absoluta. Os agnósticos dizem se existe verdade ela não pode ser conhecida. Quanto menos absolutos, menor nossa responsabilidade de prestar contas.
Jesus diz quem é da verdade ouve a sua voz (18.37). Se você não está ouvindo a voz de Cristo revelada nas páginas da Sagrada Escritura, você não conhece a verdade. Eu não sei o que você sabe, mas você não sabe a verdade.
Você pode conhecer a verdade sobre certas coisas temporais, mas não sabe a verdade que importa, e essa é a verdade sobre as coisas eternas.
“Todos, todos, todos os que são da verdade, ouvem a Minha voz”, e quando você começa a ouvir a voz Dele, esse é o fim da busca, você foi libertado da busca por uma verdade conveniente. A verdade de Deus, mostra as coisas como elas realmente são.
- Pilatos tentou descartar Jesus com meias medidas (Lc 23.16,22). Pilatos disse aos judeus: Eu o castigarei e o soltarei em seguida.
Eu vou castiga-lo, e vocês ficaram satisfeitos. Ele estava usando meias medidas, para não tomar a decisão correta.
Nesse castigo a vítima era despida e amarrada a uma estaca para depois ser golpeada por diversos torturadores, até que eles ficassem exaustos ou seus comandantes os mandassem parar.
Pilatos revela-se ao mesmo tempo cruel, açoitando o inocente, e também covarde, querendo agradar à multidão punindo o inocente. Pilatos repetidamente afirmou a inocência de Jesus (18.38; 19.6; 19.9).
Seu problema era falta de coragem para sustentar aquilo em que acreditava. Ele queria agradar ao povo, com medo de um motim.
Pilatos não perguntou: “Isso é certo?” “isso é verdade”? Em vez disso, perguntou: “Isso é seguro? Isso é popular?” “isso dá certo”?
Pilatos agiu contra a lei romana, pois, se Jesus era inocente, tinha de ser imediatamente solto, e não primeiramente açoitado. O açoite romano era algo terrível.
O réu era atado e dobrado de tal maneira que suas costas ficavam expostas. O chicote era uma larga tira de couro, com pedaços de ferro e ossos nas pontas. Por esses açoites, a vítima tinha seu corpo rasgado; às vezes, um olho chegava a ser arrancado.
- F Bruce diz que esses açoites transformavam o corpo da vítima em massa sangrenta.” Alguns morriam durante os próprios açoites, e outros ficavam loucos. Poucos eram os que suportavam o castigo sem desmaiar.
Foi isso o que fizeram com Jesus. A flagelação romana era executada de maneira bárbara. O delinquente era desnudado, amarrado a uma estaca ou coluna, e chicoteado por vários carrascos.
O suplício de Jesus nos ajuda a entender Isaías 53.5: Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas maldades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por seus ferimentos fomos sarados.
Pilatos, estava tentando resolver seus problemas de consciência. Ele ordenou esse açoitamento, mas para evitar a necessidade de sentenciar Jesus de ser crucificado (19.12).
- Pilatos tentou se esquivar, apelando para compaixão (19.1-3).
Pilatos tenta agora uma nova abordagem: a COMPAIXÃO. Jesus é acoitado, colocam nele uma coroa de espinho cravada na carne.
Ventem-no de roupas de purpuras, e leva diante da multidão, e diz: (19.3) quero que saibam que não acho nele culpa alguma.
Pilatos pensou que se as pessoas vissem o sofrimento de Jesus, elas teriam naturalmente compaixão. Ele cria tanto nisso, que ele insiste duas vezes com a multidão, porém sem sucesso algum.
Pilas diz na segunda vez: Eis aqui o homem (19.5); ou seja; veja esse pobre homem, tenham piedade dele e me deixem libertá-lo. Foi uma tentativa nobre mas não funcionou.
Isto prova que é preciso mais que emoções para levar o pecador à salvação. A ideia que um teatro, ou um filme sobre os sofrimentos de jesus toca o coração das pessoas é absurda.
Pois se existe uma multidão que poderia ser converter com um teatro era aquela. A cruz é muito mais que sofrimento. Ele mostra a justiça de Deus que precisa ser satisfeita por causa dos nossos pecados.
Não somos salvos por sentir pena de Jesus, mas quando nos arrependemos dos nossos pecados e cremos nele. Se não for assim, tudo não passa de uma grande encenação.
- Pilatos tenta se isentar apelando para o senso moral (18.38-40).
Mais uma vez, Pilatos quis se esquivar de sua responsabilidade. Ele era homem acostumado a tomar decisões. Era um governador perspicaz e muito inteligente. E queria soltar Jesus.
Então, lembrou-se de uma prática costumeira: a soltura de um prisioneiro na época da Páscoa, Lembrou-se do pior homem que tinha preso, Barrabás.
Pilatos tentou fazer a coisa certa (soltar Jesus), pela forma errada (a escolha da multidão). É impossível explicar como uma multidão escolhe seus heróis.
Pilatos estava tão disposto a libertar Jesus, que ele Propôs anistiar o pior prisioneiro e criminoso, que com certeza, pelo caráter moral e religioso do povo judeu, eles jamais iriam preferi-lo.
Pilatos estava certo; esperando que a multidão escolhesse o “inofensivo” Jesus, mas o povo preferiu um Barrabás, um corrupto e ladrão; assassino, um guerrilheiro perigoso (18.38-40); era um homicida e tumultuador (Mc 15.7), um preso muito conhecido e odiado (Mt 27.16), um ladrão perigoso e ameaçador (18.40).
A escolha da multidão por Barrabás revela as escolhas do ser humano sem Deus: ilegalidade em lugar da lei; guerra em lugar de paz; ódio e violência em lugar de amor.
A situação de Pilatos ficava ainda mais grave. Ele era um homem prisioneiro da sua consciência. Refém do medo e da culpa.
- Pilatos tenta isentar-se, procurando soltar Jesus (19.12). Mesmo a multidão escolhendo Barrabás, Pilatos tenta soltar Jesus. Mesmo com todas as tentativas fracassadas ele ainda é o governador e tem o poder de decidir.
Pilatos sabe que Jesus é inocente. Sabe que as acusações contra ele são falsas e motivadas pela inveja. João relata que Pilatos, ao tomar consciência de que Jesus era o Filho de Deus, procurou soltá-lo (19.12).
As duas acusações contra Jesus eram gravíssimas, pois a primeira delas, a alegação de ser o rei dos judeus, era uma transgressão capital da lei romana.
E, a segunda, a alegação de ser Filho de Deus, exigia a aplicação de pena máxima pela lei dos judeus, Pilatos está encurralado.
A multidão como vampiros, quando viram sangue, sentiram o apetite aguçado e passaram a uivar por mais sangue ainda: Crucifica-o! Crucifica-o!
Pilatos faz a última pergunta cheia de tristeza: Crucificarei o vosso rei? Os principais sacerdotes responderam: Não temos rei, a não ser César.
Eles são agora capazes de se apostatarem de sua fé, e das esperanças messiânicas e desprezar a Deus, para adorarem a Cezar.
Eles são capazes de tudo, e ganharam a questão, conseguindo a morte de Jesus, mas tal sucesso marca o desastre e sela a condenação de uma raça.
Chega-se ao ponto culminante de incredulidade dos judeus, em toda a história desse povo. Esse foi o maior de todos os seus pecados.
- Pilatos finalmente, esquiva-se da sua decisão, lavando as mãos (Mt 27.24). Manda trazer uma bacia com água e lava as mãos, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem (Mt 27.24).
Ele está tentando acalmar sua consciência afirmando sua inocência. Pilatos tenta jogar sobre os judeus a responsabilidade de sua covardia.
Nem toda a água do oceano poderia lavar suas mãos. Elas estão sujas de sangue. A tradição diz que Pilatos passou a vida toda com PARANOIA de lavar as mãos.
Muitos crentes tem a mania de usar a expressão “eu lavo as minhas mãos”, tentando afirmar sua inocência, mas não devemos nos esquecer, que podemos estar na verdade estamos ainda mais nos tornando culpado.
- PILATOS CEDE, ENTREGANDO JESUS PARA SER CRUCIFICADO
Embora Pilatos considerasse Jesus inocente de qualquer crime, sucumbiu à pressão da multidão e entregou Jesus para ser crucificado. Porque?
- A conveniência falou mais alto do que a consciência (19.12).
Os judeus disseram a Pilatos: Se soltares este homem, não és amigo de César Todo aquele que se declara rei é contra César. A posição política falou mais alto que a voz da consciência.
As vantagens do mundo prevaleceram sobre as vantagens do céu. Pilatos condenou Cristo para não perder os favores de Roma. Ele amou mais a gloria do mundo do que a gloria de Deus.
Um imperador romano (titulo= Cesar) governava com poder pessoal absoluto. A sobrevivência de uma pessoa dependia do favor ou da ira do imperador romano.
Isso se aplicava especialmente sob Tibério, sucessor de Augusto, que se tornara cada vez mais um homem desconfiado, medroso e por isso cruel.
Provocar qualquer suspeita desse César representava risco de vida. Pilatos tinha o título honorífico oficial de “amigo de César” e, por consequência, contava com a benevolência do imperador.
No entanto, os sacerdotes de Jerusalém também tinham seus contatos em Roma.
Um relato bem preparado sobre Pilatos, que simplesmente tivesse deixado escapar de suas mãos um flagrante rebelde e inimigo do imperador, poderia provocar toda a suspeita de Tibério e fazer daquele que até então era “AMIGO DE CÉSAR” alguém que perderia a posição e a vida.
O que os sumos sacerdotes disseram a Pilatos podia ser tudo, menos uma ameaça vazia.
Para executar Jesus, as autoridades judaicas se fingiram de súditos de César mais leais que o odiado oficial romano Pilatos.
Eles usam de hipocrisia e blasfêmia, ao declararem: Não temos rei, a não ser César.
Era conveniente entregar Jesus à morte do que perder privilégio e a admiração das pessoas.
Numa sociedade onde a busca pelo reconhecimento e pela APROVAÇÃO ALHEIA é um ídolo, a consciência tem pouca importância.
E é assim que Pilatos opta por fazer o que é “politicamente correto”, mesmo que seja moralmente errado.
Pilatos decide agir por conveniência, entregando Jesus aos que clamam por Seu sangue.
- Ele não suportou a pressão da multidão (19.12).
Alguns ramos do cristianismo, já até canonizou Pilatos como “santo”, devido a todo o esforço para livrar Jesus da morte.
Pilatos fez tudo quanto pode para tentar convencer a multidão a livrar Jesus da morte, só não a única coisa que era certa, CRER EM JESUS. Esta decisão selava sua morte com a de Cristo.
Outra verdade que não pode escapar, Jesus fez de tudo para que Pilatos de convertesse, mas ele não decidiu crer em Jesus.
Então Pilatos entregou Jesus por que era fraco moralmente e um covarde. Alguém definiu a “covardia” como saber o que é certo e não fazer.
Ele queria uma decisão que agradasse a todos. Pilatos se tornou refém da ditadura do politicamente correto.
E o politicamente correto, é uma fuga para não se encarar as verdades dos fatos. E o medo da opinião pública, o medo de ser acusado de discurso de ódio.
Veja o papel da multidão.
O clamor da multidão (Lc 23.23). O clamor da multidão prevaleceu sobre a verdade da inocência.
O pedido da multidão (Lc 23.24), jogou por terra o direito a um julgamento justo. A multidão como sempre é manipulada pelos líderes políticos.
A vontade da multidão (Lc 23.25) prevaleceu sobre a verdade dos fatos, a opinião da maioria venceu, e a maioria nem sempre está com a razão. Pilatos tinha medo da multidão.
A pressão da multidão (19.12). As constantes pressões da multidão: Se soltares este homem, não és amigo de César.
Os cristãos precisam estar consciente da importância de agradar a Deus, e não aos homens.
Não há como agradar a ambos, devemos fazer nossa escolha, ou vamos agradar a Deus e desagradar os homens; ou agradar os homens e desagradar a Deus.
CONCLUSÃO. Um grande matemático disse uma vez que não estava preocupado com assuntos espirituais até que viu vividamente as duas magnitudes da vida – a BREVIDADE DO TEMPO E A VASTIDÃO DA ETERNIDADE. Quando essa verdade chegou a seu lar, ele se tornou um dedicado discípulo de Jesus Cristo.
Se Pilatos tivesse considerado essas duas realidades, ele não teria condenado Jesus a morrer na cruz. Ele sabia que o Salvador era inocente do acusado contra ele.
Ele até teve um sentimento desconfortável de que Jesus não era apenas um homem comum.
Mas seu desejo de manter seu alto posto no governo era maior do que sua determinação de fazer o que era certo.
Na verdade, ele obteve pouco benefício terrestre de sua decisão.
O pai da igreja, Eusébio, citando historiadores gregos, disse que Pilatos caiu em desgraça com seus superiores e cometeu suicídio antes de 40 dC – menos de dez anos depois de seu fatídico decreto.
Já que não temos indicação de que ele jamais se arrependeu de seu pecado e confiou em Cristo como seu Salvador pessoal, devemos supor que ele morreu em uma condição perdida e sem esperança.
Ele não contava com a “falta de tempo e a vastidão da eternidade”. Considere isto?
Você pode rejeitar a Cristo porque Ele ameaça seu orgulho religioso e justiça própria.
Você pode rejeitar a Cristo porque, enquanto você não tem nada contra Ele, segui-lo lhe custaria sua carreira.
Você pode rejeitar a Cristo porque está vivendo bons momentos e é indiferente quanto à eternidade.
[1] http://sljinstitute.net/gospel-of-john/pilate-and-jesus-christ/