Sermão Nº 25 – Tenha bom ânimo. Referência: João 16. 1-33

INTRODUÇÃO:  John Rroert J. Morgan escreve assim: Para mim, o mais difícil de desenvolver uma série de sermões ou escrever um livro é encontrar o título certo.

Às vezes, vejo o título do livro ou sermão de outra pessoa e digo a mim mesmo: “Eu gostaria de ter pensado nisso. Por que não pensei nisso?

”É claro que muitas vezes leio o livro ou ouço o sermão e chego à conclusão de que o título era a melhor coisa. Deixe-me dar alguns exemplos.

Aqui estão alguns grandes títulos de livros. Na verdade, não estou recomendando esses livros, porque suspeito que eles talvez não cumpram seus títulos. E ainda acho que os títulos são inspiradores.

Estes são os títulos de cinco livros populares de autoajuda:

  • Tempos difíceis nunca duram, mas pessoas resistentes duram.
  • Atravesse o que você está passando.
  • O poder do pensamento positivo.
  • Não se preocupe com coisas pequenas.
  • Quando você está prestes a nada, Deus está pronto para fazer algo.

Eu gosto desses títulos. Bem, qualquer um deles poderia resumir a passagem da Escritura que estamos chegando hoje.

Todos eles resumem o que Jesus Cristo tinha a dizer em suas últimas horas de liberdade com seus onze discípulos remanescentes, enquanto falava com eles em seu discurso no cenáculo.

Agora, embora Jesus tenha sido positivo nesses capítulos do Evangelho de João, Ele também foi realista. Ele foi sincero. Ele sabia o que estava à frente para Seus discípulos e sabia o que estava à frente para Si mesmo.

Ele disse a Seus homens que esperassem tribulações neste mundo, que eles seriam perseguidos e que até mesmo O negariam. No entanto, seu tom geral era progressivo, positivo e cheio de paz.

Ele disse a eles que, embora enfrentassem tempos difíceis, os tempos difíceis nunca duram, mas as pessoas resistentes enfrentam dificuldades.

Ele lhes disse como passar pelo que eles estavam passando.

Ele lhes disse para não suar a camisa com as coisas pequenas, mas para se concentrar nas coisas acima.

Ele lhes falou sobre o poder e a paz de Seus pensamentos positivos. Ele queria que eles soubessem que quando estamos reduzidos a nada, Deus está preparado para alguma coisa.

Então hoje eu gostaria que estudássemos essa passagem da Escritura juntos, enfatizando o poder do Espirito Santo no mundo, que não é nada encorajador e na vida dos crentes; E Jesus nos dá vários encorajamentos positivos, para que tenhamos bom animo.

  1. O PODER DESALENTADOR NO MUNDO (16.1-11)

Jesus comunica mais uma vez sua partida para junto do pai, que o envio (16.5). Essa informação de sua partida tornou-se a principal causa da tristeza de seus discípulos (16.6).

Jesus, porém, alerta-os sobre a necessidade de ir e até tranquiliza dizendo que é melhor ele partir, porque dessa forma o Espirito Santo consolador viria sobre eles.

Jesus deixa claro que antes do Espirito Santo descer, ele próprio precisa subir. O pentecostes somente poderia acontecer depois da sexta feita da paixão.

Apenas a ida de Jesus para a cruz para o trono do pai tornou possível a vinda do Espirito Santo Consolador para seus discípulos. Dessa maneira a saída de Jesus não representa alegria para si mesmo (14.28), mas também ajuda para seus discípulos.

Jesus já havia dito a seus discípulos que sua partida tinha o propósito de preparar-lhes lugar (14.2), capacita-los a fazer obras maiores (14.12), dar-lhes maior conhecimento (14.20), e chegar mais perto deles, no Espirito (14.28).

A ênfase desse parágrafo, entretanto, é sobre a obra e poder do Espirito Santo no mundo.

Três verdades aqui são enfatizadas.

  1. O poder do desalento (16.8,9). E quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado […] porque não creem em mim.

A palavra[1] “convencer” aqui, é melhor entendida, como “condenar”, “reprovar”, “provar a culpa”.

Aqui o trabalho do Espirito não é produzir convicção de pecado, que leva a fé e ao arrependimento; mas revelar a falta de fé nas obras do Filho de Deus. Não é essa atividade do Espirito Santo que está em tela aqui.

O maior pecado das pessoas hostis a Deus, que as condena para sempre, não são simplesmente seus desvios teológicos nem seus devaneios morais, mas sua resistente incredulidade, a respeito de toda verdade que tenham ouvido e de todas as obras de Deus que tenham visto.

Não faltaram ao mundo evidências eloquentes de que Jesus é o enviado de Deus para sua salvação; nada obstante o mundo rejeitou Cristo por causa da sua culpável incredulidade.

Como Cristo é bom santo e puro; rejeitá-lo é reconhecer-se culpado do crime de se opor a bondade, a santidade, a pureza e o amor. Diante de Cristo apresentado na pregação, o caráter das pessoas se define. Jesus é a sua pedra de toque.

O Espirito ao mundo, dá testemunho de que o Jesus que foi rejeitado, condenado e morto pelo mundo foi recompensado e exaltado por Deus.

O fato de ele ser rejeitado, condenado e executado, expressou com clara violência a recusa do mundo em crer nele; essa incredulidade agora é exposta como pecado.

O mundo tem sua concepção de pecado e considera Jesus um pecador ímpio que merece a morte de um criminoso.

O mundo também rejeita suas testemunhas e seus mensageiros como culpados que precisam ser perseguidos e exterminados (At .9.21).

O Espirito Santo, porém, convencerá as pessoas de que pelo contrário, precisamente essa incredulidade diante de Jesus é um pecado verdadeiro e crucial.

O único pecado em que as pessoas se perdem definitivamente é a incredulidade, a rejeição passiva ou ativa; daquele que trouxe o amor salvador de Deus até nós.

A rejeição ativa é a oposição resoluta e convicta de desprezar a pregação do evangelho, como não sendo a verdade.

A rejeição passiva é aquela em que as pessoas acreditam, mas essa fé não produz uma vida de arrependimento e santidade.

Seria uma vida de pecado que vive resistindo ao Espirito Santo. Um crente pode deliberadamente escolher viver na pratica do pecado.

Seria uma espécie de ateísmo pratico, acreditar que Deus existe e viver com se ele não existisse.

  1. O poder do desespero. (16.8,10). […] convencera o mundo […] da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais.

A justiça de Deus foi plenamente manifestada ao mundo no sacrifício de Cristo na cruz.

Ao se tornar nosso substituto e morrer em nosso lugar, ele cumpriu por nós cabalmente todas as demandas da lei e satisfez todos os reclamos da justiça divina.

O Espírito Santo vem ao mundo para convencer o mundo dessa verdade. Por sua ressurreição e ascensão.

Jesus provou ser um homem justo, e tudo quanto afirmou de si, com relação à divindade, foi dado como justo ou autêntico.

A ressurreição e a ascensão de Jesus ainda hoje são o fundamento sobre o qual o Espirito Santo convence o mundo de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus.

O Espirito Santo vai mostrar ao mundo suas pretensões de autojustiça, e que suas obras são más (3.19-21; 7.7; 15.22,24), e o que resta é só o desespero, pois Deus não aceita a hipocrisia.

Mas agora, como Jesus está indo, essa obra de desmascarar as verdadeiras intenções do mundo continuará através do Paracleto. Mostrando que as obras do mundo são trevas e não luz.

O mundo vive em trevas moral e espiritual e não há esperança alguma, pois rejeitaram a luz verdadeira que veio para iluminar.

  1. O poder do julgamento (16.8,11). […] convencerá o mundo […] do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado.

A morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo são o julgamento legal e a derrota definitiva do diabo, o príncipe deste mundo. Jesus triunfou sobre ele na cruz. Despojou-o, venceu-o e esmagou sua cabeça.

Ao pé da cruz, o diabo arregimentou as forças todas de que dispunha. E ali foi derrotado para sempre. Sua condenação foi decidida, e sua sentença foi declarada.

Cada vez que Cristo é proclamado na pregação, sob o poder do Espirito Santo, Satanás sofre mais uma perda, e cada alma salva é nova prova de que o diabo está “julgado”.

Em resumo, temos aí o pecado do mundo, a justiça de Cristo e o julgamento de Satanás, tudo provado pelo Espirito Santo sobre a base da rejeição de Cristo, de seu triunfo na cruz e de sua ressurreição.

Esses grandes fatos, quando apresentados por testemunhas, sob o poder do Espirito Santo, são infalíveis no convencimento do mundo.

O primeiro e grande cumprimento dessa promessa ocorreu no dia de Pentecostes, quando Pedro, cheio do Espirito Santo, apresentou essas provas, e cerca de três mil pessoas foram convencidas de seus pecados, convertidas a Cristo e salvas.

  1. A PODER ENCORAJADOR NOS CRENTES (16.12-15)

Jesus tem plena consciência de que as demais coisas reservadas para seus discípulos eles não conseguem alcançar ainda (16.12).

Só quando Jesus ressuscitar e os discípulos receberem o Espírito Santo, as coisas ficarão claras para o coração deles.

Jesus destaca duas obras do Espírito Santo em relação aos crentes.

  1. O poder do magistério (16.13). O Espírito Santo é o Espírito da verdade e ele ensina toda a verdade. Jesus é a verdade (14.6), e a Palavra de Deus é a verdade (17.17).

Portanto, tudo o que Espírito Santo ensina está coerentemente alinhado com a pessoa e obra de Cristo e com as Sagradas Escrituras.  O Espirito Santo é o professor por excelência da Escritura.

Quem guia a igreja na verdade doutrinaria é o Espirito Santo, através dos apóstolos no início, e agora pelos mestres piedosos do nosso tempo.

Não podemos atribuir ao Espirito Santo nenhuma experiência ou pratica, que destoam dos Ensinamentos da Escritura e de toda a interpretação doutrinaria e piedosa da igreja ao longo dos séculos.

Foi o trabalho de magistério do Espirito Santo que mostrou a igreja ao longo dos séculos “toda verdade” no meio das controvérsias doutrinas.

Foi a obra do Magistério do Espirito Santo que inspirou e preservou todos os livros que fazem parte da Bíblia. Foi ele quem rejeitou alguns e colocou outros, operando através dos nossos primeiros pais.

  1. O poder da exaltação. (16.14,15). Alguém comparou o Espirito Santo a um holofote; que é uma luz cuja finalidade é iluminar não a si mesma, mas um alvo específico.

O trabalho do Espirito Santo é exaltar a Cristo O Espírito Santo não vem para glorificar a si mesmo, mas para glorificar Jesus.

O Espirito Santo é o “alter ego”, “o outro eu”, o substituto perfeito, cuja obra glorificará a Cristo e o tornará conhecido.

O poder do Espirito Santo na vida dos crentes e na pregação poderosa do evangelho, glorificará a Cristo.

Por isso Jesus deu ênfase no “batismo com o Espirito Santo” (Lucas 24:45-49) [pg 290 Biblia: McCheyne).

“Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos;

E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas”.

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Atos 1.1-8. (pg.19 Bíblia McCheyne)

“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.

E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.

Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.

Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.

Todo enchimento do Espirito Santo e todo dom Espiritual, toda obra miraculosa, toda obra de conversão, tem o alvo final a gloria de Deus.

Uma vida cristocêntrica (onde Cristo é o centro) é o resultado do enchimento do Espirito Santo, em todas as áreas da nossa vida, produzindo um viver santo que glorificará a DEUS.

O Espírito Santo, trabalha na iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (2Co 4.6). O Filho não deseja ter outra glorificação além dessa. Quando a glória de Deus for vista em sua face, então o Filho estará maravilhosamente glorificado.”

  1. O poder da perspectiva (João 16.17-19)

O primeiro encorajamento usado pelo Espirito Santo é o poder da perspectiva, e a chave para entender este parágrafo é notar a frase “daqui a pouco”.

Veja o versículo 16: Jesus prosseguiu, dizendo: “Daqui a pouco, nunca mais Me verás e, daqui a pouco, ver-me-eis”.

Os discípulos estão sem entender, e começa um diálogo, o que quer dizer “daqui um pouco”? essa expressão aparece 7 vezes nestes 4 versículos.

Jesus está falando mais especificamente dos três dias da sua morte, seguida da ressurreição. Mas também creio que Ele está falando para todos nós e se referindo à quantidade de tempo que irá decorrer até que possamos ver o Seu rosto.

Daqui a pouco você verá a mim. Essa é a mensagem que Jesus está enviando para nós agora: daqui a pouco você verá a mim. E é nessa perfectiva que vocês devem viver; isto deve encorajar vocês.

Essa é a perpectiva que o Espirito usa para nos encorajar em toda a Bíblia. Paulo escreve aos Hebreus: 10.37 “Porque ainda um pouquinho (poucochinho) de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará”.

E o justo vive nessa esperança. Olhando a vida na perspectiva da eternidade.

Seja qual for o problema que você enfrenta, é só por pouco tempo. Seja qual for a sua separação, é só por pouco tempo.

Jesus disse: “daqui a pouco você não me verá, mas daqui a pouco você verá a mim”. Há um tremendo poder para o povo de Deus em “pouco tempo”.

Esse é o poder da perspectiva. Essa é a perspectiva de Deus. Um pouco de tempo é o tempo todo que Deus precisa. Ele pode fazer coisas notáveis ​​daqui a pouco.

  1. O poder da alegria (16.20-22)

Depois de enfatizar que o Espírito Santo irá encoraja-los, isso vai conduzi-los ao poder do louvor e do regozijo. Jesus passa a falar a respeito da transformação que sua ressurreição produzirá na vida deles.

Jesus está dizendo: Você vai sofrer, mas sua dor se transformará em alegria.

Uma mulher que dá à luz uma criança sente dor porque a hora dela chegou; mas quando o bebê nasce ela esquece a angústia por causa de sua alegria que uma criança nasce no mundo.

Então, com você: Agora é o seu tempo de tristeza, mas eu vou vê-lo novamente e você vai se alegrar, e ninguém vai tirar a sua alegria

Ele estava prevendo a montanha-russa de emoções que eles estavam prestes a enfrentar – o horror de Sua crucificação e a exuberância de Sua ressurreição

Os versos aqui no Discurso do Cenáculo são alguns dos melhores sobre alegria. É incrível que na noite em que Ele foi traído, na noite em que os discípulos foram tomados por pressentimentos.

Quando a escuridão e a ansiedade estavam no ar, quando os soldados romanos estavam a caminho para prende-lo.

Quando a cruz estava a poucas horas de distância, quando Satanás estava a ronda – nesta noite, Jesus tinha muito a dizer sobre a natureza da alegria.

“Eu vos disse isto para que a minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja completa (João 15:11).

“Você vai sofrer, mas sua dor se transformará em alegria” (Jo 16:20 ).

“Sua alegria será maior do que a alegria de uma nova mãe segurando seu bebê” (16:21).

“Eu te verei novamente e você se alegrará e … Ninguém vai tirar a sua alegria (Jo 16:22).

“Sua alegria será completa (16:24).

“Você terá toda a medida da Minha alegria dentro de você”. (17:13).

Quando descobrimos o poder do encorajamento, do regozijo; e do poder da alegria, ocorre verdadeiramente uma alteração de personalidade.

Pois está baseado na ressurreição de Jesus Cristo. Por causa da ressurreição de Cristo, temos alegria que é completa, dor que é transformada em alegria, a medida plena da alegria de Jesus dentro de nós.

  1. O poder da Oração (16.23-28).

Jesus está ensinando o a grande importância da oração. Nas últimas palavras aos seus discípulos ele vai enfatizar a centralidade da oração na vida do crente.

Ele ensina (14,12-14; 15.7,16) no capitulo 17.1-26; ele faz a oração sacerdotal. Veja o destaque que Jesus está dando a oração, tanto no ensino e na prática. Ele ensina que a oração é a fonte de bênçãos, alegria e compreensão espiritual (16.23-28).

Sua partida para o Pai não os deixará mais pobres, porém mais ricos, pois ele irá para o Pai, enviará sobre eles o Espírito Santo e, junto ao trono da graça, intercederá por eles, como sumo sacerdote e advogado. Jesus diz a eles que o Pai os ouvirá e, em seu nome, lhes suprirá todas as necessidades.

Destacamos aqui três pontos.

(a) A oração é uma fonte de comunhão trina.

No discurso do Cenáculo as três pessoas da trindade são destacadas no nosso relacionamento divino. O pai, o Filho e o Espirito Santo.

A Trindade é o aspecto mais singular da verdade cristã. O Dr. Henry Morris chama isso de “indubitavelmente a mais distinta doutrina da fé cristã”.

Essa doutrina diferencia o Cristianismo de todas as outras religiões, sistemas de fé, seitas e filosofias. A Trindade está no coração de quem Deus é, e as grandes doutrinas de Cristo e da expiação fluem de um entendimento correto da Trindade.

Os cristãos são as únicas pessoas no mundo que acreditam que existe um Deus que existe eternamente em três pessoas. É isso que nos diferencia dos judeus, dos mórmons, dos muçulmanos, dos ateus e das Testemunhas de Jeová.

Se existe uma única doutrina ou verdade que torna o cristão superior e único de todas as outras religiões e filosofias na terra, é a doutrina da Trindade.

A oração nos ajuda a treinar a pensar muitas vezes na Trindade. Muitos de nós temos páginas no Facebook. Sabemos quantos amigos temos e sabemos quando comentam sobre nosso status.

Às vezes olhamos todos os dias para ver se alguém fez um comentário. Mas na página do Facebook da alma, nós só precisamos de três amigos – e devemos nos tornar tão conscientes deles – mais ainda; do que todos os nossos outros amigos juntos. Precisamos aprender a praticar sua presença. Nós temos três amigos especiais.

A explicação[2] mais simples para a Trindade que eu já vi foi: “A Trindade é: Deus Acima, Deus ao Lado, Deus no Interior. Nós temos um Pai que é Deus acima de nós. Nós temos um Salvador que é Deus ao nosso lado. Nós temos um Espírito que é Deus dentro de nós”.

“A Trindade … responde às necessidades mais profundas do coração humano, oferecendo uma profundidade de espiritualidade desconhecida em qualquer outra religião”.

(b) A oração é uma fonte de bênção (16.23). Jesus está ensinando que nós podemos orar sobre qualquer assunto. Que podemos pedir tudo o que queremos a Deus.

Isso implica que devemos transformar tudo num motivo de oração. Se não receber alguma coisa, é porque pedimos mal, ou deixamos de orar.

O apostolo Paulo diz que não devemos andar ansiosos por coisa alguma, antes TODAS AS NOSSAS NECESSIDADES devem ser colocadas diante de Deus, pela oração, suplica e ações de graças (Fp 4.6).

Toda a oração deve ser conduzida pelo Espirito santo, endereçada ao Pai, e feita em nome de Jesus, de acordo com sua vontade.

Toda oração será respondida, segundo a soberana; agradável e perfeita vontade de Deus. Por isso tudo o que fazemos deve ser conduzido em oração. A oração é um estilo de vida: “orando em todo o tempo” (Ef 5.18).

(c) A oração é uma fonte de alegria (16.24). Jesus diz que, a partir de agora, uma vez que ele vai para o Pai, os discípulos devem orar em seu nome e, ao fazê-lo, serão atendidos para que a alegria deles seja completa.

A proporção que vamos vendo Deus respondendo nossas orações, nosso coração vai se enchendo de gozo.

O relacionamento com Deus por meio da oração produz muita alegria. Por isso é valido a máxima: “ou estamos orando ou estamos ansiosos”.

A oração não é apenas um instrumento para nos alegrar com o que recebemos ou que pedimos, mas tampem uma fonte de alegria ainda maior, pois, melhor do que a dádiva de Deus, é a comunhão deleitosa com ele. A alegria em Deus é melhor do que a dádiva de Deus.

  1. O poder da presença (31-32).

Isso leva ao próximo elemento a superar tempos difíceis o poder da presença, a presença de Deus.

O versículo 31-32 diz: “Você crê agora?” Jesus respondeu. “Um tempo está chegando e de fato chegou quando você será espalhado, cada um para sua própria casa. Você vai me deixar sozinho. Todavia não estou só, porque o meu Pai está comigo. ”

Toda vez que leio isso, penso na afirmação muito semelhante que o apóstolo Paulo fez no final de sua vida, conforme descrito em 2 Timóteo 4: 16-17. Descrevendo seu julgamento perante o imperador romano, Paulo disse:

“Na minha primeira defesa, ninguém veio ao meu apoio, mas todos me abandonaram. Não pode ser segurado contra eles. Mas o Senhor ficou ao meu lado e me deu força ”.

Às vezes é bom aprender uma nova palavra ou uma nova frase, então deixe-me dar uma. É a frase latina CORAM DEO. A palavra Coram é latim para antes. E Deo significa Deus.

Coram Deo é uma frase que significa viver diante de Deus, viver em Sua presença, viver sob Sua autoridade, reconhecer que, onde quer que estejamos, Ele está lá – e assim estamos em solo sagrado.

Jesus estava vivendo Coram Deo no Cenáculo. Paulo estava vivendo Coram Deo na cela da prisão. Na escuridão da noite, quando todos abandonaram Jesus, o Pai estava lá.

Na intimidação da corte imperial, quando todos abandonaram Paulo, o Senhor estava presente. A verdadeira vida cristã – a verdadeira espiritualidade – é encontrada no vivo Coram Deo, na presença constante do Senhor

  1. O poder da paz (v.33 )

E isso leva ao encorajamento final que Jesus ofereceu – Suas últimas palavras de Seu último sermão para Seus discípulos –

versículo 33: Eu lhes disse estas coisas, para que em Mim você possa ter paz. Neste mundo você terá problemas. Mas tenha coração! Eu superei o mundo.

Este é um dos versos que podemos pendurar na nossa parede ou memorizar ou escrever em um cartão em nossa mesa. É uma daquelas declarações clássicas que continuamos voltando de novo e de novo.

Mas muitas vezes apenas citamos a última metade do verso. Certamente a última metade do verso é muito maravilhosa. É um lema. É uma sumarização.

Representa a última sentença do último sermão de nosso Senhor Jesus neste planeta: Neste mundo você terá problemas. Mas tenha coração! Eu superei o mundo.

Isso nos diz que na realidade teremos muitos problemas na vida, mas nossa atitude deve ser de alegria e encorajamento. As traduções mais antigas dizem: “Tenha bom ânimo!”

Devemos permanecer obstinadamente positivos mesmo em momentos de dificuldade. Embora seja realista, devemos sempre ter uma visão mais otimista das coisas.

A razão é porque Jesus superou o mundo. Ao ressuscitar dos mortos, Ele derrotou o pecado, a morte, o inferno e a sepultura. O mundo é esmagador; mas Ele está vencendo.

Mas não se esqueça da primeira parte do verso: Eu lhes disse estas coisas, para que “em Mim” você possa ter paz.

Note especialmente aquelas palavras em mim. O versículo poderia ter lido: “Estas coisas eu tenho falado com você para que você possa ter paz.”

Mas isso não é o que o verso diz ou significa. Não são apenas as palavras de Jesus que nos dão paz. É o próprio Jesus.

A paz interior reside em um relacionamento pessoal com Ele e Suas palavras simplesmente nos apontam nessa direção. Sem amizade com Ele, Suas palavras são meras chavões.

Mas nós estamos em Cristo, e quando estamos em Cristo somos mais que vencedores por Aquele que nos ama, porque Ele venceu o mundo.

Esse é o poder do Espirito Santo, o “alter Ego” o outro consolador. O poder da perspectiva, louvor, oração, presença e da paz. Este é o poder positivo daquele que superou o mundo.

CONCLUSÃO: Finalmente precisamos perceber que não podemos viver a vida cristã através de nossos próprios esforços.

Isso requer que Ele viva dentro de nós pelo Seu Espírito Santo, e é por isso que a Bíblia nos diz para sermos cheios do Espírito.

Acho que é uma boa ideia todos os dias dizer: “Senhor, encha-me com o seu Espírito hoje. Que eu seja totalmente entregue a Jesus. Que eu seja cheio do Espírito.

Eu li no outro dia que a vocação mais perigosa nos Estados Unidos é a pesca comercial. De acordo com o Bureau of Labor Statistics, a taxa de mortalidade da indústria é 31 vezes maior que a média nacional.

Os pescadores ficam presos no mar, caem dos barcos, perecem nas tempestades. É uma profissão muito perigosa.

Eu li uma história do Alasca sobre um pescador comercial autônomo que estava em uma viagem de pesca de nove dias. Certa noite, em mau tempo, o navio foi virado pelas ondas da tempestade.

O pescador caiu na água gelada. Outro homem imediatamente chutou o bote salva-vidas da embarcação e puxou a corda de inflação de emergência, que deveria ter inflado a jangada. Mas a balsa não inflou, pois não havia ar. O homem submerso morreu por causa do bote salva-vidas defeituoso.

Todos nós, cristãos que estamos vivos neste mundo, estamos em águas turbulentas. Estamos frequentemente em tempestades. Se temos o enchimento, do Espírito Santo, podemos permanecer firmes.

Podemos crescer no fruto do Espírito – amor, alegria, paz e o resto. Nós podemos ter corações despreocupados.

Mas é preciso um enchimento diário do Espírito Santo. E é por isso que, preciso da oração para me encher todos os dias do Espírito Santo.

Tentar viver neste mundo sem a plenitude diária do Espírito é como tentar não afundar em águas agitadas com um bote salva-vidas defeituoso.

Ou, em outras palavras: Tempos difíceis nunca duram, mas pessoas resistentes duram. Quando estamos em Cristo, podemos passar pelo que estamos passando. Então não se preocupe com as pequenas coisas. Lembre-se: quando você está reduzido a nada, Deus está disposto a fazer algo.

[1] William Hendrikson, Comentário de João, Editora Cultura Cristã; pg 723-724.

[2] Chuck Colson