Referência: João 4: 31-54 (pg 303)

Alguém já disse que a atitude é tudo. A forma como lidamos com as circunstancias e as pessoas, fazem toda a diferença na nossa vida e na vida delas.

Vamos analisar as atitudes dos indivíduos nesse capitulo, com relação a pessoa de Jesus. A forma como lidamos com a pessoa de Jesus, vai fazer toda a diferença na nossa existência.

A verdadeira motivação da atitude de Jesus era fazer a vontade do pai. Esse era o seu alimento diário, essa era sua paixão.

No final veremos a própria atitude de Jesus que deve ser nosso padrão de comportamento.

A mudança das nossas atitudes, podem mudar completamente nossa vida, a fim de vivermos para a Glória de Deus.

  1. A atitude dos discípulos (4.27,31-33)

Os discípulos de Jesus andavam com ele, mas não cultivavam a mesma percepção. Jesus tinha uma agenda estabelecida no céu (4.4), sua comida era fazer a vontade do Pai (4.32,34).

Mas os discípulos eram desprovidos de compaixão pelos samaritanos. A atitude deles era EGOÍSTA: eram capazes de ir a Sicar comprar pão dos samaritanos, mas não há uma única palavra deles acerca do Messias.

Eles agiram como os crentes modernos; que conversam com as pessoas no mercado, talvez falassem sobre o tempo, a política, futebol, costumes, e até sobre religião, mas nada diziam sobre a salvação.

Quando os discípulos retornaram com o pão dos samaritanos, demonstraram duas ATITUDES, que comentamos a seguir.

(a) Preconceito (4.27). Os discípulos ficaram escandalizados porque Jesus estava conversando com uma mulher samaritana. Eles estavam apegados aos preconceitos, costumes e tradições de seu tempo.

Na agenda deles, não havia espaço para derrubar barreiras nem para compartilhar as boas-novas da salvação com uma mulher. Os preconceitos, leva-nos a fazer uma leitura errada dos fatos.

(b) Ignorância das coisas espirituais (4.31-33). Os discípulos não tinham espaço para uma nova agenda, já que era hora de comer.

Eles não haviam entendido ainda que Jesus se alimentava prioritariamente de outra comida, ou seja, de fazer a vontade do Pai.

Eles só pensavam nas coisas terrenas. Não tinham discernimento espiritual.

Ouvir a voz do Pai e fazer sua vontade era a alegria e a força de Jesus. Perto do fim de seu ministério, ele pôde dizer ao Pai: Eu te glorifiquei na terra, completando a obra da qual me encarregaste (17.4).

Parte da tarefa que seu Pai lhe deu era transmitir sua bênção à mulher de Sicar e, através dela, aos demais habitantes do lugar; a satisfação que ele agora experimentava por ter feito a vontade do Pai era maior do que qualquer satisfação que o pão poderia proporcionar.

Jesus não considerava a vontade de Deus um fardo pesado nem uma tarefa desagradável. Para ele, seu trabalho nutria sua alma. Fazer a vontade do Pai o alimentava e o satisfazia interiormente.

  1. A atitude da mulher samaritana (4.28-30)

A mulher samaritana teve os olhos abertos progressivamente. Agora, ela compreende que está diante do Messias, o esperado Salvador do mundo.

Sua alma é dessedentada pela água da vida, e não consta que Jesus tenha bebido a água do poço de Jacó.

A transformação da mulher samaritana pode ser confirmada por suas ATITUDES, como vemos a seguir.

(a) Abandona seus velhos hábitos. Primeiro, ela abandona o seu cântaro. A mulher deixou ali seu cântaro […] (4.28a).

A água que ela foi buscar não tinha mais vital importância agora. A mulher havia encontrado a água da vida.

Havia saciado sua alma. Sua vida fora penetrada pela luz do céu, e os segredos do seu coração foram revelados pelo Messias.

Havia pressa para contar essa boa-nova à sua cidade, e a samaritana estava disposta a desvencilhar-se de qualquer atitude pecaminosa.

Ela toma uma nova atitude, não mais é destruidora de lares, mas agora é portadora de boas novas.

Ela proclama o Messias. […] foi à cidade e disse ao povo: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito; será ele o Cristo? Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.28b-30).

No mesmo dia da conversão dessa mulher, ela se tornou uma missionária. O testemunho da mulher samaritana tem alguns componentes que merecem destaque, como veremos a seguir.

(b) Ela faz uma proclamação pública (4.28b). Até então, essa mulher, provavelmente, fazia de tudo para passar despercebida. Preferia as sombras do anonimato.

Sua reputação era duvidosa, e sua palavra tinha pouco peso entre os homens daquela cidade.

Agora, porém, ela anunciava abertamente o Messias. Não havia constrangimento nem temor. Ela faz um convite veemente (4.29).

Sabiamente, essa mulher fez um convite: Vinde, Usando a mesma tática que Filipe empregou com Natanael, ela disse: Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito […].

Ela não desperdiçou tempo usando ARGUMENTOS TEOLÓGICOS CONFUSOS; antes, ela convidou para que pudesse ver o que Cristo fez na vida dela.

Desejava que aqueles homens tivessem a mesma experiência que ela havia tido. Ele mudou o meu viver e pode mudar o seu também.

Queria que vissem o mesmo Messias que ela havia visto. Esperava que bebessem a mesma água da vida que ela havia bebido. Ela faz uma confissão corajosa (4.29).

A vida dessa mulher era conhecida na cidade. Todos sabiam que ela já estava morando com o sexto homem. Sua conduta moral reprovável, era o comentário preferível dos fofoqueiros da cidade.

Mas ela não tem mais a preocupação de encobrir seus pecados. Diz abertamente que o Messias destampou a câmara de horrores do seu coração e trouxe à luz todos os seus pecados ocultos.

(c) Suas atitudes produz um resultado extraordinário. Saíram, pois, da cidade e foram ao encontro dele (4.30).

Os discípulos de Jesus vão à cidade e voltam sozinhos, com as mãos cheias de pães. A mulher vai à cidade e traz consigo muitas pessoas para conhecerem Jesus.

Os discípulos estavam se tornando PROFISSIONAIS DA RELIGIÃO; ela, uma missionária apaixonada. Ainda hoje, fazemos o mesmo que os discípulos.

Entramos nos supermercados, nas lojas, nas farmácias e compramos, vendemos, trocamos e entramos mudos e saímos calados quanto ao evangelho.

Essa mulher samaritana reprova nosso SILENCIO e nossa COVARDIA. Falar de Jesus todos os dias, distribuir um folheto, convidar as pessoas para a igreja, faz toda a diferença.

  1. A atitude dos samaritanos (4.39-42)

Em resposta ao convite da mulher samaritana, muitos samaritanos foram encontrar-se com Cristo no poço de Jacó. O testemunho da mulher foi impactante, e o resultado foi notório.

Temos aqui um grande contraste com a maneira fria e incrédula que nosso Senhor foi recebido em Jerusalém e na Judeia, a experiência graciosa em Samaria, onde uma cidade inteira o aceitou como o Messias prometido.

Essa recepção dos samaritanos se torna mais vivida quando percebemos que Jesus permaneceu entre eles apenas dois dias, não operou ali nenhum milagre e ainda judeus e samaritanos eram considerados inimigos.

Destacamos três atitudes improváveis dos Samaritanos.

(a) uma fé improvável. Até os samaritanos, um povo que desprezava os judeus, creram.

Isso era algo improvável, mas a atitude de Jesus de passar por Samaria, mudou completamente a vida da Samaritana e daquela cidade

De forma que muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher, que testemunhava: Ele me disse tudo quanto tenho feito (4.39).

A fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo. Quando falamos a respeito de Cristo às pessoas, Deus concede a elas a fé salvadora. O milagre da salvação raiou na cidade samaritana, e muitos foram salvos.

A água viva que a mulher recebeu de Jesus certamente se tornou uma fonte transbordante em sua vida, e outras pessoas começaram a participar do refrigério que ela passara a fruir.

Não nos cansemos de proclamar o evangelho; a pessoa mais improvável pode se tornar a testemunha mais eficiente:

(b) um pedido improvável. Não havia probabilidade alguma dos samaritanos, receber a Jesus pacificamente em sua cidade.

Então os samaritanos foram até ele e pediram-lhe que ficasse; e ele ficou ali dois dias (4.40). A barreira da inimizade entre judeus e samaritanos estava caindo.

Aonde o evangelho chega, os preconceitos são vencidos. Jesus agora é convidado a permanecer com eles.

Os samaritanos não querem apenas ver e ouvir. Querem também ter comunhão com Jesus. Deus usou a ATITUDE missionaria da Samaritana, para salvar este povo.

(c) um testemunho improvável. E muitos outros creram por causa da sua palavra. E diziam à mulher: já não é pela tua palavra que cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo (4.41,42).

Os samaritanos não queriam ouvir apenas a mulher; queriam ouvir diretamente o Messias. E, ao ouvirem o Messias, muitos outros também abraçaram a fé.

E todos testemunham que sua experiência pessoal com o Messias lhes deu a plena convicção de que ele verdadeiramente é o Salvador do mundo.

Aqui cessa a ideia provinciana de um salvador tribal, de uma divindade regional. Jesus não é um salvador dentre outros; ele é o Salvador do mundo, e não há outro.

Era apropriado que o título “SALVADOR DO MUNDO” Fosse aplicado a Jesus no contexto do ministério aos samaritanos, representando o primeiro evangelismo transcultural, empreendido pelo próprio Jesus e resultando o primeiro padrão a ser seguido pela igreja:

“Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia, Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8)

  1. A atitude dos galileus. (4.43,44)

Depois de passar dois dias na cidade de Sicar, com os samaritanos, Jesus chega novamente à Galileia, região onde passou a maior parte de sua vida terrena. Vejamos as atitudes dos galileus para com Jesus.

(a) uma recepção fria. (43,44)

Em Samaria, Jesus experimentou grande sucesso em sua jornada evangelística. Em vez de encontrar hostilidade e oposição, foi acolhido de coração aberto como o Messias e o Salvador do mundo.

Mas agora retorna ao seu povo. Na Galileia, Jesus era conhecido como um carpinteiro. Na Galileia, as pessoas conheciam sua família.

Na Galileia, ele iniciou seu ministério, quando, na sinagoga de Nazaré, leu no livro do profeta Isaías:

O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu […] (Is 61.1) e disse que aquela profecia apontava para ele como o Messias, o ungido de Deus.

Longe de aceitarem essa declaração, os nazarenos galileus pegaram em pedras para matá-lo. Jesus passou, então, a residir em Cafarnaum.

Agora depois de uma peregrinação pela Judeia e de uma passagem pela província de Samaria, Jesus estava de volta à Galileia.

Jesus havia começado seus milagres na Galileia, e operou muitos milagres na presença deles. Até mesmo os muitos que parecem crer nele não eram convertidos verdadeiros (2.23-25),

Ao chegar á Galileia depois de uma manifestação cheia de milagres estupendos na Judeia, eles recebem a Jesus friamente, mesmo vendo todos os milagres.

(b) a familiaridade com o sagrado (v.44). Outra atitude muito perigosa que pode nos privar das bênçãos extraordinárias; é o perigo de se acostumar com o sagrado.

Jesus diz que um profeta não é recebido com honra em sua própria casa. Os galileus viam Jesus apenas como um homem comum. Conheciam-no apenas como filho de José e Maria, cujos irmãos viviam entre eles.

Para eles Jesus era apenas o carpinteiro de Nazaré. A familiaridade com Jesus obscureceu o entendimento espiritual deles. Jamais Jesus foi honrado por eles como o Messias, o Salvador do mundo.

Aqueles que eram considerados inimigos, os samaritanos, acolheram-no com entusiasmo e foram salvos, mas os galileus, pela proximidade com Jesus, nada viam nele além de um cidadão comum.

Essa atitude é muito comum, no nosso meio, desprezamos aqueles que estão a nossa volta e acabamos valorizando aqueles que não conhecemos intimamente.

(c) uma fé superficial. A fé produzida apenas pelo sobrenatural pode ser bastante superficial (4.45).

Logo que chegou a Galileia, os galileus o receberam, porque tinham visto todas as coisas que fizera em Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa; pois também eles tinham ido à festa.

As festas judaicas eram frequentadas por todo o povo. Jesus jamais deixou de comparecer a essas festas.

Na festa da Páscoa, Jesus foi a Jerusalém, e muitos, vendo seus sinais, creram no seu nome. Mas, parece que alguns deles não tinham uma fé genuína (2.23-25).

Entre esses, estavam os galileus que tinham ido à mesma festa. Agora, ao chegar Jesus à Galileia, os galileus recebem Jesus, porque viram seus milagres.

Mas essa recepção não é de todo o coração. Os milagres sempre produzem impacto, mas nem sempre produzem a fé verdadeira.

As pessoas podem ser atraídas a Cristo através dos milagres, mas precisam desenvolver uma fé salvadora verdadeira. (v.48) “Se não vires sinais e milagres, não crereis”.

Igualmente é verdade que muitos são atraídos a Cristo simplesmente por causa de milagres e acabam possuindo uma fé passageira, superficial e insuficiente para salvar.

  1. A atitude do pai desesperado (4.46-53).

Jesus está de volta a Caná da Galileia, onde operara seu primeiro milagre ao transformar água em vinho numa festa de casamento.

Exatamente nesse momento, sobe de Cafarnaum a Caná um oficial do rei Herodes, com seu filho enfermo, à beira da morte, para suplicar o socorro de Jesus.

Aqui está não um homem que ocupa uma posição importante, mas um pai desesperado. As aparências externas e sua posição social não significavam nada; ele só conseguia pensar no filho que estava morrendo.

O primeiro milagre em Cana foi realizado a pedido da mãe de Jesus (2.1-5); o segundo milagre, Jesus realizou a pedido de um pai desesperado (4.47).

Vejamos as atitudes desse pai.

(a) um entendimento limitado, não nos impede de receber bênçãos.

Poderíamos ser tentados a dizer que esse pai cometeu pelo menos dois erros, ele não cria na SOBERANIA de Jesus e na sua ONIPOTÊNCIA.

Pois ele acreditava que, para realizar aquela cura, Jesus teria de viajar de Caná a Cafarnaum e precisaria estar ao lado da cama do garoto.

Também parece que ele estava convencido de que o poder de Cristo não se estenderia além da morte.

Não obstante as todas as limitações e erros teológicos desse pai, Jesus viu sua necessidade desesperadora, e que não era mera curiosidade.

Os milagres de Jesus, visavam atender as NECESSIDADES das pessoas aflitas, e não satisfazer as CURIOSIDADES TEOLÓGICAS das pessoas. Veja como é importante distinguir os curiosos dos necessitados.

Deus não nos chamou para debater teologia e servir aos interesses daqueles que adoram especular sobre religião.

Jesus pregou o evangelho do reino, mas nunca desprezou as necessidades das pessoas, ele se importava com a dor delas.

Existem pessoas necessitadas à nossa volta, as quais apenas um relacionamento pessoal com Jesus pode curar.

É para essas pessoas que devemos dedicar nosso tempo e demonstrar a compaixão de Cristo? Precisamos orar pela salvação e também pelo alivio do sofrimento delas.

O relato desse pai aflito buscando socorro em Jesus para a cura de seu filho nos enseja algumas lições.

(b) posição social não é segurança contra as tragédias da vida. O rico tem aflições da mesma forma que o pobre.

Esse homem era oficial do rei, vivia na corte; contudo, seu dinheiro, sua alta posição e seu prestígio não afastaram a doença de sua casa nem a aflição de seu coração.

O dinheiro pode nos dar um bom plano de saúde, mas não pode comprar saúde. O dinheiro pode nos dar uma casa luxuosa, mas não um lar.

O dinheiro pode comprar serviçais e bajuladores, mas não amigos. Sedas e cetins geralmente cobrem corações turbados.

Moradores nos palácios dormem com mais dificuldade do que aqueles que habitam em tendas.

(c) as aflições e a morte vêm para os jovens assim como para os velhos. A morte estava espreitando um jovem. A ordem natural das coisas fora invertida aqui.

O pai estava rogando a Jesus pelo filho à beira da morte. Os jovens são vulneráveis. A força e o vigor da juventude não são garantia contratempos turbulentos.

O desejo profundo desse pai era que Jesus descesse com ele até Cafarnaum para curar seu filho. Cristo curará seu filho, mas não descerá.

E, dessa forma, a cura é operada mais cedo, o engano do oficial do rei é corrigido, e sua fé é confirmada, de modo que as coisas foram realizadas da melhor maneira, ou seja, da maneira de Cristo.

Esse episódio nos ensina o desenvolvimento gradativo da fé, da fé verdadeira.

Três estágios podem ser observados na fé desse oficial do rei.

Em primeiro lugar: ele vai a Jesus a procura de um milagre (4.46-48). A fama de Jesus já corria por toda a Galileia. Era do conhecimento popular que o Nazareno realizava grandes prodígios.

Era sabido de todos que multidões o seguiam, buscando alívio de suas enfermidades. Quando esse oficial do rei ouve falar que Jesus viera da Judeia, vai imediatamente a Caná com seu pedido urgente.

O único conhecimento que ele tinha de Jesus, era seu poder para operar milagres. A princípio o seu interesse era apenas na cura do filho, e nada mais. Nenhuma fé salvadora brotara ainda em seu coração.

A fé que brota da experiência de milagres precisa amadurecer; pois não possui raízes suficientemente profundas diante de provações severas.

Por isso, Jesus usou essa abordagem tão contundente com o oficial do rei. Foi exatamente a mesma abordagem que Jesus usou com a mulher siro-fenícia, para desarraigar de seu coração uma fé superficial e estabelecer aí uma fé genuína e robusta.

Muitas vezes, Deus usa as aflições da vida, como uma enfermidade grave, um acidente traumático, uma separação amarga, um luto doloroso, para despertar nos corações a fé. Foi assim com esse oficial do rei.

Ele tinha posição social, prestígio político, dinheiro e faina, porém a doença entrou em sua casa, e os tentáculos gelados da morte estavam ameaçando levar precocemente seu filho. Nenhum recurso da terra poderia lhe socorrer.

Por isso, ele recorreu a Jesus! E nós podemos dizer as pessoas que Jesus tem poder para ajuda-las em suas dificuldades.

Pregar um evangelho que só fala de do livramento da condenação eterna e não diz que Deus se importa com nossos sofrimentos é no mínimo insensibilidade.

Em segundo lugar: Ele crê na palavra de Jesus (4.49-52). A fé desse oficial avança para um segundo estágio. Ele se dirige pessoalmente a Jesus e conta com sua misericórdia para com o filho moribundo.

Ele, que vira Jesus apenas como um operador de milagres, agora é instado a voltar para casa com a promessa de que seu filho estava curado.

O oficial de Herodes não questiona. Não duvida. Ele crê na palavra de Jesus e volta.

Entende agora que Jesus tem poder não apenas para curar, mas para curar a distância. Ele cré no poder da palavra de Jesus. A fé não exige evidências. A fé se agarra à promessa.

A fé não está fundamentada naquilo que vemos, mas está ancorada na palavra de Cristo. Fé é certeza e convicção. Certeza de coisas e convicção de fatos.

Da mesma forma, não existe nenhum obstáculo para Jesus hoje. Cristo está no céu, mas também aqui conosco. Qualquer palavra que ele disser será obedecida até os confins do universo.

Não importa qual seja nossa emergência, ele pode nos alcançar instantaneamente. Ele ouve nossas orações hoje, assim como ouviu as súplicas do pai ansioso tantos séculos atrás.

Como Cristo, em compaixão, agiu à distância para suprir a necessidade daquele pai, ele também age hoje para suprir nossas necessidades.

O homem não precisou sequer chegar a sua casa. Os servos do oficial foram ao seu encontro no meio do caminho, informando que seu filho já estava curado e que a febre já o havia deixado.

E isso acontecera no exato momento em que Jesus dera a ordem.

A fé pode surgir de sinais e prodígios, mas uma fé que agrada a Deus, é aquela que confia exclusivamente na palavra de Jesus. A fé nele por meio da Palavra é que pode nos salvar.

Em terceiro lugar, ele leva sua família a Cristo (v.53b).  “e creu ele e toda a sua casa”. Esse homem chegou ao último estágio da fé, a fé salvadora. Ele creu com toda a sua casa.

E não apenas creu, mas compartilhou essa mesma fé com sua esposa, com seu filho, com seus servos. Houve salvação naquela casa.

A fé é uma força viva que cresce e amadurece através de muitos estágios e de experiências sempre renovadas.

O oficial da corte teve fé na palavra de Jesus e correu com fé para casa. Agora, porém, após a experiência plena do poder e da graça de Jesus, ele creu de um modo abrangente. Já não confiava apenas nessa única palavra.

Agora ele olhava com confiança permanente e integral para Jesus. E arrastou toda a sua casa nessa confiança.

Todos eles reconheciam agora que Jesus é o Salvador, que vence a morte e é capaz de conceder vida.

Veja o progresso espiritual do oficial do rei, a fé que se manifestou em um momento crítico se transformou em fé confiante: ele creu na palavra e teve paz no coração. Sua fé confiante tornou-se uma fé confirmada.

De fato, o menino havia sido completamente restabelecido. Levando toda a sua casa a mesma fé, demonstrou uma fé contagiante.

Em resumo, esse tomou quatro ATITUDES para alcançar o milagre da cura de seu filho.

Primeiro, demonstrou humildade (4.46). Ele desceu do pedestal do orgulho. Buscou Jesus e rogou seu auxílio.

Segundo, demonstrou coragem (4.46). Esse homem era um alto oficial da corte de Herodes. As relações entre Herodes e Jesus não eram boas. Herodes matou João Batista.

Jesus chamou Herodes de raposa. Esse homem podia sofrer retaliação de Herodes por procurar Jesus, mas venceu corajosamente todos os obstáculos e enfrentou todos os ricos para buscar a cura de seu filho.

Terceiro, demonstrou persistência (4,47,49). Esse pai negou-se a sentir-se desencorajado.

Ele insistiu com Jesus. Seu filho estava morrendo. Ele não desistiu de ver um milagre na vida de seu filho. Ele buscou, pediu, insistiu.

Quarto, demonstrou fé (4.50). Ele creu sem duvidar. Não questionou nem protelou a ação. Obedeceu prontamente à ordem de Jesus.

Quem crê sossega o coração. Quem crê volta em paz para casa. Quem crer toma possa da vitória!

O versículo 54 nos informa que foi esse o segundo sinal que Jesus fez depois de vir da Judeia para a Galileia.

Dois milagres foram operados em Caná da Galileia, e cada um deles assinala lições importantes.

Há um estranho contraste nas circunstâncias que cercaram os dois referidos sinais.

No primeiro, o lar estava cheio de alegria numa festa de casamento e, no segundo, o lar estava entristecido pela enfermidade e a carranca da morte que se aproximava.

Jesus supre a necessidade para preservar a alegria e cura a enfermidade para restaurar a alegria. Em ambos os sinais, a fé é aprofundada, e a alegria advém da confiança em Cristo.

 

 

 

  1. A atitude de Jesus (4.31-38)

Aproveitando o fato de a mulher samaritana ter se ausentado, os discípulos rogam a Jesus: Rabi, come!

Jesus aproveita o ensejo para ensinar a eles uma profunda lição, dizendo que a comida mais saborosa e mais necessária era fazer a VONTADE DO PAI.

Uma cidade estava vinda ao seu encontro, e eles deveriam entender que aquele era um momento de colheita para o reino de Deus.

Nenhuma necessidade era mais urgente. Nenhuma atividade lhe dava mais prazer.

Assim como a mulher entendeu mal as primeiras palavras de Jesus sobre a água viva, tornando-as em seu sentido material, agora, também, os discípulos pensam que ele está Falando sobre comida física, pois perguntam: Acaso alguém lhe trouxe o que comer?

A atitude é tudo na vida. E Jesus nos ensina atitudes que precisamos ter.

  1. Agir com discernimento. Não dizeis vós faltarem ainda quatro meses para a colheita? Mas eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos já prontos para a colheita (4.35).

Os discípulos eram míopes espirituais. Eles não tinham discernimento do momento que estavam vivendo.

Jesus estava dizendo vocês sabem que há um intervalo entre a semeadura e a colheita. Pois eu acabei de semear a semente, e a colheita já está acontecendo.

Apesar de faltar quatro meses para colheita de grãos estar, a colheita de almas já poderia ser feita. Jesus estava se referindo à mulher samaritana e ao povo de Sicar que estava se convertendo.

Nós, também, precisamos de discernimento para ver o que está por traz da realidade. Precisamos discernir as oportunidades e aproveita-las.

As falsas religiões prosperam; as heresias têm invadido os arraiais evangélicos. Nossas crianças têm sido levadas cativas pelo diabo.

Precisamos de discernimento para fazer a obra de Deus e ela precisa ser realizada agora. Se perdermos a nossa geração, perderemos o tempo da nossa oportunidade.

Precisamos colher os frutos agora. A semeadura e a colheita do evangelho acontecem juntas, precisamos fazer a diferença agora.

Vejam só; onde nenhum judeu podia imaginar, na desprezada e odiada Samaria, a colheita já havia chegado.

Madura para a ceifa, a terra estende-se diante do olhar de Jesus. Seus discípulos devem aprender com ele esse olhar de discernimento em todas as coisas.

  1. Ser apaixonado. Disse-lhes Jesus: A minha comida é fizer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra (4.34). Faltava aos discípulos paixão pelas almas perdidas.

Falta-nos também essa mesma paixão. Sem paixão seremos apáticos e lentos. Sem paixão, seremos omissos e covardes. Precisamos clamar como Paulo: E ai de mim, se não anunciar o evangelho! (1 Co 9.16).

Precisamos clamar como John Knox: “Dá-me a Escócia para Jesus, senão eu morro”. Precisamos estar apaixonados pela salvação de almas e por mais nada.

  1. Ter compromisso (4.35). Uma lavoura madura não pode esperar para ser colhida. Ou é colhida imediatamente, ou a colheita é perdida. Sicar estava madura para ser colhida.

A cidade estava a caminho, e não havia tempo a perder. Aquela não era hora de comer, mas de trabalhar e fazer a vontade do Pai.

É hora de fazer a obra e não discutir a obra; esse tem sido o erro desta geração, discutimos muito e não fazemos nada.

A evangelização não é simplesmente um programa, mas principalmente um estilo de vida. Esse compromisso deve arder em nosso peito.

Quando o presidente americano John Kennedy foi assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963, dentro de seis horas a metade do mundo já sabia de sua morte.

Jesus, o Filho de Deus, foi crucificado pelos nossos pecados há dois mil anos, e quase a metade do mundo ainda não ouviu essa maior notícia do mundo.

  1. Ser parceiro (4.36-38). Jesus falou a respeito do semeador e do ceifeiro. Há uma diversidade de dons e de ministérios.

Ninguém é autossuficiente; não reino de Deus, não existe carreira solo. Um planta e o outro ceifa.

Jesus havia semeado na vida da mulher samaritana, e os discípulos agora fariam uma colheita do que não haviam semeado.

Não há ceifa onde não há semeadura. Nem sempre aquele que semeia é o que ceifa. Tanto o que semeia como o que ceifa, entretanto, têm sua recompensa.

Não há maior alegria de que levar uma pessoa a Cristo. Não há maior recompensa do que entesourar frutos para a vida eterna.

O semeador trabalha em antecipação do que está para vir; o ceifeiro nunca deve esquecer que a colheita que ele desfruta é fruto do trabalho de outro.

Na ceifa do Senhor, não há competição; deve existir parceria: um planta, outro rega e outro ainda ceifa (1 Co 3.6-9).

No caso em apreço, tanto Jesus quanto a mulher samaritana estiveram trabalhando entre os samaritanos.

Jesus, indiretamente, por meio da mulher samaritana; ela, por sua vez, diretamente, entre seus vizinhos. Agora, os discípulos entram também nessa obra.

No caso de Samaria, tempos depois, Filipe, Pedro e João participaram de outra colheita entre os samaritanos (At 8.5-25).

Os que semeiam talvez não vejam o resultado de seu trabalho, mas os que colhem veem e dão graças pelo esforço dos semeadores.

Nossos pais pentecostais, começou essa obra, hoje nós colhemos os frutos do trabalho duro deles.

Nunca devemos nos esquecer, de que colhemos o que outros plantaram e que outros vão colher o que plantamos hoje.

  1. Saber da recompensa (4.36). O ceifeiro recebe desde já sua recompensa e entesoura seu fruto para a vida eterna.

Saber que quem nos recompensa é Deus, pode nos livrar da frustração de querer o reconhecimento dos outros.

Quando um pecador se volta para Deus, deve haver alegria não apenas diante dos anjos no céu, mas também diante dos ceifeiros na terra.

Quando esses ceifeiros chegarem ao céu, serão recebidos por aqueles que foram alcançados por intermédio de seu ministério (Lc 16.9).

CONCLUSÃO: Quais os indicadores das nossas atitudes. Precisamos fazer uma leitura correta do nosso coração todos os diais por meio da Palavra de Deus.

Outro indicador seguro que Deus proveu para que fossemos avaliados são os irmãos piedosos com quem convivemos.

Precisamos prestar conta das nossas atitudes.

Jesus cobrou uma mudança de atitude de todas as pessoas nesse texto. Da mulher samaritana, ele cobrou uma vida moral coerente.

Dos discípulos ele cobrou a libertação dos preconceitos e de uma visão medíocre. Dos samaritanos ele cobrou fé, eles creram por causa da sua Palavra. Do pai desesperado, ele cobrou uma visão correta de quem ele era.

Qual tem sido sua atitude com relação a Jesus. Sua atitude com relação a Cristo é tudo. Precisamos mudar nossas atitudes.