Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 114 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 91).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 40). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 21/02/2024.

Acesse os sermões na categoria: Sermões Expositivos.

__________________________________________________

INTRODUÇÃO [1]

O Socialista que se tornou conservador e que ajudou a fundar a “National Review”, Ralph de Toledano foi durante o último meio século uma das principais luzes do conservadorismo.

Em seu último livro, “Cry Havoc!” (Chore os Estragos) – publicado pouco antes da sua morte, em fevereiro de 2007.

Toledano documenta com detalhes assustadores como uma conspiração de intelectuais, “educacratas” (John Dewey e seus amigos) e políticos, manipulados por uma conspiração mundial bem financiada, organizou a estratégia para minar o sistema americano.

Cheio de detalhes extraídos de extensas pesquisas e conhecimento pessoal em primeira mão de figuras-chave do século XX, um dos escritores mais bem informados da América nos conta a história completa.

Partindo da constatação de Wladimir Lene, após a Primeira Guerra Mundial, de que os trabalhadores do Ocidente nunca se iriam levantar contra os seus governos capitalistas e derrubá-los a favor do comunismo, ele ficou determinado a encontrar outro caminho.

Assim, ele ordenou que ativistas marxistas e intelectuais de mentalidade semelhante criassem o novo e inocentemente denominado Instituto de Investigação Social (ISR) de Frankfurt para descobrir como o capitalismo ocidental poderia ser destruído.

Para Lene, a crédula elite intelectual do Ocidente estava em melhor posição para liderar uma revolução cultural misturada com um vírus autodestrutivo.

Ele acreditava que os seus artistas, académicos, cineastas e escritores, descontentes com as suas tradições cristãs democráticas e conservadoras, poderiam ser manipulados para adoptarem uma nova ideologia envenenada e matarem a cultura que os tinha alimentado.

A política e a economia de Marx não conseguiram convencer os trabalhadores, pelo que o novo marxismo “cultural” iria energizar a elite para agir como assassinos da civilização ocidental.

Esta nova ideologia fundiria os antigos ódios de Marx à família e à religião tradicionais com a perversidade sexual, com base na revisão das ideias de Freud sobre o sexo.

Ensinou que a verdadeira liberdade e felicidade residem no sexo e nas drogas recreativas e desenfreadas, sem culpa. E funcionou; muitas pessoas agora acreditam nisso.

Incialmente tendo como alvo Berlim na década de 1920, a moral da cidade estava em ruínas em 1930.

Depois, em 1933, os académicos ateus, minoritariamente judeus, mudaram-se para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, para escapar de Hitler.

Ali o marxismo cultural tornou-se a Teoria Crítica que soava mais respeitável. A missão dos seus praticantes era criticar descaradamente todas as crenças sagradas mantidas no Ocidente, desde Deus até à razão, e seduzir os seus intelectuais a levá-las à ruína.

Inicialmente rotulado como Escola de Frankfurt, o ISR tornou-se o Instituto Internacional de Pesquisa Social com um ethos[2] declarado de defesa dos direitos das vítimas da sociedade que eram “os oprimidos”.

Estes incluíam minorias étnicas e religiosas, os economicamente desfavorecidos (os pobres), os jovens, as mulheres e os homossexuais.

Os “opressores”, entretanto, são homens cristãos brancos, de meia idade e de classe média.

Capturando silenciosamente as universidades, o movimento assumiu o controle da nossa ética e da nossa linguagem social.

Os seus estudiosos insistiram em que tudo fosse denominado “politicamente correto”, pelo que as prostitutas se tornaram “trabalhadoras” do sexo e a liberdade de expressão diminuiu.

As suas campanhas hipócritas pela igualdade de “direitos” civis enganaram muitos intelectuais ocidentais fazendo-os juntar-se a eles.

Ao corromper o sistema educativo para emburrecer o currículo e os meios de comunicação social a transformá-los num veículo de propaganda, glamorizando o sexo ilícito e as drogas, muitas vidas de jovens foram arruinadas.

Mas foram as “vítimas” supostamente apoiadas pelos estudiosos de Frankfurt que mais sofreram com as consequências de nova cultura libertina.

Esse novo estilo progressista, tem produzido, grande número de suicídios, abortos indesejados, distúrbios, vícios, suicídios e doenças mentais, e síndromes que não respondem a nenhum tipo de tratamento[3].

Nas últimas cinco décadas, escreve de Toledano, foi declarada guerra à América e todo ocidente e às suas mais importantes instituições educativas, culturais e económicas.

“A perversidade é cada vez mais um modo de vida”, acusa. “O que antes era obscenidade é a moeda comum. A obscenidade atual é Deus, a moralidade, a família. Estupro e assassinato enchem os jornais. …

A Declaração de Direitos é um pedaço de papel anexado a uma Constituição decadente e ignorada. A educação é um meio de dissolução, de abolição da aprendizagem. A mídia está mergulhada em prevaricação e niilismo.”

Como isso veio à tona? Toledano baseia-se em fontes de toda a sua vida, incluindo presidentes, líderes governamentais e académicos, agentes de inteligência de alto nível e os próprios destruidores – num relato nunca antes contado e aprofundado do declínio e queda da América.

“Uma história arrepiante de declínio ocidental. A história é dramática e mostra o apoio de uma infra-estrutura comunista internacional.

Os intelectuais neo-marxistas que trabalham nas próprias instituições académicas no Ocidente produziram e injetaram o veneno intelectual que atrofiaria lentamente os órgãos vitais da civilização ocidental.

A tradição, a religião, a moralidade e a família, os valores judaico-cristãos – tudo isto foi apresentado como obstáculo ao progresso, baluarte de uma velha ordem que tinha de ser esmagada e eliminada, para nascer uma nova ordem mundial.

O livro: “Chore os estragos” (Cry Havoc) ilustra que, embora as questões políticas e militares dominassem as manchetes da Guerra Fria, uma batalha igualmente importante estava a ser travada pelo controlo do terreno intelectual elevado.

A luta começou com um ataque surpresa e, anos depois, as baixas ainda continuam” e estamos longe de vencer essa guerra.

  1. Satanás e Walter Benjamin

Outro provedor de desespero saído da Escola de Frankfurt que é digno de menção é Walter Benjamin.

Benjamin nasceu em Berlim em julho de 1892 e foi criado na mesma babilônia europeia que Wilhelm (Guilherme) Reich.[4]

Para deseducar-se, frequentou algumas das mesmas universidades que haviam corrompido a mente de Karl Marx e outros pretensos transformadores da natureza humana- isto é, a Universidade de Berlim e de Friburgo.

Berlim nesse período foi um antro de tudo quanto é tipo de criatura saída do Inferno.

A licenciosidade, a imoralidade, a cultura, era só depravação, logo não surpreende a quantidade de demônios criados nesse ambiente na primeira metade do século xx.

O ex-comunista e conservador Ralph de Toledande[5] é quem a descreve como uma espécie “babilónia européia”.

Walter Benjamim e seus colegas mais próximos no mundo marxista eram Bertolt Brecht, o dramaturgo chamado de “jogral da GPU (polícia secreta soviética)” (um parceiro dos comunas das estrelas em Hollywood), e Theodor Adorno, um verdadeiro virtuose[6] da destruição.

Por meio de Adorno e de Max Horkheimer, o mentor por trás do financiamento, operação e relocação da Escola de Frankfurt para os EUA,[7] Benjamin conseguiu usar a verba da escola para seus projetos. Sua obra mais famosa foi a última, Sobre o conceito de história (1940).[8]

Como os demais integrantes da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin era judeu, e por isso fugiu dos nazistas em 1930, mas infelizmente exportou seu caos de destruição moral para outro lugar.

Dirigiu-se a Paris, onde pela primeira vez (entre tantas) pensou em se matar. Acabaria encontrando seu trágico fim em setembro de 1940, quando cometeu suicídio na Catalunha, na Espanha.

Suas panaceias para o Ocidente em geral também eram suicidas, uma vez que se unira aos seus camaradas na Escola de Frankfurt em almejar a morte das melhores tradições e verdades eternas que o Ocidente tinha a oferecer.

Benjamin se destaca junto com Reich entre os mais pirados dos marxistas culturais. E, como Reich, era alguém que parecia ter canalizado certas forças sombrias.

A cosmovisão pós-moderna inicial de Benjamin sofreu enorme influência daquilo que ele via como os equívocos do “antigo modo” de fazer as coisas.

Ao seu ver, a 1ª Guerra Mundial demonstrara que a ordem econômico-política capitalista estava condenada.

A carnificina da guerra e a “morte de Deus” proclamada por Nietzsche o impeliram a um existencialismo estético que o deixou ansioso por uma “grande transformação”. [9] Mas isso não era de fato tudo.

  1. Fascínio pelo satânico.

Walter Benjamin tinha verdadeiro fascínio pelo satânico e pelo “demoníaco”, este último tendo papel importante em sua concepção de “prática crítica”.[10]

Alguns comentaristas defendem que Benjamin preferia o termo “demoníaco”, por seu significado político[11],[12]

Em seu exílio em Paris após a ascensão nazista, Benjamin travou contato com o pensamento surrealista[13].[14]

O surrealismo tinha já uma longa tradição de se envolver com o satânico, tradição que se originara do dadaísmo[15], um movimento artístico que criticava a “cultura burguesa”.

O dadá cujo lema era: “a destruição também é criação“, nutria desprezo pela autoridade, em especial pela ordem religiosa estabelecida (o dadá, ou dadaísmo, foi um movimento artístico de vanguarda do início do século xx, popular em certos círculos europeus).

Hugo Ball, expoente da arte dadá, via-se a si mesmo como herege, e fez um grande esforço de evidenciar suas heresias.

Em certa ocasião, realizou uma performance que descreveu como uma “síntese das teorias romântica, dândi e demoníaca do século XIX”,[16] Ball gostava de se vestir como um “bispo mágico” enquanto realizava cerimônias que zombavam do cristianismo tradicional.[17]

Durante os anos 20 e 30, os surrealistas lançaram diversos ataques contra o cristianismo em obras de sacrilégio, visuais e escritas.[18]

Por exemplo, o Monumento a Sade (1933) de Man Ray, representava uma cruz invertida enquadrando nádegas femininas.[19]

Da mesma forma, a obra surrealista A Virgem castiga o Menino diante três testemunhas.

Essa obra de Max Ernst mostrava a Virgem Maria (com auréola e tudo) segurando o Menino Jesus e dando palmadas em seu bumbum nu[20] (se esses caras estivessem vivos hoje, seriam os principais candidatos a uma bolsa do National Endowment for the Arts).

Inspirando-se nesse abismo romântico/surrealista, Walter Benjamin deu corpo à sua interpretação do demoníaco.

Claro, embora supostamente ele jamais tenha chegado a sistematizar suas noções do satânico/ demoníaco, fazia referência ou se valia desses conceitos em diversas de suas obras.[21] Às vezes de maneiras bem perturbadoras.

  1. A figura de lucífer: O Anjo Novo – o ícone da cultura marxista.

O famoso quadro Angelus Novus, ou Anjo Novo, é crucial para entendermos a forma que Benjamin deu à sua filosofia da história (e esse foi conceito que mais lhe angariou fama).[22]

Benjamin não apenas interpretou a imagem, mas chegou a comprar a obra original, em 1921. A pintura é geralmente referida como o “anjo da história” de Benjamin.

A interpretação que fazia do Angelus Novus evoluiu com o tempo, mas em 1933 ele lhe atribuía qualidades satânicas.

Benjamin discernia no anjo “atributos satânicos – com um sorriso meio contido” e pés com garras que “preferiam libertar os homens desprovendo-os”.[23]

Gershom Scholem, seu amigo de longa data, observou com toda franqueza em seu ensaio “Walter Benjamin e seu anjo” que Benjamin interpretava o Angelus Novus como dotado de “atributos satânicos”.[24]

Scholem destacava que as observações de Benjamin surgiram durante uma “fase satânica” sua, na qual fumava haxixe (maconha) como uma forma de “iluminação profana”.[25]

Novamente, mais um marxista fumando ópio e tendo alucinações, senão visões sobrenaturais. Quando os marxistas faziam troça das “massas” e de seu ópio religioso, talvez lhes faltasse espelho em casa.

Benjamin parecia ter um apreço especial pelo Angelus Novus como um símbolo da rebeldia contra o repressivo status quo, sobretudo a cultura ocidental da “mercadoria”.[26]

Um especialista afirma que a interpretação dele do Novo Anjo foi celebrada e muito apreciada por outros marxistas, elevando assim o Angelus Novus ao nível de “ícone da cultura marxista”.[27]

  1. Lúcifer o símbolo da rebelião contra Deus.

O interesse de Walter Benjamin pelo satanismo é tão perturbador quanto complexo.

Mas, em essência, ele parecia ver Satanás como um símbolo triunfante da rebelião como muitos outros marxistas[28].

Observe-se, então, a semelhança entre a interpretação de Benjamin e a do satanismo surrealista/romântico: ambos viam o status quo moral da civilização ocidental como algo repressivo, e Satanás como o libertador triunfante contra o “autoritarismo moral”.

Só para registrar, a moderna Igreja de Sată é defensora do ateísmo. O seu website oficial declara:

“Nós não acreditamos em Deus, somos ateus”[29] (uma sinistra repetição ipsis litteris da declaração de Vladimir Lenin em 1920 em prol dos comunistas soviéticos: “Nós não acreditamos em Deus”).[30]

Na verdade, segundo a página afirma, “não acreditamos em Satã como um ser ou pessoa”.[31]

Isso nos faz perguntar: se a Igreja de Satã não acredita de fato que Sată existe, então por que diabos invocam o seu homônimo[32]?

Sua resposta: “Sată […] é um símbolo do orgulho, da liberdade e do individualismo”.

Novamente, é o mesmo espírito de Bakunin e outros marxistas e socialistas que já vimos nessa série de sermões sobre o secularismo.

O que fica claro é que esses satanistas querem remover Deus do centro do universo e substituí-lo pelo homem objetivo similar ao dos comunistas.

Repetindo, como disse o escritor ex-comunista Whittaker Chambers acerca da ambição primeira e mais fundamental dos comunistas: “E sereis como deuses”.

Para a Igreja de Satã fazendo mais um eco ao amigão de Karl Marx, Mikhail Bakunin – Satã representa a rebelião contra os grilhões artificiais impostos sobre o homem pela religião, o cristianismo em específico.

A Bíblia satânica prega a completa rejeição de qualquer credo que invoque a “autoridade de uma natureza ‘divina”.

Há, portanto, também uma rejeição não apenas do Criador, mas de qualquer noção de uma lei natural, que dirá de uma lei bíblica um sistema de códigos e absolutos morais.

Logo, o satanismo oferece a seus adeptos um sistema próprio para se rebelar contra esses “construtos”.

Isso nos traz de volta a Walter Benjamin. Tanto ele quanto a Igreja de Satã se inspiram em Satanás como seu símbolo predileto da rebeldia. Não se trata apenas de desdenhar a tradição ocidental/cristã, mas de abominá-la. 

  1. O satanismo e a teoria crítica.

Podemos ir ainda mais longe nessa relação e traçar um paralelo entre o satanismo e a chamada “teoria crítica”, promovida pela primeira vez pela Escola de Frankfurt.

A Escola de Frankfurt buscava demolir a compreensão tradicional/cristã da sociedade e pretendia libertar a sociedade das amarras da cultura ocidental.

Como observou o filósofo, Max Horkheimer, o objetivo da teoria crítica é “libertar os seres humanos das circunstâncias que os escravizam”.[33]

As tais “circunstâncias” são as instituições tradicionais do Ocidente e as normas morais que sustentaram o mundo judaico-cristão por milênios.

Para os marxistas culturais, essas instituições tinham de ser desmanteladas. Que fossem literalmente para o Inferno.

  1. As pérfidas origens da teoria crítica

Sinto dizer, mas isso nos faz compreender melhor a teoria crítica. O que se costuma chamar (para o bem ou para o mal) de “marxismo cultural”, ou a atuação do marxismo na frente cultural, é mais comumente ou formalmente referido na academia como “teoria crítica”.[34]

Hoje, no século XXI, grande parte do marxismo mais inclinado à cultura carrega essa bandeira. Há departamentos acadêmicos inteiros nas universidades dedicados à teoria crítica.

O interessante é que a maioria desses defensores acadêmicos do marxismo não são professores de economia ou política, nem historiadores, muitos dos quais até entendem melhor do assunto, e sim o pessoal do de outras áreas[35].

Apenas nas nossas universidades, intelectualmente falidas como estão, alguém poderia seguir ou mesmo prestar atenção a opiniões tão enfadonhas.

Esses marxistas parecem constituir uma gama cada vez mais ampla. Seu número cresce à medida que o próprio marxismo cresce. Hoje em dia, há inclusive marxistas da ideologia de gênero nas escolas e universidades.

Por exemplo, os autodenominados “teóricos queer[36]” e os acadêmicos interessados em “interseccionalidade[37]“, que não passam de secularistas marxistas especializados no trabalho cultural.

Acima de tudo, o negócio desses marxistas é a cultura. Cultura, cultura, cultura.

Se alguém digitar no Google “teoria crítica”, a primeira coisa que aparece é uma definição que diz:[38]

“Abordagem filosófica da cultura, especialmente da literatura, que procura confrontar as forças e estruturas sociais, históricas e ideológicas que a produzem e delimitam. O termo se aplica em particular ao trabalho da Escola de Frankfurt”.[39]

Perceba os termos “cultura” e “Escola de Frankfurt”. A moderna teoria crítica se desenvolveu a partir daquele freudo-marxismo inicial da Escola de Frankfurt.

  1. A dialética das trevas.

O filosofo e cientista, Jason A. Josephson-Storm, acadêmico que publicou um livro sobre o assunto pela University of Chicago Press em 2017, afirma em sua análise sistemática:

“Pude encontrar as origens de grande parte da “teoria crítica” no ambiente ocultista no final do século, na França e Alemanha, quando surgiu uma alternativa à modernidade que apresentava em primeiro lugar uma relação com o espiritualismo, o paganismo, o hermetismo, o misticismo e a magia”.

Ele se concentra no controverso poeta alemão e místico neo-pagão Ludwig Klages isto é, na influência dele sobre uma série de importantes teóricos críticos, particularmente Walter Benjamin.[40]

Por sinal, Josephson-Storm está longe de ser o único acadêmico a estabelecer essa conexão.

Em seu artigo de 1992, “Ludwig Klages (1872-1956) e as origens da teoria crítica”, Georg Stauth e Bryan S. Turner também “contestam a visão tradicional de que a Escola de Frankfurt e a teoria crítica foram influenciadas principalmente (ou mesmo exclusivamente) pelo legado do marxismo clássico”.

Ambos também apontam para Klages que exercia um grande fascínio sobre o pensamento de Walter Benjamin.[41],[42],[43],[44]

Muitos estudiosos sérios, tem apontado que o pensamento da Escola de Frankfurt tem sua origem nos movimentos de rebelião e no ocultismo.

O cientista político Paul Kengor escreve:

A teoria crítica possui diversos tentáculos suspeitos, que se estendem para além do marxismo e chegam a outras formas de paganismo, esoterismo, magia, quiçá ocultismo.[45]

Ressalte-se que Josephson-Storm não tenta condenar ou mesmo criticar a teoria crítica. De maneira alguma. Seu tom na verdade é até favorável.

Apesar disso, sua pesquisa o leva a tais conclusões, com destaque para o capítulo:”Dialética das trevas: os fundamentos mágicos da teoria crítica”.

O Kengor comenta: Esse capítulo (e o livro inteiro, de fato) é bastante revelador. Para citar apenas um dos muitos exemplos perturbadores, ele discute a influência de Klages e seu círculo cósmico (e sua filosofia ocultista) não apenas sobre Benjamin.

Mas também sobre os principais integrantes e mesmo fundadores da Escola de Frankfurt, como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Georg Lukács e Jürgen Habermas os quais, conforme observa Josephson-Storm, leram e citaram todos a obra de Klages (Habermas fez seu Ph.D. na Universidade de Bonn, o reduto de Marx e Bruno Bauer).[46]

Ele vê em tudo isso uma “semelhança incrível” entre a teoria crítica e “o cerne da filosofia mágica ocultista”.[47]

“Em suma”, resume Josephson-Storm, “tudo indica que o outro imediato[48] da teoria crítica (marxismo) foi o ocultismo”.[49]

Era um sistema filosófico marxista que não se limitava a ser anticristão, mas pagão acima de qualquer dúvida, e quem sabe até demoníaco. Outra confluência perturbadora entre o Diabo e Karl Marx.

CONCLUSÃO:

A bíblia diz que Satanás é o deus desse século (mundo), e cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da gloria de Cristo que é a imagem de Deus. (2 Coríntios 4.4).

A mentira pregada pela serpente, no Éden foi: vocês serão deuses, sabedores do bem e do mal. E o que veio em seguida foi a destruição e dor.

O diabo vendeu a utopia de um falso céu para os seus anjos, e um falso paraíso para Adão e Eva, e todos eles foram enganados, pois ele é o pai da mentira.

Agora o diabo conta essa mesma mentira, por meio da cultura, da teoria crítica, do marxismo cultural, na utopia de um mundo melhor, de criar um céu secular e nessa tentativa criaram o inferno na terra.

A igreja precisa de uma resposta do evangelho para as pessoas do mundo, que estão sendo enganadas pelos sistemas filosóficos, para que as pessoas não creem em Jesus Cristo, para serem salvas.

A bíblia diz que nossas armas são poderosas em Deus.

³ Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos.

⁴ As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.

⁵ Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.  (2 Coríntios 10:3-5)

 

[1] Sermão adaptado do capitulo 14 e 15 do livro do Paul Kengor, Karl Marx e o diabo, pg 388 a 395

[2] conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, afazeres etc.) e da cultura (valores, ideias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou região.

[3] Hoje, metade das adolescentes negras da América contraíram doenças sexualmente transmissíveis e, nas estatísticas do VIH/SIDA, são os homossexuais que sofreram maciça e desproporcionalmente com a sua nova “liberdade”, apesar de representarem apenas 1-2% da população.

[4] Berlim nesse período foi um antro de tudo quanto é tipo de criatura saída do Inferno. A licenciosidade, a imoralidade, a cultura, era só depravação não surpreende a quantidade de demônios criados nesse ambiente na primeira metade do século xx. Ralph de Toledande é quem a descreveria como uma espécie “babilónia européia”.

[5] Ralph de Toledano foi uma figura importante no movimento conservador nos Estados Unidos durante a segunda metade do século XX. Amigo de Richard Nixon, foi jornalista e editor da Newsweek e um dos fundadores da National Review. Foi autor de 26 livros, incluindo dois romances e um livro de poesia. Paralelamente às suas contribuições políticas, também escreveu sobre música, principalmente jazz.

[6] artista que atingiu um altíssimo grau de conhecimento e domínio técnico na execução de sua arte; virtuoso.  pessoa extremamente hábil em alguma atividade, artística ou não. ”

[7] Sobre o financiamento da Escola de Frankfurt, cf. Toledano, Cry Havoc!, pp. 78-83.

[8] CF, o texto smi: https//www.marxists.org/reference/archive/benjamin/1940/history.htm

[9] Kam Shapiro, “Walter Benjamin, the Kabbalah, and Secularism”, AJS Perspectives: The Magazine for the Association for Jewish Studies, primavera de 2011.

[10] Eric Jacobson, “Metaphysics of the Profane: The Political Theology of Walter Benjamin and Gershom

Scholem”. Nova York: Columbia University Press, 2003, p. 245, n67

[11] Donna Roberts e Daniel Garza Usabiaga, The Use of Lucifer: A Comparative Analysis of the Figures of Lucifer and Satan in the Writings of Roger Caillois and Walter Benjamin. Veja: http://www.academia.edu/6014358/The_Use_Value_of_Lucifer_A_Comparative_Analysis_of_the_Figures_of_Lu- cifer_and_Satan_in_the_Writings_of_Roger_Caillois_and_Walter_Benjamin_in_the_1930s. Acessado em: 11/14/2016.

[12] Entre eles, Donna Roberts e Daniel Garza Usabiaga oferecem uma breve exposição do papel do satânico na obra de Benjamin, em seu trabalho: The Use Value of Lucifer: A Comparative Analysis of the Figures of Lucifer and Satan in the Writings of Roger Caillois and Walter Benjamin in the 1930s [O valor de uso de Lúcifer: uma análise comparativa das figuras de Lúcifer e Satanás nas obras de Roger Caillois e Walter Benjamin nos anos 30

[13] O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.

A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.

[14] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer.,

[15] O Dadaísmo foi um movimento que surgiu no início do século XX dentro de um cabaré em Zurique, Suíça no ano de 1916. Ele foi idealizado por anarquistas intelectuais germânicos que queriam desconstruir a arte, contrariando a sociedade, a religião, a ciência e a filosofia

[16] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, p.1.

[17] Ibid.

[18] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, p. 2.

[19] Man Ray, Monument a D.A.F. de Sade (1933), Art Stack: The World’s favorite art. Veja: https://the- artstack.com/artist/man-ray/monument-a-d-f-de-sa accessed: 11/12/2016.

[20] Max Ernst, The Blessed Virgin Chastises the Infant Jesus Before Three Witnesses (1926), artnet: http://www.artnet.com/magazineus/features/kachur/kachur7-21-05_detail.asp?picnum=2. Acessado

em: 11/12/2016.

[21] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, p. 5.

[22] O interesse de Benjamin em arte, estética e crítica de arte aparece em todas as suas obras. Essa abordagem filosófica mais esotérica e não analítica é algo característico do seu trabalho.

[23] Cf., entre outros, David Biale, Gershom Scholem: Kabbalah and Counter-History. Cambridge: Har- vard University Press, 1982, pp. 136-138 e n94; e Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, p. 6.

[24] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, pp. 5-7.

[25] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, pp. 10-11.

[26] Roberts e Usabiaga, The Use of Lucifer, pp. 6-7

[27] Cf. Otto Karl Werckmeister, Icons of the Left: Benjamin and Einstein, Picasso and Kafka After the Fall. Chicago: University of Chicago Press, 1997, p. 9.

[28] lembre-se que Mikhail Bakunin o reconhecia por razões semelhantes, e veremos como foi o mesmo caso de Saul Alinsky).

[29] Página oficial da Igreja de Sată, F.A.Q., crenças fundamentais: http://www.churchofsatan.com/faq-fundamental-beliefs.php, acessada em: 11/12/2016.

[30] Como citamos antes, ef, o texto em: https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1920/oct/02.

htm.

[31] Veja: https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1920/oct/02.htm

[32] aquele que tem o mesmo nome (de outro).

[33] Max Horkheimer, Critical Theory. Nova York: Seabury Press, 1982, p. 244.

[34] Para uma discussão mais extensa sobre o uso do termo “marxismo cultural” e como ele é incompreendido hoje em dia, cf. meu artigo: Paul Kengor, “Cultural Marxism and Its Conspirators”, The

American Spectator, 3 de abril de 2019, publicado em: https://spectator.org/cultural-marxism-and-it-s-conspirators/.

[35] No Brasil, diríamos “o pessoal de humanas”-NT.

[36] A teoria queer é uma teoria sobre o género que afirma que a orientação sexual e a identidade sexual ou de género dos indivíduos são o resultado de um constructo social e que, portanto, não existem papéis sexuais.

[37] O termo interseccionalidade é um conceito sociológico preocupado com as interações e marcadores sociais nas vidas das minorias.  Lutam por uma falsa diversidade.

[38] Naturalmente, traduzimos aqui o resultado que aparece na versão americana do Google. O primeiro

resultado em português do Brasil traz uma definição próxima dessa, mas não idêntica – NT.

[39] Essa era a definição exibida ao longo de 2019, conforme fui conferindo diversas vezes enquanto escrevia este livro.

[40] Jason A. Josephson-Storm, The Myth of Disenchantment: Magic, Modernity, and the Birth of Hu

man Sciences. Chicago: University of Chicago Press, 2017, pp. 209-239

[41] Georg Stauth e Bryan S. Turner, “Ludwig Klages (1872-1956) and the Origins of Critical Theory”, Theory, Culture & Society, vol, 9, 1992, pp. 45-63.

[42] Nitzan Lebovic, “The Beauty and Terror of Lebensphilosophie: Ludwig Klages, Walter Benjamin,

and Alfred Baeumler”, South Central Review, vol, 23, nº 1, primavera de 2006, pp. 23-39.

[43] Eles e outros académicos, como Nitzan Lebovic, da UCLA, destacaram (em outros artigos) o fascínio de Benjamin pela noção de Lebensphilosophie de Klages

[44] Cf. Gershom Scholem, Walter Benjamin: The Story of a Friendship. Philadelphia: The Jewish Publi cation Society of America, 1981, pp. 19-20.

[45] E, no entanto, como um indício da confusão envolvida nessas idéias e debates, e da dificuldade em se tirar conclusões, fazer observações e fugir das generalizações grosseiras e injustas, cf. por exemplo a crítica de Theodor Adorno ao ocultismo como “a metafísica dos drogados”, citada nesta exposição mais detalhada sobre o autor: Cary J. Nederman e James Wray Goulding, “Popular Occultism and Critical Theory: Exploring Some Themes in Adorno’s Critique of Astrology and the Occult”, Sociological Analy sis, vol. 42, nº 4, inverno de 1981, pp. 325-332. Além disso, lançaram-se obras inteiras com títulos como Freud, Jung e o ocultismo (pelo autor Nandor Fodor, em 1971). Esses assuntos são como um buraco negro capaz de sugar o pesquisador num võrtice infinito e num parafuso intelectual que não compensa a nossa perda de tempo e de energia. Trata-se de um verdadeiro lixo intelectual – ideias putrefatas que, não por acaso, há muito tempo já encontraram seu fim.

[46] Sobre Benjamin em específico, cf. Josephson-Storm, The Myth of Disenchantment, pp. 226-236.

[47] Josephson-Storm, The Myth of Disenchantment, p. 215.

[48] Outro imediato: conceito surgido em estudos mais recentes de psicologia e sociologia da religião, supostamente criado por Jonathan Z. Smith. Ao que parece, é apenas uma maneira academicista de se referir a uma pessoa de convívio próximo, um conhecido – NT.

[49] Josephson-Storm, The Myth of Disenchantment, p. 239