Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 107 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 85).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 33). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 20/12/2023.

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INTRODUÇÃO

O ataque marxista à religião sempre foi multifacetado e acontece em todos os continentes e países do mundo. Depois que ele ganhou o falso “status de justiça social”.

Só nos anais da eternidade é que conheceremos algum dia toda a extensão dessa afronta herética. Só a própria Onisciência divina poderia abarcá-la e mostrar todos os horrores dessa ideologia.

No sermão de hoje quero começar a fazer um retrato revelador de diversos testemunhos e depoimentos proferidos no congresso Americano nos anos 30, 40 e 50, de William Z. Foster a Louis Budenz, Ben Gitlow, Manning Johnson e Bella Dodd[1].

Estas fontes, todos comunistas ou ex-comunistas célebres, tiveram a chance de testemunhar em primeira mão o assalto dos seus camaradas à religião nos Estados Unidos, onde a ofensiva foi leve se comparada ao flagelo sofrido pelos crentes em lugares como a URSS, China, Europa Oriental, cuba, coreia do norte e outros.

Porém, é pertinente aos cristãos de hoje em dia deter-se nesse assunto, para que vejam como, no auge do seu movimento, os marxistas, procuraram liquidar as crenças religiosas, e procuraram atacar e derrotar o cristianismo, em especial as denominações protestantes tradicionais, bem como a Igreja Católica.

Veremos os meticulosos esforços de infiltração e de manipulação que constitui o cerne do marxismo e do que os comunistas foram e são capazes de fazer. As fontes consultadas discorreram em detalhes e foram feitas sob juramento.

Esses indivíduos deram testemunhos importantes. Em sua época eles foram capas dos jornais. Eles foram os homens e mulheres importantes da história do comunismo americano. Um desses era William Z. Foster, um dos líderes mais importantes da história do comunismo americano.

  1. “Os maiores otários de todos”: a esquerda religiosa

Há muito tempo tornou-se óbvio para qualquer ser humano pensante que os comunistas odeiam a religião; contudo, eles possuem uma habilidade quase sobrenatural de seduzir cristãos liberais[2].

Com todo cinismo e desprezo, eles passaram a visar a esquerda religiosa. Sabiam que os cristãos progressistas compartilhavam de algumas simpatias com eles:

o direito dos trabalhadores, a redistribuição de renda, a redução da desigualdade econômica, a condenação dos ricos, a incitação ao ódio entre as classes.

Os marxistas se aproveitaram dessa confiança, geralmente evocando a linguagem da “justiça social”, para angariar esquerdistas em suas petições, passeatas, campanhas e objetivos estratégicos.

Seu maior sucesso foi junto às denominações protestantes tradicionais: a Igreja Episcopal, a Igreja Presbiteriana dos EUA e a Igreja Metodista Unida e outras.

Herbert Romerstein[3], por muito tempo um dos mais astutos e eruditos ex-comunistas, afirmava que os comunistas viam os pastores progressistas como “os maiores otários de todos“.

Quando perguntado, se houve algum grupo em particular em que os comunistas obtinham maior êxito, ele respondeu sem hesitar, a mesmíssima resposta: “Os religiosos de esquerda, eles eram os maiores otários de todos”.

O uso do termo “otários” é bem apropriado. Pode-se encontrar nos testemunhos deles (em especial o da Bella Dodd) o uso de palavras explícitas como “palermas”, “idiotas úteis” e “listas de otários”.

O Historiador Paul kengor escreveu um livro que foi Best seller, “Feitos de Otários”, onde ele mostra como o marxismo usou e descartou os cristãos que aderiram a sua ideologia.

Esta expressão foi usada por equilibrados congressistas durante a audiência com as testemunhas,[4] a fim de descrever as listas de indivíduos e organizações de esquerda literalmente preparadas e usadas pelos comunistas americanos para tirar proveito delas.

Essas listas costumavam incluir educadores, professores universitários, sindicatos, jornalistas e especialmente cristãos religiosos de esquerda. Otários. Listas de otários. Otários alistados.

Os comunistas ateus aproveitando-se explicitamente dos jargões de justiça social, não porque acreditassem em Jesus (bem pelo contrário), mas para fazer de otários os que acreditavam n’Ele, especificamente os cristãos progressistas.

De fato, os religiosos de esquerda eram os maiores otários de todos. Essa realidade tão óbvia é um tremendo tapa na nossa cara. É algo doloroso de se constatar.

O Conselho mundial das Igrejas foi a mais abrangente organização guarda-chuva de ministros protestantes de esquerda, conhecida pela pregação de justiça social que invariavelmente se aproximava da linha partidária do marxismo.

O caminho de entrada do Marxismo na igreja protestante, foi inicialmente por meio dos seminários e pelas instituições sociais das igrejas, e na maiorias dos Pastores e professores, muitos deles eram pregadores famosos.

Desde então grandes seminários e faculdades como Columbia, que já foi uma universidade cristã; se tornaram quarteis generais do marxismo cultural no mundo.[5]

  1. Harry Ward: “O diácono vermelho” dos reverendos radicais.

Entre os pastores mais nocivos estava o Rev. Harry Ward, ministro metodista, professor de seminário e membro fundador da American Civil Liberties Union (ACLU) [União Americana pelas Liberdades Civis), que ele dirigiu por 20 anos, com o ateu Roger Baldwin.

Roger Baldwin, fundador da ACLU (União Americana pelas liberdades Civis)[6], escreveu uma tenebrosa obra com o título “A liberdade sob o regime soviético”.[7] Onde nunca houve qualquer tipo de liberdade. Essa é uma enganação diabólica.

Ele escreveu outro livro “o espírito Soviético”, que beira a blasfêmia, compondo a sua apologia de Lenin e Stalin, como se fossem inspirados por Deus, para trazer justiça.[8] Por traz da fachada de liberdade, a ACLU, era uma frente comunista[9].

O Reverendo Ward costumava ser visto como um ferrenho progressista e um dos mais célebres simpatizantes do Partido Comunista entre o clero. Ele foi um dos piores delinqüentes em toda a sórdida história da esquerda religiosa americana.[10]

Ward era ele mesmo um trouxa ou um aproveitador de trouxas? Isso faria dele antes um manipulador do que um manipulado, um enganador, e não uma vítima de enganação.

Ward ajudava a promover a propaganda marxista, ele foi mandado como um agente para colocar o material e livros de propaganda nas estantes das bibliotecas dos seminários cristãos[11].

O reverendo Ward, estava envolvido em mentiras e trapaças que beneficiava os marxistas. Usando sua erudição para convencer e enganar os pastores e leigos que defendiam a “justiça social”.

Ward fornecia apoio a uma frente comunista particularmente terrível: “Mobilização Americana pela Paz”[12] (APM). Onde os pastores protestantes foram as principais vítimas do engano.

O objetivo era fazer os EUA e não participar da 2ª Guerra Mundial, convencendo o presidente Franklin Roosevelt a se conciliar com Hitler. Por quê? Porque Hitler havia assinado um pacto de não-agressão com Stalin em agosto de 1939.

O grupo assim exigia que os EUA não cumprissem com a lei de Lend-Lease[13] e não prestassem ajuda aos britânicos, enquanto eles eram arrasados por Hitler.

O grupo adotou essa posição porque era a mesma de Stalin – pelo menos até Hitler o trair e invadir a URSS em junho de 1941, quando o grupo na mesma hora se tornou pró-guerra, metamorfoseando-se de pombas em falcões.

Como o próprio Congresso observaria mais tarde, essa foi “uma das organizações mais sediciosas que já operaram nos EUA”, “uma das frentes mais notórias e descaradamente comunistas já organizadas neste país”, e um “instrumento da linha partidária do Partido Comunista”.[14]

Era uma postura perniciosa. Contudo, a mobilização pela “paz” que logo virou mobilização pela guerra assim que Hitler traiu Stalin e invadiu a URSS (mudando seu nome, com a maior cara-de-pau do mundo, para (Mobilização do Povo Americano[15])[16]

Essa organização o maior sucesso entre os cristãos esquerdistas paz-e-amor e dar-a-outra-face do que qualquer outro grupo. Os pastores protestantes progressistas eram os alvos primários.

O The New York Times descrevia a “American Peace Mobilization” não como uma frente comunista, mas um “grupo de clérigos” (pastores), pois a maioria dos integrantes, no início do nome aparecia o título; Reverendo; e tinha um doutorado em teologia.

Quanto aos pastores, se esses cristãos supostamente sinceros tivessem noção do quanto foram usados para promover o pior dos males, cairiam de joelhos implorando perdão. De fato, muitos se deram conta.

  1. William Z. Foster: liquidando o cristianismo.

Todo esse contexto é importante para compreendermos os testemunhos das pessoas mais importantes do Marxismo na época. William Z. Foster, Ben Gitlow, Louis Budenz, Manning Johnson, Bella Dodd e outros. Começaremos por Foster, o único deles que jamais se arrependeu.

Com efeito, ele foi o primeiro o primeiro presidente do Partido Comunista dos EUA (1929- 1934).

O testemunho de Foster é impactante porque revela não apenas o tamanho do desprezo comunista pela religião, mas também pelo seu próprio país.

Há que se lembrar que Foster era membro da ACLU[17] de Roger Baldwin e Harry Ward, antes de assumir o comando do PCEUA.

Talvez seja outro indício não tão sutil de como a subversão da religião promovida pela ACLU seria mais duradoura e danosa do que qualquer coisa feita pelo marxismo.

O presidente Foster, duas vezes candidato pelo Partido Comunista à presidência dos EUA, defendia abertamente uma “República Americana Soviética” como integrante de uma “União Soviética mundial”.

Ele falava abertamente do objetivo dos americanos comunistas de criarem uma “América Soviética”. Foi inclusive o título do seu livro Rumo à América Soviética (1932).”[18]

Diferentes membros dos partidos comunistas ao redor do mundo, incluindo os EUA, viam-se como leais soldados soviéticos. Moscou em primeiro lugar. Esses comunistas não serviam à América, mas à União Soviética.

Como diria de maneira célebre Lincoln Steffens, o popular jornalista do The New Republic: “Sou um patriota da Rússia; o futuro é aqui; a Rússia sairá vencedora e salvará o mundo”.[19]

Uma amostra reveladora dessa lealdade à União Soviética foi um diálogo entre ele e o deputado Hamilton Fish (do Partido Republicano de NY), em 1930:

Foster disse que os trabalhadores americanos, que eram comunistas consideravam na época a URSS, como seu país, e amavam sua bandeira vermelha.

Eles eram muito mais fiéis a URSS, e faziam de tudo para que seu pais natal, quebrasse, desde que a ideologia marxistas fosse instalada no governo.

Esses trabalhadores foram enganados, com as ideias que eram oprimidos pelo sistema capitalista e que precisavam serem libertos dessa opressão dos donos dos meios de produção.

Foster disse que o objetivo do marxismo é o confisco de toda a propriedade privada.

Assim os comunistas que governaram a China de Mao, o Camboja de Pol Pot e a Coréia do Norte da família Kim tiveram a abominável atitude de confiscar por completo até os bens mais pessoais, de panelas e louças a desodorantes e pastas de dente.

E isso passou longe de ser um fenômeno restrito à Asia. A Cuba de Castro, por exemplo, a menos de 200 quilômetros da Flórida, também impôs limites brutais sobre a propriedade privada, desde lotes de jardim e árvores frutíferas a varas de pescar e barcos.

O diálogo entre o deputado Fish e o camarada Foster prosseguiu, com o congressista fazendo perguntas sobre a religião e o matrimônio no regime comunista.

A resposta de Foster foi ao mesmo tempo perturbadora e nada surpreendente e mostra como o casamento começou a ser desprezado.

Fish: O seu partido defende a abolição e a aniquilação das crenças religiosas?

Foster: Nosso partido considera a religião o ópio do povo, como Karl Marx afirmou, e promovemos esforços de propaganda para suprimir esses preconceitos entre os trabalhadores

Fish: Para ser membro do Partido Comunista você precisa ser ateu?

Foster: Para ser não há uma exigência formal nesse sentido. Muitos trabalhadores que ingressam no Partido Comunista ainda possuem certos escrúpulos religiosos; mas um trabalhador que ingresse no Partido Comunista e compreenda os princípios elementares do Partido Comunista, deve necessariamente estar em processo de eliminar suas crenças religiosas e, se ainda tiver resquícios de crenças religiosas ao entrar no partido, logo irá se livrar delas. Porém, a irreligião, ou seja, o ateísmo, não está estipulada como uma exigência formal para se tornar membro do Partido Comunista.

Fish: Os membros comunistas na Rússia podem se casar na igreja e defender crenças religiosas e praticá-las?

Foster: O que eu penso é que um membro do Partido Comunista da União Soviética que quisesse se casar numa igreja não teria nenhuma utilidade para o Partido Comunista.

Fish: Ele poderia seguir como membro do partido?

Foster: Não poderia.

Fish: Seria expulso do partido?

Foster: Acabaria sendo expulso, sim, embora não por esse ato específico.

Fish: Não aconteceria o mesmo neste país(EUA)?

Foster: Como disse antes, trabalhadores tão imbuídos de superstição religiosa que chegassem a se casar na igreja não teriam utilidade para o Partido Comunista.

Fish: E aconteceria com eles a mesma coisa que aconteceria na Rússia?

Foster: É claro.

A resposta de Foster chocou as pessoas na época, e talvez ainda as chocasse hoje em dia.

Em seguida, o deputado Fish perguntou a Foster a respeito do ódio entre as classes e da revolução mundial. Foster falou que a intenção do marxismo é eliminar toda a classe burguesa, por meio da revolução sangrenta. Isso em nível mundial.

Claro que o foco dos comunistas é o ódio de classe. A “revolução mundial” se apoiaria na separação das pessoas segundo sua classe, com certas classes inquestionavelmente tornando-se alvo de ódio

Exatamente como Lenin declarou e mostrou tantas vezes, ele e seus capangas, a exemplo de Martin Latsis. “Estamos exterminando a burguesia como classe”, explicava com toda tranqüilidade Latsis, o líder da Cheka, a predecessora da KGB.

“Em suas investigações, ele disse não busque documentos e evidências sobre o que fez o réu, seja em atos ou palavras ou iniciativas contra a autoridade soviética.

A primeira pergunta que você deve fazer é de que classe ele vem, quais suas origens, sua educação, seu treinamento e sua ocupação. Tais questões é que definem o destino do acusado”.[20]

De fato, definiam. Os chefões de Foster na URSS, levando a cabo sua revolução mundial e a luta de classes marxista-leninista, exterminavam as pessoas com base na classe a que pertenciam.

A sua classe define o seu destino. Assim como, no sistema nazista, ser judeu podia levá-lo ao extermínio, no sistema soviético, ser um membro da burguesia podia levá-lo ao mesmo fim.

O diálogo acima fez com que o deputado Fish questionasse Foster acerca da forma republicana do governo americano, e se era isso que Foster e seus camaradas queriam literalmente derrubar, em favor (e com a aprovação) do partido comunista Russo.

Fish: Pois bem, os comunistas neste país se opõem à nossa forma republicana de governo?

Foster: À democracia capitalista, com toda certeza. Defendemos o governo dos trabalhadores e camponeses; um governo de produtores, não de exploradores.

O governo capitalista americano é construído e controlado com base nos interesses dos donos das indústrias, e na nossa visão o governo deve ser construído e controlado por aqueles que trabalham nas indústrias e que produzem.

Na verdade, o governo marxista é conduzido por alguns intelectuais, decidem e obrigam todos os outros a obedecerem e não aceitam oposição. Essa ditadura não é democracia, não é governo dos operários.

  1. O camarada Earl Browder: o inimigo da religião.

O sucessor de Foster no cargo de dirigente do Partido Comunista Americano foi o infame Earl Browder (1891-1973), o qual foi presidente do PCEUA de 1934 a 1945.

Ele também não hesitou em deixar claro onde estava sua verdadeira lealdade. Ele era leal as políticas ideológicas de Stalin na Rússia, e se tonou um inimigo de seu próprio país.[21], [22]

Para os membros do PCEUA, as coisas estavam claras como água: sua principal prioridade era a União Soviética. Ponto final.

Paul Kengou diz que resumir todas as declarações anti-religiosas de Earl Browder levaria um bom número de páginas.

Analisando a “Religião e comunismo”, baseado numa discussão entre Browder e um grupo de alunos, realizada em 15 de fevereiro de 1935, no Union Theological Seminary em Nova York, instituição “progressista crista”, Browder aparece como o sujeito traiçoeiro de sempre.

Efusivo e ao mesmo tempo esquivo ao falar de comunismo e religião, ele fez o possível para manter intacto seu comprometimento com o partido e ao mesmo tempo evitar constituir uma ameaça aos fiéis americanos e à sua liberdade constitucional de praticar a religião,

Fazia isso na tentava de pescar mais uns novos otários da sua plateia de religiosos esquerdistas.

Porém, o camarada Browder não pôde evitar de soltar umas pérolas, que expunham bem qual a posição dele e de seu Partido Comunista Americano com relação à religião. Não se aguentou e disse o óbvio: o comunismo e a religião são inimigos mortais.

“Está bem claro que o Partido Comunista é o inimigo da religião”, declarou Browder com toda honestidade, afirmando com franqueza o óbvio.

“Nós comunistas buscamos fazer o oposto do que achamos que a religião faz”.

Ele observou:

“O Partido Comunista defende a posição de que a função social da religião e das instituições religiosas é agir como ópio para manter as classes mais baixas em estado de passividade, fazê-las aceitar as más condições em que têm de viver, na esperança de uma recompensa após a morte”.[23]

Essa mentira, ele aprendeu com Marx e Engels em o capital. Quem oprime o povo é o estado comunista que o priva de qualquer manifestação ou busca de direito. Já que nesse sistema o trabalhador não tem direito algum.

Os camaradas marxistas de Browder nutriam especial desprezo pela religião formal. “A religião institucionalizada é o grande inimigo”.

Ele por certo tem em mente coisas como a que a Igreja Católica Romana fez, bem como os protestantes, quando foram inconsistentes com sua fé, por exemplo apoiando a Escravidão.[24]

Da mesma forma, Browder entendia que a religião, sendo uma questão do espírito, era um inimigo natural do comunismo, que rejeita o espiritual em favor do estritamente material.

“A religião não se encaixa num sistema filosófico materialista dialético”, afirmava, e então, cedendo a uma linguagem mais beligerante, no estilo de Lenin: “Ela é o seu inimigo [do materialismo dialético]”.[25]

Ele usa uma linguagem para enganar e seduzir alunos universitários. O partido estava pressionando para ter novos recrutas, fossem entre os operários, camponeses, professores, mulheres, minorias raciais – “a maioria dos negros é influenciada pelos comunistas”. [26],[27]

Quando perguntado o que faz o partido com os que são religiosos, mas, inusitadamente, querem ingressar assim mesmo no partido.

Browder explicou:

“Quando os trabalhadores chegam ao Partido ainda ativamente religiosos, nós os aceitamos, não por aceitarmos sua religião, mas porque sabemos que o processo de rejeitar crenças religiosas, reacionárias em última análise, é um processo mais ou menos demorado.

Temos a esperança de ver a religião eliminada apenas após o curso de algumas gerações da nova sociedade, a sociedade socialista”.

Lembremos que Vladimir Lenin disse exatamente a mesma coisa.

Os “cristãos comunistas” idiotas podiam ser admitidos, mas apenas sob a condição de que suas crenças idiotas logo fossem descartadas.

E se o descarte não fosse em breve, os camaradas cutucavam, talvez um pouquinho intimidatórios:

“Se por um lado não lhes pedimos que abandonem sua religião”, dizia um generoso Browder, “por outro sujeitaremos suas crenças religiosas a uma crítica meticulosa e sistemática, e nossa expectativa é de que essas crenças não ficarão de pé”.

Na prática, a tal crítica assumia a forma de discursos acalorados e zombarias ou, na URSS, um processo de [primeiro sugerir, depois tirar do caminho e então atirar].[28] Uma picadinha aqui, um “gulagzinho” ali… até que desistiam da sua fé.

Além disso, acrescentava Browder, eles certamente não colocariam:

“as pessoas de forte sentimento religioso nos cargos de liderança mais importantes do movimento”. Elas eram consideradas “perigosas” por causa da influência que poderiam exercer sobre “as massas”.[29]

Logo, embora se aceitasse essa leve tolerância para com novos camaradas no partido, a clemência só seria concedida nesse primeiro momento, até que as crenças religiosas fossem expurgadas e autoliquidadas.

“Não quero dar nenhuma esperança de que os comunistas um dia se converterão à religião”, disse Browder aos estudantes no Union Theological Seminary.

“Não gostaríamos de dar o mínimo indício de uma chance de reaproximação entre o comunismo e a religião enquanto tal”.[30]

Sem dúvida esse sempre foi o verdadeiro espírito do marxismo. Mas nos dias que se seguiram, o camarada Browder cantaria um cântico mais doce e suave, como parte de uma mão estendida da paz e uma suposta reconciliação com os religiosos. Ou pelo menos essa era a nova tática.

  1. A mão estendida e traiçoeira de Earl Browder

De longe, os que mais facilmente caíram na lábia comunista foram os protestantes de esquerda que eram tradicionais e históricos e também com grande sucesso entre os católicos.

De forma oculta e traiçoeira os religiosos foram atraídos e destruídos pela ideologia marxista. Eles usaram a tática da “mão estendida”.[31]

Eles estabeleceram a falsa argumentação de uma “frente democrática”, justiça social e igualdade para todos, e isso seduziu milhões de cristãos.

Mais tarde, após deixar o comunismo e se converter ao cristianismo, confessaria aos seus amigos católicos que os comunistas haviam se valido da “mão estendida” para manipulá-los e infiltrar-se em seu meio.[32]

A saga dessa mão estendida na verdade, um tapa às ocultas – é um dos episódios mais reveladores na história das falcatruas comunistas contra grupos religiosos, em particular os católicos.

Em certos setores, essa campanha jamais terminou, e ainda hoje, no ano de 2019, publicações católicas importantes, a exemplo da revista America, publicam artigos de católicos pró-comunistas com títulos como “A defesa católica do comunismo”.

E o próprio Papa Francisco um Jesuíta, que tem uma agenda Progressiva. A sua agenda vai contra tudo o que a igreja católica defendeu a vida toda.

A história da mão bem estendida de Earl Browder deveria servir como uma lição de vida para nós e para as futuras gerações. Mas essa lição nem os católicos nem os protestantes aprenderam.

  1. A meta: dezoito milhões de católicos

O documento do PCEUA, datado de 1937, intitulado “Relatório confidencial sobre atuação em organizações religiosas e não-religiosas” pode chocar os católicos e protestantes hoje em dia, mas não surpreende ninguém que esteja inteirado das tramas comunistas[33],[34]

Por todos os fatos já bem conhecidos, não há dúvidas de que o Vaticano tomou a decisão de lançar uma campanha poderosa, enérgica e anticomunista; e um dos pontos centrais dessa campanha era nos Estados Unidos, que contavam com aproximadamente 18 milhões de católicos.

Esses números de católicos eram impressionantes. Não é de admirar que os comunistas estivessem salivando como cães. Imagine só: 18 milhões de católicos na América, 80 mil deles apenas entre as ruas 110 e 59 de Nova York.

E pensar que o Partido Comunista dos EUA, mesmo aqui, no seu auge dos anos 30, jamais ultrapassou cem mil membros ao redor do país.

Dezoito milhões de católicos esmagariam cem mil comunas. Se os vermelhinhos conseguissem só 1% dos católicos americanos, explodiriam seu quadro de associados.

Eles atraiam jovens universitários que nasceram e tiveram um histórico de participação influente nas igrejas, que tinha famílias piedosas e influentes, e que jamais levantariam qualquer suspeita.

Ele os patrocinava e dava lhes títulos, doutorados; para ganharem reputação. Então os tornavam espiões e sabotadores infiltrados. Enfraqueciam áreas importantes e dispersava a juventude da igreja com outras coisas, e não o evangelho.

Eles se infiltravam nas editoras católicas, e passaram a publicar artigos, com mensagem subliminares e ocultas para preparar a mente dos cristãos para receber o marxismo.

Os cristãos ficariam horrorizados se descobrissem a identidade desses espiões em seu meio. O “camarada do partido” é o tipo a que, naquele tempo, os comunistas costumavam referir como “Judas” – isto é, um traidor.

Que é um título interessante, já que o judas da bíblia, traiu Jesus, quando disse que o dinheiro poderia ser dado aos pobres.

Mas a bíblia diz que ele disse isso porque era avarento. Judas é o primeiro comunista da bíblia.

Nesse caso, o Judas trabalhava para o Partido Comunista e traía a Igreja.[35] Os marxistas trabalharam muito para colocarem o máximo de Judas possíveis dentro da Igreja de Cristo.

Seguindo nessa mesma toada de falsidade e infiltração, o relatório confidencial destacava a penetração bem-sucedida dos comunistas em uma publicação católica devotamente anticomunista, chamada “Sabedoria: desafiando o ateísmo e o comunismo”, que era distribuída nas escolas e universidades católicas.

Eles se infiltraram e fizeram um estrago na mente dos leitores. Essa foi uma missão das mais difíceis para eles, na medida em que precisam escrever textos progressistas e ao mesmo tempo não sair da linha e acabar expostos e demitidos.

E empregando um estilo que lhes permitia parecerem apenas progressistas em vez de comunistas. Sua disposição para a mentira era tão impressionante quanto descarada.

A audácia desses comunistas foi muito grande. Não era apenas uma tentativa de infiltração numa organização religiosa esquerdista dentro, por exemplo, da denominação episcopal ou metodista, onde talvez os “justiceiros sociais” fossem mais abertos e acolhessem com mais facilidade a plataforma comuna.

Bem pelo contrário, estamos falando de grupos e indivíduos católicos ferrenhos e sempre vigilantes em sua oposição ao marxismo e a Moscou. E, contudo, os camaradas não se intimidaram, encararam o desafio e se esgueiraram para dentro.

O que mais chama a atenção nesse relatório é o senso de confiança de que uma instituição inteira pudesse ser afetada e manipulada por meia dúzia de agentes do Partido Comunista.

Os organizadores comunistas eram trapaceiros de primeira e se aproveitaram bem até demais do “pequeno número de membros do partido em postos importantes e estratégicos dentro dessas organizações”.

Os comunistas entendiam que um só punhado de sabotadores, atuando a partir de dentro com uma desonestidade cuidadosamente calculada, poderia exercer um grande impacto, e possivelmente até reorientar e apoderar-se por completo de uma instituição.

CONCLUSÃO:

Jesus pregou através da parábola do joio e do trigo: “O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente em seu campo, mas quando os homens dormiram, o inimigo aproveitou e semeou joio no meio do trigo e se retirou […]”. (Mateus 13: 24 – 30).

O secularismo é um joio plantado pelo Inimigo, enquanto a igreja dormiu o sono do mundanismo. Quando ela perdeu os dons espirituais, principalmente o discernimento do Espírito.

Uma igreja sem o dom profético não terá poder ou condições de vencer o secularismo e o mundanismo. Uma igreja racional, como seus pastores com doutorados, como era a igreja em 1930, não teve condições de resistir aos ataques do diabo com o marxismo.

A grandes denominações históricas foram destruídos pelo marxismo. A igreja Presbiteriana, metodista, episcopal, batistas e outras, como mostra o historiador Paul Kengor em seu livro, Karl Marx e o diabo.

As igrejas que nasceram do avivamento na rua Azuza (1906), foi uma reposta de Deus ao espírito do marxismo ateu. Elas reacenderam a chama da fé.

Grandes historiadores dizem que sem o pentecostalismo, talvez não houvesse nem vestígio da fé cristã no mundo. Agora novamente precisamos de um novo mover do Espírito para libertar as almas presas pelo espírito do secularismo. (Atos 1.8)

[1] Toda a abordagem desses sermões está baseado no capitulo 7 e 8 do livro do Paul Kengor, Karl Marx e o diabo, da editora “Vide Editorial”.

[2] Dupes: How America’s Adversaries Have Manipulated Progressives for a Century [Feitos de idiotas: como os inimigos da América manipularam os progressistas ao longo de um século].

[3] Herbert “Herb” Romerstein (19 de agosto de 1931 – 7 de maio de 2013) foi um ex-comunista e historiador americano que se tornou um escritor especializado em anticomunismo e foi nomeado Diretor do Escritório da Agência de Informação dos EUA para Combater a Desinformação Soviética e Medidas Ativas . Como autor, ele é mais conhecido por seu livro The Venona Secrets (escrito com Eric Breindel ). [

[4] Cf. por exemplo os diversos deputados que se valeram desses termos em referência ao testemunho de Bella Dodd durante a audiência com Manning Johnson: Audiência do Comitê de Atividades Antiamericanas, Câmara dos Deputados dos EUA, 83° congresso, l’ sessão, “Investigation of Communist Activities in the New York City Area Part 7 (Based on the Testimony of Manning Johnson)”, 13 de julho de 1953. Washington, D.C.: Us Government Printing Office, 1953, pp. 2202, 2216, 2217. Veja: https://archive.org/details/investigationofcnyc0708unit/page/2202.

[5] Ambas publicadas pela Circuit Riders, Inc., localizada em Cincinnati, Ohio.

Observe o número escandaloso de reitores radicais da Igreja Episcopal 1.411 deles.

Essas duas compilações elaboradas por Matthews formaram um útil manual de “quem é quem” sobre os pregadores protestantes radicais, incluindo nomes como os famosos Rev. Dr. John Howard Melish, Walter Russell Bowie, Joseph F. Fletcher e o bispo episcopal William Scarlett.

[6] Liberty under the Soviets (1928) [A liberdade sob o regime soviético].

[7] Nos anos 20, Roger Baldwin era extremamente pró-soviético, pró-comunista e colaborou diretamente com o Partido Comunista e seus membros, porém sem se filiar ao partido. O pacto entre Hitler e Stalin em 1939 foi o sinal de alerta de que ele e muitos esquerdistas precisavam. Baldwin começou então a expurgar os comunistas do quadro nacional da ACLU. Após a 2ª Guerra Mundial, tornou-se severamente anticomunista e chegou a passar informações ao FBI. É mais um caso notável de redenção política quando se trata de comunismo.

[8] Cf. Kengor, Dupes, pp. 62-64, 188.

[9] Cf. Kengor, Dupes, pp. 62-64, 306-308. O comitê acrescentava ainda que “pelo menos 90 por cento dos seus esforços são empregados em prol dos comunistas em conflito com a lei”. Esse número de 90% era compatível com um relatório mais extenso produzido pelo Congresso uma década antes, em 17 de janeiro de 1931. Em minha própria pesquisa, encontrei frequentes referências positivas à ACLU na principal publicação do PCEUA, O Daily Worker. Eles adoravam a ACLU

[10] No relatório de julho de 1953 da HUAC’s sobre as atividades comunistas na área de Nova York, há mais referências a Harry Ward do que a qualquer outra figura o dobro em relação ao segundo mais citado: Earl Browder. “Investigation of Communist Activities in the New York City Area – Part 5”, Comité de Atividades Antiamericanas, Câmara de Deputados dos EUA, 83° Congress, 1 sessão, 6 de julho de 1953,Washington, D.C., GrO, 1953, pp. 2284, 2291.

[11] Graças a Deus, se por um lado Ward seguiu um palerma, houve alguma redenção para Roger Baldwin. No fim das contas, após o Terror Vermelho, após o Grande Expurgo, após a fome ucraniana, após o pacto de Stalin com Hitler, após milhões e milhões de cadáveres putrefatos, após os gulag, após os comunistas terem violado praticamente toda e qualquer liberdade civil que se pode imaginar, ele despertou para a podridão do sistema soviético.

Passou a ver enfim o comunismo e os comunistas com um genuíno receio. No início dos anos 50, Baldwin começou a insistir que os oficiais da ACLU fizessem um juramento não comunista. Pode-se achar o que quiser sobre Baldwin, mas ao menos ele percebeu que qualquer membro da ACLU que prestasse lealdade à “ditadura totalitária” não se importava assim tão a sério com as liberdades civis.

Será que estavam publicamente explorando as liberdades civis americanas para, em segredo, apoiar uma nação (a URSS) desprovida de quaisquer liberdades civis? Sim, estavam.

[12] ) A American Peace Mobilization (APM

[13] Lend-Lease (Direito Público 77-11)[1] foi o programa através do qual os Estados Unidos forneceram, por empréstimo, ao Reino Unido, a União Soviética, China, França Livre e outras nações aliadas, armas e outros suprimentos, entre 1941 e 1945.

[14] “Investigation of Un-American Propaganda Activities in the United States”, Comitê Especial de Atividades Antiamericanas, Câmara dos Deputados dos EUA, 78° congresso, 2ª sessão, sobre a H. Res. 282, App. Part ix, vol. 1, Washington, D.C.: GPO, 1944, p. 431.

[15] American People’s Mobilization

[16] Ou seja, na tradução em português, o nome da organização mudou de Mobilização pela Paz Americana para Mobilização pelo Povo Americano – NT.

[17] União Americana pelas Liberdades Civis,

[18] William Z. Foster, Toward Soviet America. NY: International Publishers, 1932, pp. 272-273.

[19] Entre outras fontes, cf. a explicação in: Paul Hollander, Political Pilgrims. NY: Harper & Row, 1983, p. 64.

[20] Martin (M. Y.) Latsis, o feroz homem da Letônia. Em The Red Terror in Russia, publicado em Berlim em 1924, o historiador e socialista russo Sergei Melgunov citava Latsis, uma das primeiras lideranças da Cheka, dando essa ordem aos seus bandidos em 1º de novembro de 1918. Esse trecho foi citado por uma série de fontes para a mais recente, cf. Courtois, Black Book, p. 8. Entre outras fontes que o citam, cf. Brown, Doomsday 1917, p. 173; e Leggett, The Cheka, pp. 463-468.

[21] Earl Browder, Report to the 8th Convention, Communist Party. NY: Workers Library Publishers, 1934, p. 104.

[22] “Conditions of Admission to the Communist International”, Party Organizer, fevereiro de 1931, p. 31. 20

[23] Browder, Communism in the United States, p. 334.

[24] Browder, Communism in the United States, p. 337.

[25] Browder, Communism in the United States, p. 338.

[26] Falei bastante disso ao longo do meu livro sobre Frank Marshall Davis. Cf. Paul Kengor, The Commu- nist: Frank Marshall Davis, the Untold Story of Barack Obama’s Mentor. Nova York: Mercury Ink, Simon & Schuster, 2012, pp. 34-44.

[27] Browder, Communism in the United States, pp. 294, 349.

[28] Suggest, Shove, and Shoot é a nomenclatura sugerida pelo jornalista conservador americano Glena Beck para as très fases da investida totalitária contra as liberdades individuais na democracia moderns promovida não apenas por governantes de esquerda, como pelas Big Tech e pelo aparato midiáti co. Beck chamou a atenção para o fenômeno especialmente durante o periodo da pandemia, quando qualquer tentativa de contrariar a narrativa oficial passou a ser tratada como “teoria da conspiração “ameaça à ciência” e “negacionismo”, em muitos casos redundando ate em demissões e encarceramentos-NT.

[29] Browder, Communism in the United States, p. 336.

[30] Browder, Communism in the United States, p. 337.

[31] Herb Romerstein e Eric Breindel, The Venona Secrets. Washington, D.C.: Regnery, 2000, pp. 412-413.

[32] Romerstein e Breindel, The Venona Secrets, p. 413.

[33] A pesquisadora Mary Nicholas obteve uma cópia a partir do arquivo pessoal de Romerstein, hoje mantido pela Hoover Institution. Ela o compartilhou com o Paul Kengor. Está guardado também na biblioteca do Congresso, nos arquivos do Comintern soviético sobre o Partido Comunista dos EUA.

[34] Por sinal, a Divini Redemptoris foi publicada em março de 1937, mas era apenas a mais recente de uma longa tradição de pronunciamentos anticomunistas do Vaticano, que remontava até pelo menos o ano de 1846.

[35] Romerstein e Breindel, The Venona Secrets, pp. 412-413.