Série de sermões expositivos sobre O Céu. Sermão Nº 106 –  O sexto dia da criação: a criação do homem (Parte 84).  Gn 1:27: a Bíblia versus o Secularismo (Parte 32). Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 13/12/2023.

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INTRODUÇÃO

Jesus na tentação no deserto, encarou a dialética materialista da tentação de Satanás. Mateus 4:2-4, descreve o incidente:

² E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

³ E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

⁴ Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

A dialética materialista de Satanás foi sua primeira tentação a Jesus. Seu erro foi crer que a maior necessidade humana foi o Pão. Mas Jesus disse a Satanás que a maior necessidade do homem estar na área da metafísica e não na dialética materialista da supressão da propriedade privada.

Esse é o erro do marxismo de que o cerne do problema do homem seja a necessidade do pão material. Por isso ele nunca preencheu os anseios do coração. Pois ele nasce da mesma mentira do Pai da mentira. Na exposição de hoje vamos analisar essa inconsistência do Marxismo.

  1. “O corpo mistico do Anticristo”

O Bispo Fulton J. Sheen (1895-1979) foi um dos mais célebres americanos do século XX. O bispo observava que, se por um lado Karl Marx chamava a religião de “suspiro da criatura oprimida”, ele, Sheen, por sua vez via o comunismo como esse suspiro. Sheen expressou em um sermão: “Como pode a mentalidade moderna não ver que não há nada de novo o comunismo?”. Ele chamava-o de “um gemido de desespero”.[1]

O bispo chamou em 1936 a URSS de “a nação mais anticristã da face da terra”.  Ele chamou o marxismo de um “cadáver putrefato”. símbolo perfeito daquilo a que o comunismo conduz a todos: ao pó, à dissolução e à morte”.[2] Em 1948, Sheen lançou o livro: “O comunismo e a consciência do ocidente” e que foi um best-seller.

“A verdade nesse assunto é que o marxismo e o ateísmo estão intrinsecamente ligados entre si; e não se pode ser um bom marxista sem ser ateu, e todo ateu é um potencial comunista!” dizia ele. Citava Marx: “O comunismo começa onde começa o ateísmo”. E, contudo, por ironia, dizia Sheen, o comunismo, e não a religião, é que foi o ópio das massas.

O comunismo soviético aderiu à “prédica de Lenin”, os “apóstolos de Marx”, e tratava Stalin como um deus. Em seu livro A Igreja, o comunismo e a democracia (1954), Sheen escreveu que o comunismo não se inspirava no espírito de Cristo, “mas no espírito da serpente […]. O corpo místico do Anticristo”. Dizia ele: “Lançaram ao mundo um desafio. A voz pertence ou à fraternidade em Cristo ou à camaradagem no Anticristo“.

Ele explicava: “Para entender a noção de verdade dos marxistas, precisamos substituir Deus pela filosofia do marxismo; em outras palavras, a origem última da verdade está no partido“.

E acrescentava: “Marx não virou primeiro comunista e depois ateu. Era antes ateu, e depois virou comunista. O comunismo era a simples expressão política do seu ateísmo. Da mesma maneira que odiava Deus, odiava os donos da propriedade privada[3]

Sheen contrastava o sofrimento redentor de Cristo com o sofrimento não redentor de Marx e da filosofia comunista. “O cristianismo chega ao otimismo pelo pessimismo; a uma ressurreição pela paixão e a uma coroa de glória por uma coroa de espinhos; à glória do domingo de Pascoa pela ignominia da Sexta-Feira Santa“.

Relacionando isso com o sofrimento perpetrado pelo comunismo, ele aconselhava ao povo russo para quem, dizia com razão, “o ateísmo não é algo natural” que se lembrasse de que o túmulo de Cristo está vazio e o de Lenin não. Sheen dizia que os comunistas não tiveram sucesso em convencer o mundo de que Deus não existe. Em vez disso, brincava ele, só conse guiram convencer o mundo de que o Diabo, este sim, existe[4].

  1. O grande erro do Marxismo.

Precisamos alertar as pessoas das armadilhas do marxismo. “Com a vitória da revolução”, na Rússia, China, Cuba; “tornou-se evidente também o erro fundamental de Marx. Ele indicou com exatidão o modo de realizar a derrubada. Mas não nos disse como as coisas deveriam proceder depois. Ele supunha simplesmente que, com a expropriação da classe dominante, a queda do poder político e a socialização dos meios de produção, ter-se-ia realizado a Nova Jerusalém”. Observa que, uma vez derrubada a ordem existente, Marx ingenuamente acreditava que “ficariam anuladas todas as contradições.

…homem e mundo haveriam de finalmente resolver todos os seus problemas. Então tudo poderia proceder espontaneamente pelo caminho certo”[5]  A tolice de Marx foi não “idealizar”[6] os ordenamentos necessários para o mundo novo; já que não deveria haver mais necessidade os valores do capitalismo cristão”.

Para Marx, eles não seriam mais necessários porque a utopia surgiria, inevitável, e daria um jeito em todos esses detalhes inconvenientes. Quanto aos detalhes, tolamente, Marx não disse uma só palavra. Ele cria que não precisava falar ou escrever sobre o que exatamente viria, porque… ora, viria. É claro que viria. “O fato de não dizer nada sobre isso é consequência lógica da sua perspectiva intelectual”. “O seu erro situa-se numa profundidade maior.

Ele esqueceu que o homem permanece sempre homem. Esqueceu o homem e a sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal”. Essa liberdade para o mal seria exercida por homens como Lenin, Trotsky, Stalin, Bukharin, Mao Tse – Tung, Pol Pot, os Kims, Che, Castros, Maduro. “Marx pensava que, uma vez que a economia fosse colocada em ordem, tudo se arranjaria. O seu verdadeiro erro é o materialismo: porque o homem não é só o produto de condições econômicas, nem é possível redimi-lo apenas com a criação de condições econômicas favoráveis”. Em outras palavras, nem só de pão vive o homem como Jesus Cristo lembrou a Satanás.

Lenin, o padrinho dos bolcheviques(revolucionários) cometeu a mesma suposição fatal, ao depositar sua confiança em Marx por algo que ele jamais ofereceu: Assim, depois de cumprida a revolução, Lenin deu-se conta de que, nos escritos do mestre, não se achava qualquer indicação sobre o modo como proceder. É verdade que ele tinha falado da fase intermédia da ditadura do proletariado como de uma necessidade que, porém, num segundo momento ela mesma se demonstraria caduca.

Esta “fase intermédia” conhecemo-la muito bem e sabemos também como ela evoluiria: em vez de dar à luz um mundo sadio, ela deixaria uma destruição desoladora atrás de si. O próprio jesuíta, Papa Francisco declarou que a ideologia marxista é errada. Mas na pratica ele adota uma agenda progressista, pois os Jesuítas foram tomados por essa ideologia marxista e a defendem com todo fervor.

  1. A mentira da serpente.

Hoje em dia, costumamos ouvir objeções do tipo: “Ora, não sou comunista; sou socialista”, ou “Sou social-democrata”. Muitos dos que abraçam essas bandeiras se fazem as mesmas perguntas.[7]  Sem entrar propriamente numa análise detida acerca das diferentes nuances, parece correto fazer alguns esclarecimentos que também seria relevante à presente discussão e ao discurso em voga.

Para começar, Vladimir Lenin, Leon Trotsky e Joseph Stalin e seus camaradas comunistas totalitários fundaram uma “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas”. Mas ele fazia parte do partido operario Social-Democrata Russo[8] e que mudou o nome para Partido comunista da União Soviética.[9]  E o mesmo aconteceu com os partidos comunistas americanos. Lenin e todos os social-democratas: começaram sua carreira como um social-democrata e apenas deram o passo natural no processo evolutivo do marxismo, passando do socialismo para o comunismo[10].

Embora os marxistas não aceitam essas comparações, e nem aceitam o fato de o nazismo ser um partido comunista dos trabalhadores alemães. De fato, os marxistas modernos não cometeram nenhum ato de violência que se compare nem de longe com aqueles orquestrados por tais tiranos. Porém, em todo o mundo, os socialistas compartilham sim com os soviéticos e com nazistas do objetivo comum de tornar o governo de alguma forma o detentor dos meios de produção. Todos os marxista têm esse mesmo objetivo[11].

É o princípio central do pensamento socialista. Quando os curiosos buscam pelo termo no Merriam-Webster.com, encontram precisamente essa definição padrão. “Socialismo”, segundo o dicionário, é a “propriedade coletiva dos meios de produção”.[12] Às vezes a melhor maneira de tentar definir um conceito é ir diretamente à fonte ou seja, aos seus próprios defensores. Assim, o Partido Socialista Mundial dos Estados Unidos declara que seu “objetivo” fundamental é o seguinte:

“O estabelecimento de um sistema de sociedade baseado na propriedade coletiva e no controle democrático dos meios e instrumentos para a produção e distribuição de riqueza, segundo o interesse da sociedade como um todo”. Mais do que isso, eles veem esse objetivo como parte de um movimento global. Ele dizem:

“Nossa única meta é informar as pessoas sobre a necessidade imperiosa que todos temos de eliminar no presente o trabalho assalariado e o capital em favor do livre acesso e da auto- determinação das necessidades, baseados no comunismo.

Chamamos isso de ‘propriedade coletiva’, mas outros termos que consideramos sinônimos são comunismo e socialismo[13]“.

Aqui fica claro que esses socialistas são comunistas, como eles próprios admitem. O Partido Socialista Mundial trata ambos como sinônimos, e não é uma exceção à regra, como jamais foi. Ele vê o socialismo como o passo derradeiro e crucial para o comunismo que de fato ele é, segundo a teoria marxista. No rigor da teoria marxista, o socialismo possui justamente esse propósito e essa definição bem específica: um lugar de passagem no caminho para a utopia do comunismo pleno ateísta.

Segundo o falso pensamento dialético-marxista, a história percorre uma série de planos ou estágios: feudalismo, capitalismo, socialismo e comunismo. Cada plano ou estágio sucessivo é um passo adiante no processo evolutivo rumo ao “paraíso dos trabalhadores” ou à gloriosa “sociedade sem classes”. Essa é a mentira da serpente desde o começo de criar um paraíso sem Deus. Um céu secular. Uma busca de um  novo Céu e uma Nova Terra comunista.

No livro “O Estado e a revolução, no capítulo intitulado “A transição do capitalismo ao comunismo”, Lenin começava citando Marx:

Entre a sociedade capitalista e a comunista encontra-se o período da transformação revolucionária da primeira na segunda. Aquele corresponde também um período de transição política no qual o Estado não pode ser outra coisa senão a ditadura revolucionária do proletariado“.[14]

Lenin também citava Engels:

Segundo Engels, o Estado burguês não “se extingue”, mas “é suprimido” pelo proletariado na revolução. O que se extingue depois desta revolução é o Estado proletário, ou um semi-Estado. […] Ao falar de “extinção” e, ainda com mais relevo e colorido, de “adormecimento”, Engels refere-se de forma absolutamente clara e determinada à época depois “da tomada de posse dos meios de produção pelo Estado em nome de toda a sociedade”, isto é, depois da revolução socialista. A revolução socialista abre as portas para a consumação final da revolução comunista.

  1. A Heresia do marxismo.

É importante dizer que, desde o início, o socialismo (o irmão de sangue do comunismo) começou a seguir um programa militantemente ateu. O que com toda certeza foi percebido pelos cristãos e principalmente pelos católicos. Vejamos novamente algumas das encíclicas mais importantes. Em 1849, o Papa Pio IX referiu-se ao socialismo e ao comunismo com expressões como:

“ímpias doutrinas”, “perversas doutrinas”, “perversos ensinamentos” e “perniciosas ficções”, “vilaníssima maquinação […] para subverter toda a ordem dos assuntos humanos e arrastá-los aos execrandos sistemas do socialismo e do comunismo”. “perversa confederação”.

O documento diz:

Nos referimos a essa seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros, se chamam socialistas, comunistas ou niilistas, e que, espalhados por toda a superfície da Terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniquidade.

…já não procuram um abrigo nas trevas dos conciliábulos secretos, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm formado de há muito, de destruir os alicerces da sociedade civil.

O documento[15] falava da “peste do socialismo”, do “flagelo do socialismo”, do “germe funesto do socialismo”, alertava contra os “sectários do socialismo” e acusava-os de abusarem “do próprio Evangelho, a fim de enganarem mais facilmente os espíritos incautos”. Leão XIII, disse que esses marxistas: “torcem o Evangelho em proveito de sua opinião”. Eles sao “perversos”, “sediciosos” e “insidiosos”, transando planos para a “ruina” da sociedade.

Muitas pessoas foram enganadas pelas heresias marxistas e nao percebem o mentira[16]:

“Para curar [o mal da miséria sofrida por muitos e da exploração dos proletários pelas grandes corporações, os socialistas] instigam nos pobres o ódio invejoso contra os ricos, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens de um indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para os municípios ou para o Estado.

Mediante esta transladação das propriedades e desta suposta igualdade na repartição das riquezas e das comodidades que elas proporcionam entre os cidadãos, lisonjeiam-se de aplicar um remédio eficaz aos males presentes. Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social. […]

Assim, esta conversão da propriedade particular em propriedade coletiva, tão preconizada pelo socialismo, não teria outro efeito senão tornar a situação dos operários mais precária. Retirando-lhes a livre disposição do seu salário e roubando-lhes, por isso mesmo, toda a esperança e toda a possibilidade de engrandecerem o seu patrimônio e melhorarem a sua situação.

A encíclica observa que, ao contrário do que pensam os socialistas, “contra a natureza todos os esforços são vãos”. Eles chegam ao ponto de abalar os fundamentos da família: “Substituindo a providência paterna pela providência do Estado, os socialistas vão contra a justiça natural e quebram os laços da família” (n° 6).

Acrescenta a encíclica: “A teoria socialista da propriedade coletiva deve absolutamente repudiar-se como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária aos direitos naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e perturbando a tranquilidade pública” (n° 7).

O documento fala do “erro capcioso […] de alguns socialistas, para os quais tudo o que é produtivo deve passar a ser propriedade do Estado ou ‘socializar-se[17]“. Uma tal ambição é “por isso mesmo erro muito mais perigoso e próprio a embair [lograr] os incautos: veneno suave que tragaram avidamente muitos, a quem o socialismo sem rebuço [dissimulação] não pudera enganar”. Uma afirmação importante da encíclica é a de que “o princípio fundamental do socialismo”, incluindo as formas mais modernas não comunistas e totalitárias que se desenvolveram desde o principio são “contrárias à fé cristã”.

  1. Socialismo cristão uma contradição em termos.

A encíclica refletia com considerável atenção sobre o fato de alguém defender um socialismo mais moderado. Um tipo de comunismo cristão.  A encíclica diz que os Marxistas, poderia até “tende[r] para as verdades que a tradição cristã sempre solenemente ensinou, e delas em certa maneira se aproxima”. Mas o fato de uma ideologia ensinar ideias de justiça social, não faz do marxismo nem de qualquer heresia, uma verdade.

O documento aconselha:

Quem quer ser missionário entre os socialistas, é preciso que professe franca e lealmente toda a verdade cristă, e que de nenhum modo feche os olhos ao erro. Esforcem-se antes, se querem ser verdadeiros arautos do Evangelho, por mostrar aos marxistas que as suas reclamações, na parte que têm de justas, se defendem muito mais vigorosamente com os princípios da fé e se promovem muito mais eficazmente com as forças da caridade (n° 116).

Em seguida, a encíclica rejeitava o socialismo com todas as letras:

[Nós] declaramos: o socialismo quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como “ação”, se é verdadeiro socia- lismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina cristã; pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã. […]

E vimos quanto as suas formas, ainda as mais mitigadas, se desviam dos ditames do Evangelho (n’s 117, 118, 120, 128).

Trata-se de uma clara rejeição do socialismo e certamente de qual- quer noção de “socialismo cristão”. “Nenhum cristão verdadeiro pode adeir sequer ao socialismo moderado[18]

Citando Pio XI:

Entre comunismo e cristianismo, o documento declara novamente que a oposição é radical, e acrescenta não se poder admitir de maneira alguma que os cristãos aderem ao socialismo moderado: quer porque ele foi construído sobre uma concepção da vida fechada no temporal, com o bem-estar como objetivo supremo da sociedade, quer porque fomenta uma organização social da vida comum tendo a produção como fim único, não sem grave prejuízo da liberdade humana; quer ainda porque lhe falta todo o princípio de verdadeira autoridade social. “Socialismo cristão” não passa de uma contradição em termos.

  1. O colapso do marxismo.

A encíclica “atingia o fundo da questão” ao definir “a natureza do socialismo de então como sendo a supressão da propriedade privada”. “Para remediar este mal (a injusta distribuição das riquezas e a miséria dos proletários), os socialistas excitam, nos pobres, o ódio contra os ricos, e defendem que a propriedade privada deve ser abolida, e os bens de cada um tornarem-se comuns a todos“.[19]

O marxismo “falseia as funções do Estado, e subverte toda a ordem social”. Um dos eternos problemas do marxismo: a sua presunção fatal de sempre, de que são os iluminados tão aguardados, os ungidos que fariam o socialismo dar certo. A ideia de que o marxismo seria o correto, o verdadeiro, o único apropriado o socialismo real.

É a alegação permanente de cada nova geração de socialistas: basta que você lhes dê poder e liberdade suficientes, e eles implementarão, enfim, o socialismo real. “É preciso acrescentar que o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico.

De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social”. O marxismo supõe que basta o pão para que o homem resolva todos os seus problemas e, contudo, como Jesus respondeu a Satanás, nem só de pão vive o homem.

Afirma João Paulo II:

[O socialismo] defende que esse mesmo bem [do indivíduo se pode realizar prescindindo da livre opção […]. O homem é (assim] reduzido a uma série de relações sociais […]. Desta errada concepção da pessoa, deriva a distorção do direito, que define o âmbito do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada. O homem, de fato, privado de algo que possa “dizer seu” e da possibilidade de ganhar com que viver por sua iniciativa, acaba por depender da máquina social e daqueles que a controlam.

O indivíduo torna-se tutela do Estado do Estado-babá, do Grande Irmão. “O que torna muito mais difícil reconhecer a sua dignidade como pessoa”, “e impede o caminho para a constituição de uma autêntica comunidade humana”. Isso é contrário à visão cristã da pessoa humana: em toda a doutrina social da Igreja cristã, a sociabilidade do homem não se esgota no Estado.

Essa “errada concepção [que o socialismo possui] da natureza da pessoa” produz inúmeros erros e dores, e “sua causa primeira é o ateísmo […]. A negação de Deus priva a pessoa do seu fundamento e consequentemente induz a reorganizar a ordem social, prescindindo da dignidade e responsabilidade da pessoa”. Ademais, “da mesma raiz ateísta, deriva ainda a escolha dos meios de ação, própria do socialismo. Trata-se da infame luta de classes”.

Socialismo e comunismo – a mesma coisa, o mesmo problema. Essas ideologias se baseiam num erro fundamental da concepção do homem e do que satisfaz os seres humanos. Elas são incapazes de compreender o que os homens e as mulheres realmente desejam e aquilo pelo que anseiam. São ideologias baseadas numa antropologia equivocada. Desse erro fatal, básico, segue-se uma longa fileira de erros destrutivos.[20]

Fica uma alerta para a fatal presunção de que o “Estado […] queira prover a tudo e tudo abarcar”, tornando-se “no fim das contas uma instância burocrática. E que não pode assegurar o essencial de que o homem sofredor – todo o homem tem necessidade: a amorosa dedicação pessoal[21]. Não precisamos de um Estado que regule e domine tudo”. Em vez disso, precisamos é de um Estado que opere “segundo o princípio de subsidiariedade” e que não caia na ilusão da “concepção materialista” do homem que vive “só de pão”.

Em suma, testemunhamos aqui o histórico notável de uma Igreja que, com todo vigor, com toda coragem e com toda eloquência, opôs-se ao socialismo e ao comunismo, ganhando nesse processo a inimizade de tais alvos. No entanto, essa igreja que condenou o socialismo e o comunismo, não teve força para excomungar aqueles que não aceitaram as decisões dos lideres.

Pois ela foi invadida pelos marxistas que entraram em suas universidades e seminários e ganharam espaço no bispado. Os jesuítas são um exemplo claro desse mal.  Ao invés de disciplinar os rebeldes, deram as mãos a eles, elegendo um papa Jesuíta com uma agenda progressista que tem chocado o mundo.

CONCLUSÃO:

Satanás tentou a Karl Marx  a mentira da dialética materialista, de que o problema da humanidade é a propriedade privada, e ele caiu na armadilha.  Ele creu na mentira de que o marxismo é a salvação da humanidade rumo ao “paraíso dos trabalhadores” ou à gloriosa “sociedade sem classes”. A busca de um justiça social utópica.

A criação de um céu secular. A era de ouro de um  novo Céu e uma Nova Terra comunista.  Satanás quer trazer a falsa justiça sem o arrependimento. A restauração final que Deus consiste na redenção da humanidade de seu verdadeiro problema o pecado. A propriedade privada, aguarda com expectativa a redenção do filhos de Deus. Onde toda a terra, pertencerá aos verdadeiros herdeiros. Todavia, confiados em sua Promessa, esperamos novos céus e nova terra onde habita a justiça (2 Pedro 3:13)

[1] Thomas C. Reeves, America’s Bishop: The Life and Times of Fulto” J.She1t1.

2001, pp. 87-88.

[2] Reeves, America’s Bishop, p. 88

[3]   Sheen, The Church Comunism and democracy, pp.61,122, 138.

[4] A crise do mundo ocidental, são perspicazes e memoráveis, alertando contra tudo que vai da “ditadura do relativismo” aos perigos de uma sociedade que exalta a “confusa ideologia da liberdade”.

[5] Kathlccn L. Rilcy, Fulton]. Sheen: An American Catholic Re,POtlS•to• lsland, NY: Alba Housc, 2004, p. 149.

[6] Isto é, conceber-NT.

[7] Em 2015, termo inglés socialism foi a palavra mais buscada no dicionário online Merriam-Webster. o interesse crescente pelo assunto, mas ao mesmo tempo reflete a confusão que persiste solo seu significado-confusão sempre alimentada por aqueles que saem brandindo o termo. A busca pela essas palavras deixa muita confusão sempre alimentada e receberá dez respostas diferentes. Cf. Alex Adriation, “Socialism Can Never Work The Insider (Heritage Foundation), primavera de 2016, p.

[8]Foi no II Congresso do Partido Operário Social-Democrata Russo, inaugurado em Bruxelas e com encerramento em Londres, percorrendo três semanas, de julho a agosto de 1903, que Lenin alterou o nome do partido a que ele, Trotsky e Stalin pertenciam, passando de Partido Operário Social-Democrata Russo para o que acabaria se tornando o Partido Comunista da União Soviética.

Foi lá que Lenin e seu grupo tornaram-se bolcheviques (dividindo-se em bolcheviques e mencheviques). Os bolcheviques foram os primeiros social-democratas

[9] A mudança do nome ocorreu em 1903, quando os socialistas russos se dividiram em duas facções, os bolcheviques e os mencheviques. Cf., entre outros, Pipes, Communism: A History, pp. ix-x.

[10] Nos EUA ou na Europa Ocidental, os modernos auto-intitulados “socialistas” rechaçam qualquer sugestão de semelhança ou simpatia com o socialismo soviético ou com o socialismo nazista (“nazi” é na verdade uma abreviatura de Partido Nacional-Socialista dos Trabalha- dores Alemães).

[11] A famosa cláusula IV do manifesto/plataforma do Partido Trabalhista Britânico em 1918 (repudiada em 1995 pelo líder trabalhista Tony Blair) convocava à “distribuição mais igualitária” baseada na “propriedade coletiva dos meios de produção, distribuição e permuta”.

[12] Mermistima definição encontra-se no dicionário Aulete em português. Cf. https//aulete.com.br/so Galisumo-NT

[13] A explicação foi tirada diretamente do website e da bibliografia publicada pelo PSM. O logotipo do grupo apresenta o globo terrestre envolvido por uma faixa que declara: “UNIDOS PELO SOCIALISMO!”, abaixo da célebre frase marxista: “TRABALHADORES DO MUNDO” e acima da frase marxista: “NÃO TENDES NADA A PERDER SENÃO VOSSOS GRILHÕES”.

[14] O titulo completo ´é O Estado e a revoluçãoi a doutrina do marxismo sobre o Estado e as tarefas

do proletariado na revolução, escrito entre agosto e setembro de 1917 quando Lenin se escondia do

governo provisório e apenas algumas semanas antes dele liderar a revolução de outubro, ao longo de pelo menos  um ano, Lenin defendera a necessidos desse tipo de obra teorica aplicada as  realidades praticas, e essa foi sua grande tentativa de fornecer uma .cf. “entre outras” as notas introdutorias The State and Revolution publicado no web site www.marxists.org

[15] A Quod Apostolici Muneris

[16] Em maio de 1891, Leão XIII publicaria a Rerum novarum um clássico, o documento predileto de tantos católicos, porém muitos dos seus admiradores liberais parecem ignorar a sua firme rejeição ao socialismo. esta passagem (seções 3-4):

[17] A Rerum novarum tornou-se a base de outro clássico, a encíclica Quadragesimo Anno, publicada quarenta anos mais tarde, em maio de 1931. Há cerca de cinqüenta referências ao socialismo na Quadragesimo Anno. A seção 55.

[18] Ele afirmou isso em sua encíclica Mater et Magistra, sobre o cristianismo e o progresso social, publicada em 15 de maio de 1961.

[19] Papa João Paulo II, Centesimus Annus, 1º de maio de 1991, publicada em: Https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/en/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc 01051991 centeximus-annus.html.

[20] Cf. Catechism of the Catholic Church, o’s 1883-1894; e David A. Bosnich, “The Principle of Subsi diarity”, Religion & Liberty (publicado pelo Acton Institute), vol. 6, nº 4, 20 de julho de 2010. 94 Isto é, Jesus Cristo (cf. Jo 14, 6)-NT.

[21] Esse caminho superior foi promovido pelo sucessor de João Paulo II, Bento XVI, em sua crítica ao socialismo na encíclica Deus Caritas Est (25 de dezembro de 2005).