Série de sermões expositivos sobre o livro de Eclesiastes. Sermão Nº 25 –  Eternamente jovem. Eclesiastes 11:7-12:7. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 09/09/2020.

INTRODUÇÃO

Segundo a Associação Norte-Americana de Cirurgia Plástica Estética, seus cirurgiões realizam mais do que dez milhões de procedimentos cosméticos cada ano, sendo que quase nenhum é medicamente necessário.

A jornalista Beth Teitell expressa uma preocupação com toda essa plástica, não porque fosse inseguro ou tolo, mas porque isso a fará parecer mais velha do que outras mulheres de sua idade.

Eu peguei o resumo que a Amazon, faz do anuncio de seu livro: Drinking Problems at the Fountain of Youth [Problemas de bebida na fonte da juventude], Teitell comenta que ninguém está a salvo desse medo, nem mesmo os ricos:

“Além de passar várias horas do dia em tratamentos anti-envelhecimento, há algo que a mulher com idade média pode fazer para melhorar, pelo menos mesmo que alguns meses de sua aparência?

Algum dos cremes, procedimentos ou poções mágicas milagrosas realmente fazem uma pessoa parecer mais jovem?

Uma mulher precisa se preocupar com suas dobras nasolabiais se ela nem sabe onde elas estão localizadas em seu corpo?

A jornalista veterana Beth Teitell tem como objetivo encontrar as respostas para essas perguntas e muito mais em suas viagens hilárias em busca do “elixir da juventude”.

Se você se sente mal com seu pescoço (ou qualquer outra parte do corpo), se a ideia de seringas cheias de Botox o enche de horror, se você não quer esvaziar sua carteira para pagar por soros de $ 475 que prometem animar a pele envelhecida ou o custo por hora de um preparador facial…

…ou se você não acredita nas alegações de ursinhos de goma anti-envelhecimento ou água engarrafada anti-envelhecimento, então Beber dos problemas na Fonte da Juventude é o livro para você.

Não existe uma mulher na América que não se veja nas lutas de Teitell ou saia sentindo que a enorme quantidade de energia, tempo e dinheiro que gastamos tentando restaurar nossos corpos à forma como eram quando tínhamos 20 anos poderia ser mais bem gasta em outro lugar.

Com honestidade, indignação e inteligência, Teitell se aprofunda na cultura da juventude a qualquer custo e a separa de dentro para fora. E então ela nos assegura que há esperança – há coisas que podemos fazer para parecer e nos sentir mais jovens e maneiras de aprender a parar de nos preocupar em não parecer mais velha. O que vale tudo isso? Em uma só palavra: nada”.

Sabendo disso ou não, essa autora está enfrentando uma das idolatrias predominantes dos tempos modernos o culto à juventude.

Para pessoas que sabem que estão envelhecendo, a adoração desse deus exige esforços infinitos para permanecer jovem.

Mas muitas pessoas jovens adoram essa mesma deidade. Em vez de respeitar os mais velhos, elas desprezam pessoas ou ideias que lhes parecem antiquadas.

Querem apenas o novo e aquilo que está na moda. Elas têm dificuldades de imaginar que também envelhecerão. Se pudessem escolher, prefeririam morrer antes.

Eclesiastes pode ajudar tanto os jovens quanto os velhos e aqueles que se encontram entre os dois extremos.

O Pregador que escreveu esse livro nos ensina a celebrar as alegrias da vida em qualquer idade.Mas ele é também franco sobre os problemas que vêm com a idade.

Pela sabedoria do Espírito, ele oferece uma série de chamados que podem nos ajudar a viver bem, por mais jovens ou velhos que sejamos — dois chamados para regozijar, um para remover e outro para lembrar e por Crer.

Se jovens e velhos, obedecerem às instruções do pregador, poderão alcançar a benção de ser eternamente jovem. Vejamos:

  1. REGOZIJAR.

O primeiro chamado é para regozijarmos na bondade da vida, mesmo sabendo que a vida é vaidade. O Pregador diz:

Doce é a luz, e agradável aos olhos, ver o sol.Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade” (Ec 11.7-8).

Esse chamado se dirige principalmente aos mais velhos — pessoas que já viveram “muitos anos”. É bom encontrar alegria nos prazeres da vida.

  1. Doçura e luz. 

Muitas coisas na vida são “doces”, como o gosto do mel dourado ou as dobras macias da pele na nuca de um bebê ou o som da bola quando encontra o lugar certo no taco de beisebol.

Muitas coisas na vida são também brilhantes — como os primeiros raios de sol num mar cintilante, o arco-íris diante de nuvens escuras, uma fogueira numa noite de verão, as luzes cintilantes da nossa casa após uma longa viagem. Como a vida é doce, e como brilham suas muitas bênçãos.

Que alegria, então, é viver muitos anos — porque isso nos dá mais tempo para servir ao Senhor semeando e ceifando (veja Ec 11.1-6), mais também porque isso nos dá mais oportunidades para desfrutar a bondade da vida.

Lembro-me com frequência das palavras de um velho fiel que estava sentindo os efeitos da idade.

Quando fiquei preocupado que ele poderia ficar desencorajado, ele disse: “De forma alguma, pois com o Senhor a vida só fica cada vez melhor!”. Para o cristão fiel, uma vida longa é uma bênção de Deus (Sl 91.16).

A maneira certa de reagir é regozijar. Louve a Deus pela bondade da vida. Louve-o pela coisa doce que você prova e cada coisa brilhante que vê. O Deus vivo é o Senhor da luz.

Quando ele disse: “Haja luz” (Gn 1.3) houve luz, e essa luz tem brilhado desde cuido. Segundo Os profetas, “nascerá o sol da justiça. trazendo salvação nas suas asas” (Ml 4.2).

Agora o Deus da luz merece O nosso louvor. Devemos louvar a Deus como Francisco de Assis, quando disse: “Seja louvado, meu Senhor, por todas as criaturas, especialmente pelo Irmão Sol, que traz a cada dia; tu dás a luz por meio dele. E ele é lindo e radiante em todo seu esplendor! A ti, Altíssimo, ele é semelhante”.

  1. Amargo e escuro.

Mas mesmo quando nos regozijamos, precisamos lembrar que a vida inclui mais do que doçura e luz, algo que o pregador nunca nos deixa esquecer.

Se vivermos “muitos anos“, ele diz, devemos nos lembrar “que há dias de trevas, porque serão muitos” (Ec 11.8), e sentiremos o gosto também daquilo que é amargo na vida, tanto quanto aquilo que é doce.

Mais cedo ou mais tarde. sofreremos perda, decepção, injustiça e tristeza. “Tudo quanto sucede”, inclusive os anos em que ficamos velhos e grisalhos, “é vaidade” (Ec 11.8).

No início de Eclesiastes, soubemos que “tudo é vaidade” (Ec 1.2). Se a vida não tem alegrias e prazeres irrestritos, então por que deveria ser diferente nos nossos anos avançados?

Alguns comentaristas acreditam que o Pregador está confuso aqui, que ele está “dando conselhos contraditórios segundo os quais seus leitores deveriam desfrutar a vida, mas também se lembrar de que morrerão”.

Isso não é confusão, mas lucidez. Eclesiastes nos oferece uma visão realista da vida, que se alegra com os prazeres felizes e, ao mesmo tempo, mantém-se numa postura sóbria em relação às muitas tristezas.

O livro se recusa firmemente a nos mostrar nada menos do que a vida toda como ela realmente é.

Quando o Pregador nos diz que teremos muitos dias de trevas, ele não está sendo cínico ou tentando estragar toda a nossa alegria.

Em vez disso, está nos instruindo a desfrutar a vida ao máximo enquanto pudermos.

“Os dias de trevas” qualificam aquilo que diz sobre regozijar-se na luz, mas não o nega. Até o fim dos nossos dias haverá doçura no mundo, e por isso seremos chamados a nos regozijar.

Não tenha a vida como certa. Não se queixe de todos os seus problemas, como algumas pessoas idosas costumam fazer.

Mas receba cada novo dia como o fez o salmista, ao dizer: “Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl118.24).

  1. REGOZIJAR.

Como ensinou duplamente o apostolo Paulo (Fp. 4.4) “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”.

Outra vez o chamado para regozijar, e agora não se dirige apenas aos idosos, mas também aos jovens. Enquanto os idosos devem louvar a Deus pela duração de seus dias, os jovens devem louvar a Deus pela força de sua juventude.

Daí o segundo chamado do Pregador: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade: anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos” (Ec.11.9).

Pessoas jovens desfrutam de muitas bênçãos na vida. Elas têm menos daquelas preocupações que vêm com as responsabilidades do adulto.

Seus corpos são fortes e ficam cada vez mais fortes. Seus corações estão cheios de alegria e riso fácil. O futuro lhes promete muitas possibilidades.

Elas têm a liberdade de assumir riscos e tempo para seguir uma nova direção na vida. Os jovens ainda ousam sonhar que conseguem fazer uma diferença no mundo. Tudo isso são razões para o jovem regozijar.

No entanto, mais uma vez o Pregador aconselha cautela. O que ele diz sobre seguir seu coração, não é um incentivo para “cair na folia” e a satisfazer todos os desejos pecaminosos do coração.

Nem incentivando algumas pessoas a acreditar que elas podem fazer o que bem quiserem, o que é, francamente, como muitos jovens pensam.

Eles pensam, em primeira instância, em si mesmos. Esperam que todos se subordinem à sua agenda. Vivendo pelo momento, eles não pensam nas consequências dos seus atos. Compram tudo por impulso.

Em vez de arrumarem a bagunça que causam, deixam um caos por onde passam. Desfrutam do prazer imediato do sexo, sem assumir o compromisso amoroso a longo prazo do casamento.

Para deixar claro que os jovens são chamados para a santidade, o Pregador diz: “anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas DEUS TE PEDIRÁ CONTAS (Ec 11.9).

O Pregador sabe que os jovens enfrentam muitas tentações. Ele acredita também que Deus é um juiz justo que pedirá contas daquilo que fazemos.

Spurgeon disse que “os pecados da juventude, lançam os alicerces para as aflições da velhice”.

Por isso, ele nos lembra que, toda vez que seguirmos nosso coração e fizermos o que nos parece bom, temos de responder a Deus pelo que fizemos.

Principalmente os jovens deveriam estar atentos “à concupiscência da carne, à concupiscência dos olhos e à soberba da vida(1 Jo 2.16).

O Pregador não diz isso para sugar toda a alegria da vida ou para nos passar a impressão de que Deus está à nossa espreita, mas para vivemos na presença de Deus e que somos chamados nos lembrar de que para nos alegar nele.

Apalavra “juízo” no final do versículo 9, pode também, referir-se, ao último de todos os juízos – ao grande dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos dos homens (Rm2.16).

Esse dia pode parecer distante demais para fazer alguma diferença em nossas decisões diárias. Mas o Juiz está sempre próximo. Ele vê tudo o que fazemos. Deus “perscruta até as extremidades da terra, vê tudo o que há debaixo dos céus” (Jó 28.24).

ISSO SIGNIFICA QUE TUDO O QUE FAZEMOS E TUDO O QUE DECIDIMOS IMPORTA PARA A ETERNIDADE.

Como gastamos nosso dinheiro, o que fazemos com nosso corpo, como usamos nosso tempo, o que decidimos em relação ao futuro.

Como lidamos com nossos relacionamentos – tudo que tocamos, saboreamos, ouvimos e vemos — tudo isso importa ao Juiz e, por isso, deveria importar também a nós.

Portanto devemos nos regozijar com responsabilidade. Desfrutar dos prazeres da vida, mas não de forma pecaminosa.

Celebrar o dom da juventude, mas, ao mesmo tempo, seguir o mandamento de Deus de “fugir, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22).

III. REMOVER.

Os privilégios devem ser equilibrados com responsabilidades pessoais. Após seu chamado dirigido aos idosos e aos jovens, incentivando-os a regozijar, o Pregador faz um chamado para remover:

“Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec 11.10).

  1. Remédio contra a dor

Com essas palavras, o Pregador nos aconselha a eliminar as coisas ruins da vida que perturbam o nosso corpo e a nossa alma.

Um “desgosto” “aflição interior”, “ansiedade” ou “constrangimento” é qualquer problema que nos cause preocupações, que “enfurece, angustia, entristece ou irrita”.É a amargura angustiosa provocada por um mundo duro e decepcionante.

Não faz muito sentido apresentar uma lista de exemplos. Com tantos problemas no mundo, seria difícil saber por onde começar e por onde terminar.

Além do mais, os desgostos e angustias são diferentes para cada um de nós. O que enfurece ou irrita uma pessoa pode não irritar ou angustiar a outra. No entanto, todos nós concordamos que a vida é repleta de desgostos.

E também a vida está cheia de dor física; seja por causa de doenças, acidentes ou deficiências, todos nós sofremos dores físicas.

Mais uma vez o Pregador está sendo sincero em relação aos problemas da vida, tanto físicos quanto psicológicos.

Ele também tem um conselho para nós: devemos fazer o que pudermos para remover o desencorajamento da nossa alma e minimizar o dano ao nosso corpo.

Isso não é um chamado para negar o sofrimento real de qualquer experiência. Tampouco é um chamado para escapar da dor vivendo pelo prazer. É antes um chamado para cuidar de nossa saúde física e mental.

Se estivermos desencorajados por causa dos diversos desânimos e se estivermos tentados a ceder à DEPRESSÃO ou DESILUSÃO, devemos fazer o que o Pregador diz e remover esses desgostos do nosso coração.

Isso começa com a nossa recusa de sentir pena de nós mesmos. Em vez de remoer tudo aquilo que está dando errado, devemos contar as bênçãos.

Devemos também buscar o apoio de um pastor ou o conselho de amigos cristãos, de irmãos e irmãs em Cristo que nos ajudem com a nossa situação

E que também sejamos capazes de reconhecer nossa situação, para que possamos ser ajudados, e estejamos dispostos a obedecer ao que precisamos ouvir, e especialmente por meio das Escrituras.

  1. O elixir da vida longa.

Mas o melhor remédio contra o desgosto é ir a Deus em oração e confiar a ele todos os nossos problemas. A ansiedade é considerada o mal do século. Grande parte das doenças são psicossomáticas.

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.”

A essa ordem segue então uma promessa: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7).

A maneira bíblica de remover nossos desgostos e angustias é entregar todas as nossas preocupações a Deus.

Se nossos sofrimentos forem de natureza física, é certo e bom buscar uma maneira para aliviar a dor.

Quando a Bíblia nos instrui a remover a dor, ela não está nos dando a permissão de afogar as nossas tristezas no álcool ou usar drogas que destroem a vida.

Mas a dor física é um mal que devemos evitar, se pudermos fazê-lo de forma que honre a Deus e que não nos exponha a sensualidade e a vaidade.

Eclesiastes 11.10 fornece então parte do argumento bíblico para uma boa assistência médica, uma alimentação saudável, e a pratica regular de atividades físicas desde cedo, e cultivar emoções saudáveis desde a infância.

Uma das razões pelas quais o Pregador nos instrui a remover a dor e o desgosto é que ele sabe que não podemos permanecer jovens para sempre: “a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec.11.10).

Isso não significa que a juventude não tenha sentido. O Pregador já nos disse que devemos regozijar na nossa juventude e desfrutar seus muitos prazeres.

Mas a juventude é vã ou vazia (hebel) no sentido de ser efêmera e fugaz. É como a fumaça que se dissolve no ar ou como a neblina que desaparece ao nascer do sol.

Num dia somos jovens e fortes, mas antes de nos darmos conta, esses dias já se passaram. Assim, o Pregador nos aconselha desde cedo a viver livres de desses “desgostos angustiosos” para evitar problemas no futuro na velhice.

Isso não é cinismo ou pessimismo, mas realismo em relação às limitações da vida humana. Na verdade, podemos até dizer que se trata de um tipo de otimismo, pois o Pregador está nos ajudando a aproveitar a vida ao máximo.

Deus “tudo fez formoso em seu devido tempo” (Ec3.11). Há um tempo para ser jovem e forte, e enquanto estivermos nessa estação da vida, devemos celebrar as suas bençãos.

Precisamos aproveitar cada sensação e louvar Deus por ela, pois o dia virá em que você não poderá mais, por exemplo jogar basquete.

Conhecer a vaidade da vida nos ajudou a desfrutar ainda mais e, ao mesmo tempo, ajuda-nos a nos preparar um pouco para a idade.

Deus me deu a graça de desfrutar da minha juventude e de aprender a sabedoria para envelhecer.

Tudo que o Pregador disse aos jovens sobre regozijar na vida, sobre remover a dor e o desgosto, e sobre amar a Deus em vez de viver pelos desejos da juventude se expressa muito bem no hino majestoso de Margaret Clarkson:

Nós te adoramos, Senhor Cristo

Nosso Salvador e nosso Rei,

Trazemos a ti em adoração

Nossa juventude e nossa força:

Enche o nosso coração, para que todos vejam

Tua vida em nós e se voltem para ti. 

  1. LEMBRA E REFLITA.

A última instrução do Pregador se dirige principalmente aos jovens, mas talvez as pessoas que melhor a entendam sejam os mais velhos.

  1. Memória graciosa.

Somos aquilo que pensamos, amamos, realizamos e lembramos. A memoria é a grande virtude da maturidade.

O grande patrimônio da velhice está no mundo maravilhoso da memória. Fonte inesgotável de reflexões sobre Deus e nós mesmos, um banco de dados mentais.

O pregador, nos ensina a preservar essa riqueza de experiencias acumuladas ao longo da vida, mostrando-nos a importância de cuidar bem da nossa memória, e mantendo-a viva e ativa em todas as idades.

Este é um chamado para lembrar-se: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Ec 12.1).

Aqui, o pregador está nos chamando para uma vida plena e centrada em Deus, fazendo do Deus que fez o universo a nossa primeira e mais alta prioridade.

Na verdade, essa é a chave para todas as outras coisas às quais ele nos chamou nessa passagem.

A razão pela qual somos capazes de nos regozijar nos longos anos da vida ou então na nossa juventude e força é porque cada dia é uma dádiva do nosso Deus Criador.

A razão pela qual precisamos andar em caminhos santos é porque O nosso Criador é também o nosso Juiz.

O melhor remédio contra a dor ou o desgosto é entregar toda a nossa preocupação ao Deus que nos fez e sabe tudo sobre nós. Tudo que o Pregador diz nessa passagem supõe e exige a presença íntima de Deus.

Lembrar-se de Deus significa viver toda a nossa vida para ele. Significa lembrar-se de Deus em todas as circunstâncias – incluí-lo em todos os nossos planos, louvá-lo por todas as suas bênçãos e orar a ele em todos os nossos problemas.

Essa lembrança, não é um ato superficial ou meramente mental; significa abandonar nossa pretensão ou autossuficiência e entregar-nos a ele.

O melhor momento na vida para fazer isso é quando ainda somos jovens o bastante para entregar toda a vida ao serviço de Deus.

Não espere até estar tão velho que não terá mais desejo de fazer qualquer coisa porque a vida já perdeu todo o seu prazer.

Em vez disso, entregue sua vida a Deus agora, enquanto ainda tiver a paixão suficiente para fazer alguma diferença no mundo. Lembre-se de Deus quando estiver em casa ou na escola.

Lembre-se dele quando estiver ao ar livre em sua criação ou dentro de casa, na cozinha ou no quarto.

Lembre-se dele quando estiver trabalhando e se divertindo, ou ouvindo música. Não se esqueça de Deus em momento algum, mas lembre-se dele em tudo que fizer.

De a ele o melhor de todas as cosias e nunca as sobras. Alguém escreveu o seguinte poema: Sobras

As sobras são coisas tão humildes,

Não serviríamos a um hóspede,

E ainda assim os servimos ao nosso Senhor

que merece o melhor.

 

Damos a Ele o tempo que sobra,

Minutos perdidos aqui e ali.

Sobras de dinheiro nós damos a Ele,

tão poucas moedas quanto podemos poupar.

 

Nós damos nossa juventude ao mundo,

ao ódio, luxúria e contenda;

Então, em anos de declínio, damos

a ele o resto de nossa vida.

Para ajudar a demonstrar essa mensagem, o Pregador nos dá um dos poemas mais memoráveis da Bíblia. O poema trata da realidade da mortalidade.

“Um professor de literatura o chamaria de “esboço de personagem” uma descrição generalizada e figurativa da idade em suas manifestações físicas”.

Acontece que é também um dos poemas mais lindos escritos sobre o processo de envelhecer. O momento para lembrar-nos do Criador é:

antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro; no dia em que tremerem os guardas da casa, Os teus braços,

e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas;

e os teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem;

como também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite (Ec 12.2-5).

O versículo 2 compara os problemas da idade com a vinda de uma tempestade atrás da outra. Dia e noite são escurecidos por nuvens, e depois da chuva, as nuvens de tempestade voltam a se formar.

É isso que acontece quando as pessoas envelhecem. Quando somos jovens, ainda há tempo para o céu clarear, mas quando somos velhos, sofremos um problema após o outro, sem ou com pouco tempo de recuperação. A luz da vida enfraquece.

Essa cena é sombria o bastante para nos fazer compreender não só o enfraquecimento das forças tísicas e mentais, mas também as desolações mais gerais da idade avançada.

Há muitas luzes que funcionam e depois têm de ser retiradas, além daqueles sentidos e faculdades na medida em que, um após o outro, velhos amigos são levados, hábitos familiares mudam e esperanças nutridas durante muito tempo são abandonadas.

  1. A casa velha.

Os versículos 3-5 comparam uma pessoa idosa com uma casa que, aos poucos, decai. “Os guardas da casa” são os braços de uma pessoa, que começam a tremer. “Os homens fortes” são as pernas, que se curvam com a idade. “Os moedores” são os dentes, é claro, caso ainda tenha sobrado alguns.

“As janelas” são os olhos ofuscados pela catarata ou por uma perda geral de visão. “As portas” são os ouvidos que estão surdos ou não ouvem bem e assim se fecham para a agitação e o alvoroço de uma rua agitada.

Michael Eaton acredita que “o ato de moer o trigo deve ter sido um sinal comum e alegre de que pessoas mais jovens estavam trabalhando, enquanto os mais velhos se viam cada vez mais excluídos da atividade da vida diária”.

“As filhas da música” são as cordas vocais que não têm mais a força elástica para produzir a doce música.

Já que amendoeiras costumam ser pálidas na primavera, a expressão “floresce a amendoeira” indica que o cabelo de alguém se tornou grisalho por causa da idade.

E esses não são os únicos problemas que o envelhecer traz. Segundo o versículo 4, pessoas idosas sofrem de insônia; levantam-se com o canto dos pássaros, antes do amanhecer.

Segundo o versículo 5, têm medo — medo de cair ou de serem atacadas na estrada. Sofrem de diminuição do desejo, que pode incluir o desejo sexual, mas não se limita a ele.

Lembramo-nos do lamento do velho Barzilai quando o rei Davi o convida ao palácio real em Jerusalém:

“Oitenta anos tenho hoje; poderia eu discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que come e no que bebe? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras”’.(2Sm 19.35).

Então, certo dia, a velha casa ruirá. O pregador nos prepara para isso com a imagem do gafanhoto no versículo 5. Normalmente, os gafanhotos saltam no ar. Por isso, um gafanhoto que duramente se arrasta pelo chão é um caso perdido.

No entanto, o mesmo destino espera a todos nós – não só o enfraquecimento pela idade, mas também a poeira da morte. Essa também é uma razão para que nos lembremos do nosso Criador quando ainda estivermos jovens:

“porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça; antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.5-7).

Todas essas são descrições memoráveis da morte. Morrer é voltar para nosso lar eterno. Não viveremos para sempre aqui. Hoje somos jovens e fortes, mas já estamos envelhecendo, e amanhã os pranteadores levarão nosso corpo para o enterro.

A morte é como o romper de um fio de prata e o despedaçar de um copo de ouro. Isso pode se referir a uma lâmpada de ouro suspensa por um fio de prata (caso em que a luz da vida se apagou).

Em todo caso, algo precioso e lindo se quebrou. Para usar outra metáfora, a morte é como uma roda ou um jarro quebrado junto a um poço. Os utensílios estão quebrados e não podem ser consertados, portanto, é inútil tentar puxar a água que nos daria vida.

Que mais podemos dizer sobre a morte? Morrer é voltar ao pó, a maldição que Deus pronunciou sobre Adão e todo nosso pecado (veja Gn3.19).

Essa é a mesma maldição que Jesus sofreu na cruz, pois no salmo do servo abandonado por Deus, nós o ouvimos dizer ao Pai: “assim, me deitas no pó da morte” (SI 22.15).

Nós também somos feitos de pó (Gn 2.7; SI 103.14), e ao pó voltaremos. Um dia, nosso corpo voltará para a terra, e a nossa alma voltará para o seu Criador, quando a morte separar o corpo da alma até a ressurreição.

Essas são as realidades sombrias da vida e da morte que cada um precisa encarar num mundo caído. O chamado do Pregador quer que nos lembremos do nosso Criador agora, antes de tudo isso acontecer conosco.

Segundo uma velha fábula, um homem fez um acordo incomum com a Morte. Ele disse ao Ceifador que o acompanharia de bom grado quando chegasse a hora de morrer, mas apenas com uma condição – que a Morte enviaria um mensageiro com bastante antecedência para avisá-lo.

Semanas se transformaram em meses, e meses em anos. Então, numa noite amarga de inverno, enquanto o homem pensava em todos os seus pertences, a Morte de repente entrou na sala e deu um tapinha em seu ombro.

Assustado, o homem gritou: “Você está aqui tão cedo e sem avisar! Achei que tivéssemos um acordo.”A morte respondeu: “Tenho mais do que cumprido minha parte. Enviei muitos mensageiros. Olhe no espelho e você verá alguns deles.”

Enquanto o homem obedecia, Morte sussurrou: “Observe seu cabelo! Antes era cheio e preto, agora é fino e branco. Veja como você inclina a cabeça para me ouvir porque não consegue ouvir muito bem.

Observe o quão perto do espelho você deve ficar para se ver claramente. Sim, enviei muitos mensageiros ao longo dos anos. Lamento que você não esteja pronto, mas chegou a hora de partir.”

  1. CRER.

Eclesiastes é um livro extraordinário e tem se tornado um dos meus livros favoritos. É um livro sobre um sujeito que deseja descobrir por que está vivo, por que foi criado. Ele tenta o conhecimento. Ele tenta a riqueza. Ele tenta a experiência. Ele tenta tudo.

Você corre para o fim do livro para descobrir o porquê, e ele diz: “Lembra-te do seu Criador”. De certa forma, parece ser uma decepção enorme.

Mas, na verdade não é. Não, não é. Crer e Conhecer o nosso Criador-Salvador antes de envelhecer e morrer é a coisa mais importante que podemos fazer. Esse é um chamado para ser novamente jovem, para nascer de novo.

  1. Principal chamado.

Esse chamado se dirige especialmente ao povo jovem. O termo hebraico para juventude tem o sentido de “amanhecer”.

Quando menos esperamos o sol começa a nascer e a se por, então devemos aproveitar o máximo esses anos de amanhecer para fazer a coisa principal: Conhecer a Deus.

Lembre-se de Deus agora, enquanto você ainda tiver uma mente sã. A principal preocupação dos pais, seria primeiro investir tudo na educação espiritual dos filhos na infância.

Lembre-se, nas Escrituras, temos o relato do filho da irmã de Paulo, de João Marcos. Na Igreja primitiva os nomes chegam até nós, deque; devem ter amado Cristo quando eles tinham menos quatro anos; e muitas vezes foi citado de que haviam muitos meninos e meninas “que haviam sido considerados discípulos do Senhor em sua infância e continuaram incorruptos por toda a vida”.

Mais tarde na história,foi convertido antes dos sete anos, e Matthew Henry antes dos onze anos, Isaac Watts antes dos nove. Lembre-se de que as crianças devem ser levadas a Cristo.

Muitos são filhos de educação fiel e de muitas orações. Deus é fiel ao Seu pacto e “a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que estão longe, a tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar”.

João era o mais jovem de todos os discípulos (20 a 24 anos), e nosso Salvador tinha uma bondade e afeição muito particulares por ele; pois é dito que ele é “o discípulo a quem Jesus amou”.

Lembre-se de Deus agora enquanto você ainda estiver definindo o curso de sua vida e tomando decisões importantes sobre o que você fará com seus dons.

Lembre-se de seu Criador agora, antes de se esquecer do Deus que o fez e antes de tomar muitas decisões ruins, dasquais você se arrependerá mais tarde.

Lembre-se de Deus agora, enquanto ainda tiver uma vida inteira para viver para a sua glória. Como disse Charles Bridges certa vez: “Muitos se lembraram tarde demais — mas ninguém cedo demais”.

No entanto, essa passagem não é só para crianças e os jovens. E também para pessoas que estão envelhecendo.

Admito que, visto isoladamente, o poema do Pregador não parece muito encorajador.

Por mais honesto que seja, não parece inspirar muita esperança. Contudo, ele contém um encorajamento autêntico para os santos mais velhos.

Deixe-se encorajar pela beleza desse poema. Envelhecer e encarar a morte são algumas das experiências mais difíceis da vida. A Bíblia é sincera quando fala sobre elas, mas não é amarga.

Na verdade, essa passagem contém algumas das palavras mais lindas jamais pronunciadas. O Espírito Santo fez um esforço especial para tratar com dignidade o envelhecimento e a morte.

Isso demonstra o cuidado amoroso de Deus pelo seu povo durante toda a vida, até a idade e até o túmulo. As Escrituras dizem: “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116.15).

Mas não é apenas a morte dos seus santos que é preciosa para Deus — eles são preciosos para ele durante todo o processo de envelhecimento.

E deixe-se encorajar também por isto: o seu Criador se lembra de você, mesmo quando você nem sempre se lembra dele.

A segurança da nossa salvação não depende da nossa lembrança de Deus, mas de sua promessa de se lembrar de nós. Assim o salmista orou:

Tu me tens ensinado, ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho anunciado as tuas maravilhas. Não me desampares, pois, ó Deus, até à minha velhice e às cãs” (Sl 71.17-18).

O pregador expositivo Phillip Riken, conta que Após completar 90 anos de idade, seu avô teve dificuldades de se lembrar de qualquer coisa, por vezes, até mesmo de quem ele era. Isso foi extremamente estressante para ele, pois ele sabia que estava confuso, mas não sabia por quê. “Eu não consigo lembrar quem sou!”, ele disse à minha mãe. “Tudo bem, pai'”, ela disse. “Eu sei quem você é e posso cuidar de tudo o que você precisa.”

Há uma segurança ainda maior para cada cristão na lembrança de Deus. A maravilha não é que nós nos lembremos do nosso Criador, mesmo que sejamos chamados para lembrá-lo.

  1. A vida da ressurreição.

A maravilha é que Deus se lembra de nós agora e que ele se lembrará de nós durante todos os nossos dias. Jesus disse:

E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.

De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.39-40).

Jesus prometeu lembrar-se de nós desde agora até o último dos dias, quando ele nos ressuscitará para a vida eterna.

Deixe-se encorajar pela promessa da ressurreição, segundo a qual aqueles que morrerem crendo em Cristo voltarão a viver e serão jovens para sempre.

Como o Pregador de Eclesiastes, o apóstolo Paulo compreendeu que, um dia, a velha casa do nosso corpo terreno será destruída.

Mas como servo de um Salvador que ressurgiu do túmulo, ele acreditava também que nossos corpos serão refeitos: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer” — uma imagem semelhante à casa caída de Eclesiastes 12

—, “temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2Co 5.1). Essa nova casa é o corpo da ressurreição de todos que creem em Jesus, sua cruz e seu túmulo vazio.

Talvez seja por isso que alguns santos velhos têm um coração tão jovem que nem parecem envelhecer.

Amo a promessa do salmo 92, que compara o justo com uma palmeira que cresce na casa de Deus: “Na velhice darão ainda frutos”, diz o salmista, “serão cheios de seiva e de verdor” (v. 14).

Mesmo quando envelhecem, os justos continuam vivos pelo poder do Espírito Santo que vive neles. Por fora podem estar se “corrompendo”, mas por dentro “se renovam de dia em dia” (2Co 4.16).

Eles vivem na esperança de um lar eterno, onde sabem que voltarão a ser jovens. E serão para sempre jovem.

CONCLUSÃO

Em suma o pregador está fazendo seu apelo; “se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”, porque pode ser tarde demais. Antes que venham dias maus, ou seja a morte, e nela não há contentamento.

Alguém já contou a história das “Quatro Chamadas”.

O Espírito veio na infância e implorou: “Deixe-me entrar”,

mas oh! a porta estava trancada por falta de pensamento e pecado;

“Sou muito jovem”, respondeu a criança, “não vou ceder hoje;

Há tempo suficiente; amanhã.” O Espírito foi embora.

Novamente Ele veio e implorou na hora feliz e brilhante da juventude;

Ele veio, mas não ouviu nenhuma resposta, pois atraído pelo poder de Satanás.

Os jovens então sonhavam e diziam: “Hoje não,

não antes de experimentar os prazeres da terra.” O Espírito foi embora.

Novamente Ele clamou em misericórdia no auge vigoroso da masculinidade,

Mas ainda não encontrou boas-vindas, o comerciante não tinha tempo;

Sem tempo para o verdadeiro arrependimento, sem tempo para pensar ou orar,

E então, enojado e triste, o Espírito foi embora.

Mais uma vez Ele chamou e esperou, o homem estava velho e doente,

E mal ouvia o sussurro, seu coração estava frio e parado;

“Vá, deixe-me; quando eu precisar de ti, clamo por ti”, gritou ele;

Então, afundando em seu travesseiro, sem esperança, ele morreu!

Não desperdice sua vida. Os ímpios ressuscitarão com um corpo de cheio de ignomínia, desprezo e horror, pois o destino deles é o inferno. Mas os justos brilharam como o sol da justiça.

“Lembra-te do teu Criador, nos dias do teu amanhecer”. Conheça a Cristo, Hoje, não adie sua decisão. Amanha pode ser muito tarde.

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