Série de sermões expositivos sobre o livro de Eclesiastes. Sermão Nº 23 –  Chega de tolice. Eclesiastes 10:12-20. Pregação do Pastor Jairo Carvalho em 26/08/2020.

INTRODUÇÃO

Charles Spurgeon diz que:“A entrada ao templo da sabedoria é o conhecimento de nossa própria ignorância.” Essa observação nos coloca em nosso devido lugar e nos ajuda a saber por onde começar nossa busca de sabedoria.

Não somos tão sábios quanto acreditamos ser. Se formos sinceros com nós mesmos e humildes diante de Deus, temos de confessar que nem sempre somos sábios naquilo que dizemos, naquilo que fazemos com o nosso dinheiro ou na forma com que respondemos à tentação.

Tendemos a fazer comentários tolos, despesas irrefletidas e decisões imprudentes. Se quisermos ser mais sábios, precisamos começar reconhecendo nossa tolice. Apenas assim estaremos prontos para crescer na sabedoria de Deus.

Eclesiastes nos convida a entrar no templo da sabedoria divina. O Pregador tem nos mostrado a diferença entre a sabedoria e a tolice na vida diária, ajudando-nos em muitas situações práticas que exigem sabedoria.

No fim do capítulo 10, ele continua na mesma direção, ensinando-nos sobre o emprego sábio de palavras (v. 12-14,20), sobre o exercício sábio de liderança (v. 16-17) e o investimento sábio do nosso esforço (v. 18-19).

  1. PALAVRAS SÁBIAS

Em algum momento, todo mestre sábio tem algo a dizer sobre aquilo que dizemos, pois o modo como empregamos as nossas palavras é “A PROVA DE FOGO DA SABEDORIA”.

Se a boca falar apenas o que estiver no coração, então toda vez que dissermos algo estamos revelando a sabedoria ou a tolice de dentro dele.

A pessoa sábia fala sabedoria. O pregador diz: “Nas palavras do sábio há favor” (Ec 10.12). Isso pode significar simplesmente que alguém que fala com sabedoria conquistará uma boa reputação.

Ninguém sabia disso melhor do que Salomão, que se tornou famoso no mundo inteiro por sua sabedoria real. Mas talvez devamos interpretar o versículo de forma mais literal.

A palavra “favor- é na verdade, a palavra hebraica para “graça- (hen), um favor não merecido. As palavras de uma pessoa sábia demonstram esse tipo de graça em relação a outras pessoas – são mensagens de bênção.

A mensagem desse versículo, então, não é que o discurso sábio nos renderá algo dos outros (isto é, seu favor), mas que ele nos capacita a dar algo aos outros (isto é. o amor gracioso de Deus): “As palavras da boca do sábio são cheias de graça” (Ec 10.12 ARIB).

Isso é exatamente o oposto da maneira como a maioria das pessoas usa as palavras na maior parte do tempo.

As palavras têm o poder de nos ajudar a conseguir o que queremos.Nós as usamos para provocar uma risada, para atrair a atenção ou para fazer com que alguém faça algo por nós.

Usamos nossas palavras para conseguir um emprego ou uma namorada (ou um namorado respectivamente).Usamos nossas palavras para nos edificar e derrubar outras pessoas.

Mas será que usamos nossas palavras como instrumentos da graça? Falamos para o bem dos outros ou como uma forma de alcançar os nossos próprios objetivos?

Uma pessoa sábia tarda a falar (Ec 6.11 NVI; cf. Tg 1.19), pois às vezes é melhor calar a boca. A sabedoria escolhe cada palavra com cuidado. Mas quando falamos, há muitas coisas sábias que podemos dizer.

Como aplicação veja algumas das muitas maneiras sábias de falar, não como lista de regras para obedecer, mas como um estilo de vida desejável:

  • Uma pessoa sábia oferece louvor verbal e ações de graça audíveis a Deus — não amaldiçoando, mas abençoando-o, isso é sábio porque nos lembra quem somos. Somos criaturas feitas à imagem de Deus e criadas para lhe dar glória.

Se “o temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1.7), então uma das primeiras maneiras de demonstrar sabedoria é falando ou cantando palavras de adoração.

  • Quando uma pessoa sábia fala com outras pessoas, ela usa mais palavras de encorajamento do que de crítica. Normalmente, a maneira de revelar o que há de melhor em outras pessoas não é apontando seus erros, mas edificando-as.

Em vez de se gabar e tentar impressionar; a pessoa sábia usa as palavras para dizer com que as outras pessoas fiquem bem.

  • Uma pessoa sábia fala “a verdade com o seu próximo” (Ef 4.25), não a usando para sua própria vantagem, mas dizendo o que precisa ser dito com amor.

Isso inclui se manifestar contra a injustiça e confrontar alguém que esteja fazendo alguma coisa errada, se isso é o que Deus nos chama a fazer.

A pessoa sábia usa palavras sábias para dizer duras verdades quando estas precisam ser ditas o que a Bíblia chama de “palavra a seu tempo” (Pv 15.23; 25.11).

  • Uma pessoa sábia fala com mansidão, jamais em ira injusta. A sabedoria espera até as emoções ficarem sob controle. Então, as palavras que falamos podem oferecer graça autêntica.

Segundo o livro de Provérbios, “o coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades” (15.28).

  • Uma pessoa sábia também sabe usar palavras reconciliadoras como “sinto muito” e “por favor, perdoe-me”, “eu realmente errei”, “eu sou o único culpado”.

Contudo, há momentos em que somos chamados para nos defender, mas uma pessoa sábia NUNCA É DEFENSIVA, mas sempre se contenta em dar uma resposta calma e então permitir que Deus se vingue em seu devido tempo.

Uma pessoa sábia também não ataca com observações cruéis ou ácidas, mesmo quando provocada, sabendo que é a “resposta branda” que “desvia o furor” (Pv 15.1).

  • Uma pessoa sábia fala palavras de amor e afeto. Por exemplo, um marido sábio, nunca é rude, e nem critica sua esposa; não se contenta em deixar seus atos falarem por si mesmos, mas transmite segurança à sua esposa afirmando seu amor.

Às vezes, a sabedoria é tão simples quanto dizer: “eu te amo”. Uma esposa sabia nunca criticará seu marido, tentando diminuí-lo; nem se dirigirá a ele de forma desrespeitosa.

Essas são algumas das muitas maneiras como a sabedoria se expressa. Você está escolhendo as suas palavras sabiamente?

Infelizmente, a maioria de nós não é tão sábia quanto deveria ser. O que, então, precisamos para ser mais sábios naquilo que dizemos?

Já que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34), a fala sábia exige um coração que transborda do amor de Deus.

Lembre-se daquilo que o Pregador disse no início desse capítulo: um coração sábio tende a fazer a coisa certa (Ec 10.2).

Portanto, a fala sábia só pode vir de um coração sábio, e esta é uma dádiva de Deus, cujo Filho vive em nosso coração por meio da fé (Ef 3.17).

Um coração sábio é um coração humilde: ele teme a Deus e coloca os outros em primeiro lugar.

Quando temos esse tipo de coração, é natural que usemos nossas palavras para louvar a Deus e transmitir a sua graça para os outros.

Um coração sábio é um coração verdadeiro: ele usa nossas palavras para uma fala mansa e suave. Um coração sábio é um coração que ama – um coração que fala palavras de afeto.

Em outras palavras, uma pessoa sábia tem o coração de Jesus e, por isso, fala palavras que demonstram sua graça. Se houve um homem que falou palavras de sabedoria, este homem foi Jesus Cristo.

A Bíblia diz que, quando ele falava, as pessoas se “maravilhavam das palavras de graça que lhe saiam dos lábios” (Lc 4.22).

Isso correspondia à profecia messiânica do salmo 45.2 – que Deus derramaria graça nos lábios do Salvador. Correspondia também à sabedoria de Eclesiastes: “Nas palavras do sábio há favor” (10.12).

Jesus falava assim porque seu coração era perfeitamente humilde. amoroso e verdadeiro. Quando pedirmos que o Espírito Santo nos dê o coração de Jesus, ele nos capacitará a falar palavras de sua sabedoria e graça.

  1. PALAVRAS TOLAS

As palavras de um tolo não são tão sábias assim. Para nos ajudar a reconhecer a diferença entre a sabedoria e a tolice, o pregador menciona alguns dos muitos problemas que resultam do discurso tolo.

Na verdade, ele gasta mais tempo falando sobre os lábios do tolo do que sobre a boca de um homem sábio, provavelmente porque a fala representa uma área de SANTIFICAÇÃO tão difícil para a maioria de nós.

O apóstolo Tiago disse: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão” (Tg 3.2). Mas quem jamais consegue ser tão perfeito?

O Pregador menciona várias áreas de perigo para o discurso tolo, e elas representam desafios para todos nós.

  1. As palavras do tolo são destrutivas (v.12).

Em vez de lhe trazerem favor, como no caso do homem sábio, “ao tolo os seus lábios devoram” (Ec 10.12).

Literalmente, suas palavras o comem. Quando o tolo abre a boca para dizer algo, as suas palavras saem e se viram imediatamente contra ele para engoli-lo.

Os insensatos falam pelo cotovelo. As Palavras do tolo não somente destroem o seu caráter de muitas maneiras, mas também destroem outras pessoas.

O apostolo Paulo diz que as conversas inúteis e profanas,promovem ainda mais a impiedade, e tais palavras se alastrarão como câncer{gangrena} (2Tm 2.17).

Às vezes, um tolo diz algo que o põe numa encrenca. Suas palavras impensadas irritam alguém, e essa pessoa o destrói.

Às vezes, um tolo diz algo que destrói um relacionamento. Ele desatentamente revela algo que não deveria ter sido dito.

Mas uma vez dito, o prejuízo está feito. Há milhares de maneiras para palavras tolas destruírem aquele que as diz.

  1. As palavras do tolo são desrespeitosas.

O Pregador nos dá um exemplo específico no final do capítulo: “Nem no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais interior do teu quarto o rico; porque as aves dos céus poderiam levar a tua voz,  e o que tem asas daria notícias das tuas palavras- ( Ec 10.20).

Uma das coisas mais arriscadas que uma pessoa tola pode fazer com suas palavras é criticar uma pessoa em posição de chefia ou de autoridade nesse caso em especial, pessoas com poder de prisão e influênciapolítica.

Eclesiastes diz que nem no pensamento devemos falar mal de alguém. A única forma de não falar mal é não pensar mal de ninguém, visto que as palavras sãopensamentos em ação.

Em alguns países, criticar o governador é tratado como traição.Isso se aplica especialmente a monarquias absolutas, que, em tempos bíblicos, teria incluído a maioria das nações.

Fofoque sobre o seuchefe, seu patrão, ou outra autoridade,até mesmo em secreto e suas palavras podem causar sérios problemas para você.

O código penal brasileiro, condenam o tolo e suas palavras insensatas, pelos crimes contra honra, que são: Calúnia, Difamação e Injúria quando alguém atinge a reputação e a integridade dos outros.

Amaldiçoar qualquer espécie de liderança é um pecado grave na Escritura, esse pecado era punido com a morte no antigo testamento.

Falar mal dos nossos líderes políticos é algo muito errado, algo que os cristãos que vivem em uma democracia precisam lembrar antes, durante e depois de um ciclo de eleição.

Como diz a lei de Moisés: “não amaldiçoarás o príncipe do teu povo” (Êx 22.28). 

  1. As palavras do tolo são assombrosas (v.20).

Mas além de serem erradas, as nossas críticas tolas podem voltar para nos assombrar terrivelmente.

Aqui o Pregador usa a imagem antiga e familiar de um pássaro que ouve o que é dito e depois o repete para outra pessoa.

Ele não está afirmando que pássaros têm o poder da fala, é claro, mas está usando uma metáfora familiar para a propagação rápida da tolice: “um passarinho me contou”. Ou algo como: “as paredes tem ouvidos”.

Diga algo estúpido, e antes de você perceber, o mundo inteiro já o sabe.Por isso,cuidado com o que diz! Não adianta ficar irado com quem contou, você não deve falar mal de ninguém.

Mais cedo ou mais tarde, aquilo que dizemos sobre uma pessoa será repetido por outra pessoa, com variados graus de precisão.

Uma vez que as palavras saem de sua boca, não controlamos mais para onde elas vão. Se a palavra errada chegar ao ouvido da pessoa errada, as consequências podem ser graves.

Como é fácil enviar uma mensagem eletrônica, mas como é difícil consertar os danos causados por palavras que insultam outra pessoa ou que são sexualmente inapropriadas.

Seria mais sábio nem pensar essas coisas, muito menos dizê-las, especialmente porque Deus conhece todos os nossos pensamentos (SI 139.4) e vai Julga-los.

  1. As palavras do tolo são más (v.13).

Palavras tolas não são apenas destrutivas, elas são também más. O versículo 13 descreve uma queda livre: “As primeiras palavras da boca do tolo são estultícia, e as últimas, loucura perversa”.

No início, aspalavras do tolo eram apenas tolas, o que já era ruim, mas então passam de mal a pior.

Quando termina, o tolo já alcançou a “loucura perversa” – uma expressão que indica depravação moral e deficiência mental.

É importante não se acostumar a usar palavras tolas e bobas. A princípio, o discurso do tolo pode parecer apenas tolo, mas ele não permanece nesse nível por muito tempo.

Uma pessoa que é tola o bastante para contar uma bobagem ou uma “pequena mentira inofensiva” ou dizeralgo pelas costas de alguém não vai parar por aí.

Logo, o tolo usará palavras de forma cada vez mais destrutiva e chega a todo tipo de extremismo verbal perverso.

Se formos sábios, ficaremos atentos à nossa fala, cientes de que a tolice é o caminho para a depravação. Cuidado com suas palavras.

Jamais devemos permitir que os nossos filhos falem palavras tolas, sem que sejam corrigidos, para que sejam sábios desde pequenos.

Paul Tripp oferece um conselho sábio em seu livro Guerra das palavras, um guia prático para discernir a fala sabia da tola. Aqui está a lista de perguntas do Dr. Tripp para uma AUTOAVALIAÇÃO:

  • Ouça a fala que ocorre em sua casa. Quanto dessa fala é impaciente e indelicada?
  • São frequentes as palavras faladas a partir do egoísmo e dos desejos pessoais?
  • Ocorrem facilmente explosões de ira? Os erros passados são geralmente trazidos à tona?
  • Falhamos em comunicar esperança? Falhamos em proteger?
  • Nossas palavras carregam ameaças de que estamos “cheios” e a ponto de desistir?

Pare e ouça, e você verá quanto precisamos elevar a nossa fala para alcançar esse padrão de amor, e também quão frequente a verdade que professamos tem sido distorcida pelo nosso pecado.

  1. As palavras do tolo são presunçosas.

Existe mais um problema com as palavras do tolo: elas são presunçosas.

Em outras palavras, os tolos fazem alegações arrogantes e atrevidas sobre o que sabem e sobre o que farão, mas eles são incapazes de fundamentar suas palavras com conhecimento ou atos.

Assim o Pregador diz: “O estulto multiplica as palavras, ainda que o homem não sabe o que sucederá; e quem lhe manifestará o que será depois dele’?” (Ec 10.14).

Normalmente, tolos têm uma opinião bastante forte; tendem a ser prolixos. Por alguma razão, o tolo raramente se contenta em manter a sua tolice para si mesmo, insistindo em compartilhá-la com outros.

As palavras se multiplicam. Os tolos não param, mesmo quando não sabem do que estão falando. Platão disse certa vez: “Homens sábios falam porque têm algo a dizer; os tolos falam porque precisam dizer algo”.

O tolo tem sempre uma opinião pronta para tudo, ele se passa como conhecedor de tudo. O mundo seria um lugar melhor, se as pessoas seguissem o que ele pensa.

Uma das muitas coisas sobre as quais os tolos gostam de falar é o futuro. Ninguém sabe o que há de acontecer nos dias por vir, mas por alguma razão isso não impede o tolo de predizer o futuro.

Alguns tolos possuem teorias elaboradas sobre religião, política e desastres globais. Outros têm grandes planos para o futuro, eles têm solução para tudo.

Se prestar atenção, eles estão sempre a um passo de ganhar na loteria ou de conseguir o seu emprego dos sonhos. Eles se gabam de um “negócio fechado” antes mesmo de fechar o negócio.

Tudo isso é muito estúpido, pois se há uma coisa que não podemos presumir é conhecer o futuro.

Se formos sábios, seguiremos o conselho de Tiago, que soa como se ele conhecesse Eclesiastes:

Atendei agora vós que dizeis: Hoje ou amanha, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida?

Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor,quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo(Tg 4.13-15).

Para evitar o mal, a presunção e a autodestruição do discurso tolo, precisamos escolher nossas palavras com cuidado:

Vencer a guerra das palavras que envolve escolher as nossas palavras cuidadosamente. Não se trata das palavras que dizemos, mas também das palavras que escolhemos não dizer.

Mas difícil do que escolher as palavras certas para dizer, é deixar de dizer as palavras que não deveríamos dizer.

Vencer a guerra significa estarmos preparados para dizer a coisa certa no momento certo, exercendo domínio próprio.

Significa recusar a deixar a nossa fala ser dominada pela paixão e pelo desejo pessoal, mas em vez disso comunicar os propósitos de Deus em vista.

Significa exercitar a fé necessária para sermos parte do que Deus está fazendo naquele momento. 

III. LIDERANÇA SÁBIA E TOLA

Até aqui, o Pregador tem falado sobre como empregar as nossas palavras. No versículo 16, ele passa a contemplar outra área em que há uma ausência desesperadora de sabedoria espiritual e na qual a sua oferta não costuma ser grande — no exercício da liderança, principalmente na política.

O governo é um tema recorrente em Eclesiastes. Aqui Salomão diz que a liderança sábia é uma bênção, mas que a liderança tola é uma maldição:

  1. A imaturidade da liderança tola (v.16).

“Ai de ti, ó terra cujo rei é criança e cujos príncipes se banqueteiam já de manhã (EC 10.16).

Esses versículos contam a história de um desastre nacional, com uma pessoa completamente incompetente na liderança. A palavra “criança” pode sugerir que o governante é ainda jovem, como uma criança-rei.

Em ocasiões raras, isso pode ser uma benção. Um exemplo notável é o rei Josias, que ascendeu ao trono de Judá na idade de 8 anos. A Bíblia dizque ele, aos 16 anos de idade, “começou a buscar o Deus de Davi, seu pai(2Cr 34.3).

No entanto, Josias deve ser a exceção que prova a regra, pois na maioria dos casos, líderes sem experiência geram todo tipo de problemas.

Contudo, a palavra “criança” (na ‘ar) não se limita a pessoas abaixo de certa idade. Pode referir-se, sobretudo num contextoprivado ou político, a uma pessoa mais velha, mas ainda imatura.

O rei Salomão usou apalavra nesse sentido quando assumiu o trono de Israel. “Nãopasso de uma criança”, ele disse reconhecendo sua falta de experiência antes depedir a Deus a sabedoria para governar (1Rs 3.7).

O filho de Salomão, Roboão, não foi tão sábio assim. Apesar de já ter alcançado os 41 anos de idade quando assumiu o trono (2Cr 12.13), ele não fazia ideia do que estava fazendo. Sua corte era corrupta, seu julgamento não era são, e logo seu reino seria dividido.

Para mostrar os problemas que uma liderança imatura pode criar para um país, Eclesiastes descreve uma corte real onde príncipes gananciosos festejam toda manhã.

O Pregador não está falando sobre um café da manhã rico, mas sobre um banquete real que inclui álcool o bastante para se embriagar.

Em vez de se levantar de manhã para melhorar e defender seu país, esses príncipes caem na folia e se embriagam. Eles têm uma abordagem dissoluta e preguiçosa da vida, com ênfase em luxúria e indulgência pessoal.

Um exemplo notável da história europeia é Carlos XII, que se tornou rei da Suécia quando era ainda adolescente.

A conduta selvagem de Carlos e seus amigos incluía cavalgar pela casa de sua avó, derrubar pessoas nas ruas da cidade e praticar tiro com armas de fogo atirando pelas janelas do palácio.

Como reação a isso, todos os principais pregadores de Estocolmo decidiram pregar sobre Eclesiastes 10.16 no mesmo domingo, declarando: “Ai de ti, ó terra cujo rei é criança e cujos príncipes se banqueteiam já de manhã”.

  1. A incontinência da liderança tola (v.16b)

Quando o Pregador diz dos “príncipes que se banqueteiam já de manhã”, ele não está dizendo que há algo de errado com uma festa apropriada no momento certo para o propósito certo.

O versículo 19 elogia os membros da corte que se sentam para uma boa refeição e assim renovam as suas forças para sua obra real.

Afinal de contas, a mesa do rei deve ser preparada para uma festa real, coisa que Salomão conhecia muito bem quanto qualquer um.

O pregador diz “ai da nação”, pois a moral de uma nação dificilmente se eleva acima da virtude dos seus governantes.

A Bíblia sempre condena o tipo de má conduta descrita no versículo 16: festas excessivas, especialmente de manhã (Is 5.11), e a embriaguez é errada em qualquer ocasião (Pv 23.20).

A escritura condena também pessoas irresponsáveis que usam sua posição de privilégio para prazeres egoístas.

As palavras do Pregador nos chamam para uma liderança sábia. Podemos aplicar as suas palavras a nações e a reinos. Os políticos que governam para a vantagem pessoal trazem desastres para o povo que lideram.

Ai de qualquer nação caracterizada pela diversão pecaminosa, como o carnaval e outras festas mundanas, pela indulgência preguiçosa e pelo abuso excessivo de álcool e outras drogas, especialmente entre seus líderes nacionais.

Podemos aplicar os mesmos princípios também ao contexto pessoal. Quem não tem autocontrole pessoal, não pode liderar sabiamente a outros.

Existe um tempo e um lugar para festejar na vida cristã. Mas existe também o perigo de gastar a nossa vida vivendo simplesmente pelos nossos prazeres.

Você tem desperdiçado a sua vida, o tempo e suas oportunidades. Como você passa as suas manhãs? Suas tardes, Suas noites?

Aqui está uma palavra aos sábios: precisamos aproveitar todo tempo e energia para fazer o trabalho do reino que Deus lhe deu, priorizando a oração e a leitura das Sagradas Escrituras.

Qual é sua relação com trabalho, comida, lazer, tecnologia, cinema (filmes, séries da Netflix, esportes versus a oração e leitura das Escrituras.

  1. A necessidade do autocontrole sábio (v.17).

“Bem-aventurada tu, ó terra, quando teu rei é filho dos nobres, e teus príncipes comem a tempo, para se fortalecerem, e não para bebedice (Ec10:17).

Aqui está outra palavra aos sábios: não coma e beba em excesso pecaminoso, mas pratique o AUTOCONTROLE PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO.

“Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”, dizem as Escrituras, “e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14).

Se quisermos nos governar com sabedoria, faremos bem em seguir o exemplo do nosso Rei. Mesmo que o versículo 17 não seja uma profecia direta de Jesus Cristo, ele descreve adequadamente sua sabedoria e o caráter de seu reino.

Como Filho de Davi e Filho de Deus, Jesus é duplamente “filho da nobreza”. Ele sabia quando festejar, como o fazia com seus discípulos.

Mas sua primeira prioridade era a obra do reino de Deus. Portanto, em muitas ocasiões ele JEJUOU, alimentando-se apenas da Palavra de Deus (Lc 4.l-4).

Como filhos renascidos de Deus, somos príncipes e princesas, reis e rainhas de seu reino. Então devemos aprender duas coisas:

(a) Deveríamos saber quando festejar: o que inclui a realização regular da Ceia do Senhor e também as celebrações ocasionais da vida cristã, sendo que todas elas nos lembram de que o nosso Rei tem um banquete à nossa espera no céu.

(a) Deveríamos aprender também quando não festejar: que é uma parte importante da vida para Cristo. Isso inclui abster-se de toda dissolução e embriaguez, que nos esvazia do Espírito Santo (Ef 5.18).

Mas inclui também OUTRAS FORMAS DE JEJUM, durante as quais dizemos não aos prazeres do mundo para encontrar satisfação apenas em Deus.

Jesus Cristo é o maior prazer da alma, mas para descobrir isso por nós mesmos, às vezes precisamos JEJUAR durante um tempo dos prazeres inferiores, que podem nos distrair do reino de Deus.

Abster-se, por exemplo de comer comida boa, assistir a filmes, entretenimentos, facebook, Instagram, WhatsApp; ou deixar de fazer qualquer outra coisa que esteja exercendo domínio em nosso coração.

Segundo o Novo Testamento (Mt 6.16-18), esse tipo de jejum deveria ser parte regular da vida cristã, como era para os santos do passado.

Historicamente os cristãos jejuavam duas vezes por semana, ou num período maior: 21, 30 ou 40 dias; como um tempo para se dedicar ao jejum, oração e arrependimento.

Agostinho[1] ensinou que o jejum; significa abster-se de algum tipo específico de alimento ou bebida, para se dedicar mais intensamente a oração.

Lutero disse que o Jejum “serve para matar e subjugar o orgulho ea concupiscência da carne”.

Calvino diz sobre o Jejum coletivo: “Mui oportuno haverá de ser o uso do pranto e do jejum,sempre que o Senhor parecer ameaçar-nos com algumflagelo ou calamidade” (João Calvino I, III, 17).

Ele continua[2]: “esta é uma santa e salutarordenança em todos os séculos: que os pastores exortem opovo ao jejum público e orações extraordinárias.” (João Calvino – I,IV,14.)

Para Calvino o jejum tinha três objetivos:

  • Mortificação da carne
  • Condicionamento à oração e meditação
  • Testemunho de humilhação diante de Deus

A maioria dos reformadores[3] eram conhecidos pela sua vida dedicada à oração e ao jejum. João Calvino jejuou e orou até que a maior parte de Genebra foi convertida.

John Knox jejuou e orou até que a rainha Mary disse que temia mais as suas orações do que todos os exércitos da Escócia.

Para destacar a importância da prática, Wesley chegou a afirmar: “o homem que não jejua está tão distante do céu quanto o que nunca ora”.

O jejum revela aquilo que nos controla e nos ajuda a manter o equilíbrio na vida cristã.

A pratica piedosa do jejum é um tipo de AUTOGOVERNO; uma maneira sábia de viver em dependência maior do Senhor, nosso Deus.

E também uma maneira sábia de seguir o exemplo de Jesus Cristo, que não aos seus próprios desejos, mas se entregou para a nossa salvação por meio da morte na cruz.

  1. O TRABALHO SÁBIO E O TOLO.

O último assunto ao qual o Pregador se dedica em Eclesiastes 10 é um tema ao qual ele antes já se referiu (Ec 2.18-26) – O sábio investimento dos esforços do trabalho.

  1. O trabalho do tolo é entediante.

O tema do trabalho surgiu quando falou sobre os príncipes que tomam champanhe de manhã em vez de trabalhar para o seu reino ( Ec 10.16). Surgiu também no versículo 15, quando disse: “O trabalho do tolo o fatiga, pois nem sabe ir à cidade”.

Ironicamente, o tolo não ama o seu trabalho. Ele sempre começa um novo emprego empolgado e longo fica desanimado.

Embora sentimentos ocasionais de TÉDIO sejam comuns e inofensivos, é preciso ter cuidado para que eles não se tornem dominantes ou permanentes.

Um tolo logo se cansa de seu trabalho — não porque esteja trabalhando muito, mas porque está morcegando ou brincando quando deveria estar trabalhando.

Uma pessoa que age assim será sempre resistente às mudanças e cobranças de resultado, e influenciará negativamente o ambiente de trabalho.

Isso é uma descoberta importante para uma pessoa que se cansa rapidamente no trabalho, mas nunca tem nada a mostrar daquilo que fez.

Ficar brincando e morcegando no trabalho apenas cansa a alma, pois lá no fundo sabemos que deveríamos ser mais produtivos.

O SENTIMENTO DE CULPA que resulta é cansativo e entediante, principalmente quando percebemos que ainda temos muito trabalho a fazer e que já deveríamos ter feito.

O homem sábio fica energizado ao trabalhar muito; seu serviço para o Senhor satisfaz a sua alma. Mas o tolo fica exausto, mesmo sem fazer nada.

Ele pode tentar convencer a si mesmo (e aos outros) de que está trabalhando muito, quando, na verdade, ele está se cansando sem fazer nada.

Talvez não seja surpreendente que o tolo nunca tenha aprendido a trabalhar de verdade e por isso nunca encontra prazer no trabalho.

  1. O trabalho do tolo é sem objetivos (v.15b).

Afinal de contas, o coitado está tão perdido que nem sabe chegar à cidade. Esse parece ser o sentido desse proverbio no versículo 15.

As pessoas podem ter dificuldades de achar uma cidade pequena, mas é difícil não encontrar uma metrópole. Mas, de alguma forma, o tolo consegue se perder no caminho.

Assim começa a emergir a imagemde um homem que dificulta desnecessariamente as coisas para si mesmo por causa de sua estupidez.

Ele sabe o caminho de volta, ele sabe o que tem que fazer, mas não toma uma atitude, ele prefere viver se justificando e culpando os outros.

Ele está estagnado, mas acha a função e o salário dos outros melhor. Sempre acha que o dia é pequeno, mas não nunca dá o seu máximo. Ele começa bem, mas logo muda. Ele nunca conclui o trabalho direito.

O tolo trabalha simplesmente por trabalhar e parece chegar a nenhum lugar na vida. Ele também não irá longe na vida vindoura, mas se perderá em algum ponto em seu caminho para a cidade eterna de Deus.

  1. O trabalho do tolo é preguiçoso (v.18).

O resultado final de tudo isso é aPREGUIÇAque se evidencia claramente no versículo 18, com sua imagem memorável de uma casa caindo aos pedaços.

“Pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa”. Uma casa sempre precisa de alguma manutenção.

A maneira como cuidamos da nossa casa, reflete a maneira como cuidamos de outras áreas da nossa vida.

Negligencie cuidar do seu telhado, e logo cada tempestade será uma oportunidade para abrir o guarda-chuva dentro de casa.

O pregador imagina um tolo tão preguiçoso que prefere toda sua casa desabe antes de ele subir numa escada para consertar o telhado.

Essa imagem de DECADÊNCIA FATAL nos ajuda a reconhecer que a preguiça é um pecado mortal em todas as áreas da nossa vida.

Ela destrói a nossa alma que é preguiçosa demais para buscar o seu próprio progresso espiritual por meio da oração e da palavra.

Mas essa não é a única coisa que a preguiça destruirá. Ela destruirá um relacionamento quando as pessoas se interessarem apenas por si mesmas e deixarem de investir muito na intimidade.

Ela destruirá uma igreja que descansa sobre o que já conquistou em vez de fazer tudo que ainda pode fazer por Cristo.

A preguiça pode até destruir um reino, especialmente quando as pessoas reivindicam mais direitos do que responsabilidades.

Apenas um tolo negligenciaria algo tão importante quanto a SANTIFICAÇÃO PESSOAL. O tolo negligencia o investimento na família. Ele negligencia o serviço eficiente para a igreja e a nação.

  1. O dinheiro compra tudo o que precisamos.

Ao contrário do tolo preguiçoso, um indivíduo trabalhador tem tudo o que necessita. Os recursos que precisamos vem do nosso trabalho. O trabalho é a nossa fonte de riqueza.

O trabalho do sábio o dignifica e o completa. Ele usa o dinheiro de forma legitima para comprar tudo o que precisa e deseja.

O sábio ama o trabalho porque ele é o meio que Deus estabeleceu para que possamos suprir nossas necessidades e os prazeres da vida.

Nesse contexto, Eclesiastes demonstra a “sabedoria do trabalho duro” em comparação com a “loucura do ócio preguiçoso”. O Pregador diz: “As festas/banquetes são feitas; para rir, o vinho alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo” (v.19).

Evidentemente, o dinheiro tem seus limites, razão pela qual a Bíblia nos adverte com frequência a não confiar nele (Hb 13.5) ou adorá-lo (Mt 6.24).

Mas de um ponto de vista prático, o que o Pregador diz é verdade: quando temos dinheiro, podemos comprar tudo que precisamos.

O pão é uma necessidade diária. O vinho é símbolo da alegria e prazer delicioso. Pois quando temos dinheiro, podemos comprar pão,desfrutar de realizações, prazeres lícitos, e qualquer outra coisa que precisamos ou desejamos.

Uma pessoa que tem dinheiro não lhe falta nada que este mundo possa dar. Cada um de nós; temos o que precisamos e desejamos dentro dos limites do nosso salário.

Nosso dinheiro, que vem do trabalho licito, isso nos dá mil vantagens – não apenas facilidades, mas também conveniências, indulgências e belezas da vida.

Há outra coisa que o dinheiro pode fazer, que é avançar o reino de Deus sustentando o ministério de uma igreja local e sua obra missionária ao redor do mundo.

Uma pessoa sábia trabalha muito para ganhar o suficientepara não só pagar suas necessidades diárias, mas também para honrar a Deus celebrando as coisas boas deste mundo e fazendo um vultuoso investimento na obra do reino de Deus.

CONCLUSÃO.Quero dá um exemplo sábio

Quando penso em tudo que uma vida sábia envolve, lembro-me muitas vezes dos meus pais.

Meu pai só estudou até a quarta série, no interior de Minas Gerais. Minha mãe só sabia escrever o nome e ler as placas de ônibus.

Mas seus filhos e netos conseguiram graus acadêmicos e conquistas intelectuais que eles jamais compreenderiam. Mas duvido que qualquer um de nós jamais os superemem sabedoria.

Meu pai foi sábio o bastante para temer a Deus, que é o começo da sabedoria, e também para crer em Jesus Cristo, que é a sabedoria de Deus.

Meu pai tardava a falar, mas quando falava, costumava dizer algo importante — sobre seu trabalho diário, amigos e família ou o ministério da igreja no qual servia como presbítero.

Quando minha mãe multiplicava as palavras, como fazia de vez em quando, ele dizia de modo sábio e alegre, uma forma de não a deixar falar mal de alguém, para que ela tivesse uma fala santa.

Meu pai nunca especulava sobre o futuro, mas se contentava em deixar sua vida e tudo que amava nas mãos de seu Deus soberano. Até mesmo em sua aposentadoria, ele continuava a trabalhar muito.

Ele não se cansava com esforços tolos, mas dormia bem e se levantava cedo para trabalhar mais um dia.

Como um trabalhador da roça, ele tinha habilidades que lhe permitiam fazer quase tudo, ele plantava, colhia, cuidava do quintal, criava galinhas, e cuidava da casa.

Nossa casa era simples, mas muito bem cuidada. Nenhum de seus telhados gotejava. Embora fosse porteiro de um prédio e ganhasse dois salários e minha mãe lavava roupa e fazia faxina nas casas dos ricos; nós tínhamos tudo o que precisávamos para viver.

Ele sempre tinha algum dinheiro, além dos seus dízimos, para sustentar a obra de sua igreja. Nossa mesa era um lugar para festas saudáveis de carne fresca, frutas e bolos e pães que minha mãe fazia.

Quando morávamos no interior, todo o leite que sobrava, porque o caminhão não passava, o fazendeiro de quem meu pai era vaqueiro, doava o leite e minha mãe fazia centenas de queijo para vender.

Apesar de pobres, sempre houve alguém em nossa casa que nos ajudava; era alguém que meus pais cuidavam até se casar.

Toda essa comida boa era recebida com ações de graças, consagrada por meio da oração e muitas vezes compartilhada com muitos convidados que adoravam visitar sua casa.

Portanto, de seu jeito simples, meu pai viveu o tipo de vida que Eclesiastes nos ensina. Ele era sábio em sua fala, sua liderança e seu trabalho. Tudo que o Pregador disse sobre esse tipo de homem é verdade.

Suas palavras lhe renderam o favor do louvor de seus filhos. Em seu devido tempo, ele assumiu seu lugar no último e maior banquete.

Agora, pela graça de Deus, ele é um príncipe na casa do Rei – daquele Filho nobre, o Senhor Jesus Cristo.

Vida e risos pertencem a ele para sempre, e também são seus para sempre se você ouvir o sussurro do Espírito Santo e crer nas palavras cheias de graça que Deus fala aos sábios.

[1]https://pt.qwe.wiki/wiki/Fasting

[2]http://ipgavea.org/wp-content/uploads/2013/03/Aula-Jejum-Rev.Dusi_.pdf

[3]Veja Mais: https://www.revistacomuna.com.br/vida/48-a-pratica-do-jejum

 

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