Sermão 3 – Referência: João 1.19-51

INTRODUÇÃO: Após o prólogo do evangelho, João passa a apresentar Jesus como o Cristo, o Filho de Deus. Nos primeiros versos, João Batista veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz (1.7).

A agora o evangelista se volta rapidamente para o testemunho de João Batista dado as delegações oficiais enviadas de Jerusalém pelo sinédrio. E o testemunho dado pelos discípulos.

Vamos examinar, a seguir, alguns pontos importantes nesse contexto.

I. O TESTEMUNHO DO PRECURSOR (1.19-34)

Após quatrocentos anos de silêncio profético, João Batista começa a pregar às margens do Jordão. O impacto de sua pregação é notório.

As multidões desabalam das mais diferentes cidades e rumam para o deserto a fim de ouvir essa voz que clama no deserto.

Jesus chegou a dizer que, entre os nascidos de mulher, ninguém era maior que João Batista (Mt 11.11).

Ele era a voz que clamava no deserto; era uma lâmpada que ardia. Seu propósito não era exaltar a si mesmo. Seu prazer era ver Cristo crescendo e ele diminuindo.

A pregação de João Batista perturbou o Sinédrio, que enviou uma comitiva para investigá-lo.

Em virtude da ampla influência exercida por João Batista (Mt 3.5,7), teria sido irresponsável da parte dos líderes deixar de investigá-lo.

Como o Sinédrio era largamente controlado pela família do sumo sacerdote, os enviados eram sacerdotes e levitas.

Estes estavam mais interessados em questões de purificação ritual, por isso manifestaram tanta preocupação com o batismo de João.

Havia muitos questionamentos a respeito de João Batista. Muitas dúvidas pairavam no ar acerca de sua identidade.

Destacaremos aqui alguns pontos relacionados a essas questões.

1. Quem o precursor não era (1.19-21).

O quarto evangelho não se propõe a enfatizar o aparecimento de João Batista, seu estilo de vida, sua pregação, o entusiasmo que sua presença criou entre o povo, ou mesmo seu batismo.

O autor parece aceitar como fato que os leitores estão familiarizados com tudo isso, por terem recebido esses relatos pela “tradição oral” e lido isso nos Evangelhos Sinóticos.

João Batista declarou categoricamente que não era o Cristo (1.19,20). Não era o Elias (1.21) nem o profeta apontado por Moisés (1.21). João Batista era o precursor do Messias, mas não o Messias.

Era o amigo do noivo, mas não o noivo. João Batista veio no espírito de Elias, mas não era Elias. João Batista não era o profeta apontado por Moisés, mas o precursor desse profeta.

Embora os interrogadores estivessem confusos acerca de sua identidade, João Batista tinha plena consciência de quem era e do que viera fazer.

Tinha plena consciência de sua identidade e de sua missão.

O primeiro registro do testemunho de João Batista é sua resposta a uma delegação enviada pelo sistema religioso de Jerusalém.

A essa altura, deparamo-nos pela primeira vez, nesse evangelho, com o termo “judeus”, identificando não o povo como um todo, pois João batizava os judeus.

Mas um grupo específico; que no Caso, era o sistema religioso institucional em Jerusalém, incluindo o Sinédrio e as autoridades do templo.

As autoridades judaicas, enviaram uma comissão investigadora. Pois um falso Messias poderia fazer um grande estrago, e competia ao Sinédrio cuidar dos interesses religiosos em Israel.

2. Quem o precursor era (1.22-28). Depois de ouvirem da boca de João quem ele não era, os sacerdotes e levitas queriam ouvir de João Batista uma resposta positiva, para que pudessem prestar o relatório dessa investigação ao Sinédrio (1.22).

João Batista, então, esclarece quem era:

a) Ele era o preparador do caminho do Messias (1.23). João Batista não era um eco; era uma voz. Não era a voz que ecoava no templo, nos lugares sagrados, mas a voz que ecoava no deserto.

Ele veio preparar o caminho para o Messias, aterrando os vales, nivelando os montes, endireitando os caminhos tortos e aplainando os caminhos escabrosos. O texto citado por João é Isaías 40.3, repetido nos quatro evangelhos (Mt 3.3; Mc 1.3; Lc 3.4; Jo 1.23).

Naqueles tempos os caminhos, não eram nivelados, eram cheios de buracos, pedras e montes.

Quando um rei ia visitar uma província, mandava seus engenheiros à frente a fim de abrir estradas e colocar os caminhos em boas condições para o rei passar.

João Batista não era o Messias, mas apenas o preparador do seu caminho. Preparando as pessoas para recebe-lo, e o fez preparando o caminho do coração dos seus discípulos.

Muitas pessoas que seguiam a Jesus, havia sido batizada por João. Apolo era eloquente e poderoso nas Escrituras e pregava sobre Jesus, conhecendo somente o Batismo de João (Atos 18:24,25), então Priscila e Áquila o pegaram e o instruíram melhor sobre o caminho de Deus.

b) Ele era o batizador com água (1.24-26a). A maior preocupação dos emissários do Sinédrio não era com a mensagem de João, mas sim com seu batismo.

Tanto o Cristo quanto Elias, assim como o profeta, viriam purificando o povo com ritos de purificação.

O batismo de João era um “batismo de arrependimento”. Não era o batismo cristão, pois este só foi instituído após a ressurreição de Cristo.

O batismo de João era um batismo preparatório para receber a Cristo.

Ao dizer: Eu batizo com água; João aponta para o fato de que existe uma grande diferença entre o que ele está fazendo e o que o Messias fará. Tudo o que João pode fazer é administrar o sinal (água).

Somente o Messias pode conceder aquilo que a água simboliza (o poder purificador do Espírito Santo). Ele se considerava indigno até mesmo de ser escravo do Messias (1.26b-28).

Os sacerdotes e levitas, embora trabalhassem no templo e estivessem estreitamente ligados ao culto judaico, não conheciam o Messias. Seus olhos estavam cegos e a mente deles permanecia embotada.

Devido à preocupação exacerbada em detectar e desmascarar os falsos Messias, eles ignoraram o Messias verdadeiro.

João Batista, por sua vez, sabia que Jesus viria depois dele e ele próprio não era digno de desatar-lhe as correias das sandálias.

Mesmo sendo o maior de todos os homens, conforme a afirmação de Jesus (Mt 11.11), João se considerava “o menor”, pois essa função de desatar as correias de um hóspede era o papel de um escravo. A humildade de João reprovava o orgulho dos fariseus.

3. O testemunho que o precursor dava acerca do Messias (1.29-34). Depois de denunciar que os fariseus não conheciam Jesus, João Batista passa a descrevê-lo para seus interrogadores.

João Batista afirma cinco verdades solenes sobre Jesus.

a) Jesus é o Cordeiro de Deus (1.29).

Embora a figura do Cordeiro possa apontar para a mansidão de Jesus, esse não é o foco de João Batista. Sua ênfase está em Jesus ser o sacrifício escolhido por Deus para expiar nossos pecados.

Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o cordeiro mencionado por Abraão a Isaque no monte Moriá como provisão de Deus (Gn 22.8).

Jesus é o cordeiro que Isaías disse que seria imolado (Is 53.7). Jesus é o verdadeiro cordeiro do qual o cordeiro da Páscoa no Egito tinha sido um tipo vivido (Ex 12.5).

O termo grego amnos (cordeiro) usado por João é uma referência aos vários usos do cordeiro como sacrifício no Antigo Testamento.

Tudo o que esses sacrifícios preanunciaram foi perfeitamente cumprido no sacrifício de Cristo. Ele ofereceu um sacrifício único: perfeito, completo, cabal.

João Batista identifica Jesus como o animal sacrificial usado nos rituais do templo, particularmente como oferta pelo pecado, já que ele é aquele que tira o pecado do mundo.

Paulo o chama de Cordeiro pascal (1Co 5.7). A figura do Cordeiro relaciona Jesus com a passagem que identifica o Messias como o servo sofredor de Isaias 53. (Is 53; At 8,32).

Sua morte sacrificial na cruz é comparada com um cordeiro imaculado e incontaminado (1Pe 1.19). No livro de Apocalipse, Jesus é referido como “Cordeiro” por cerca de trinta vezes.

Jesus é o cordeiro providenciado por Deus desde toda a eternidade. O cordeiro foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8).

Aqui o cristianismo se distingue de todas as outras religiões do mundo. Nas demais religiões, o ser humano providencia sacrifício para seus deuses.

No cristianismo, Deus providencia o sacrifício para o ser humano. Jesus é o Cordeiro de Deus.

Ele foi preparado por Deus. Ele foi enviado por Deus. Ele veio da parte de Deus.

Nossos pensamentos acerca de Jesus precisam ser realinhados conforme essa apresentação de João Batista.

Devemos servi-lo fielmente como nosso MESTRE.

Devemos obedecer-lhe lealmente como nosso REI.

Devemos estudar seus ensinos zelosamente como nosso PROFETA.

Devemos andar diligentemente em seus passos como nosso EXEMPLO.

Acima de tudo, porém, devemos olhar para ele como nosso Sacrifício, como nosso SUBSTITUTO, aquele que levou nossos pecados sobre a cruz.

Devemos olhar para seu sangue derramado que nos limpa de todo pecado.

Devemos nos gloriar apenas na cruz de Cristo. Devemos pregar apenas Cristo, e este crucificado.

Aqui está a pedra de esquina da fé cristã. Aqui está a raiz que sustenta o cristianismo.

Cristo veio ao mundo não como um rei político. Não veio como um filósofo. Não veio como um mestre moral. Não veio como um operador de milagres.

Ele veio para morrer. Veio como Cordeiro de Deus. Veio para derramar seu sangue em nosso favor e fazer expiação dos nossos pecados.

Veio fazer o que nenhuma religião, dinheiro ou esforço humano podia fazer. Veio para tirar o pecado do mundo!

Cristo é o Salvador soberano e completo. Sua obra foi consumada. Sua obra na cruz foi perfeita, cabal, suficiente para tirar o pecado do mundo.

No entanto, por que o cordeiro era tão necessário? O cordeiro se manifestou para tirar o pecado do mundo.

O pecado é tão mau, tão repulsivo e tão maligno aos olhos de Deus que, para tirá-lo e lançá-lo fora, Deus precisou sacrificar o próprio Filho amado.

Não havia outro meio. Não havia outra possibilidade de sermos libertos do pecado. Foi por causa do pecado que Jesus suou sangue no Getsêmani.

Foi por causa do pecado que ele foi cuspido, esbordoado e pregado na cruz.

Porque o Cordeiro de Deus se manifestou para tirar os pecados do mundo, três verdades precisam ser destacadas:

Em primeiro lugar a natureza dessa missão. O Cordeiro de Deus veio para tirar o pecado. Ele não veio para encobrir o pecado.

Não veio para mudar o nome do pecado. Não veio para desculpar o pecado. Não veio para promover o pecado.

Ele veio para tirar o pecado. O ser humano não pode livrar-se do seu pecado. Não pode expiar o seu pecado.

Ele é escravo do pecado. O ser humano não pode ser salvo em seu pecado; ele precisa ser salvo do pecado.

O ser humano não providenciou a redenção; está procede de Deus.

O Cordeiro de Deus tira o pecado pelo seu sacrifício, e não pelos seus milagres. Foi na cruz que o Cordeiro triunfou sobre o pecado.

Ele se fez pecado. Ele se tornou nosso representante e nosso substituto. Ele tomou sobre si o nosso pecado.

Ele carregou sobre o seu corpo no madeiro o nosso pecado. Ele foi transpassado pelas nossas transgressões.

Para sermos salvos do pecado, Deus fez a maior transação do universo. Ele não colocou o pecado em nossa conta.

Ele transferiu para a conta de Cristo a nossa dívida, o nosso pecado, e depositou em nossa conta a infinita justiça de Cristo.

Em segundo luar o alcance dessa missão. O cordeiro tira o pecado do mundo, ou seja, de homens de todas as tribos e raças, perdidos por natureza, e não simplesmente de uma nação em particular.

Veja que não são os pecados, mas o pecado. Todo tipo de pecado é tirado. Não há pecado que Jesus não perdoe.

Não há mancha que ele não apague. Não há culpa que ele não remova.

Isso é mais do que o conjunto de pecados de pessoas individuais. É o pecado do mundo inteiro. Não apenas de alguns, mas de todos os que creem.

Não apenas os judeus, mas também os gentios. A salvação não é apenas para um povo, mas para todos os povos, sem distinção de raça, religião ou cultura.”

O Cordeiro é o Salvador do mundo. Jesus é o Cordeiro suficiente para uma pessoa (Gn 22).

É o Cordeiro suficiente para uma família (Ex 12). É o Cordeiro suficiente para uma nação (Is 53).

E o Cordeiro suficiente para o mundo inteiro (1.29). Ele é o Cordeiro que foi morto e comprou com o seu sangue os que procedem de toda tribo, raça, povo, língua e nação (Ap 5.9).

Mas fica evidente que a passagem não ensina uma EXPIAÇÃO UNIVERSAL. João Batista não ensinou isso nem o evangelista (1.12,13; 10.11,27,28).

O sacrifício do Cordeiro é suficiente para todas as pessoas do mundo, mas eficiente apenas para todos aqueles que creem.

Em terceiro lugar a eficácia dessa missão. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O Cordeiro não apenas “tirou”; ele “tira” o pecado do mundo. O verbo está no presente.

O Cordeiro de Deus morreu há dois mil anos, mas os efeitos da sua morte são tão atuais, poderosos e eficazes como no momento do Calvário.

Todos os dias pessoas são libertadas de seus pecados. Todos os dias pessoas são lavadas de suas manchas.

Todos os dias pessoas são arrancadas da masmorra da culpa.

Todos os dias pessoas são perdoadas e transferidas do reino das trevas para o reino da luz, da potestade de Satanás para Deus.

Se Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, devemos ir a ele ou pereceremos.

Não há outro meio de sermos perdoados do pecado, libertados da culpa, e de fugirmos da ira vindoura.

Se Jesus é o Cordeiro de Deus, precisamos ir e anunciar isso ao mundo. João Batista apresentou Jesus aos discípulos.

Ele não guardou essa preciosa informação para si. Ele proclamou essa verdade.

Preparou o caminho para que outras pessoas conhecessem e seguissem Cristo.

Nós temos a melhor, a maior e a mais urgente mensagem do mundo.

b) Jesus é o que tem primazia (1.30,31).

Embora fosse seis meses mais velho que Jesus, João Batista reconhecia que Jesus existia antes dele, pois é o Verbo eterno, o Pai da eternidade. Embora nesse momento as multidões procurassem João para serem batizadas, ele confessa abertamente que Jesus, e não ele, tinha a primazia. Joao não tinha nada importante a dizer sobre si mesmo, a não ser sobre Jesus. Como também é o nosso propósito, dar a Jesus toda a primazia na nossa vida. Todo o nosso viver tem um único objetivo: Afirmar que nosso ministério tem como propósito preparar o caminho para a manifestação de Jesus (1.31).

c) Jesus é o ungido de Deus (1.32).

João Batista, como testemunha presencial, viu o Espirito Santo descendo e pousando sobre Jesus, logo depois do batismo no rio Jordão. O Espirito Santo revestiu Jesus em seu batismo. Lendo o livro de Isaias na sinagoga de Nazaré, Jesus disse: O Espírito do Senhor Deus está sobre mim (Lc 4.18). O termo grego “Cristós”, quer dizer ungido, o mesmo que “Messiah” em hebraico. No Verso 40 André diz: Achamos o messias, (que traduzido é o Cristo).

d) Jesus é aquele que batiza com o Espirito Santo (1.33).

João batizava com água, o símbolo; Jesus batiza com o Espirito Santo, o simbolizado.

João, podia batizar com água, podia celebrar um rito meramente externo, mas àqueles verdadeiramente arrependidos, Jesus podia conceder uma renovação interior, real, sobrenatural e espiritual.

Jesus foi ungido pelo Espirito com um sinal tão claro que era o único qualificado a repassar a mesma unção ao povo.

Embora, como este evangelho deixa claro mais adiante, a concessão completa do Espirito só tenha ocorrido depois da glorificação de Jesus (7.39).

O batismo com o Espirito não é o batismo com água. É o lavar da regeneração. É o novo nascimento.

Por meio deste batismo passamos a fazer parte da família de Deus. Essa é uma experiência comum a todos os crentes.

Paulo diz em (1 Cor 12:13) “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito”.

Em Atos 1:5 Jesus disse aos seus discípulos antes de sua ascensão: “Porque na verdade, João batizou com agua, mas vós sereis batizados com o Espirito Santo não muito depois destes dias’.

Isto aconteceu no dia de pentecostes, onde todos foram cheios do Espirito Santo, e falaram e línguas estranhas.

João Batista; está por certo; se referindo amplamente ação do Espirito Santo; em primeiro lugar a obra da REGENERAÇÃO onde nos tornamos parte da família de Deus.

Segundo é a obra do ENCHIMENTO do Espirito, com as manifestações de êxtases, línguas, contrição, quebrantamento, profecia… que pode acontecer ao mesmo tempo da conversão, ou depois, e também pode ser repetida.

Logo a obra de enchimento que nós pentecostais chamamos de “batismo com Espirito, pode ser uma segunda, terceira ou quarta benção depois da salvação.

Aquele mesmo grupo que foi cheio do Espirito em Atos 2, foi outra vez cheio, em Atos 4.

Martin Llodes Jones, diz que erram aqueles que confundem o batismo no corpo, que é o novo nascimento, com o ENCHIMENTO do Espirito, que pode ser uma benção que acompanha a salvação.

e) Jesus é o Filho de Deus (1.34).

João Batista conclui seu testemunho acerca de Jesus afirmando categoricamente que ele é o Filho de Deus.

Jesus é eternamente gerado do Pai, coigual, coeterno e consubstanciai com o Pai. Tem a mesma essência, a mesma substância, é luz de luz.

II. O TESTEMUNHO DOS DISCÍPULOS (1.35-51)

Um dia depois do testemunho de João Batista, diante da comitiva do Sinédrio, João estava na companhia de dois de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Este é o cordeiro de Deus! (1.35,36).

Vamos destacar a seguir alguns pontos importantes.

1. Jamais desista de apresentar Jesus às pessoas (1.35-39). Quando João Batista apresentou Jesus como o Cordeiro de Deus pela primeira vez, não há registro de que alguém o tenha seguido, mas, agora, André e outro discípulo de João Batista seguiam Jesus e o reconheciam como o Messias.

João Batista não nutria nenhum ciúme pelo fato de alguns de seus discípulos terem abandonado suas fileiras para seguir Jesus.

João Batista ficou muito feliz, por ver dois de seus discípulos que o deixaram e tomaram a decisão de seguir a Jesus.

Quando Jesus pergunta: O que buscais?; Jesus esta levando-os a definir seus propósitos e objetivos de segui-lo.

Estes dois discípulos, era Joao o autor do Evangelho e André; perguntaram, onde moras? Demonstrando que estavam interessados em ser seus discípulos.

Então Jesus os convida para sua casa: vinde e vedes! Então eles passam um dia com Jesus em sua casa!

O verso 39 mostra que eles ficaram das 10 horas da manhã até o final do dia ouvindo Jesus e saíram de lá maravilhados.

2. Jamais desista de levar outros a Jesus (1.40-42). A vida de dois discípulos foi tão impactada por Jesus que eles quiseram compartilhar com seus amigos e família.

Joao ouviu o testemunho de João Batista acerca de Jesus e o seguiu, e foi e pregou para Tiago seu irmão e o levou a Cristo.

Depois que André abriu os olhos de sua alma para reconhecer que Jesus era o Messias, encontrou seu irmão Simão e o levou a Cristo.

André era o tipo de homem que estava disposto a ocupar o “segundo lugar”, pois, não obstante tenha levado seu irmão Pedro a Cristo, jamais exerceu a mesma influência que seu irmão.

André era o tipo de homem que está sempre levando alguém a Cristo ele era uma verdadeiro evangelista.

Mais tarde, foi André quem levou o menino com os cinco pães e dois peixes a Cristo (6.8,9) e também foi ele quem apresentou os gregos a Jesus (12.22).

André levou seu irmão a Jesus, e Jesus mudou o nome de Simão para Pedro, fazendo dele um discípulo, um apóstolo.

André teve um ministério discreto em comparação ao ministério de Pedro, mas André teve o privilégio de levar Pedro a Cristo.

E, quando Simão, fraco, impulsivo, volúvel e apaixonado, aproximou-se de Cristo, então houve a promessa: Tu […] serás chamado Cefas, ou seja, pedra ou fragmento de pedra.

Se alguém de fato crer em Cristo, o resultado será uma completa transformação do seu caráter; em lugar de fraqueza, haverá força, coragem, paciência e verdadeira varonilidade.

3. Formas de levar pessoas a Jesus (1.43-46). As pessoas são diferentes e recebem abordagens diferentes do evangelho, mas todas devem ser conduzidas a Cristo.

André seguiu Cristo porque João Batista lhe apontou Jesus como o Cordeiro de Deus.

Pedro foi a Cristo porque André o levou. Filipe seguiu a Cristo porque foi diretamente chamado por ele.

Filipe encontrou Natanael e lhe anunciou sua extraordinária descoberta. Isto Mostra que há diversidade de operações na salvação das almas.

Todos os verdadeiros cristãos foram regenerados pelo mesmo Espírito, lavados no mesmo sangue, servem ao único Senhor, creem na mesma verdade e andam pelos mesmos princípios divinos.

Mas nem todos são convertidos da mesma maneira. Nem todos passam pelo mesmo tipo de experiência.

Na conversão, o Espírito Santo age de forma soberana. Ele salva a cada um como quer, conforme sua soberana vontade.

4. Use as Escrituras para apresentar Cristo (1.45). Ao ser chamado por Jesus, Filipe o seguiu imediatamente, compreendendo que ele era o Messias sobre quem Moisés e os profetas falaram.

Filipe compreendeu Jesus por intermédio das Escrituras. Cristo é o resumo e a substância do Antigo Testamento.

Para ele apontavam as antigas promessas desde os dias de Adão, Enoque, Noé, Abraão, Isaque e Jacó.

Para ele apontavam todos os sacrifícios cerimoniais. Dele todo sumo sacerdote era um tipo, toda parte do tabernáculo era uma sombra, e todo juiz e libertador de Israel era uma figura.

Ele era o profeta semelhante a Moisés que o Senhor prometeu enviar, o rei da casa de Davi que veio para ser tanto Senhor de Davi como seu filho.

Ele é o filho da virgem e o cordeiro preanunciado por Isaías. Ele é o verdadeiro pastor anunciado por Ezequiel.

5. Use os melhores métodos para apresentar Cristo (1.46). Filipe enfrenta a oposição de Natanael não com uma refutação contundente, mas com uma convocação à experiência; “vem e vê!

A pesquisa honesta é uma cura maravilhosa para o preconceito. Nazaré podia ser tudo o que Natanael pensava; nada de bom vinha de lá; mas há uma exceção que põe à prova toda regra.

Jesus morava lá, na galileia dos gentios, o povo que andava em Escuridão viu uma grande luz. E veio conferir e creu no evangelho.

6. Confie em Jesus e pregue para a todos (47-51). Natanael tinha um conhecimento limitado, ele era mais cético; mas tinha um coração sincero.

Era um homem em quem não havia dolo, ou seja, tinha um caráter moral ilibado. Aquele era um dia de sábado e ele estava debaixo da figueira discutindo a lei, como era costume dos judeus.

Quando Natanael encontrou-se com Jesus, descobriu que o mestre já sabia tudo sobre ele.

Jesus disse que o viu debaixo da figueira e como seu coração é sincero, no que ensinava e praticava, sendo um homem piedoso e santo.

Ele aguardava o Messias. E por isso, diante da ONISCIÊNCIA de Jesus, ele se rendeu e confessou que Jesus era o mestre, o Filho de Deus, o rei de Israel (1.49).

CONCLUSÃO. Essa passagem em apreço ilustra quatro abordagens distintas sobre como levar pessoas a Cristo:

1) Evangelismo de massa (1.35-39); quando João Batista prega para a multidão dizendo que Jesus é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Esse evangelismo já foi muito usado por grandes homens do passado com uma colheita muito proveitosa; como Wesley, Moody, Finney, Billy Gran; e muitos outros. Nos tempos modernos esse método, tem dado poucos frutos.

2) Evangelismo pessoal (1.40-42); Onde André aborda seu irmão e fala do evangelho para Simão e ele crer. João faz o mesmo com seu irmão Tiago.

Este evangelismo deveria ser praticado por todos os crentes, todos os crentes. Todos nós deveríamos estar sempre lutando pela alma de alguém.

3) Evangelismo através de contatos (1,43,44); Jesus encontrou Filipe, que era conhecidos de André e Simão, então pregou para ele. O que fazemos com nossos contatos.

Temos o milagre da tecnologia, onde podemos ter nas mãos centenas e milhares de contatos, onde poderíamos pregar o evangelho a todos, mas a maioria de nós não fazemos, negligenciando o exemplo do nosso Mestre.

4) Evangelismo por meio da Palavra (1.45-51). Filipe usou profundo conhecimento da Escritura para pregar para Natanael. Provando pelas Escrituras que Jesus era o messias.

Precisamos conhecer as Escrituras e usa-las para pregar o evangelho, o verdadeiro propósito das Escrituras, é porque cuidamos ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam de Jesus.

Muitos tem usado as Escrituras, para tanto outros fins, menos para levar as pessoas a Cristo.

Em um mundo de vazio teológico precisamos resgatar uma das doutrinas mais desprezadas nos últimos anos, isto é, o EVANGELISMO.

Precisamos mostrar a centralidade de Cristo no Evangelho da salvação.

Além disso, precisamos mostrar aos outros a suficiência de Cristo para a salvação e plenitude da vida.

Muitas pessoas estão buscando algo que substitua a fé por alguma moda que tenha um colorido cristão.

Todavia, Cristo é o único suficiente para vida cristã. O legado deixado por ele nos aponta o verdadeiro caminho para o céu, onde todo aquele que crer tem uma herança guardada e preservada pelo próprio Deus.

E, a única coisa a fazer para desfrutar desta gloriosa herança, é andar em Cristo, o único e suficiente caminho.

Finalmente, precisamos resgatar a pregação da Cruz. Paulo nos mostra que a mensagem a ser pregada em todas as épocas é a mensagem da cruz.

Pois essa mensagem, que para os filósofos era loucura, que para os judeus legalista era escândalo, é para os que creem meio de reconciliação e de salvação, pois a cruz é o único método de Deus para a salvação do homem (Cf, Co. 1. 20).

A minha mais sincera oração, é que Deus dê graça a sua igreja para que ela não mais tente adicionar “adornos” ao evangelho de Cristo. Ele é tudo que precisamos!  “Achamos o messias”. Voltemos a esta verdade.